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Foro de Teresina - Podcast (*Generated Transcript*), #258: Balão vai, balão cai - Part 2

#258: Balão vai, balão cai - Part 2

Zanin na Sabatina. O Moro, de quem se esperava, um enfrentamento, uma postura contundente,

pediu escusas por fazer perguntas para o Zanin.

Tá mimitando. Eu queria pedir escusas. O Moro tá mimitando.

Disse pra ele, não, não é nenhuma pegadinha, fica à vontade pra não responder se não

tiver como responder. Ainda usou uma mentira, uma fake news de internet pra fazer uma pergunta,

que foi a que mais repercutiu de todo o questionamento do Moro, que foi se o Zanin

era padrinho do casamento do Lula com a Janja, e o Zanin disse, não, não sou.

Aí isso se resumiu esse então aguardado enfrentamento.

Depois tivemos Damaris Alves, a senadora do DF, bolsonarista, que tem seus princípios

e que ia constranger o Zanin. Repetiu suas obsessões sobre estupros de

menores e que tais. Falou super na boa com o Zanin, vou te visitar muitas vezes no seu

gabinete. E aproveitou, basicamente aproveitou o holofote pra falar com o público dela e

questionar o Zanin mesmo, ela não questionou. Aí Magno Malta, o outro senador bolsonarista,

desenhou, né, que ninguém lá queria briga com o Zanin. O senhor ficará eternamente no cargo,

vai julgar todo mundo. Explicou o motivo também, né, de tanta cortesia. Falou que não vai matar lá,

vai matar galhadas e aí partiu pro puxa saquismo. Veio de Magno Malta as seguintes declarações.

Que os patriotas presos por causa do 8 de janeiro, se tivessem o Zanin como advogado,

eles não estariam mais presos. E que o que ele tava fazendo ali não era uma pergunta,

e sim uma consulta a um advogado. E aí tava um ambiente totalmente...

Foi o samba do Zanin, né, Thaís, como você falou.

Foi a roda de samba. E foi mesmo, porque o ambiente tava totalmente descontraído.

O Flávio Bolsonaro fazendo piada com o Jax Wagner, que é o mais lulista dos senadores,

chamando ele o senhor guarda-costas, Jax Wagner. Aí o outro senador, o Everton,

fazendo piada com o nome do livro do Zanin, que é L'Aufere. Aí ele falando que não sabia pronunciar

em inglês e que quando o título do livro é em inglês o povo não entende nada, chamando de L'Aufare.

E o Flávio Bolsonaro dando gargalhadas, enfim. Foi uma roda de samba mesmo.

Com todo o respeito ao samba.

Exato.

E enfim, sem falar na base governista, o Renan Calheiros, que tá totalmente desmobilizado

no apoio ao governo na CPI, por exemplo, do 8 de janeiro, tava lá falando que o Senado fazia história,

pintou o Zanin como herói, porque o Renan foi muito influente nos primeiros dois mandatos do Lula

na indicação de ministro do Supremo, ele não vai querer menos do que isso agora.

Mas por quê e como que o Zanin conseguiu criar esse ambiente pra ele?

Por que a oposição também nessas horas anda junto?

Primeiro teve uma tática do Zanin de usar aliados pra facilitar o contato com os senadores da oposição,

que é algo que o governo pode muito bem fazer também nas votações econômicas e nas votações delicadas.

Então, por exemplo, ele levou o Bruno Araújo, ex-presidente do PSDB,

pra falar com alguns senadores tucanos e facilitar a conversa,

porque a fama do Zanin é o advogado pessoal do Lula.

Ele foi advogado pessoal do Marconi Perillo, que também foi presidente do PSDB,

foi governador de Goiás, senador, e de aliados do Marconi Perillo em Goiás,

sempre usando a tese bem-sucedida da Lava Jato de desabonar o procurador, a acusação.

E no caso do Marconi Perillo, ele desabonou um procurador que se filiou ao PSOL pra ser candidato.

Então não tem coloração político-partidária nenhuma, não tem ideologia nessas votações.

E isso é uma aula, um aprendizado ou apenas mais uma demonstração pro governo

de como que tem que fazer quando quer aprovar alguma coisa.

Atingir os senadores e os deputados naquilo que interessa a eles.

Mas eu acho aí, Thaís, que é justamente o motivo da indicação do Zanin pelo Lula.

Não é por ele ter sido, é pelo que ele vai fazer ainda.

Ele foi aprovado com mais votos do que a maioria dos ministros que está lá no Supremo.

É bom deixar claro.

Porque todo mundo, como diz o Magno Malta, corre o risco de ser julgado por ele.

Então, pensando no futuro, não é pensando no passado.

É que o André Mendonça também era o futuro e não teve esse tratamento, né?

Eu acho que as duas coisas, mas faz todo sentido.

Pelo que a gente viu ali, ele foi com aquele shape ali, aquele óculos, aquele cabelo gomalina.

Nunca vi um cara com esse visual ser progressista em alguma coisa, vamos ver.

Tô fazendo aqui uma piada quase, uma blague, mas falando sério ao mesmo tempo.

Quem chamou atenção na transmissão da Globo News foi a Flávia Oliveira.

Ele vai, não temos aí um perfil de ministro progressista.

Nenhuma questão, ele enfrentou, sempre saiu pela tangente, sempre sob o argumento de que

não poderia se antecipar caso fosse julgar, etc.

Vamos ter aí um cara mais próximo de dar mares alves do que gostaríamos.

Bom, começamos falando de economia, terminamos falando do cabelo do Zanin, mas é assim que é o foro.

Bom, encerramos o segundo bloco, vamos direto para o Número da Semana, diretora.

Fernando, o Número da Semana é 42%.

Apesar de todos os avanços, as mulheres ainda estão subrepresentadas nos postos mais altos da pesquisa científica brasileira.

Elas são 55% no mestrado e 53% no doutorado, mas só 42% no corpo docente.

O Igualdades dessa semana fala das mulheres na ciência no Brasil a partir de dados da Capes e do CNPq.

Dados que, por sua vez, foram analisados pelo Parenting Science e o grupo de estudos multidisciplinares da ação afirmativa do IESP e o ERJ.

O Igualdades é assinado pela Renata Buono e pela Amanda Gorziza, que fez uma reportagem na Piauí sobre a dificuldade das mães bolsistas se manterem na área acadêmica.

Uma vez eu participei de um debate com a Etel Maciel, que agora é secretária do Ministério da Saúde, mas que é professora titular da Federal do Espírito Santo, quase foi reitora lá, enfim.

E ela tem muitos dados sobre isso, sobre como as pesquisadoras acabam não conseguindo ir até o fim das suas pesquisas pela falta de apoio para seguir com a atividade acadêmica

depois de se tornarem mães ou com o passar dos anos. E na base, no começo da carreira acadêmica, tem muito mais mulher.

E aí quando vai chegando, vai subindo, vai diminuindo pela dificuldade de perseverança dada a vida que as mulheres levam no país.

Eu tenho um dado impressionante aqui, que a cada 100 bolsistas do CNPq, 65 são homens e só 35 são mulheres. E no nível 1A, que é o mais alto, é 73 a 27.

Vamos ver se a Luciana Santos, que é a ministra de ciência e tecnologia, e a Mercedes Bustamante, presidente da Capes, conseguem fazer a diferença.

E o que vale para a carreira acadêmica, vale para tudo. É uma estrutura social que desfavorece as mulheres.

Bom, vamos encerrando o número da semana. Já voltamos para falar de violência e do encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Oi gente, quem está falando aqui é uma pessoa que vocês só conhecem dos créditos do Foro de Terezina.

