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Foro de Teresina - Podcast (*Generated Transcript*), #257: O ministro que escapou do tiroteio - Part 2

#257: O ministro que escapou do tiroteio - Part 2

não ia ser eficiente, mas agora, quando chegou a decisão de quem vai ser convocado ou não

para falar na CPI, a maioria esmagadora do governo prevaleceu e a oposição ficou chupando

o dedo.

Não chamaram ninguém que a oposição queria chamar e chamaram todos os atores principais

do golpe que a oposição não queria chamar.

Então mostra que quando o governo se empenha e se articula minimamente, monta grupo de

WhatsApp com os parlamentares que vão comandar a CPI, como já tinha feito durante a CPI

da Covid, enfim, faz o básico, beabá, não precisa ser nenhum gênio da raça para fazer

o que eles fizeram, aí ele ganha.

Porque a oposição, esse caso mostra, a oposição bolsonarista, ela está completamente desarticulada,

está completamente dividida, as pessoas perderam o rumo ali, está sem orientação.

O Bolsonaro vai ser julgado na semana que vem, não se discute nem se ele vai perder

os direitos políticos ou não, se discute o placar, se vai ser 7 a 0, 6 a 1, 5 a 2,

quer dizer, o futuro do Bolsonaro já está traçado, né?

E isso obviamente teve um impacto, está tendo um impacto.

O PL, o partido do Valdemar da Costa Neto, ao qual momentaneamente o Bolsonaro está

afiliado, é um partido que desde que o Valdemar assumiu o comando, há décadas, é o partido

máximo da fisiologia, ele se vendeu para o Lula na eleição lá em 2003, negociando

a vaga de vice e continua se vendendo até hoje.

E há um conflito entre a ala fisiológica tradicional, comandada pelo Valdemar, e a

ala bolsonarista que aderiu agora.

E isso vai se materializar na escolha dos candidatos a prefeito no ano que vem, em 2024,

nas eleições de prefeitura.

Então eles estão perdidos.

O governo Lula não pode culpar a oposição de nada, porque não tem, a oposição é

muito fraca, a oposição é interna, é justamente esse emaranhado fisiológico aí

do Arenão, que ele precisa ver como é que faz a distribuição de verbas e cargos.

Agora, efeitos práticos.

O principal efeito prático é o que a Thais falou.

A Polícia Federal avançou muito mais do que os parlamentares vão ser capazes de avançar

na investigação, na minha opinião.

Começou muito antes, tem muito mais força, muito mais elementos, muito mais recursos

para investigar.

Agora, o que a Polícia Federal até agora não conseguiu foi colocar os generais no

holofote, colocar eles no centro dessa narrativa, no centro dessa versão, que me parece ser

a mais fundamental, porque sem o apoio dos generais não teria golpe, obviamente, né?

E ao convocar os generais Heleno Pequeno, não por sua estatura, e o Braga Neto, o interventor,

eles vão, no mínimo, colocar o foco em quem precisa receber o foco, porque esses caras

tiveram um papel fundamental e que, até agora, as investigações da Polícia Federal,

repito, até agora, ainda não mostraram, mas eles vão ficar em evidência.

Uma coisa é o cara estar em evidência na CPI distrital, que ninguém cobre.

A outra coisa é ele estar em evidência numa CPI que vai ter transmissão ao vivo, eventualmente,

na TV Câmara.

Nessa cronologia que você fez aí, houve um momento em que a oposição bolsonarista

viu uma janela de oportunidade, foi quando saíram aquelas imagens editadas com a participação

do general Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI do Lula, andando atônito pelo Palácio.

Os bolsonaristas viram ali uma janela de oportunidade para jogar, apostar na confusão, apostar

na sua narrativa, etc.

Essa palavra horrorosa, mas vamos usá-la aqui porque cabe, e embaralhar o jogo.

O ato seguinte foi a operação da PF na casa do Bolsonaro e que prendeu o Mauro Cidia.

Isso inverteu a correlação de forças e jogou o bolsonarismo, que vinha numa ofensiva.

Bolsonaro tinha voltado ao Brasil, tinha ido na feira do agro no interior de São Paulo, etc.

Com a operação da PF, o jogo mudou completamente.

Acho que isso é um ponto de inflexão e a CPI, da qual eles pretendiam fazer uma vitrine,

isso acabou não se consumando.

Eu acho assim, o Bolsonaro, não sendo opção de poder, o cacife dele diminui muito.

Tudo bem, ele pode ajudar a eleger gente, pode, mesmo sem ser ele próprio candidato.

Mas a opção de poder é fundamental, porque é ela que dá um norte no médio prazo, entendeu?

Bom, nós vamos por aqui porque o nosso candidato em 2026 vai ser esse daqui.

Só que eles não sabem quem vai ser o candidato deles em 2026.

Não será o Bolsonaro.

E já existe um racho entre o bolsonarismo e provavelmente o Valdemar,

dependendo dos resultados eleitorais da eleição, o prefeito abandone o bolsonarismo também.

Não sei se esse casamento chega longe.

Chegou longe, foi o segundo bloco que eu vou encerrando por aqui.

A gente vai direto então para o Número da Semana,

que é tirado da sessão Igualdades, publicada semanalmente,

Número da Semana, no site da Piauí.

Diga lá qual é o número, Mari.

Fernando, o número da semana é 3,3 milhões.

Entre 2021 e 2022, o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro,

ganhou 40 mil voos e 3,3 milhões de passageiros.

Enquanto isso, a 14 quilômetros dali, o aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim,

conhecido como Galeão, perdeu quase 11 milhões de passageiros,

o equivalente à população de um Rio de Janeiro e meio.

Por isso, o Santos Dumont, com a sua pista apertada à beira-mar,

anda cada vez mais superlotado, cheio de filas,

e os atrasos se tornaram frequentes.

O desequilíbrio entre os aeroportos na segunda maior cidade do país

motivou o prefeito Eduardo Paes a recorrer ao presidente Lula em busca de soluções.

Está em discussão no Ministério de Portos e Aeroportos

uma proposta para reduzir o fluxo de voos no Santos Dumont

e, com isso, tentar reverter a derrocada do Galeão.

E o Igualdades dessa semana explica o tamanho do problema.

Mas virou uma bagunça tão grande essa história da malha aeroviária brasileira

que o cidadão aqui da Igualdades diz tudo.

A quantidade de voos do Galeão em dois anos

é igual à quantidade de voos de Guarulhos em quatro meses.

Ou seja, é um para seis.

Entre os problemas do Galeão, há o acesso.

As pessoas têm medo de ser vítimas de bala perdida.

Esse é um dos fatores que contribuíram para essa situação atual do Rio de Janeiro.

Não que o Santos Dumont esteja em ótimo estado, né?

É, o Santos Dumont é um aeroporto simpaticíssimo, bonito e temerário.

Sempre que eu pousava ali, morei oito anos no Rio de Janeiro,

fazia ponte aérea com muita frequência, era uma aventura.

Eu me sentia no play center ali, no negócio da espécie de montanha-russa.

