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Dobra Espacial - Ciência e Tecnologia, Como os Lunar Roving Vehicles chegaram na Lua?

Como os Lunar Roving Vehicles chegaram na Lua?

. [Como os Lunar Roving Vehicles chegaram na Lua?] "Os primeiros passos na Lua foram o grande marco do programa espacial americano, mas não levaram os astronautas a mais do que algumas dezenas de metros do Módulo Lunar.

Cerca de 20 kg de pedras e solo lunar foram trazidos para a Terra à bordo da Apollo 11.

Se os americanos quisessem não só plantar uma bandeira e clamar o troféu da Corrida Espacial, mas também explorar a superfície lunar e fazer ciência, eles precisariam de um modo mais eficiente de deslocamento.

A solução encontrada pela NASA foi o Lunar Roving Vehicle.

Mas, como eles funcionavam e como eles chegaram na Lua? Os estudos e discussões sobre as possibilidades de veículos lunares já eram feitos pela NASA desde o começo da década de 60.

Esse aqui, por exemplo, propunha um perfil de missão de 14 dias baseado em 2 lançamentos diferentes.

O primeiro colocaria uma espécie de base lunar na superfície da Lua.

Seria um laboratório/abrigo com um pequeno veículo para apenas um ocupante, chamado de Lunar Traversing Vehicle, ou LTV.

Depois de pousar, o rover seria colocado na superfície com um mecanismo de soltura.

E depois de alguns testes serem feitos e dados serem enviados para o controle de missão, tanto o abrigo quanto o veículo entrariam em stand-by por um período de até 180 dias.

Só então astronautas seriam enviados para a Lua em uma configuração similar à que realmente aconteceu.

Depois de pousar próximo ao abrigo, o LTV seria comandado remotamente com a ajuda de câmeras de TV até a Módulo Lunar.

Ele então transportaria cada um dos astronautas até o abrigo.

A missão poderia se estender por até 14 dias.

Os astronautas viveriam dentro do abrigo e fariam suas atividades com a ajuda do LTV.

Depois do término da missão, o LTV os levaria para o Módulo Lunar e eles voltariam para a Terra.

Outros projetos envolviam o uso de veículos pressurizados, como o Mobility Laboratory, o MOLAB, mas que também precisariam de um lançamento extra, aumentando absurdamente o custo das missões.

Várias empresas fizeram estudos sobre o assunto, como a Grumman, Boeing, General Motors e Bendix.

Por conta do custo, os projetos que visavam 2 lançamentos foram cortados.

Qualquer veículo enviado para a superfície da Lua teria que ser incluído no mesmo lançamento dos astronautas.

Depois que a NASA já havia desistido de colocar carros na Lua, engenheiros da GM que já haviam trabalhado em projetos anteriores, continuaram trabalhando em um design novo que pudesse ser lançado junto com os astronautas.

Eles descobriram que o Módulo Lunar possuía um espaço vazio do lado de fora.

O compartimento tinha um pouco mais de 1 metro e meio de largura e altura tinha um formato triangular.

Bastante pequeno para encaixar um veículo inteiro.

Ferenc Pavlics, um engenheiro mecânico húngaro refugiado nos Estados Unidos trabalhou em projeto de veículo dobrável que pudesse se encaixar ali.

O chassi desse projeto se dividia em 3 partes: a parte central, a parte frontal e parte de trás.

Ele se dobrava sobre si mesmo e a suspensão retraía as rodas.

E com um modelo com escala de 1 pra 6 que contava com um GI Joe astronauta, ele e um outro engenheiro chamado Sam Romano, apresentaram o design para Wernher Von Braun e outros engenheiros.

A ideia chamou atenção suficiente e a NASA se abriu para receber propostas de design.

A organização pediu para que empresas como a Boeing, Bendix, Grumman e Chrysler apresentassem propostas de veículos.

E em 28 de Outubro de 1969, alguns meses depois do primeiro pouso na Lua, esse design da GM com a Boeing ganhou o contrato.

Todo o projeto foi desenvolvido, testado e construído em apenas 17 de meses.

Depois de pousar e os astronautas saírem do Módulo Lunar, o Rover precisava ser solto na superfície.

Isso era feito em partes.

A parte da frente do chassi era desdobrada primeiro e as rodas da frente eram descidas.