Eu sou a Evelyn Argenta e sou eu que edito os episódios do programa. Mas eu estou aqui para te convidar para ouvir o podcast semanal da Rádio Novelo.

O Rádio Novelo apresenta dessa semana, porque esse episódio está cheio de easter eggs para os ouvintes do Foro.

Para começar, tem uma história que eu conto sobre uma beata, sem a qual o padre Cícero jamais teria tido a fama que ele tem.

E também tem uma história de um erro jornalístico que está mais para um ato falho psicanalítico.

Essa história quem conta é a Paula Escarpim, que já foi diretora aqui do Foro e tem a participação especialíssima de um dos apresentadores aqui do nosso podcast de política favorito.

Não falta razão para escutar, né? Procura lá o episódio Que Conste dos Altos do Rádio Novelo Apresenta.

Já está no ar em todos os aplicativos de podcast.

Muito bem, voltamos. Vamos falar de violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que como eu disse na abertura, Thais, se realiza na região norte do país.

Esse ano se realizou lá e tem a Amazônia como foco, né?

A gente costuma associar a questão ambiental só à região, mas a violência há muito é um problema sério e que vem se agravando.

Sim, e o Brasil tem um dilema em relação a isso, para dizer o mínimo, porque de um lado o governo Lula sabe que a Amazônia é o seu principal ativo nas relações internacionais.

Lula fez gestão e Belém vai sediar a COP30 em 2025 e o meio ambiente é central na pauta do país nas relações multilaterais.

Mas do outro lado, a Amazônia sofre de uma ausência estatal que é letal nos índices de violência e gera um ciclo vicioso de mais violência e mais crime.

Eu conversei com o Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que me contou um pouco do ambiente desse encontro e da fome de debate e de diálogo dos participantes.

Ele percebeu uma voracidade das pessoas para trocar mesmo com aquelas das quais discordam, porque o debate estava interditado nos últimos anos.

E é a primeira vez nas 17 edições que tinham representantes dos 27 estados e do DF. 52% dos inscritos são policiais.

Os policiais têm reclamações muito recorrentes, eu vou chegar a isso mais pra frente, mas eu acho curioso.

Um episódio sobre o encontro do Fórum dá o tom do que é a Amazônia e por que é um lugar tão central nesse debate.

A Silvana Marubo, que é uma liderança indígena do Vale do Javari, foi convidada para participar de uma das mesas e saiu lá do Vale do Javari no sábado.

E ela teria que chegar em Belém, o voo dela foi cancelado duas vezes e ela acabou chegando em Belém só na quarta-feira à tarde.

Então é uma viagem muito longa, ela ficou quatro dias em Tabatinga sem saber o que fazer.

Tudo na Amazônia, a bandeirada é mil quilômetros, então tem dificuldades de locomoção e mil quilômetros que você não percorre numa estrada asfaltada.

Tudo tem uma dimensão e uma complexidade maior, esse episódio ilustra um pouco disso.

A Amazônia faz fronteira com o Peru, a Bolívia e a Colômbia, que são dos maiores produtores de cocaína do mundo.

E o Renato lembra, menciona que só a cocaína que circula no Brasil equivale a 4% do PIB brasileiro, são 330 e poucos bilhões de reais.

E a segurança pública gasta menos de um terço disso na soma dos investimentos dos estados, municípios e União.

E essa cocaína que circula, 40% desse dinheiro é na Amazônia, de todo o país.

Na Amazônia estão 22 facções, inclusive internacionais, não só brasileiras.

E a disputa entre o PCC, Primeiro Comando da Capital, e o Comando Vermelho lá na região é um dos principais motivos desse aumento da violência.

Na contramão de diversos índices que no Brasil vem diminuindo.

E o problema, como nota o Renato Sérgio de Lima, não é estritamente de segurança pública.

Tem um problema em cascata, porque o dinheiro que o tráfico faz circular, gera emprego, renda, financia poder político,

portanto elege seus representantes, prefeitos, vereadores, deputados.

Isso vai criando uma economia própria do crime, um ecossistema próprio do crime, que deixa o estado à margem.

E o estado, quando tem que atuar, acaba na verdade reforçando o ciclo vicioso.

A população prisional da Amazônia é 50% maior que a média dos outros estados do país.

Só que as condições dos presídios favorecem a cooptação dos presidiários pelo crime,

porque os presídios não oferecem o mínimo, então a facção oferece uma alimentação um pouco melhor,

às vezes até acesso a telefone celular dentro da cadeia.

E aí, com essas regalias, entre aspas, o presidiário acaba sendo associado à facção,

tornando o combate às facções e ao crime muito mais complexo pelo estado.

Em termos absolutos, as grandes cidades sempre têm as maiores taxas de mortalidade,

mas em termos proporcionais, tem cidades na Amazônia com taxa de mortalidade acima de 100 por 100 mil,

quando a média brasileira é 22.

Os agentes, que seriam quem deveriam estar mais empenhados no combate ao crime,

estão entrando em depressão, muitas vezes se suicidando, ansiosos e frustrados, que são os policiais.

A principal reclamação deles, segundo o Renato Sérgio de Lima, é das condições de trabalho e o excesso,

as jornadas desumanas, o assédio no espaço de trabalho, o número de suicídio dos policiais que vem aumentando.

Então tem um sentimento que ficou muito claro, por isso eu citei que 52% dos inscritos no encontro são policiais,

um sentimento de que eles estão abandonados à própria sorte,

num momento em que eles deveriam estar minimamente motivados e com condições para fazer o que o Brasil precisa

para fazer da Amazônia a potência e não esse ponto de contradição quase inconciliável entre o que se quer e o que se é.

Muito bem. José Roberto de Toledo, você tem uma história boa para contar que vai, acho que,

ornar, como se diz na Grande Matão, como que disse a Thaís.

Orna-se. Em 15 de junho de 2016, aconteceu um assassinato famoso. O rei da fronteira, Jorge Rafa,

que morava do lado paraguaio da fronteira entre Ponta Porã, no Brasil, e Pedro Juan Cabaleiro, no Paraguai,

ele era uma espécie de atacadista do tráfico de cocaína na região.

Ele comprava cocaína da Colômbia, da Bolívia, do Peru e revendia para as facções criminosas brasileiras sem discriminação.

Ele vendia para todo mundo e por isso era considerado o rei da fronteira.

Ele andava sempre em comboio com carros blindados e ele próprio usava um Humvee,

que é aquele veículo que você só vê em filme americano, que é adaptado do exército, blindado.

Pois o PCC resolveu que era hora de deixar o reino e organizou um assassinato cinematográfico nesse dia 15 de junho de 2016.

Colocou uma metralhadora ponto 50, que é uma metralhadora que você também só vê em filme americano,

porque ela precisa de um tripé para ser operada e é usada para abater aeronaves, e colocou isso na traseira de um SUV, né?

E no final da tarde, começo da noite do dia 15 de junho de 2016, organizou um assassinato que previa fechar as ruas de Pedro Juan Cabaleiro no trajeto que o Jorge Rafa fazia

para que essa metralhadora ponto 50 fosse usada contra o carro dele e foi o que foi feito.

E o Jorge Rafa foi assassinado de uma maneira brutal, poucas vezes vistas mesmo no cinema.

Isso mudou toda a geopolítica da droga no Brasil, porque o PCC passou a ter quase monopólio do tráfico de drogas na fronteira seca do Brasil com o Paraguai

e obrigou as outras facções criminosas brasileiras, por exemplo, o Comando Vermelho, a buscar uma nova rota para trazer a cocaína

para abastecer as suas rotas internacionais de narcotráfico e de consumo interno, né?