Será que vai dar certo hoje?

Quantas vezes não imaginei como é que eu ia sair nadando pela asa do avião, Zé,

quando eu pousar no Rio de Janeiro.

A gente encerra o Igualdades dessa semana.

Por aqui, vamos para um rápido intervalo.

No terceiro bloco, vamos falar da fraude bilionária das americanas.

Já voltamos.

Oi, aqui é a Branca Viana e eu estou aqui para te convidar a ouvir o podcast semanal da Rádio Novelo,

o Rádio Novelo Apresenta.

E essa semana é um episódio de ação.

A Letícia Leite mergulhou na história de um encontro inesperado

que mudou para sempre a vida de uma bióloga.

Um encontro com um jacaré gigante.

Mais do que isso eu não vou falar porque aí já é spoiler.

Quando terminar aqui o foro, procura aí no seu tocador.

Rádio Novelo Apresenta.

Toda quinta-feira sai um episódio novo sobre histórias que você nem sabia que precisava ouvir.

Muito bem, caso americanas.

Tem uma coluna do Tiago Amparo na Folha em que ele cita uma entrevista de 2014 do Beto Sicupira,

que vem ser um dos três do trio de acionistas principais, bilionários, acionistas americanas.

Diz o Sicupira o seguinte,

se vocês acham que o Brasil é um negócio que vai virar Estados Unidos,

vocês estão no lugar errado.

O Brasil não será Estados Unidos porque o Brasil é o país do coitadinho,

do direito sem obrigações.

É o país da impunidade.

Isso é cultural, não vai mudar.

Menos de 10 anos depois, cá estamos José Roberto de Toledo.

A maior fraude corporativa da história do Brasil,

e o senhor Sicupira autor dessas palavras, está no centro dela.

Então, o que aconteceu nas americanas?

A gente não sabe ainda direito, porque é preciso...

Porque todos os atores falharam, as empresas de auditoria falharam,

controle público falhou.

Então, precisou vir um delator da própria empresa para a história vir a público.

O mercado não falhou, todo mundo falhou.

Então, o que a gente tem por enquanto é uma versão que é da própria empresa,

que a gente não sabe o quão verdadeira ela é.

Segundo essa versão, a própria empresa, na diretoria anterior,

que é quem está sendo culpabilizado pela atual gestão,

forjou um lucro maior do que teve,

na verdade, teve prejuízo e que ela transformou em lucro,

diminuindo os seus custos de maneira artificial, com manobras contábeis.

Isso daí deu um buraco de uns 20 bilhões de reais, até um pouco mais.

Só que o lucro falso, que você põe lá no papel, no balanço,

ele não gera dinheiro.

Se ele não gera dinheiro, você fica com um buraco no seu caixa.

A empresa não tem dinheiro para cumprir suas obrigações,

para pagar seus fornecedores, seus empregados, tal.

Como é que eles resolveram esse problema?

Com a segunda fraude.

Então, para gerar caixa, eles tomaram uma série de empréstimos,

só que não contabilizavam esses empréstimos como dívida no seu balanço,

que é como deveria ter sido contabilizado.

Tudo isso foi gerando uma bola de neve.

Daí tem uma série de detalhes que eu não vou entrar aqui,

porque eu acho que não é uma aula de contabilidade,

que eu nem seria capaz de dar.

O fato é que, durante 20 anos,

os caras fraudaram seus balanços, suas contabilidades.

O mercado não percebeu.

Supostamente, os donos não perceberam.

E assim foi.

Aí chega na CPI, e o atual CEO, que é o empregado dos donos,

e isso tem que ficar muito claro,

porque aí você vai entender por que ele falou o que ele falou.

Antes de responder qualquer pergunta dos parlamentares,

ele lê uma declaração que foi preparada por advogados,

não foi preparada por contadores,

nem por executivos financeiros, foi preparada por advogados,

que não são os advogados independentes

que as próprias americanas contrataram

para fazer um relatório sobre o que aconteceu lá.

Não, são os advogados que defendem os interesses da empresa,

ou seja, dos seus donos.

Então, essa declaração do CEO é a versão dos donos da empresa.

Isso que talvez não tenha ficado suficientemente claro

no noticiário de ontem.

Essa é a versão dos donos da empresa.

E qual é essa versão?

Que a culpa é dos diretores que ficaram 20 anos lá

e que eles não sabiam de nada.

E daí tem uma perversidade extra,

porque eles dão a causa de eles terem feito isso,

desses diretores terem feito isso autonomamente,

e eles até dizem, ah, tinha duas contabilidades,

uma contabilidade real e uma contabilidade para o conselho,

que é onde ficam os donos.

Pois bem, e qual teria sido a motivação desses diretores

para cometerem essas fraudes de moto próprio?

Engordarem os lucros da empresa

e com isso aumentarem os seus bônus.

Beleza, mas quem se beneficia de aumentar os lucros da empresa

e valorizar a cotação das ações na Bolsa?

Se não os próprios donos.

Os donos, os executivos todos, né?

Não, quem ganha muito mais são os donos.

Não é que é o cara que ganha bônus.

Os bônus são pornográficos,

mas os ganhos, não tem adjetivo para falar,

os ganhos de quem detém as ações.

E é isso, esse que é o grande buraco nessa história

que a gente ouviu ontem.

Qual o papel dos acionistas nessa história?

Porque eles jogaram no ventilador para todo mundo,

culparam os diretores, culparam as instituições financeiras

que toparam mudar termos, jogaram contra as auditorias,

mas os donos não têm culpa nenhuma no cartório.

E eles foram os maiores beneficiados disso.

Quer dizer, é a mesma coisa que se acreditar

que tudo que o coronel Cid fez para dar atestado fácil de vacina,

para fazer o golpe, etc.

Não, Bolsonaro não sabia de nada.

É a mesma coisa, basicamente a mesma coisa, entendeu?

Então, assim, se você quiser acreditar em história da caroxinha,

a gente acredita na versão do CEO das americanas de ontem,

como se os donos realmente ficassem 20 anos

sem saber o que estava acontecendo na própria empresa

e só falando que maravilha, o lucro está alto.

Muito bem, Thaís, a nossa colega, mais do que colega, amiga,

Malu Gaspar, diz no texto dela hoje, no Globo,

hoje, quinta-feira, que o Beto Sicupira

se envolvia diretamente na contratação dos executivos,

além de fazer parte do conselho.

Por isso que eu abri falando da frase dele.

O que você apurou a esse respeito?

A respeito dessa fraude?

O conselho de administração foi beneficiado,

agora, retroativamente pensando,

porque quando a KPMG, lá atrás, em 2017, 2018,

cinco anos atrás, fez uma auditoria e falou

tem coisa errada aí,

depois a KPMG foi descontratada e a Americanas contrata a PwC,

que era outra auditoria independente, entre aspas.

E eles mudam um trecho muito singelo,

mas todo relevantíssimo, do relatório da auditoria.

E a auditoria dizia, sim, que essas questões que eles tinham levantado,

que eles tinham apurado, mereciam a atenção,

não estou falando literalmente, tá?