Depois, a parte de trás era desdobrada e as rodas de trás eram descidas.

Tudo isso era feito com um sistema de cabos e mecanismos de soltura com molas, que facilitavam o trabalho.

O Lunar Roving Vehicle tinha uma massa de 210 kg e podia carregar até 490 kg, incluindo os astronautas.

Seu comprimento era de cerca de 3 metros e tinha 1,1 metros de altura.

Sua estrutura era feita com uma liga de alumínio e ele era movido por duas baterias de prata e zinco não-recarregáveis, que proviam energia para 4 motores independentes em cada uma das rodas.

Tanto a suspensão traseira quanto a suspensão dianteira podiam controlar a direção, o que oferecia mais manobrabilidade e redundância.

As rodas foram um ponto crucial de desenvolvimento.

Materiais normalmente utilizados em pneus, como borracha, não suportariam as condições da Lua.

Os engenheiros precisaram desenvolver um sistema de rodas totalmente feitas de metal.

O interior dela era feito de alumínio, que era coberto por uma espécie de malha de aço revestido com zinco.

E na superfície de contato com o chão, várias placas de titânio proviam a tração necessária.

Uma “segunda” roda interna, feita também de titânio, absorvia os impactos mais severos que a malha não conseguisse.

O veículo era controlado por um joystick em um console central e a navegação era realizada através de um sistema que gravava continuamente a direção e distância percorrida com um giroscópio direcional e hodômetros, que enviavam estes dados para um computador.

Estes dados permitem a plotagem do caminho realizado pelos astronautas, como podemos ver nestas imagens.

3 rovers foram utilizados nas missões Apollo 15, 16 e 17.

A Apollo 15 cobriu a distância total de um pouco mais de 27 quilômetros.

A Apollo 16 cobriu cerca de 26 km e a Apollo 17 cerca de 35 km.

A máxima distância do Módulo Lunar alcançada pelos astronautas foi de 7.6 km, durante a Apollo 17.

O limite operacional do Rover era chamado de Walkback Limit, ou seja, a máxima distância possível para que ainda fosse possível caminhar de volta ao Módulo Lunar caso o rover apresentasse problemas.

E para ficar de olho nos astronautas quando eles estivessem distantes do Módulo Lunar, o Rover também contava com uma câmera de TV colorida com uma resolução comparável a uma imagem digital com mais ou menos 320 por 200 pixels, que podia ser operada remotamente pelo Controle da Missão.

Os 3 rovers foram deixados na Lua, assim como vários outros equipamentos.

E essa câmera permitiu que a NASA filmasse o estágio de subida do Módulo Lunar durante a decolagem.

Com a ajuda de cálculos bastante precisos, o Centro de Controle da Missão enviou uma sequência de controle para a câmera para acompanhar o estágio de subida do Módulo Lunar automaticamente.

Na Apollo 15, um problema no sistema de controle da câmera impediu uma filmagem completa da decolagem.

Na Apollo 16, os astronautas estacionaram o rover muito perto do Módulo Lunar, fazendo com que o estágio de subida saísse rapidamente do quadro.

Na Apollo 17, a última missão do programa, tudo deu certo e os últimos momentos da humanidade na Lua foram gravados.

A presença dos rovers nas 3 últimas missões trouxe um caráter muito mais científico e exploratório para o Programa Apollo já que o Módulo Lunar precisava pousar em áreas longe de crateras e grandes relevos, dificultando bastante o acesso a estes lugares.

Ter veículos permitiu que os astronautas tivessem uma gama muito maior de equipamentos e aumentou consideravelmente a quantidade de amostras de solo lunar trazidas para a Terra.

Os 3 primeiros pousos trouxeram uma massa combinada de 98 kg.

Os 3 últimos, com os rovers, trouxeram uma massa combinada de 282.3 kg de uma variedade muito maior de lugares.

Essas amostras foram cruciais para o aumento da nossa compreensão da Lua.

Os rovers permanecem até hoje onde foram deixados e alguns aspectos de seu design continuam servindo como inspiração para missões atuais e missões futuras.

É isso e até a próxima!"