E foi isso que fez a rota dos Solimões, a rota do Rio Amazonas, crescer em importância e foi aí também que aumentou a criminalidade na Amazônia

porque houve um conflito crescente com o próprio PCC que também já agia na região.

Os números, eles são muito, muito impressionantes.

Pelos cálculos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, se cocaína pagasse imposto, ela geraria uma arrecadação maior do que o pré-sal no Brasil.

Por quê? Basicamente o número é o seguinte, a produção mundial de cocaína é estimada pelas Nações Unidas em 2 mil toneladas por ano.

E os delegados da Polícia Federal que combatem o narcotráfico estimam que metade disso passa pelo Brasil, sai pela rota dos Solimões.

Não é à toa que existe uma frota. Mil toneladas. Sabe o que é mil toneladas de cocaína?

Só em submersível você consegue fazer esse transporte, entendeu? E é literalmente em submersível mesmo.

Só que os submersíveis do narcotráfico não afundam como os dos bilionários lá nos Estados Unidos.

Eles vão até a Europa. Ninguém sabe exatamente a rota, mas com certeza eles partem no mínimo da foz do Amazonas, talvez ao longo do percurso do rio também.

Então a droga sai lá da fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, Tabatinga, perto do Vale do Javari.

Letícia de um lado da fronteira, Tabatinga do lado brasileiro. Sai dali, percorre todo o rio Solimões e Amazonas,

é embarcada nesses submersíveis em algum ponto do caminho e vai até a Europa, debaixo d'água.

E é uma frota disso, não é um submersível não, é a frota de submersíveis.

Então, mil toneladas por ano sendo traficadas ao longo do território brasileiro.

E com uma participação crescente da Amazônia nesse percentual por conta desse assassinato do Jorge Rafala em 15 de junho de 2016.

Significa um movimento de dinheiro na faixa aí de pelo menos uns 150 bilhões, 150 bilhões de reais na Amazônia.

E esse dinheiro precisa ser lavado. Como que ele vai ser lavado?

Ele vai ser lavado nos narco-garimpos, ou seja, é muito fácil, dada a fraqueza, a fragilidade da legislação brasileira no controle do ouro,

você usar o dinheiro do narcotráfico para comprar ouro em garimpo.

Não é à toa que o PCC financia os garimpos dentro da terra Yanomami, em Roraima.

É para lavar o dinheiro do narcotráfico.

Não é à toa que o crime organizado financia a pesca ilegal de pirarucu no Vale do Javarique,

em último caso foi a razão da morte do Dom e do Bruno.

Não é à toa que eles financiam o desmatamento para contrabandear madeira para os Estados Unidos.

Não é à toa que eles exploram todo tipo de serviço na região e fazem lavagem de dinheiro com pecuária.

Então, o boi, o ouro, a madeira ilegal, a pesca ilegal do pirarucu, está tudo isso conectado, de alguma maneira, com o assassinato do Jorge Rafa, lá em 2016.

É óbvio, quando você olha o mapa dos assassinatos no Brasil, que eles se concentram nessas regiões de avanço da fronteira agrícola ou pecuária, em cima da Amazônia.

Lá em 2010, 2011, eu fiz uma reportagem junto com o Daniel Bramacho, no Estadão,

mostrando que o polígono da violência no Brasil tinha se deslocado do Sudeste para o Nordeste e depois para a Amazônia.

São municípios do Pará, de áreas que já estão devastadas, região de Marabá, por exemplo, ou que estão sob forte pressão do desmatamento.

É aí que as taxas de homicídio são as mais altas do país, porque é onde o crime organizado está chegando e você tem todo tipo de conflito.

Não só por causa do narcotráfico, por causa da ocupação de terras, por causa da invasão de terras indígenas ou de áreas de preservação,

mas também porque o crime comum fica tão desorganizado na sociedade que todo tipo de crime e assassinato se multiplica.

Então, é um objeto extremamente complicado, que envolve uma quantidade de dinheiro muitas vezes maior do que o poder público dispõe,

e isso acaba se refletindo num desequilíbrio de forças que é inacreditável.

Então, você pega o número de embarcações que a polícia civil tem na Amazônia inteira.

A Amazônia é essa área gigantesca que a Thais, na historinha dela, contou como é difícil você se deslocar.

Sabe quantos helicópteros a polícia, todas as polícias dos estados amazônicos, dispõem para enfrentar o narcotráfico?

Dois, dois helicópteros. Aviões.

O narcotráfico tem dois helicópteros por pessoa.

Imagina, eles têm ponte aérea de helicóptero. Aviões, tem quatro. Embarcações, tem mais, mas é muito mal distribuído.

Na Roraima, a polícia militar tem seis e a polícia civil tem um.

Mas exatamente por ter mais embarcação é que o tráfico começou a ser feito por via aérea, porque eles escaparam.

Exatamente. Então, assim, a gente está engatinhando no combate ao crime na Amazônia.

O exército, as forças armadas, podiam fazer muito mais do que fazem.

Fazem um pouco, mas muito menos do que poderiam fazer.

E o inimigo não é externo, o inimigo é interno.

As facções criminosas são brasileiras, não são estrangeiras, entendeu? Não é o Pablo Escobar.

Esse é o real inimigo que está financiando a devastação da Amazônia.

E a Amazônia, vamos lembrar, é quem traz, bombeia a água do solo e dos ventos que vêm do oceano

e trazem para a região sul-sudeste, que se não fosse a Amazônia, provavelmente seria um deserto.

Então, se você devasta a Amazônia, vai faltar água nas plantações de cana e de soja do centro-oeste e do sudeste brasileiro.

É do interesse do agronegócio combater o crime organizado na Amazônia.

Problema monumental, né?

Semana passada, mesmo dia que foi assassinado Jorge Rafa, 15 de junho,

foi assassinado em Pedro Juan Cabaleiro, na mesma cidade, o aguacate,

que é a versão espanhola de abacate, mais conhecido por Márcio Sanches, que é o nome dele,

que vinha a ser um guarda-costas do Rafa, que estava trabalhando para o Minotauro,

que é um narcotraficante que está preso, mas que é membro do PCC, que é muito forte na fronteira.

Aparentemente, foi uma vingança pelo assassinato, dado que isso aconteceu no mesmo dia,

e o número de disparos torna impossível a tese do suicídio. Foram 33.

Muito bem, eu vou vender esse programa para o roteiro para Netflix, para Amazon. Já está pronto, certo, Thaís?

Devia ser para Amazon, né? No mínimo, com esse nome, eles deviam fazer ajustes.

Exato. Muito bem, a gente encerra o terceiro bloco do programa por aqui, esse assustador bloco,

e vamos para o momento de descontração, ou mais um momento de humilhação para mim e para o Toledo,

Kinder Ovo. Thaís Bilhenk vem enfileirando estatuetas, pinguinzinhos.

Já está, estou chupando uma bala aqui, porque eu sei que eu não vou acertar mesmo, então eu vou ficar com a boca cheia.

Ai, meu Deus, estou nervosa.

É, deixa eu fazer isso também. Mari, solta aí, eu vou lá tomar um café, eu já volto. Pode soltar.

E pediria a vossa excelência que respeitasse a nossa inteligência, que não subestimasse a nossa capacidade...

É a Erika Hilton.

...de análise dos fatos, porque o que estava em curso no Brasil e é comprovado por uma cronologia,

era de fato uma tentativa de golpe à democracia.

É Erika Hilton, deputada do PSOL.

Ah, peguei a Thaís Bilhenk.

Pegou, não deu nem tempo.

Eu devo dizer, desde que eu desisti de ter qualquer chance nesse programa, ficou muito mais divertido assistir o Kinder Ovo.