Estou falando do teor do texto,

que mereciam a atenção do conselho de administração da empresa.

E daí, o texto aprovado da auditoria diz,

não, esses dados levantados merecem a atenção da administração da empresa.

O que muda tudo, porque se você tira a responsabilidade do conselho ou põe,

quando a coisa apertar, você pode apontar o dedo pra quem?

Você pode apontar o dedo pra um ou pra outro.

Mas eu queria voltar um pouco e dizer o seguinte,

o fato de a atual diretoria dizer, não foi inconsistência contábil, não,

foi fraude.

Apontar o dedo pra pessoas físicas,

as pessoas que ocupavam a diretoria anterior,

dizer que esses valores que estão altíssimos agora vão subir ainda mais,

porque não foram corrigidos devidamente.

O que isso mostra?

Isso, uma CPI, em fato relevante, informes para o mercado,

mostra que o buraco é muito, muito maior do que ele é mesmo.

É uma versão para tentar...

Do que apareceu até agora, né?

Do que apareceu até agora, uma versão para minimizar danos.

Virou um salve-se quem puder,

os diretores que estão sendo acusados dizem que vão contra-atacar.

Então, assim, o relator da CPI já disse que a inconsistência contábil

de janeiro de 20 bilhões é agora, no mínimo, uma fraude de 40 bilhões.

Mas o buraco é mais embaixo.

Eu conversei com o André Moura,

professor da Fundação Getúlio Vargas de Contabilidade e Finanças,

me explicou um monte de coisas sobre essa fraude,

como é que isso aconteceu, o que não deixou de acontecer,

e eu fiz uma pergunta para ele, que é a seguinte,

isso tem prejuízo público ou está tudo na esfera privada de uma companhia, etc?

E ele disse que tem, sem dúvida nenhuma, prejuízo público,

uma fraude desse tamanho.

Para simplificar, pensar o seguinte,

as americanas são uma companhia gigante e ela tem milhares de fornecedores.

Um pedaço da fraude consistia em não pagar aos fornecedores o que ela devia.

Com isso, ela mesma entrou em recuperação judicial,

ou seja, não vai pagar os impostos que deveria pagar.

Primeiro, o prejuízo público está aí.

Segundo, ela faz todos esses fornecedores quebrarem,

milhares de fornecedores pelo país inteiro,

que também vão quebrando, vão deixar de pagar imposto.

E segundo, vão fechar, vão demitir pessoas,

demitindo as pessoas desempregadas, sem consumo, sem salário, etc.

Então, tem um efeito em cascata na economia,

para uma empresa desse tamanho, que é grave, que afeta todo mundo.

Enfim, do ponto de vista do professor da AGV,

não tem como se dizer que alguém na cúpula da empresa,

ou os acionistas, ou o conselho de administração,

ou o conselho de auditoria, ou o conselho fiscal, não sabia.

Não tem como alguém dizer que não sabia do que estava acontecendo.

O conselho de administração pode até dizer que, enfim,

só recebia as informações que os outros conselhos passavam, etc.

Pode até tentar uma linha de justificativa assim,

mas na opinião do professor, é muito inverossímil

um buraco desse tamanho passar despercebido durante tantos anos.

E ele inclui aí a responsabilidade dos bancos,

que aceitaram os pedidos de empréstimos da americana,

sem consultar no Banco Central o balanço da empresa e a saúde financeira.

Deram créditos muito maiores do que a empresa conseguiria ter acesso,

se fosse checada.

E das auditorias também.

O André Moura fala que, aparentemente, aceitaram fazer relatórios

muito mais positivos do que a verdadeira realidade da empresa apontava.

Muito bem. Toledo?

Eu acho que é isso.

Eu acho que é só um exemplo do capitalismo sem risco à brasileira, entendeu?

E para pegar a coluna da Malu, que você citou,

para juntar com a frase do Berto Cicupira,

que o Brasil nunca vai ser os Estados Unidos,

porque aqui é o país dos coitadinhos,

eles mesmos, os mesmos donos, foram processados

e pagaram multa nos Estados Unidos por cometerem fraudes lá também.

Então, os Estados Unidos e o Brasil são parecidos.

Sim, é verdade. Bem lembrado.

Um recado da redação da Piauí.

E se você quer saber tudo sobre o escândalo da gigante do varejo,

basta ler a reportagem

Americanas, a fraude titânica, de Consuelo Diegues,

na edição de junho da revista Piauí.

Muito bem, começamos com a Daniela Carneiro

e terminamos com o Berto Cicupira,

ou Sucupira, como eu gosto de dizer.

Estamos em Sucupira, o Brasil Sucupira.

Sucupira!

Vamos encerrando o terceiro bloco do programa por aqui

e vamos direto para o momento que enderou,

porque agora quase estou chamando de momento Bilenk.

Porque Thaís Bilenk massacrou a mim e ao Toledo

no foro que a gente fez na Feira do Livro no último domingo.

Aliás, foi muito simpático, tinha muita gente, foi legal.

Eu queria até mencionar isso, não deixar passar.

Foi muito carinhosa a receptividade ali que a gente teve.

Foi.

E a Thaís arrasou, né, Toledo?

Eu preciso esquecer.

3x0, só vou falar isso, 3x0.

3x0, 3 Kinder Ovo, Thaís 3.

Não foi Kinder Ovo, foi uma brincadeira diferente que a gente fez.

Eu inventei uma brincadeira nova pra prejudicar a Thaís,

pra ver se ela não tinha…

Ela ganhou de 3x0, foi a coisa mais humilhante que já aconteceu.

É um Kinder Ovo diferente, né?

É uma adivinhação também, é um Kinder ao vivo.

Diferente, a mecânica é outra.

A Thaís ovacionada, a massa em pé ovacionando a Thaís

e jogava tomate, ovo…

É literal, é literal isso, ele não tá exagerando.

Mas eu acho que realmente eu merecia o momento de glória.

Eu tava merecendo já.

Sim, tava.

Ela tá… Olha, Mari, agora você vai ter CPI nesse negócio, viu?

Vai ter CPI.

Solta aí, Mari.

Enfrentamos as maiores dificuldades que um governo pode enfrentar.

Queiroga.

Vencemos todos.

Vencemos o vírus, vencemos as bactérias, vencemos…

Ele se filiou a pele essa semana.

Mas os gafanhotos, é difícil que a gente derrota essa gente.

Vai ser candidata a prefeito de uma pessoa.

Ela não melhora nem o cabelo.

Eu vou acabar com essa sessão logo.

Eu me senti um gafanhoto hoje.

Ela tinha, no começo do programa, a Thaís ficava…

Nem vou falar do Queiroga.

Queiroga, Queiroga, Alex, Alexa, sei lá.

Vocês inventam o que vocês quiserem.

Eu vou falar da Thaís bilenca.

Que ela ficava enlouquecida, porque ela não acertava todos no começo.

E agora tá essa coisa assim, humilhante esse negócio.