Como os Lunar Roving Vehicles chegaram na Lua? How did the Lunar Roving Vehicles get to the Moon? ¿Cómo llegaron a la Luna los Vehículos Lunares Itinerantes? Comment les Lunar Roving Vehicles sont-ils arrivés sur la Lune ? 月周回車はどのようにして月に到着したのか? Как луноходы попали на Луну?

. [Como os Lunar Roving Vehicles chegaram na Lua?] "Os primeiros passos na Lua foram o grande marco do programa espacial americano, mas não levaram os astronautas a mais do que algumas dezenas de metros do Módulo Lunar.

Cerca de 20 kg de pedras e solo lunar foram trazidos para a Terra à bordo da Apollo 11.

Se os americanos quisessem não só plantar uma bandeira e clamar o troféu da Corrida Espacial, mas também explorar a superfície lunar e fazer ciência, eles precisariam de um modo mais eficiente de deslocamento.

A solução encontrada pela NASA foi o Lunar Roving Vehicle.

Mas, como eles funcionavam e como eles chegaram na Lua? Os estudos e discussões sobre as possibilidades de veículos lunares já eram feitos pela NASA desde o começo da década de 60.

Esse aqui, por exemplo, propunha um perfil de missão de 14 dias baseado em 2 lançamentos diferentes.

O primeiro colocaria uma espécie de base lunar na superfície da Lua.

Seria um laboratório/abrigo com um pequeno veículo para apenas um ocupante, chamado de Lunar Traversing Vehicle, ou LTV.

Depois de pousar, o rover seria colocado na superfície com um mecanismo de soltura.

E depois de alguns testes serem feitos e dados serem enviados para o controle de missão, tanto o abrigo quanto o veículo entrariam em stand-by por um período de até 180 dias.

Só então astronautas seriam enviados para a Lua em uma configuração similar à que realmente aconteceu.

Depois de pousar próximo ao abrigo, o LTV seria comandado remotamente com a ajuda de câmeras de TV até a Módulo Lunar.

Ele então transportaria cada um dos astronautas até o abrigo.

A missão poderia se estender por até 14 dias.

Os astronautas viveriam dentro do abrigo e fariam suas atividades com a ajuda do LTV.

Depois do término da missão, o LTV os levaria para o Módulo Lunar e eles voltariam para a Terra.

Outros projetos envolviam o uso de veículos pressurizados, como o Mobility Laboratory, o MOLAB, mas que também precisariam de um lançamento extra, aumentando absurdamente o custo das missões.

Várias empresas fizeram estudos sobre o assunto, como a Grumman, Boeing, General Motors e Bendix.

Por conta do custo, os projetos que visavam 2 lançamentos foram cortados. Debido a los costes, se redujeron los proyectos destinados a 2 lanzamientos.

Qualquer veículo enviado para a superfície da Lua teria que ser incluído no mesmo lançamento dos astronautas.

Depois que a NASA já havia desistido de colocar carros na Lua, engenheiros da GM que já haviam trabalhado em projetos anteriores, continuaram trabalhando em um design novo que pudesse ser lançado junto com os astronautas.

Eles descobriram que o Módulo Lunar possuía um espaço vazio do lado de fora.

O compartimento tinha um pouco mais de 1 metro e meio de largura e altura tinha um formato triangular.

Bastante pequeno para encaixar um veículo inteiro.

Ferenc Pavlics, um engenheiro mecânico húngaro refugiado nos Estados Unidos trabalhou em projeto de veículo dobrável que pudesse se encaixar ali.

O chassi desse projeto se dividia em 3 partes: a parte central, a parte frontal e parte de trás.

Ele se dobrava sobre si mesmo e a suspensão retraía as rodas.

E com um modelo com escala de 1 pra 6 que contava com um GI Joe astronauta, ele e um outro engenheiro chamado Sam Romano, apresentaram o design para Wernher Von Braun e outros engenheiros.

A ideia chamou atenção suficiente e a NASA se abriu para receber propostas de design.

A organização pediu para que empresas como a Boeing, Bendix, Grumman e Chrysler apresentassem propostas de veículos.

E em 28 de Outubro de 1969, alguns meses depois do primeiro pouso na Lua, esse design da GM com a Boeing ganhou o contrato.

Todo o projeto foi desenvolvido, testado e construído em apenas 17 de meses.

Depois de pousar e os astronautas saírem do Módulo Lunar, o Rover precisava ser solto na superfície.

Isso era feito em partes.