É, estou feliz.

Eu estava tensa, fiquei...

É, Thaís, para, você já ganhou dez vezes.

Mas quando você está lá em cima, a queda é maior.

O Real Madrid, deputada federal Erika Hilton, do PSOL de São Paulo, durante a abertura da CPI do 8 de janeiro.

Muito bem, Fernando Barros volta, as paradas de sucesso.

Thaís Bilhenk, me aguarde.

Ai, eu estava bom demais para continuar, nunca deve ser tão bom assim.

Até o fim do ano, ganha a todos?

Eu queria ganhar todas.

A gente encerra, então, esse momento épico do Kinder Ovo, vencido por Moá.

Vamos para as cartinhas, que é o momento épico de vocês.

Eu vou começar o nosso Correio Elegante, lendo o e-mail da Julia Freitas.

Ela diz o seguinte.

Meu laço com vocês nasceu na pandemia, quando comandava um centro de apoio para mulheres em situação de vulnerabilidade em Vancouver, no Canadá.

Nesse cenário, o foro surgiu como um verdadeiro raio de sol.

Mas a prova real do poder do podcast veio num festival de música em São Paulo.

Depois que um amigo me presenteou com um pequeno pedaço de papel, que transformou a realidade em espetáculo psicodélico.

E em casa...

Nossa, pode isso, não é?

É ácido, isso daí, isso daí.

E em casa, sem sono e com a mente a mil, decidi que precisava das vozes reconfortantes dos meus três comentaristas políticos favoritos para enfrentar aquela bad trip.

Enquanto vocês debatiam sobre o governo Bolsonaro, eu me perguntava, estou alucinado ou isso está realmente acontecendo no Brasil?

A questão continua em aberto.

Porém, quanto mais eu ouvia vocês, mais a bad trip dissipava.

Quem diria? Foro como ferramenta de redução de danos.

Aqui vai o meu sincero muito obrigada, um abraço caloroso para a Thais, essa jornalista excepcional que representa maravilhosamente nós, mulheres.

O Toledo, maestro das dicas de programas de TV, sempre acertando em cheio.

E o Fernando... Ah, o Fernando... Ah, eu nem quero ler o que veio.

Eu queria mesmo que fosse meu pai.

Ah, coisa linda.

Mando um beijo gigante, não mais do Canadá, mas agora da Austrália.

E peço que mandem um beijo para todos os meus amores e amigos espalhados pelo Brasil e no Canadá.

Essa foi a carta da Júlia Freitas.

Júlia, um beijo então.

Eu sou seu pai, mas sou doidão também.

Pode mandar um pedacinho de papel pra gente.

Brincadeira, brincadeira.

Júlia Freitas, espero que os papéis pintados aí no Canadá estejam liberados, né?

Mas eu jamais imaginei que a gente ia ser personagem de Bad Trip.

Essa foi a... o uso mais original do Foro de Terezinha que eu já ouvi relatado até hoje.

Foi, que história.

E que a gente amansasse as ansiedades das pessoas.

Que história maravilhosa.

Eu falei brincando o negócio do papel, pelo amor de Deus.

A gente vai ser interditado desse jeito aqui.

Bom, a gente inclusive não recomenda o uso do Foro de Terezinha para esses fins, porque a Bad Trip é garantida.

Bom, vamos lá. Temos que seguir.

Rafael Ragatieri nos escreveu.

Escrevo da média matão entre Campinas e São Paulo.

Trago aqui um apelo para que leiam minha mensagem.

Ironicamente, na semana que cobram do governo Lula a criação do Ministério do Amor,

meu amor, minha companheira, embarcou para Austrália.

Será que é a Júlia?

Não, não é a Júlia.

Eu e Anne atravessamos os últimos seis anos nos apoiando e incentivando para que sempre buscássemos nossos sonhos.

E sem nunca deixar de ouvir o foro, rindo de nervoso das coisas não tão novas e não tão boas que aconteciam no país.

Até que a concretização de um dos sonhos dela chegou.

E hoje, mesmo estando demasiadamente triste pela sua partida, me sinto feliz por essa realização.

A minha dica seria de pedir que desejem tudo de melhor para ela e de deixar registrado aqui no podcast,

que tanto fez parte dos nossos momentos, meu amor por ela.

Amar não é tão simples, mas sempre é o melhor caminho.

Aí abaixa matão fazendo corações partidos.

Ele chamou de média, mas é baixa, tá? Não quero dizer nada, mas enfim.

E para a Anne, Anne, o mundo é seu.

Muito bem. Ela vai conhecer a Júlia lá, né? E vão dividir papéis.

A Mari me passou uma série de tweets que são uma ódia à nossa musa Thaís Bilenk.

E essa é uma ódia merecida.

A Ana Lopes tweetou.

As definições de festa estranha com gente esquisita foram atualizadas com sucesso nesse último episódio do Foro de Terezina.

Ainda bem que a Thaís Bilenk cantou, senão eu ia ter recadinho pedindo para ela cantar.

O Daniel Cury postou.

Não consigo mais ouvir a música Shallow sem visualizar o dueto Marco Feliciano Tabata Amaral.

E a culpa é da Thaís Bilenk.

E finalmente o Vinícius Mundim publicou assim.

Em qual plataforma está a versão completa da Thaís Bilenk para Shallow Now?

Pois é.

Thaís Bilenk.

Providenciar isso, Thaís.

Você está devendo isso.

Só deu Thaís Bilenk no Twitter na semana passada.

Não deu para Bolsonaro nem para Lula.

Thaís Bilenk monopolizou.

O que a Acmed falou sobre mim?

Ela vai cantar.

A gente promete que ela vai.

Vai ter uma sessão.

Vai ser um bloco inteiro de Shallow Now na voz de Thaís Bilenk.

Eu posso fazer um popo ri das melhores, das selecionadas pelos ouvintes.

Modestamente.

Eu gosto.

Eu sou a favor.

Não pede que eu faço.

Esse bloco tem que sair.

Thaís, que sucesso.

É isso.

É, gente.

Muito bom.

Vamos terminando assim o programa.

É isso, Mari?

O que é bom dura pouco.

Se você gostou, não deixe de seguir, dar five stars, fazer aqueles comments.

Não é isso?

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O Foro de Terezinha é uma produção da Rádio Novelo para a revista Piauí,

com a coordenação geral da Evelyn Argenta.

A direção é da Mari Faria, a produção da Maria Júlia Vieira

e o apoio de produção da Bárbara Rubira.

A edição é da Evelyn Argenta e do Thiago Picado.

A finalização e a mixagem são do Luiz Rodrigues e do João Jabás,

do Pipoca Sound.

O Jabás, que também é o intérprete da nossa melodia tema,

composta por Vânia Salles e Beto Boreno.

A nossa coordenação digital é feita pela Bia Ribeiro.

A checagem é do João Felipe Carvalho e a ilustração no site do Fernando Carval.

O foro foi gravado nas nossas casas em São Paulo.

Eu me despeço dos meus amigos da Baixa Amartão,

da Baixa Higienópolis, de Santa Cecília, José Roberto de Toledo.

Tchau, Fernando Barros. Tchau, Alta Média e Baixa Amartão.

Devo dizer que Higienópolis é que é o alto Santa Cecília.

Desde o churrasco diferenciado que fizeram no bairro.

Tá certo. Thaís Bilenk. Nossa, multi Thaís Bilenk.

Beijo, beijo, gente.

É isso, gente. Boa semana a todos e até a semana que vem.