Parece o Real Madrid jogando contra o Madureira.

Tá assim, eu me sinto Madureira.

Eu me sinto com qualquer time jogando contra o Corinthians.

Eu sou o Corinthians?

Não, o Corinthians tá ruim.

Você é o Real Madrid, do Vini Jr.

É isso.

Também, né, Mariposa.

Vai ressuscitar o Queiroga.

Deixa eu registrar aqui para os anais do Kinder Ovo.

Ex-ministra da Saúde, Marcelo Queiroga, na cerimônia de filhação ao PL,

como já antecipou Thaís bilenca.

É isso.

Passemos, depois desse mais um trauma para o meu currículo,

passemos ao Correio Elegante.

Momento de vocês.

A Brisa Nogueira lembrou o nosso fim de semana.

Brisa Nogueira.

Ao saber que teria Fôrux Terezinha ao vivo na Feira do Livro, em São Paulo,

imediatamente mudei a programação do Dia dos Namorados,

que tinha sido antecipada para o domingo.

Mesmo o meu namorado Guilherme não escutando o podcast.

Fomos vê-los, tiramos foto, conversei com a Mari Faria

e com uma ajudinha simpática dos apresentadores,

acho que convenci o namorado a ser um novo ouvinte do Fôrux.

Eu lembro deles lá.

Depois postei no meu Instagram a foto em que estamos eu, Guilherme,

e os apresentadores com a legenda,

noite romântica ao som do Fôrux Terezinha ao vivo.

E meu pai, que é bolsonarista raiz, e ela escreve raiz com caixa alta,

tudo com maiúscula, caixa alta é jargão de jornalista, né?

Curtiu e comentou com palminhas.

Ele, obviamente, não conhece o Fôrux, devia achar que vocês formam uma banda.

Escrevo, então, para parabenizar toda a equipe do Fôrux pelo programa

e agradecer ao Guilherme por ser um companheiro de todas as horas.

Te amo, diz a Brisa para o Guilherme.

Muito bem, a gente é quase uma banda já, viu, Brisa?

Porque o Toledo toca violão, a Thaís arrasa.

Eu só tenho que me esmerar no bongô agora,

pra gente não tocar nenhum instrumento.

Eu vou me esmerar no bongô, Toledo no violão e Thaís no vocal.

Acho que dá uma banda.

Vai ser mortos de fome, vai ser fome da vida.

Miseria pouca é bobagem, vai chamar.

Vamos lá, eu vou ler a cartinha da Francinalva Medeiros.

Pelo segundo ano consecutivo, eu, Fran e meu grande amigo, Felipe,

viajamos na companhia de vocês do Fôrux no mês de junho.

Saímos pelos interiores do Nordeste para curtir o São João,

procurar uns amores e dançar um forrózinho.

Somos professores numa cidade pequena no interior da Paraíba.

Adoramos escutar e sofrer, ou mangar, como falamos aqui,

com as prezepadas que têm sido as notícias desses últimos anos.

Pedimos que enviem um beijo para seus ouvintes paraibanos.

Um cheiro grande em todos vocês, em especial na Thaís.

Somos fãs.

Ô, gente, cheiro pra Fran e pro Felipe.

Que viagem boa essa.

Eu queria fazer uma viagem atrás do São João no Nordeste, seria lindo.

Paraíba tá em alta hoje, hein?

É verdade.

Ainda bem.

Bom, o amor está no ar aqui no Correio Elegante.

Didrigo Menezes vai na de Tinderforo.

Sou ouvinte jurássico desde os tempos em que os javaporcos

dominavam soberanos a paisagem,

desde a Grande Matão até a Ilha do Governador,

onde eu residi por 39 anos.

Semana passada, abri um conhecido app de encontros

para rapazes que gostam de rapazes.

E logo ali, do meu ladinho, a um metro de distância,

ou seja, um vizinho do prédio,

tinha na descrição do perfil um opatoledo,

seguida de um trecho de uma música da Elis Regina,

o que sublinhava o seu bom gosto.

Mandei um alô só para mostrar que também era ouvinte

e seguir folheando o cardápio.

Folheando o cardápio é bom, né?

Não sei se vocês ficarão felizes ou perplexos com a informação,

mas acho que precisam saber que o foro está em todos os nichos,

inclusive na região do Flatete,

que é a conurbação do Flamengo com o Catete,

e nos app de paquera para rapazes.

Um grande abraço.

Olha aí.

Ficamos felizes, como perplexos.

Queremos que os aplicativos bombem,

os rapazes fiquem felizes e...

As moças também, todo mundo.

Viva os amores, qualquer forma de amor.

Como é que é aquela música?

Qualquer forma de amor vale a pena,

qualquer forma de amor vale amar.

É, Milton Nascimento, não é isso?

Tá ligado.

Olha aí.

É, tá aí, já tá.

Os mortos de fome atacam novamente.

Eles se amaram de qualquer maneira.

Pode até terminar com essa musiquinha hoje, direção,

se vocês se inspirarem.

Qualquer maneira de amor valerá.

E assim, em ritmo de amor,

vamos acabando o programa de hoje.

Se você gostou, não deixe de seguir o Dar 5 Stars

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Pode ser 5 Stars, podia ser 5 coraçõezinhos, né, Mari?

Ficaria mais simpático ainda.

Por mais adequado ao nosso clima aqui.

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O Forja de Terezinha é uma produção da Rádio Novelo

para a revista Piauí, com a coordenação geral da Evelyn Argenta.

A direção é da Mari Faria, a produção da Maria Júlia Vieira.

O nosso apoio de produção é da Natália Silva

e a edição da Evelyn Argenta e do Tiago Picado.

A finalização e a mixagem são do Luiz Rodrigues

e do João Jabás, do Pipoca Sound.

Jabás, que é também o intérprete da nossa melodia-tema,

composta por Vânia Salles e Beto Boreno.

A coordenação digital é feita pela Bia Ribeiro

e a checagem do João Felipe Carvalho.

A ilustração no site é do Fernando Carvalho.

O foro foi gravado nas nossas casas

e eu me despeço dos meus amigos José Roberto de Toledo.

Tchau, Toledo.

Tchau, Fernando. Tchau, Thaís.

E tchau, Marcos Amoroso, nosso produtor de longa data

que seguiu desta para melhor.

No caso, é um emprego melhor.

Assim espero.

Assim esperamos, Amoroso.

Ele nos deixou aqui, mas levará consigo boas memórias, espero.

E com certeza deixará uma ótima impressão.

Sim, ficaremos com saudade

e estamos felizes com o seu sucesso que virá.

Que já está vindo, né, Thaís Bilenk.

Tchau, Thaís.

Tchau, Fernando. Tchau, Toledo.

Amoroso, querido, boa sorte.

Maria Júlia, bem-vinda.

Amoroso, vá com tudo.

Beijo, gente.

É isso, gente.

Boa semana a todos.

Até semana que vem.


