MERCHAN DE ÉPOCA
-Faça o seu que eu faço o meu! -Então faz o seu...
Gente, gente, atenção aqui, notícia boa!
Opa!
Multilaser tá com uma campanha forte,
tá cheio de produtos aí
e querem fazer um merchan com a gente na novela das seis.
-Vamos lá, vamos pensar? -Vamos nessa.
Mas não era uma novela de época?
Isso. Descobrimento. Assisti a um capítulo ontem.
Inclusive já reparei que tinha um merchan ali de urucum,
então agora a gente precisa pensar
como vai botar a Multilaser nessa novela. Vamos lá, gente.
Então, mas aí eu acho que é complicado
porque a Multilaser é uma empresa de tecnologia, né?
Mas aqui, Décio, na minha agência,
a gente não arrega pra desafio, não. Vamos lá?
Vamos lá, gente, vamos lá!
É porque, assim, chefe, desculpa estar falando isso,
mas é porque a novela, ela se passa em 1500,
então, em 1500 não existia nem máquina de escrever.
-Quem dirá notebook, né? -Não tem só notebook, não!
Tem notebook, tem telefone celular, tem secador de cabelo,
tem panela de pressão!
Vamos pensar como é que a gente insere isso na trama, gente! Vai!
Não, mas é que justamente por isso,
será que não fica um pouco forçado?
-Sabe o que não é forçado, Elaine? -Ahn?
Aqueles dois Leões de Cannes que estão olhando pra mim ali, agora.
Eu já botei Chiquititas pra anunciar barbeador!
Vamos pensar fora da caixa, minha gente? Vai!
-Eu tive uma ideia aqui! -Hum?
Veio agora, assim. De repente a carta de Pero Vaz
pode ser um caminho para inserir esse merchan aí.
Eu pensei na seguinte frase, assim, olha:
"Nessa terra onde tudo que se planta dá,
o povo aqui é muito criativo.
Nesse ritmo o Brasil já, já inventa
as telas Full HD super rápidas,
que a Multilaser vende a preços ótimos."
Essa veio de uma vez na minha cabeça,
-eu acho que isso pode ser bom. -Tem coisa aí...
Vamos guardar,
-porque tem coisa aí. -Pelo amor de Deus,
não tem nem lógica isso.
Não existia nem o Brasil naquela época, era tudo mato aqui!
Elaine, você está sempre problematizando tudo...
Não, mas é que é!
Isso aqui não é sua página do Facebook, não!
Quer escrever textão agora?
É dramaturgia, licença poética!
Eu pensei uma outra coisa aqui!
Antes de você falar, já veio uma coisa na minha cabeça.
Raciocínio rápido. Eu pensei no deus deles, o...
-o... sei lá, o Tupã, de repente. -Tupã.
Aí ele aparece na mata, na frente dos índios.
Aí ele fala assim, ó: "Olha aqui!
Eu vim distribuir pendrives e sanduicheiras para vocês!"
E bum! E aparece, toma sanduicheira.
E os índios tudo fazendo pão na chapa: "É queijo quente, é presunto!"
-Pô, podia ser o Lima Duarte, hein? -Pode!
Vamos de Lima! Aí.
Sim, desculpa, mas é que não faz sentido.
Ah, está demais... Ele é um deus, meu amor.
Deixa eu te explicar uma coisa...
Se ele quiser, ele tira do cu da onça um tablet
-e continua distribuindo. -Gosto de cu.
Gosto de onça e gosto mais ainda de cu de onça!
Vamos manter a história do cu da onça, aí,
que isso vai virar o merchan da Luisa Mell também.
-Anota aí. -Fica com você essa aí, Décio?
-Joga pra mim! -Cu de onça com Décio.
Próxima demanda: a gente tem uma marca de gin
querendo anunciar no Bom Dia & Cia. De repente a gente traz até o Yudi de volta.
Peri?
Peri, é você?
Ceci, meu amor!
Ceci! Ceci, meu amor!
Meu amor! Eu queria tanto levar o seu sorriso comigo...
Não seja por isso!
Nossa, essa câmera te deixa tão mais viril e belo!
A sua tribo que inventou essa ferramenta?
Não, esse smartphone foi feito pela Multilaser.
Eles têm produtos ótimos, como notebooks, telas Full HD,
drones e muito mais! Tudo a um ótimo preço!
Nossa, muito melhor do que pau-brasil!
Não exagera, amor!
Ceci! Tive um sonho muito esquisito,
Eu sonhei com coisas que não existem,
mas que quando elas existirem vão ser fabricadas pela Multilaser...