#258: Balão vai, balão cai - Part 2 #258: Ballon geht, Ballon fällt - Teil 2 #258: Balloon goes, balloon falls - Part 2 #第258回:風船は行く、風船は落ちる(後編 #258호: 풍선이 가고, 풍선이 떨어지다 - 2부

Zanin na Sabatina. O Moro, de quem se esperava, um enfrentamento, uma postura contundente,

pediu escusas por fazer perguntas para o Zanin.

Tá mimitando. Eu queria pedir escusas. O Moro tá mimitando.

Disse pra ele, não, não é nenhuma pegadinha, fica à vontade pra não responder se não

tiver como responder. Ainda usou uma mentira, uma fake news de internet pra fazer uma pergunta,

que foi a que mais repercutiu de todo o questionamento do Moro, que foi se o Zanin

era padrinho do casamento do Lula com a Janja, e o Zanin disse, não, não sou.

Aí isso se resumiu esse então aguardado enfrentamento.

Depois tivemos Damaris Alves, a senadora do DF, bolsonarista, que tem seus princípios

e que ia constranger o Zanin. Repetiu suas obsessões sobre estupros de

menores e que tais. Falou super na boa com o Zanin, vou te visitar muitas vezes no seu

gabinete. E aproveitou, basicamente aproveitou o holofote pra falar com o público dela e

questionar o Zanin mesmo, ela não questionou. Aí Magno Malta, o outro senador bolsonarista,

desenhou, né, que ninguém lá queria briga com o Zanin. O senhor ficará eternamente no cargo,

vai julgar todo mundo. Explicou o motivo também, né, de tanta cortesia. Falou que não vai matar lá,

vai matar galhadas e aí partiu pro puxa saquismo. Veio de Magno Malta as seguintes declarações.

Que os patriotas presos por causa do 8 de janeiro, se tivessem o Zanin como advogado,

eles não estariam mais presos. E que o que ele tava fazendo ali não era uma pergunta,

e sim uma consulta a um advogado. E aí tava um ambiente totalmente...

Foi o samba do Zanin, né, Thaís, como você falou.

Foi a roda de samba. E foi mesmo, porque o ambiente tava totalmente descontraído.

O Flávio Bolsonaro fazendo piada com o Jax Wagner, que é o mais lulista dos senadores,

chamando ele o senhor guarda-costas, Jax Wagner. Aí o outro senador, o Everton,

fazendo piada com o nome do livro do Zanin, que é L'Aufere. Aí ele falando que não sabia pronunciar

em inglês e que quando o título do livro é em inglês o povo não entende nada, chamando de L'Aufare.

E o Flávio Bolsonaro dando gargalhadas, enfim. Foi uma roda de samba mesmo.

Com todo o respeito ao samba.

Exato.

E enfim, sem falar na base governista, o Renan Calheiros, que tá totalmente desmobilizado

no apoio ao governo na CPI, por exemplo, do 8 de janeiro, tava lá falando que o Senado fazia história,

pintou o Zanin como herói, porque o Renan foi muito influente nos primeiros dois mandatos do Lula

na indicação de ministro do Supremo, ele não vai querer menos do que isso agora.

Mas por quê e como que o Zanin conseguiu criar esse ambiente pra ele?

Por que a oposição também nessas horas anda junto?

Primeiro teve uma tática do Zanin de usar aliados pra facilitar o contato com os senadores da oposição,

que é algo que o governo pode muito bem fazer também nas votações econômicas e nas votações delicadas.

Então, por exemplo, ele levou o Bruno Araújo, ex-presidente do PSDB,

pra falar com alguns senadores tucanos e facilitar a conversa,

porque a fama do Zanin é o advogado pessoal do Lula.

Ele foi advogado pessoal do Marconi Perillo, que também foi presidente do PSDB,

foi governador de Goiás, senador, e de aliados do Marconi Perillo em Goiás,

sempre usando a tese bem-sucedida da Lava Jato de desabonar o procurador, a acusação.

E no caso do Marconi Perillo, ele desabonou um procurador que se filiou ao PSOL pra ser candidato.

Então não tem coloração político-partidária nenhuma, não tem ideologia nessas votações.

E isso é uma aula, um aprendizado ou apenas mais uma demonstração pro governo

de como que tem que fazer quando quer aprovar alguma coisa.

Atingir os senadores e os deputados naquilo que interessa a eles.

Mas eu acho aí, Thaís, que é justamente o motivo da indicação do Zanin pelo Lula.

Não é por ele ter sido, é pelo que ele vai fazer ainda.

Ele foi aprovado com mais votos do que a maioria dos ministros que está lá no Supremo.

É bom deixar claro.

Porque todo mundo, como diz o Magno Malta, corre o risco de ser julgado por ele.

Então, pensando no futuro, não é pensando no passado.

É que o André Mendonça também era o futuro e não teve esse tratamento, né?

Eu acho que as duas coisas, mas faz todo sentido.

Pelo que a gente viu ali, ele foi com aquele shape ali, aquele óculos, aquele cabelo gomalina.

Nunca vi um cara com esse visual ser progressista em alguma coisa, vamos ver.

Tô fazendo aqui uma piada quase, uma blague, mas falando sério ao mesmo tempo.

Quem chamou atenção na transmissão da Globo News foi a Flávia Oliveira.

Ele vai, não temos aí um perfil de ministro progressista.

Nenhuma questão, ele enfrentou, sempre saiu pela tangente, sempre sob o argumento de que

não poderia se antecipar caso fosse julgar, etc.

Vamos ter aí um cara mais próximo de dar mares alves do que gostaríamos.

Bom, começamos falando de economia, terminamos falando do cabelo do Zanin, mas é assim que é o foro.

Bom, encerramos o segundo bloco, vamos direto para o Número da Semana, diretora.

Fernando, o Número da Semana é 42%.

Apesar de todos os avanços, as mulheres ainda estão subrepresentadas nos postos mais altos da pesquisa científica brasileira.

Elas são 55% no mestrado e 53% no doutorado, mas só 42% no corpo docente.

O Igualdades dessa semana fala das mulheres na ciência no Brasil a partir de dados da Capes e do CNPq.

Dados que, por sua vez, foram analisados pelo Parenting Science e o grupo de estudos multidisciplinares da ação afirmativa do IESP e o ERJ.

O Igualdades é assinado pela Renata Buono e pela Amanda Gorziza, que fez uma reportagem na Piauí sobre a dificuldade das mães bolsistas se manterem na área acadêmica.

Uma vez eu participei de um debate com a Etel Maciel, que agora é secretária do Ministério da Saúde, mas que é professora titular da Federal do Espírito Santo, quase foi reitora lá, enfim.

E ela tem muitos dados sobre isso, sobre como as pesquisadoras acabam não conseguindo ir até o fim das suas pesquisas pela falta de apoio para seguir com a atividade acadêmica

depois de se tornarem mães ou com o passar dos anos. E na base, no começo da carreira acadêmica, tem muito mais mulher.

E aí quando vai chegando, vai subindo, vai diminuindo pela dificuldade de perseverança dada a vida que as mulheres levam no país.

Eu tenho um dado impressionante aqui, que a cada 100 bolsistas do CNPq, 65 são homens e só 35 são mulheres. E no nível 1A, que é o mais alto, é 73 a 27.

Vamos ver se a Luciana Santos, que é a ministra de ciência e tecnologia, e a Mercedes Bustamante, presidente da Capes, conseguem fazer a diferença.

E o que vale para a carreira acadêmica, vale para tudo. É uma estrutura social que desfavorece as mulheres.

Bom, vamos encerrando o número da semana. Já voltamos para falar de violência e do encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Oi gente, quem está falando aqui é uma pessoa que vocês só conhecem dos créditos do Foro de Terezina.