#257: O ministro que escapou do tiroteio - Part 2 #Nr. 257: Der Minister, der der Schießerei entkam - Teil 2 #257: The Minister who escaped the shooting - Part 2 #257: El ministro que escapó del tiroteo - Parte 2 #257 : Le ministre qui a échappé à la fusillade - Partie 2 #257: Ministern som undkom skottlossningen - Del 2 #257: Міністр, який врятувався від стрілянини - частина 2 #257:逃离交火的部长 - 第 2 部分

não ia ser eficiente, mas agora, quando chegou a decisão de quem vai ser convocado ou não

para falar na CPI, a maioria esmagadora do governo prevaleceu e a oposição ficou chupando

o dedo.

Não chamaram ninguém que a oposição queria chamar e chamaram todos os atores principais

do golpe que a oposição não queria chamar.

Então mostra que quando o governo se empenha e se articula minimamente, monta grupo de

WhatsApp com os parlamentares que vão comandar a CPI, como já tinha feito durante a CPI

da Covid, enfim, faz o básico, beabá, não precisa ser nenhum gênio da raça para fazer

o que eles fizeram, aí ele ganha.

Porque a oposição, esse caso mostra, a oposição bolsonarista, ela está completamente desarticulada,

está completamente dividida, as pessoas perderam o rumo ali, está sem orientação.

O Bolsonaro vai ser julgado na semana que vem, não se discute nem se ele vai perder

os direitos políticos ou não, se discute o placar, se vai ser 7 a 0, 6 a 1, 5 a 2,

quer dizer, o futuro do Bolsonaro já está traçado, né?

E isso obviamente teve um impacto, está tendo um impacto.

O PL, o partido do Valdemar da Costa Neto, ao qual momentaneamente o Bolsonaro está

afiliado, é um partido que desde que o Valdemar assumiu o comando, há décadas, é o partido

máximo da fisiologia, ele se vendeu para o Lula na eleição lá em 2003, negociando

a vaga de vice e continua se vendendo até hoje.

E há um conflito entre a ala fisiológica tradicional, comandada pelo Valdemar, e a

ala bolsonarista que aderiu agora.

E isso vai se materializar na escolha dos candidatos a prefeito no ano que vem, em 2024,

nas eleições de prefeitura.

Então eles estão perdidos.

O governo Lula não pode culpar a oposição de nada, porque não tem, a oposição é

muito fraca, a oposição é interna, é justamente esse emaranhado fisiológico aí

do Arenão, que ele precisa ver como é que faz a distribuição de verbas e cargos.

Agora, efeitos práticos.

O principal efeito prático é o que a Thais falou.

A Polícia Federal avançou muito mais do que os parlamentares vão ser capazes de avançar

na investigação, na minha opinião.

Começou muito antes, tem muito mais força, muito mais elementos, muito mais recursos

para investigar.

Agora, o que a Polícia Federal até agora não conseguiu foi colocar os generais no

holofote, colocar eles no centro dessa narrativa, no centro dessa versão, que me parece ser

a mais fundamental, porque sem o apoio dos generais não teria golpe, obviamente, né?

E ao convocar os generais Heleno Pequeno, não por sua estatura, e o Braga Neto, o interventor,

eles vão, no mínimo, colocar o foco em quem precisa receber o foco, porque esses caras

tiveram um papel fundamental e que, até agora, as investigações da Polícia Federal,

repito, até agora, ainda não mostraram, mas eles vão ficar em evidência.

Uma coisa é o cara estar em evidência na CPI distrital, que ninguém cobre.

A outra coisa é ele estar em evidência numa CPI que vai ter transmissão ao vivo, eventualmente,

na TV Câmara.

Nessa cronologia que você fez aí, houve um momento em que a oposição bolsonarista

viu uma janela de oportunidade, foi quando saíram aquelas imagens editadas com a participação

do general Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI do Lula, andando atônito pelo Palácio.

Os bolsonaristas viram ali uma janela de oportunidade para jogar, apostar na confusão, apostar

na sua narrativa, etc.

Essa palavra horrorosa, mas vamos usá-la aqui porque cabe, e embaralhar o jogo.

O ato seguinte foi a operação da PF na casa do Bolsonaro e que prendeu o Mauro Cidia.

Isso inverteu a correlação de forças e jogou o bolsonarismo, que vinha numa ofensiva.

Bolsonaro tinha voltado ao Brasil, tinha ido na feira do agro no interior de São Paulo, etc.

Com a operação da PF, o jogo mudou completamente.

Acho que isso é um ponto de inflexão e a CPI, da qual eles pretendiam fazer uma vitrine,

isso acabou não se consumando.

Eu acho assim, o Bolsonaro, não sendo opção de poder, o cacife dele diminui muito.

Tudo bem, ele pode ajudar a eleger gente, pode, mesmo sem ser ele próprio candidato.

Mas a opção de poder é fundamental, porque é ela que dá um norte no médio prazo, entendeu?

Bom, nós vamos por aqui porque o nosso candidato em 2026 vai ser esse daqui.

Só que eles não sabem quem vai ser o candidato deles em 2026.

Não será o Bolsonaro.

E já existe um racho entre o bolsonarismo e provavelmente o Valdemar,

dependendo dos resultados eleitorais da eleição, o prefeito abandone o bolsonarismo também.

Não sei se esse casamento chega longe.

Chegou longe, foi o segundo bloco que eu vou encerrando por aqui.

A gente vai direto então para o Número da Semana,

que é tirado da sessão Igualdades, publicada semanalmente,

Número da Semana, no site da Piauí.

Diga lá qual é o número, Mari.

Fernando, o número da semana é 3,3 milhões.

Entre 2021 e 2022, o aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro,

ganhou 40 mil voos e 3,3 milhões de passageiros.

Enquanto isso, a 14 quilômetros dali, o aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim,

conhecido como Galeão, perdeu quase 11 milhões de passageiros,

o equivalente à população de um Rio de Janeiro e meio.

Por isso, o Santos Dumont, com a sua pista apertada à beira-mar,

anda cada vez mais superlotado, cheio de filas,

e os atrasos se tornaram frequentes.

O desequilíbrio entre os aeroportos na segunda maior cidade do país

motivou o prefeito Eduardo Paes a recorrer ao presidente Lula em busca de soluções.

Está em discussão no Ministério de Portos e Aeroportos

uma proposta para reduzir o fluxo de voos no Santos Dumont

e, com isso, tentar reverter a derrocada do Galeão.

E o Igualdades dessa semana explica o tamanho do problema.

Mas virou uma bagunça tão grande essa história da malha aeroviária brasileira

que o cidadão aqui da Igualdades diz tudo.

A quantidade de voos do Galeão em dois anos

é igual à quantidade de voos de Guarulhos em quatro meses.

Ou seja, é um para seis.

Entre os problemas do Galeão, há o acesso.

As pessoas têm medo de ser vítimas de bala perdida.

Esse é um dos fatores que contribuíram para essa situação atual do Rio de Janeiro.

Não que o Santos Dumont esteja em ótimo estado, né?

É, o Santos Dumont é um aeroporto simpaticíssimo, bonito e temerário.

