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Gloss Brazilian Portuguese Level 2, Força de Pacificação do Complexo da Maré

Força de Pacificação do Complexo da Maré

O Exército passará hoje (30) o comando da Força de Pacificação do Complexo da Maré, zona norte do Rio, à Polícia Militar (PM) do estado. Os militares atuam na comunidade há um ano e três meses, período em que foram investidos R$ 560 milhões. Na época, o governo do Rio solicitou ao governo federal apoio militar para conter facções criminosas e contribuir para a diminuição da violência e do poder do tráfico de drogas na região, onde vivem mais de 140 mil pessoas.

Os militares atuaram em 15 comunidades do Complexo. O convênio foi estendido duas vezes. A substituição gradativa das Forças federais pela Polícia Militar começou há alguns meses. Serão criadas quatro bases da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Maré. As primeiras comunidades a serem entregues à PM do Rio foram Roquete Pinto, Praia de Ramos, Parque União, Rubens Vaz e Nova Holanda.

Entidades de direitos humanos e moradores, no entanto, afirmam que a ocupação foi um fracasso. Para o diretor da organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) Observatório de Favelas, Jaílson de Souza e Silva, as Forças Armadas saem deixando o território como encontraram.

“Foi um investimento imenso e não teve nenhuma função. A venda ostensiva de drogas continua, o uso de armas nas partes internas das comunidades, guerras entre duas facções continuam sendo travadas”, afirmou Jailson. Ele acrescentou que a realidade na Maré não foi alterada com a presença dos militares. Para o ativista, é necessário mudar a lógica de intervenções para o controle do território sem a participação dos moradores. Jailson trabalha na Maré com a implementação de políticas públicas e inclusão social há mais de 15 anos.

O uso de arames, sacos de areia e tanques nas comunidades foi criticado pelo diretor da OSCIP. “Um tanque para patrulhar o cotidiano da favela é pouco inteligente e essa lógica de intimidação gerou muita tensão e conflitos.”

Desde que as Forças Armadas assumiram o comando da Força de Pacificação no local, 24 pessoas morreram na área ocupada, vítimas de confrontos armados desde abril do ano passado. Os tiroteios e o fechamento de escolas devido à violência também continuaram.

Um militar morreu e 27 ficaram feridos em ações operacionais. Moradores denunciaram abusos cometidos por integrantes da Força de Pacificação, mas o Exército negou ter cometido qualquer violação. Na semana passada, um morador morreu com um tiro no pescoço. O autor do disparo não foi identificado.


Força de Pacificação do Complexo da Maré

O Exército passará hoje (30) o comando da Força de Pacificação do Complexo da Maré, zona norte do Rio, à Polícia Militar (PM) do estado. Os militares atuam na comunidade há um ano e três meses, período em que foram investidos R$ 560 milhões. Na época, o governo do Rio solicitou ao governo federal apoio militar para conter facções criminosas e contribuir para a diminuição da violência e do poder do tráfico de drogas na região, onde vivem mais de 140 mil pessoas.

Os militares atuaram em 15 comunidades do Complexo. O convênio foi estendido duas vezes. A substituição gradativa das Forças federais pela Polícia Militar começou há alguns meses. Serão criadas quatro bases da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Maré. As primeiras comunidades a serem entregues à PM do Rio foram Roquete Pinto, Praia de Ramos, Parque União, Rubens Vaz e Nova Holanda.

Entidades de direitos humanos e moradores, no entanto, afirmam que a ocupação foi um fracasso. Para o diretor da organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) Observatório de Favelas, Jaílson de Souza e Silva, as Forças Armadas saem deixando o território como encontraram.

“Foi um investimento imenso e não teve nenhuma função. A venda ostensiva de drogas continua, o uso de armas nas partes internas das comunidades, guerras entre duas facções continuam sendo travadas”, afirmou Jailson. Ele acrescentou que a realidade na Maré não foi alterada com a presença dos militares. Para o ativista, é necessário mudar a lógica de intervenções para o controle do território sem a participação dos moradores. Jailson trabalha na Maré com a implementação de políticas públicas e inclusão social há mais de 15 anos.

O uso de arames, sacos de areia e tanques nas comunidades foi criticado pelo diretor da OSCIP. “Um tanque para patrulhar o cotidiano da favela é pouco inteligente e essa lógica de intimidação gerou muita tensão e conflitos.”

Desde que as Forças Armadas assumiram o comando da Força de Pacificação no local, 24 pessoas morreram na área ocupada, vítimas de confrontos armados desde abril do ano passado. Os tiroteios e o fechamento de escolas devido à violência também continuaram.

Um militar morreu e 27 ficaram feridos em ações operacionais. Moradores denunciaram abusos cometidos por integrantes da Força de Pacificação, mas o Exército negou ter cometido qualquer violação. Na semana passada, um morador morreu com um tiro no pescoço. O autor do disparo não foi identificado.