Eu sou a Evelyn Argenta e sou eu que edito os episódios do programa. Mas eu estou aqui para te convidar para ouvir o podcast semanal da Rádio Novelo.

O Rádio Novelo apresenta dessa semana, porque esse episódio está cheio de easter eggs para os ouvintes do Foro.

Para começar, tem uma história que eu conto sobre uma beata, sem a qual o padre Cícero jamais teria tido a fama que ele tem.

E também tem uma história de um erro jornalístico que está mais para um ato falho psicanalítico.

Essa história quem conta é a Paula Escarpim, que já foi diretora aqui do Foro e tem a participação especialíssima de um dos apresentadores aqui do nosso podcast de política favorito.

Não falta razão para escutar, né? Procura lá o episódio Que Conste dos Altos do Rádio Novelo Apresenta.

Já está no ar em todos os aplicativos de podcast.

Muito bem, voltamos. Vamos falar de violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que como eu disse na abertura, Thais, se realiza na região norte do país.

Esse ano se realizou lá e tem a Amazônia como foco, né?

A gente costuma associar a questão ambiental só à região, mas a violência há muito é um problema sério e que vem se agravando.

Sim, e o Brasil tem um dilema em relação a isso, para dizer o mínimo, porque de um lado o governo Lula sabe que a Amazônia é o seu principal ativo nas relações internacionais.

Lula fez gestão e Belém vai sediar a COP30 em 2025 e o meio ambiente é central na pauta do país nas relações multilaterais.

Mas do outro lado, a Amazônia sofre de uma ausência estatal que é letal nos índices de violência e gera um ciclo vicioso de mais violência e mais crime.

Eu conversei com o Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que me contou um pouco do ambiente desse encontro e da fome de debate e de diálogo dos participantes.

Ele percebeu uma voracidade das pessoas para trocar mesmo com aquelas das quais discordam, porque o debate estava interditado nos últimos anos.

E é a primeira vez nas 17 edições que tinham representantes dos 27 estados e do DF. 52% dos inscritos são policiais.

Os policiais têm reclamações muito recorrentes, eu vou chegar a isso mais pra frente, mas eu acho curioso.

Um episódio sobre o encontro do Fórum dá o tom do que é a Amazônia e por que é um lugar tão central nesse debate.

A Silvana Marubo, que é uma liderança indígena do Vale do Javari, foi convidada para participar de uma das mesas e saiu lá do Vale do Javari no sábado.

E ela teria que chegar em Belém, o voo dela foi cancelado duas vezes e ela acabou chegando em Belém só na quarta-feira à tarde.

Então é uma viagem muito longa, ela ficou quatro dias em Tabatinga sem saber o que fazer.

Tudo na Amazônia, a bandeirada é mil quilômetros, então tem dificuldades de locomoção e mil quilômetros que você não percorre numa estrada asfaltada.

Tudo tem uma dimensão e uma complexidade maior, esse episódio ilustra um pouco disso.

A Amazônia faz fronteira com o Peru, a Bolívia e a Colômbia, que são dos maiores produtores de cocaína do mundo.

E o Renato lembra, menciona que só a cocaína que circula no Brasil equivale a 4% do PIB brasileiro, são 330 e poucos bilhões de reais.

E a segurança pública gasta menos de um terço disso na soma dos investimentos dos estados, municípios e União.

E essa cocaína que circula, 40% desse dinheiro é na Amazônia, de todo o país.

Na Amazônia estão 22 facções, inclusive internacionais, não só brasileiras.

E a disputa entre o PCC, Primeiro Comando da Capital, e o Comando Vermelho lá na região é um dos principais motivos desse aumento da violência.

Na contramão de diversos índices que no Brasil vem diminuindo.

E o problema, como nota o Renato Sérgio de Lima, não é estritamente de segurança pública.

Tem um problema em cascata, porque o dinheiro que o tráfico faz circular, gera emprego, renda, financia poder político,

portanto elege seus representantes, prefeitos, vereadores, deputados.

Isso vai criando uma economia própria do crime, um ecossistema próprio do crime, que deixa o estado à margem.

E o estado, quando tem que atuar, acaba na verdade reforçando o ciclo vicioso.

A população prisional da Amazônia é 50% maior que a média dos outros estados do país.

Só que as condições dos presídios favorecem a cooptação dos presidiários pelo crime,

porque os presídios não oferecem o mínimo, então a facção oferece uma alimentação um pouco melhor,

às vezes até acesso a telefone celular dentro da cadeia.

E aí, com essas regalias, entre aspas, o presidiário acaba sendo associado à facção,

tornando o combate às facções e ao crime muito mais complexo pelo estado.

Em termos absolutos, as grandes cidades sempre têm as maiores taxas de mortalidade,

mas em termos proporcionais, tem cidades na Amazônia com taxa de mortalidade acima de 100 por 100 mil,

quando a média brasileira é 22.

Os agentes, que seriam quem deveriam estar mais empenhados no combate ao crime,

estão entrando em depressão, muitas vezes se suicidando, ansiosos e frustrados, que são os policiais.

A principal reclamação deles, segundo o Renato Sérgio de Lima, é das condições de trabalho e o excesso,

as jornadas desumanas, o assédio no espaço de trabalho, o número de suicídio dos policiais que vem aumentando.

Então tem um sentimento que ficou muito claro, por isso eu citei que 52% dos inscritos no encontro são policiais,

um sentimento de que eles estão abandonados à própria sorte,

num momento em que eles deveriam estar minimamente motivados e com condições para fazer o que o Brasil precisa

para fazer da Amazônia a potência e não esse ponto de contradição quase inconciliável entre o que se quer e o que se é.

Muito bem. José Roberto de Toledo, você tem uma história boa para contar que vai, acho que,

ornar, como se diz na Grande Matão, como que disse a Thaís.

Orna-se. Em 15 de junho de 2016, aconteceu um assassinato famoso. O rei da fronteira, Jorge Rafa,

que morava do lado paraguaio da fronteira entre Ponta Porã, no Brasil, e Pedro Juan Cabaleiro, no Paraguai,

ele era uma espécie de atacadista do tráfico de cocaína na região.

Ele comprava cocaína da Colômbia, da Bolívia, do Peru e revendia para as facções criminosas brasileiras sem discriminação.

Ele vendia para todo mundo e por isso era considerado o rei da fronteira.

Ele andava sempre em comboio com carros blindados e ele próprio usava um Humvee,

que é aquele veículo que você só vê em filme americano, que é adaptado do exército, blindado.

Pois o PCC resolveu que era hora de deixar o reino e organizou um assassinato cinematográfico nesse dia 15 de junho de 2016.

Colocou uma metralhadora ponto 50, que é uma metralhadora que você também só vê em filme americano,

porque ela precisa de um tripé para ser operada e é usada para abater aeronaves, e colocou isso na traseira de um SUV, né?

E no final da tarde, começo da noite do dia 15 de junho de 2016, organizou um assassinato que previa fechar as ruas de Pedro Juan Cabaleiro no trajeto que o Jorge Rafa fazia

para que essa metralhadora ponto 50 fosse usada contra o carro dele e foi o que foi feito.

E o Jorge Rafa foi assassinado de uma maneira brutal, poucas vezes vistas mesmo no cinema.

Isso mudou toda a geopolítica da droga no Brasil, porque o PCC passou a ter quase monopólio do tráfico de drogas na fronteira seca do Brasil com o Paraguai

e obrigou as outras facções criminosas brasileiras, por exemplo, o Comando Vermelho, a buscar uma nova rota para trazer a cocaína

para abastecer as suas rotas internacionais de narcotráfico e de consumo interno, né?