Sempre que eu pousava ali, morei oito anos no Rio de Janeiro,

fazia ponte aérea com muita frequência, era uma aventura.

Eu me sentia no play center ali, no negócio da espécie de montanha-russa.

Será que vai dar certo hoje?

Quantas vezes não imaginei como é que eu ia sair nadando pela asa do avião, Zé,

quando eu pousar no Rio de Janeiro.

A gente encerra o Igualdades dessa semana.

Por aqui, vamos para um rápido intervalo.

No terceiro bloco, vamos falar da fraude bilionária das americanas.

Já voltamos.

Oi, aqui é a Branca Viana e eu estou aqui para te convidar a ouvir o podcast semanal da Rádio Novelo,

o Rádio Novelo Apresenta.

E essa semana é um episódio de ação.

A Letícia Leite mergulhou na história de um encontro inesperado

que mudou para sempre a vida de uma bióloga.

Um encontro com um jacaré gigante.

Mais do que isso eu não vou falar porque aí já é spoiler.

Quando terminar aqui o foro, procura aí no seu tocador.

Rádio Novelo Apresenta.

Toda quinta-feira sai um episódio novo sobre histórias que você nem sabia que precisava ouvir.

Muito bem, caso americanas.

Tem uma coluna do Tiago Amparo na Folha em que ele cita uma entrevista de 2014 do Beto Sicupira,

que vem ser um dos três do trio de acionistas principais, bilionários, acionistas americanas.

Diz o Sicupira o seguinte,

se vocês acham que o Brasil é um negócio que vai virar Estados Unidos,

vocês estão no lugar errado.

O Brasil não será Estados Unidos porque o Brasil é o país do coitadinho,

do direito sem obrigações.

É o país da impunidade.

Isso é cultural, não vai mudar.

Menos de 10 anos depois, cá estamos José Roberto de Toledo.

A maior fraude corporativa da história do Brasil,

e o senhor Sicupira autor dessas palavras, está no centro dela.

Então, o que aconteceu nas americanas?

A gente não sabe ainda direito, porque é preciso...

Porque todos os atores falharam, as empresas de auditoria falharam,

controle público falhou.

Então, precisou vir um delator da própria empresa para a história vir a público.

O mercado não falhou, todo mundo falhou.

Então, o que a gente tem por enquanto é uma versão que é da própria empresa,

que a gente não sabe o quão verdadeira ela é.

Segundo essa versão, a própria empresa, na diretoria anterior,

que é quem está sendo culpabilizado pela atual gestão,

forjou um lucro maior do que teve,

na verdade, teve prejuízo e que ela transformou em lucro,

diminuindo os seus custos de maneira artificial, com manobras contábeis.

Isso daí deu um buraco de uns 20 bilhões de reais, até um pouco mais.

Só que o lucro falso, que você põe lá no papel, no balanço,

ele não gera dinheiro.

Se ele não gera dinheiro, você fica com um buraco no seu caixa.

A empresa não tem dinheiro para cumprir suas obrigações,

para pagar seus fornecedores, seus empregados, tal.

Como é que eles resolveram esse problema?

Com a segunda fraude.

Então, para gerar caixa, eles tomaram uma série de empréstimos,

só que não contabilizavam esses empréstimos como dívida no seu balanço,

que é como deveria ter sido contabilizado.

Tudo isso foi gerando uma bola de neve.

Daí tem uma série de detalhes que eu não vou entrar aqui,

porque eu acho que não é uma aula de contabilidade,

que eu nem seria capaz de dar.

O fato é que, durante 20 anos,

os caras fraudaram seus balanços, suas contabilidades.

O mercado não percebeu.

Supostamente, os donos não perceberam.

E assim foi.

Aí chega na CPI, e o atual CEO, que é o empregado dos donos,

e isso tem que ficar muito claro,

porque aí você vai entender por que ele falou o que ele falou.

Antes de responder qualquer pergunta dos parlamentares,

ele lê uma declaração que foi preparada por advogados,

não foi preparada por contadores,

nem por executivos financeiros, foi preparada por advogados,

que não são os advogados independentes

que as próprias americanas contrataram

para fazer um relatório sobre o que aconteceu lá.

Não, são os advogados que defendem os interesses da empresa,

ou seja, dos seus donos.

Então, essa declaração do CEO é a versão dos donos da empresa.

Isso que talvez não tenha ficado suficientemente claro

no noticiário de ontem.

Essa é a versão dos donos da empresa.

E qual é essa versão?

Que a culpa é dos diretores que ficaram 20 anos lá

e que eles não sabiam de nada.

E daí tem uma perversidade extra,

porque eles dão a causa de eles terem feito isso,

desses diretores terem feito isso autonomamente,

e eles até dizem, ah, tinha duas contabilidades,

uma contabilidade real e uma contabilidade para o conselho,

que é onde ficam os donos.

Pois bem, e qual teria sido a motivação desses diretores

para cometerem essas fraudes de moto próprio?

Engordarem os lucros da empresa

e com isso aumentarem os seus bônus.

Beleza, mas quem se beneficia de aumentar os lucros da empresa

e valorizar a cotação das ações na Bolsa?

Se não os próprios donos.

Os donos, os executivos todos, né?

Não, quem ganha muito mais são os donos.

Não é que é o cara que ganha bônus.

Os bônus são pornográficos,

mas os ganhos, não tem adjetivo para falar,

os ganhos de quem detém as ações.

E é isso, esse que é o grande buraco nessa história

que a gente ouviu ontem.

Qual o papel dos acionistas nessa história?

Porque eles jogaram no ventilador para todo mundo,

culparam os diretores, culparam as instituições financeiras

que toparam mudar termos, jogaram contra as auditorias,

mas os donos não têm culpa nenhuma no cartório.

E eles foram os maiores beneficiados disso.

Quer dizer, é a mesma coisa que se acreditar

que tudo que o coronel Cid fez para dar atestado fácil de vacina,

para fazer o golpe, etc.

Não, Bolsonaro não sabia de nada.

É a mesma coisa, basicamente a mesma coisa, entendeu?

Então, assim, se você quiser acreditar em história da caroxinha,

a gente acredita na versão do CEO das americanas de ontem,

como se os donos realmente ficassem 20 anos

sem saber o que estava acontecendo na própria empresa

e só falando que maravilha, o lucro está alto.

Muito bem, Thaís, a nossa colega, mais do que colega, amiga,

Malu Gaspar, diz no texto dela hoje, no Globo,

hoje, quinta-feira, que o Beto Sicupira

se envolvia diretamente na contratação dos executivos,

além de fazer parte do conselho.

Por isso que eu abri falando da frase dele.

O que você apurou a esse respeito?

A respeito dessa fraude?

O conselho de administração foi beneficiado,

agora, retroativamente pensando,

porque quando a KPMG, lá atrás, em 2017, 2018,

cinco anos atrás, fez uma auditoria e falou

tem coisa errada aí,

depois a KPMG foi descontratada e a Americanas contrata a PwC,

que era outra auditoria independente, entre aspas.