A parte da frente do chassi era desdobrada primeiro e as rodas da frente eram descidas.

Depois, a parte de trás era desdobrada e as rodas de trás eram descidas.

Tudo isso era feito com um sistema de cabos e mecanismos de soltura com molas, que facilitavam o trabalho.

O Lunar Roving Vehicle tinha uma massa de 210 kg e podia carregar até 490 kg, incluindo os astronautas.

Seu comprimento era de cerca de 3 metros e tinha 1,1 metros de altura.

Sua estrutura era feita com uma liga de alumínio e ele era movido por duas baterias de prata e zinco não-recarregáveis, que proviam energia para 4 motores independentes em cada uma das rodas.

Tanto a suspensão traseira quanto a suspensão dianteira podiam controlar a direção, o que oferecia mais manobrabilidade e redundância.

As rodas foram um ponto crucial de desenvolvimento.

Materiais normalmente utilizados em pneus, como borracha, não suportariam as condições da Lua.

Os engenheiros precisaram desenvolver um sistema de rodas totalmente feitas de metal.

O interior dela era feito de alumínio, que era coberto por uma espécie de malha de aço revestido com zinco.

E na superfície de contato com o chão, várias placas de titânio proviam a tração necessária.

Uma “segunda” roda interna, feita também de titânio, absorvia os impactos mais severos que a malha não conseguisse.

O veículo era controlado por um joystick em um console central e a navegação era realizada através de um sistema que gravava continuamente a direção e distância percorrida com um giroscópio direcional e hodômetros, que enviavam estes dados para um computador.

Estes dados permitem a plotagem do caminho realizado pelos astronautas, como podemos ver nestas imagens. Estos datos permiten trazar la trayectoria seguida por los astronautas, como podemos ver en estas imágenes.

3 rovers foram utilizados nas missões Apollo 15, 16 e 17.

A Apollo 15 cobriu a distância total de um pouco mais de 27 quilômetros.

A Apollo 16 cobriu cerca de 26 km e a Apollo 17 cerca de 35 km.

A máxima distância do Módulo Lunar alcançada pelos astronautas foi de 7.6 km, durante a Apollo 17.

O limite operacional do Rover era chamado de Walkback Limit, ou seja, a máxima distância possível para que ainda fosse possível caminhar de volta ao Módulo Lunar caso o rover apresentasse problemas.

E para ficar de olho nos astronautas quando eles estivessem distantes do Módulo Lunar, o Rover também contava com uma câmera de TV colorida com uma resolução comparável a uma imagem digital com mais ou menos 320 por 200 pixels, que podia ser operada remotamente pelo Controle da Missão.

Os 3 rovers foram deixados na Lua, assim como vários outros equipamentos.

E essa câmera permitiu que a NASA filmasse o estágio de subida do Módulo Lunar durante a decolagem.

Com a ajuda de cálculos bastante precisos, o Centro de Controle da Missão enviou uma sequência de controle para a câmera para acompanhar o estágio de subida do Módulo Lunar automaticamente.

Na Apollo 15, um problema no sistema de controle da câmera impediu uma filmagem completa da decolagem.

Na Apollo 16, os astronautas estacionaram o rover muito perto do Módulo Lunar, fazendo com que o estágio de subida saísse rapidamente do quadro.

Na Apollo 17, a última missão do programa, tudo deu certo e os últimos momentos da humanidade na Lua foram gravados.

A presença dos rovers nas 3 últimas missões trouxe um caráter muito mais científico e exploratório para o Programa Apollo já que o Módulo Lunar precisava pousar em áreas longe de crateras e grandes relevos, dificultando bastante o acesso a estes lugares.

Ter veículos permitiu que os astronautas tivessem uma gama muito maior de equipamentos e aumentou consideravelmente a quantidade de amostras de solo lunar trazidas para a Terra.

Os 3 primeiros pousos trouxeram uma massa combinada de 98 kg.

Os 3 últimos, com os rovers, trouxeram uma massa combinada de 282.3 kg de uma variedade muito maior de lugares.

Essas amostras foram cruciais para o aumento da nossa compreensão da Lua.

Os rovers permanecem até hoje onde foram deixados e alguns aspectos de seu design continuam servindo como inspiração para missões atuais e missões futuras.

É isso e até a próxima!"