E foi isso que fez a rota dos Solimões, a rota do Rio Amazonas, crescer em importância e foi aí também que aumentou a criminalidade na Amazônia

porque houve um conflito crescente com o próprio PCC que também já agia na região.

Os números, eles são muito, muito impressionantes.

Pelos cálculos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, se cocaína pagasse imposto, ela geraria uma arrecadação maior do que o pré-sal no Brasil.

Por quê? Basicamente o número é o seguinte, a produção mundial de cocaína é estimada pelas Nações Unidas em 2 mil toneladas por ano.

E os delegados da Polícia Federal que combatem o narcotráfico estimam que metade disso passa pelo Brasil, sai pela rota dos Solimões.

Não é à toa que existe uma frota. Mil toneladas. Sabe o que é mil toneladas de cocaína?

Só em submersível você consegue fazer esse transporte, entendeu? E é literalmente em submersível mesmo.

Só que os submersíveis do narcotráfico não afundam como os dos bilionários lá nos Estados Unidos.

Eles vão até a Europa. Ninguém sabe exatamente a rota, mas com certeza eles partem no mínimo da foz do Amazonas, talvez ao longo do percurso do rio também.

Então a droga sai lá da fronteira do Brasil com a Colômbia e o Peru, Tabatinga, perto do Vale do Javari.

Letícia de um lado da fronteira, Tabatinga do lado brasileiro. Sai dali, percorre todo o rio Solimões e Amazonas,

é embarcada nesses submersíveis em algum ponto do caminho e vai até a Europa, debaixo d'água.

E é uma frota disso, não é um submersível não, é a frota de submersíveis.

Então, mil toneladas por ano sendo traficadas ao longo do território brasileiro.

E com uma participação crescente da Amazônia nesse percentual por conta desse assassinato do Jorge Rafala em 15 de junho de 2016.

Significa um movimento de dinheiro na faixa aí de pelo menos uns 150 bilhões, 150 bilhões de reais na Amazônia.

E esse dinheiro precisa ser lavado. Como que ele vai ser lavado?

Ele vai ser lavado nos narco-garimpos, ou seja, é muito fácil, dada a fraqueza, a fragilidade da legislação brasileira no controle do ouro,

você usar o dinheiro do narcotráfico para comprar ouro em garimpo.

Não é à toa que o PCC financia os garimpos dentro da terra Yanomami, em Roraima.

É para lavar o dinheiro do narcotráfico.

Não é à toa que o crime organizado financia a pesca ilegal de pirarucu no Vale do Javarique,

em último caso foi a razão da morte do Dom e do Bruno.

Não é à toa que eles financiam o desmatamento para contrabandear madeira para os Estados Unidos.

Não é à toa que eles exploram todo tipo de serviço na região e fazem lavagem de dinheiro com pecuária.

Então, o boi, o ouro, a madeira ilegal, a pesca ilegal do pirarucu, está tudo isso conectado, de alguma maneira, com o assassinato do Jorge Rafa, lá em 2016.

É óbvio, quando você olha o mapa dos assassinatos no Brasil, que eles se concentram nessas regiões de avanço da fronteira agrícola ou pecuária, em cima da Amazônia.

Lá em 2010, 2011, eu fiz uma reportagem junto com o Daniel Bramacho, no Estadão,

mostrando que o polígono da violência no Brasil tinha se deslocado do Sudeste para o Nordeste e depois para a Amazônia.

São municípios do Pará, de áreas que já estão devastadas, região de Marabá, por exemplo, ou que estão sob forte pressão do desmatamento.

É aí que as taxas de homicídio são as mais altas do país, porque é onde o crime organizado está chegando e você tem todo tipo de conflito.

Não só por causa do narcotráfico, por causa da ocupação de terras, por causa da invasão de terras indígenas ou de áreas de preservação,

mas também porque o crime comum fica tão desorganizado na sociedade que todo tipo de crime e assassinato se multiplica.

Então, é um objeto extremamente complicado, que envolve uma quantidade de dinheiro muitas vezes maior do que o poder público dispõe,

e isso acaba se refletindo num desequilíbrio de forças que é inacreditável.

Então, você pega o número de embarcações que a polícia civil tem na Amazônia inteira.

A Amazônia é essa área gigantesca que a Thais, na historinha dela, contou como é difícil você se deslocar.

Sabe quantos helicópteros a polícia, todas as polícias dos estados amazônicos, dispõem para enfrentar o narcotráfico?

Dois, dois helicópteros. Aviões.

O narcotráfico tem dois helicópteros por pessoa.

Imagina, eles têm ponte aérea de helicóptero. Aviões, tem quatro. Embarcações, tem mais, mas é muito mal distribuído.

Na Roraima, a polícia militar tem seis e a polícia civil tem um.

Mas exatamente por ter mais embarcação é que o tráfico começou a ser feito por via aérea, porque eles escaparam.

Exatamente. Então, assim, a gente está engatinhando no combate ao crime na Amazônia.

O exército, as forças armadas, podiam fazer muito mais do que fazem.

Fazem um pouco, mas muito menos do que poderiam fazer.

E o inimigo não é externo, o inimigo é interno.

As facções criminosas são brasileiras, não são estrangeiras, entendeu? Não é o Pablo Escobar.

Esse é o real inimigo que está financiando a devastação da Amazônia.

E a Amazônia, vamos lembrar, é quem traz, bombeia a água do solo e dos ventos que vêm do oceano

e trazem para a região sul-sudeste, que se não fosse a Amazônia, provavelmente seria um deserto.

Então, se você devasta a Amazônia, vai faltar água nas plantações de cana e de soja do centro-oeste e do sudeste brasileiro.

É do interesse do agronegócio combater o crime organizado na Amazônia.

Problema monumental, né?

Semana passada, mesmo dia que foi assassinado Jorge Rafa, 15 de junho,

foi assassinado em Pedro Juan Cabaleiro, na mesma cidade, o aguacate,

que é a versão espanhola de abacate, mais conhecido por Márcio Sanches, que é o nome dele,

que vinha a ser um guarda-costas do Rafa, que estava trabalhando para o Minotauro,

que é um narcotraficante que está preso, mas que é membro do PCC, que é muito forte na fronteira.

Aparentemente, foi uma vingança pelo assassinato, dado que isso aconteceu no mesmo dia,

e o número de disparos torna impossível a tese do suicídio. Foram 33.

Muito bem, eu vou vender esse programa para o roteiro para Netflix, para Amazon. Já está pronto, certo, Thaís?

Devia ser para Amazon, né? No mínimo, com esse nome, eles deviam fazer ajustes.

Exato. Muito bem, a gente encerra o terceiro bloco do programa por aqui, esse assustador bloco,

e vamos para o momento de descontração, ou mais um momento de humilhação para mim e para o Toledo,

Kinder Ovo. Thaís Bilhenk vem enfileirando estatuetas, pinguinzinhos.

Já está, estou chupando uma bala aqui, porque eu sei que eu não vou acertar mesmo, então eu vou ficar com a boca cheia.

Ai, meu Deus, estou nervosa.

É, deixa eu fazer isso também. Mari, solta aí, eu vou lá tomar um café, eu já volto. Pode soltar.

E pediria a vossa excelência que respeitasse a nossa inteligência, que não subestimasse a nossa capacidade...

É a Erika Hilton.

...de análise dos fatos, porque o que estava em curso no Brasil e é comprovado por uma cronologia,

era de fato uma tentativa de golpe à democracia.

É Erika Hilton, deputada do PSOL.

Ah, peguei a Thaís Bilhenk.

Pegou, não deu nem tempo.

Eu devo dizer, desde que eu desisti de ter qualquer chance nesse programa, ficou muito mais divertido assistir o Kinder Ovo.