E eles mudam um trecho muito singelo,

mas todo relevantíssimo, do relatório da auditoria.

E a auditoria dizia, sim, que essas questões que eles tinham levantado,

que eles tinham apurado, mereciam a atenção,

não estou falando literalmente, tá?

Estou falando do teor do texto,

que mereciam a atenção do conselho de administração da empresa.

E daí, o texto aprovado da auditoria diz,

não, esses dados levantados merecem a atenção da administração da empresa.

O que muda tudo, porque se você tira a responsabilidade do conselho ou põe,

quando a coisa apertar, você pode apontar o dedo pra quem?

Você pode apontar o dedo pra um ou pra outro.

Mas eu queria voltar um pouco e dizer o seguinte,

o fato de a atual diretoria dizer, não foi inconsistência contábil, não,

foi fraude.

Apontar o dedo pra pessoas físicas,

as pessoas que ocupavam a diretoria anterior,

dizer que esses valores que estão altíssimos agora vão subir ainda mais,

porque não foram corrigidos devidamente.

O que isso mostra?

Isso, uma CPI, em fato relevante, informes para o mercado,

mostra que o buraco é muito, muito maior do que ele é mesmo.

É uma versão para tentar...

Do que apareceu até agora, né?

Do que apareceu até agora, uma versão para minimizar danos.

Virou um salve-se quem puder,

os diretores que estão sendo acusados dizem que vão contra-atacar.

Então, assim, o relator da CPI já disse que a inconsistência contábil

de janeiro de 20 bilhões é agora, no mínimo, uma fraude de 40 bilhões.

Mas o buraco é mais embaixo.

Eu conversei com o André Moura,

professor da Fundação Getúlio Vargas de Contabilidade e Finanças,

me explicou um monte de coisas sobre essa fraude,

como é que isso aconteceu, o que não deixou de acontecer,

e eu fiz uma pergunta para ele, que é a seguinte,

isso tem prejuízo público ou está tudo na esfera privada de uma companhia, etc?

E ele disse que tem, sem dúvida nenhuma, prejuízo público,

uma fraude desse tamanho.

Para simplificar, pensar o seguinte,

as americanas são uma companhia gigante e ela tem milhares de fornecedores.

Um pedaço da fraude consistia em não pagar aos fornecedores o que ela devia.

Com isso, ela mesma entrou em recuperação judicial,

ou seja, não vai pagar os impostos que deveria pagar.

Primeiro, o prejuízo público está aí.

Segundo, ela faz todos esses fornecedores quebrarem,

milhares de fornecedores pelo país inteiro,

que também vão quebrando, vão deixar de pagar imposto.

E segundo, vão fechar, vão demitir pessoas,

demitindo as pessoas desempregadas, sem consumo, sem salário, etc.

Então, tem um efeito em cascata na economia,

para uma empresa desse tamanho, que é grave, que afeta todo mundo.

Enfim, do ponto de vista do professor da AGV,

não tem como se dizer que alguém na cúpula da empresa,

ou os acionistas, ou o conselho de administração,

ou o conselho de auditoria, ou o conselho fiscal, não sabia.

Não tem como alguém dizer que não sabia do que estava acontecendo.

O conselho de administração pode até dizer que, enfim,

só recebia as informações que os outros conselhos passavam, etc.

Pode até tentar uma linha de justificativa assim,

mas na opinião do professor, é muito inverossímil

um buraco desse tamanho passar despercebido durante tantos anos.

E ele inclui aí a responsabilidade dos bancos,

que aceitaram os pedidos de empréstimos da americana,

sem consultar no Banco Central o balanço da empresa e a saúde financeira.

Deram créditos muito maiores do que a empresa conseguiria ter acesso,

se fosse checada.

E das auditorias também.

O André Moura fala que, aparentemente, aceitaram fazer relatórios

muito mais positivos do que a verdadeira realidade da empresa apontava.

Muito bem. Toledo?

Eu acho que é isso.

Eu acho que é só um exemplo do capitalismo sem risco à brasileira, entendeu?

E para pegar a coluna da Malu, que você citou,

para juntar com a frase do Berto Cicupira,

que o Brasil nunca vai ser os Estados Unidos,

porque aqui é o país dos coitadinhos,

eles mesmos, os mesmos donos, foram processados

e pagaram multa nos Estados Unidos por cometerem fraudes lá também.

Então, os Estados Unidos e o Brasil são parecidos.

Sim, é verdade. Bem lembrado.

Um recado da redação da Piauí.

E se você quer saber tudo sobre o escândalo da gigante do varejo,

basta ler a reportagem

Americanas, a fraude titânica, de Consuelo Diegues,

na edição de junho da revista Piauí.

Muito bem, começamos com a Daniela Carneiro

e terminamos com o Berto Cicupira,

ou Sucupira, como eu gosto de dizer.

Estamos em Sucupira, o Brasil Sucupira.

Sucupira!

Vamos encerrando o terceiro bloco do programa por aqui

e vamos direto para o momento que enderou,

porque agora quase estou chamando de momento Bilenk.

Porque Thaís Bilenk massacrou a mim e ao Toledo

no foro que a gente fez na Feira do Livro no último domingo.

Aliás, foi muito simpático, tinha muita gente, foi legal.

Eu queria até mencionar isso, não deixar passar.

Foi muito carinhosa a receptividade ali que a gente teve.

Foi.

E a Thaís arrasou, né, Toledo?

Eu preciso esquecer.

3x0, só vou falar isso, 3x0.

3x0, 3 Kinder Ovo, Thaís 3.

Não foi Kinder Ovo, foi uma brincadeira diferente que a gente fez.

Eu inventei uma brincadeira nova pra prejudicar a Thaís,

pra ver se ela não tinha…

Ela ganhou de 3x0, foi a coisa mais humilhante que já aconteceu.

É um Kinder Ovo diferente, né?

É uma adivinhação também, é um Kinder ao vivo.

Diferente, a mecânica é outra.

A Thaís ovacionada, a massa em pé ovacionando a Thaís

e jogava tomate, ovo…

É literal, é literal isso, ele não tá exagerando.

Mas eu acho que realmente eu merecia o momento de glória.

Eu tava merecendo já.

Sim, tava.

Ela tá… Olha, Mari, agora você vai ter CPI nesse negócio, viu?

Vai ter CPI.

Solta aí, Mari.

Enfrentamos as maiores dificuldades que um governo pode enfrentar.

Queiroga.

Vencemos todos.

Vencemos o vírus, vencemos as bactérias, vencemos…

Ele se filiou a pele essa semana.

Mas os gafanhotos, é difícil que a gente derrota essa gente.

Vai ser candidata a prefeito de uma pessoa.

Ela não melhora nem o cabelo.

Eu vou acabar com essa sessão logo.

Eu me senti um gafanhoto hoje.

Ela tinha, no começo do programa, a Thaís ficava…

Nem vou falar do Queiroga.

Queiroga, Queiroga, Alex, Alexa, sei lá.

Vocês inventam o que vocês quiserem.

Eu vou falar da Thaís bilenca.