É, estou feliz.

Eu estava tensa, fiquei...

É, Thaís, para, você já ganhou dez vezes.

Mas quando você está lá em cima, a queda é maior.

O Real Madrid, deputada federal Erika Hilton, do PSOL de São Paulo, durante a abertura da CPI do 8 de janeiro.

Muito bem, Fernando Barros volta, as paradas de sucesso.

Thaís Bilhenk, me aguarde.

Ai, eu estava bom demais para continuar, nunca deve ser tão bom assim.

Até o fim do ano, ganha a todos?

Eu queria ganhar todas.

A gente encerra, então, esse momento épico do Kinder Ovo, vencido por Moá.

Vamos para as cartinhas, que é o momento épico de vocês.

Eu vou começar o nosso Correio Elegante, lendo o e-mail da Julia Freitas.

Ela diz o seguinte.

Meu laço com vocês nasceu na pandemia, quando comandava um centro de apoio para mulheres em situação de vulnerabilidade em Vancouver, no Canadá.

Nesse cenário, o foro surgiu como um verdadeiro raio de sol.

Mas a prova real do poder do podcast veio num festival de música em São Paulo.

Depois que um amigo me presenteou com um pequeno pedaço de papel, que transformou a realidade em espetáculo psicodélico.

E em casa...

Nossa, pode isso, não é?

É ácido, isso daí, isso daí.

E em casa, sem sono e com a mente a mil, decidi que precisava das vozes reconfortantes dos meus três comentaristas políticos favoritos para enfrentar aquela bad trip.

Enquanto vocês debatiam sobre o governo Bolsonaro, eu me perguntava, estou alucinado ou isso está realmente acontecendo no Brasil?

A questão continua em aberto.

Porém, quanto mais eu ouvia vocês, mais a bad trip dissipava.

Quem diria? Foro como ferramenta de redução de danos.

Aqui vai o meu sincero muito obrigada, um abraço caloroso para a Thais, essa jornalista excepcional que representa maravilhosamente nós, mulheres.

O Toledo, maestro das dicas de programas de TV, sempre acertando em cheio.

E o Fernando... Ah, o Fernando... Ah, eu nem quero ler o que veio.

Eu queria mesmo que fosse meu pai.

Ah, coisa linda.

Mando um beijo gigante, não mais do Canadá, mas agora da Austrália.

E peço que mandem um beijo para todos os meus amores e amigos espalhados pelo Brasil e no Canadá.

Essa foi a carta da Júlia Freitas.

Júlia, um beijo então.

Eu sou seu pai, mas sou doidão também.

Pode mandar um pedacinho de papel pra gente.

Brincadeira, brincadeira.

Júlia Freitas, espero que os papéis pintados aí no Canadá estejam liberados, né?

Mas eu jamais imaginei que a gente ia ser personagem de Bad Trip.

Essa foi a... o uso mais original do Foro de Terezinha que eu já ouvi relatado até hoje.

Foi, que história.

E que a gente amansasse as ansiedades das pessoas.

Que história maravilhosa.

Eu falei brincando o negócio do papel, pelo amor de Deus.

A gente vai ser interditado desse jeito aqui.

Bom, a gente inclusive não recomenda o uso do Foro de Terezinha para esses fins, porque a Bad Trip é garantida.

Bom, vamos lá. Temos que seguir.

Rafael Ragatieri nos escreveu.

Escrevo da média matão entre Campinas e São Paulo.

Trago aqui um apelo para que leiam minha mensagem.

Ironicamente, na semana que cobram do governo Lula a criação do Ministério do Amor,

meu amor, minha companheira, embarcou para Austrália.

Será que é a Júlia?

Não, não é a Júlia.

Eu e Anne atravessamos os últimos seis anos nos apoiando e incentivando para que sempre buscássemos nossos sonhos.

E sem nunca deixar de ouvir o foro, rindo de nervoso das coisas não tão novas e não tão boas que aconteciam no país.

Até que a concretização de um dos sonhos dela chegou.

E hoje, mesmo estando demasiadamente triste pela sua partida, me sinto feliz por essa realização.

A minha dica seria de pedir que desejem tudo de melhor para ela e de deixar registrado aqui no podcast,

que tanto fez parte dos nossos momentos, meu amor por ela.

Amar não é tão simples, mas sempre é o melhor caminho.

Aí abaixa matão fazendo corações partidos.

Ele chamou de média, mas é baixa, tá? Não quero dizer nada, mas enfim.

E para a Anne, Anne, o mundo é seu.

Muito bem. Ela vai conhecer a Júlia lá, né? E vão dividir papéis.

A Mari me passou uma série de tweets que são uma ódia à nossa musa Thaís Bilenk.

E essa é uma ódia merecida.

A Ana Lopes tweetou.

As definições de festa estranha com gente esquisita foram atualizadas com sucesso nesse último episódio do Foro de Terezina.

Ainda bem que a Thaís Bilenk cantou, senão eu ia ter recadinho pedindo para ela cantar.

O Daniel Cury postou.

Não consigo mais ouvir a música Shallow sem visualizar o dueto Marco Feliciano Tabata Amaral.

E a culpa é da Thaís Bilenk.

E finalmente o Vinícius Mundim publicou assim.

Em qual plataforma está a versão completa da Thaís Bilenk para Shallow Now?

Pois é.

Thaís Bilenk.

Providenciar isso, Thaís.

Você está devendo isso.

Só deu Thaís Bilenk no Twitter na semana passada.

Não deu para Bolsonaro nem para Lula.

Thaís Bilenk monopolizou.

O que a Acmed falou sobre mim?

Ela vai cantar.

A gente promete que ela vai.

Vai ter uma sessão.

Vai ser um bloco inteiro de Shallow Now na voz de Thaís Bilenk.

Eu posso fazer um popo ri das melhores, das selecionadas pelos ouvintes.

Modestamente.

Eu gosto.

Eu sou a favor.

Não pede que eu faço.

Esse bloco tem que sair.

Thaís, que sucesso.

É isso.

É, gente.

Muito bom.

Vamos terminando assim o programa.

É isso, Mari?

O que é bom dura pouco.

Se você gostou, não deixe de seguir, dar five stars, fazer aqueles comments.

Não é isso?

No Spotify.

Pode também seguir no Apple Podcast, na Amazon Music Favoritar, na Deezer.

Se inscrever no Google Podcast, no Cashbox ou no YouTube.

O Foro de Terezinha é uma produção da Rádio Novelo para a revista Piauí,

com a coordenação geral da Evelyn Argenta.

A direção é da Mari Faria, a produção da Maria Júlia Vieira

e o apoio de produção da Bárbara Rubira.

A edição é da Evelyn Argenta e do Thiago Picado.

A finalização e a mixagem são do Luiz Rodrigues e do João Jabás,

do Pipoca Sound.

O Jabás, que também é o intérprete da nossa melodia tema,

composta por Vânia Salles e Beto Boreno.

A nossa coordenação digital é feita pela Bia Ribeiro.

A checagem é do João Felipe Carvalho e a ilustração no site do Fernando Carval.

O foro foi gravado nas nossas casas em São Paulo.

Eu me despeço dos meus amigos da Baixa Amartão,

da Baixa Higienópolis, de Santa Cecília, José Roberto de Toledo.

Tchau, Fernando Barros. Tchau, Alta Média e Baixa Amartão.

Devo dizer que Higienópolis é que é o alto Santa Cecília.

Desde o churrasco diferenciado que fizeram no bairro.

Tá certo. Thaís Bilenk. Nossa, multi Thaís Bilenk.

Beijo, beijo, gente.

É isso, gente. Boa semana a todos e até a semana que vem.