Que ela ficava enlouquecida, porque ela não acertava todos no começo.

E agora tá essa coisa assim, humilhante esse negócio.

Parece o Real Madrid jogando contra o Madureira.

Tá assim, eu me sinto Madureira.

Eu me sinto com qualquer time jogando contra o Corinthians.

Eu sou o Corinthians?

Não, o Corinthians tá ruim.

Você é o Real Madrid, do Vini Jr.

É isso.

Também, né, Mariposa.

Vai ressuscitar o Queiroga.

Deixa eu registrar aqui para os anais do Kinder Ovo.

Ex-ministra da Saúde, Marcelo Queiroga, na cerimônia de filhação ao PL,

como já antecipou Thaís bilenca.

É isso.

Passemos, depois desse mais um trauma para o meu currículo,

passemos ao Correio Elegante.

Momento de vocês.

A Brisa Nogueira lembrou o nosso fim de semana.

Brisa Nogueira.

Ao saber que teria Fôrux Terezinha ao vivo na Feira do Livro, em São Paulo,

imediatamente mudei a programação do Dia dos Namorados,

que tinha sido antecipada para o domingo.

Mesmo o meu namorado Guilherme não escutando o podcast.

Fomos vê-los, tiramos foto, conversei com a Mari Faria

e com uma ajudinha simpática dos apresentadores,

acho que convenci o namorado a ser um novo ouvinte do Fôrux.

Eu lembro deles lá.

Depois postei no meu Instagram a foto em que estamos eu, Guilherme,

e os apresentadores com a legenda,

noite romântica ao som do Fôrux Terezinha ao vivo.

E meu pai, que é bolsonarista raiz, e ela escreve raiz com caixa alta,

tudo com maiúscula, caixa alta é jargão de jornalista, né?

Curtiu e comentou com palminhas.

Ele, obviamente, não conhece o Fôrux, devia achar que vocês formam uma banda.

Escrevo, então, para parabenizar toda a equipe do Fôrux pelo programa

e agradecer ao Guilherme por ser um companheiro de todas as horas.

Te amo, diz a Brisa para o Guilherme.

Muito bem, a gente é quase uma banda já, viu, Brisa?

Porque o Toledo toca violão, a Thaís arrasa.

Eu só tenho que me esmerar no bongô agora,

pra gente não tocar nenhum instrumento.

Eu vou me esmerar no bongô, Toledo no violão e Thaís no vocal.

Acho que dá uma banda.

Vai ser mortos de fome, vai ser fome da vida.

Miseria pouca é bobagem, vai chamar.

Vamos lá, eu vou ler a cartinha da Francinalva Medeiros.

Pelo segundo ano consecutivo, eu, Fran e meu grande amigo, Felipe,

viajamos na companhia de vocês do Fôrux no mês de junho.

Saímos pelos interiores do Nordeste para curtir o São João,

procurar uns amores e dançar um forrózinho.

Somos professores numa cidade pequena no interior da Paraíba.

Adoramos escutar e sofrer, ou mangar, como falamos aqui,

com as prezepadas que têm sido as notícias desses últimos anos.

Pedimos que enviem um beijo para seus ouvintes paraibanos.

Um cheiro grande em todos vocês, em especial na Thaís.

Somos fãs.

Ô, gente, cheiro pra Fran e pro Felipe.

Que viagem boa essa.

Eu queria fazer uma viagem atrás do São João no Nordeste, seria lindo.

Paraíba tá em alta hoje, hein?

É verdade.

Ainda bem.

Bom, o amor está no ar aqui no Correio Elegante.

Didrigo Menezes vai na de Tinderforo.

Sou ouvinte jurássico desde os tempos em que os javaporcos

dominavam soberanos a paisagem,

desde a Grande Matão até a Ilha do Governador,

onde eu residi por 39 anos.

Semana passada, abri um conhecido app de encontros

para rapazes que gostam de rapazes.

E logo ali, do meu ladinho, a um metro de distância,

ou seja, um vizinho do prédio,

tinha na descrição do perfil um opatoledo,

seguida de um trecho de uma música da Elis Regina,

o que sublinhava o seu bom gosto.

Mandei um alô só para mostrar que também era ouvinte

e seguir folheando o cardápio.

Folheando o cardápio é bom, né?

Não sei se vocês ficarão felizes ou perplexos com a informação,

mas acho que precisam saber que o foro está em todos os nichos,

inclusive na região do Flatete,

que é a conurbação do Flamengo com o Catete,

e nos app de paquera para rapazes.

Um grande abraço.

Olha aí.

Ficamos felizes, como perplexos.

Queremos que os aplicativos bombem,

os rapazes fiquem felizes e...

As moças também, todo mundo.

Viva os amores, qualquer forma de amor.

Como é que é aquela música?

Qualquer forma de amor vale a pena,

qualquer forma de amor vale amar.

É, Milton Nascimento, não é isso?

Tá ligado.

Olha aí.

É, tá aí, já tá.

Os mortos de fome atacam novamente.

Eles se amaram de qualquer maneira.

Pode até terminar com essa musiquinha hoje, direção,

se vocês se inspirarem.

Qualquer maneira de amor valerá.

E assim, em ritmo de amor,

vamos acabando o programa de hoje.

Se você gostou, não deixe de seguir o Dar 5 Stars

e fazer comentário no Spotify.

Pode ser 5 Stars, podia ser 5 coraçõezinhos, né, Mari?

Ficaria mais simpático ainda.

Por mais adequado ao nosso clima aqui.

Pode também seguir a gente no Apple Podcast,

na Amazon Music, favoritar na Deezer,

se inscrever no Google Podcast, no Cashbox ou no YouTube.

O Forja de Terezinha é uma produção da Rádio Novelo

para a revista Piauí, com a coordenação geral da Evelyn Argenta.

A direção é da Mari Faria, a produção da Maria Júlia Vieira.

O nosso apoio de produção é da Natália Silva

e a edição da Evelyn Argenta e do Tiago Picado.

A finalização e a mixagem são do Luiz Rodrigues

e do João Jabás, do Pipoca Sound.

Jabás, que é também o intérprete da nossa melodia-tema,

composta por Vânia Salles e Beto Boreno.

A coordenação digital é feita pela Bia Ribeiro

e a checagem do João Felipe Carvalho.

A ilustração no site é do Fernando Carvalho.

O foro foi gravado nas nossas casas

e eu me despeço dos meus amigos José Roberto de Toledo.

Tchau, Toledo.

Tchau, Fernando. Tchau, Thaís.

E tchau, Marcos Amoroso, nosso produtor de longa data

que seguiu desta para melhor.

No caso, é um emprego melhor.

Assim espero.

Assim esperamos, Amoroso.

Ele nos deixou aqui, mas levará consigo boas memórias, espero.

E com certeza deixará uma ótima impressão.

Sim, ficaremos com saudade

e estamos felizes com o seu sucesso que virá.

Que já está vindo, né, Thaís Bilenk.

Tchau, Thaís.

Tchau, Fernando. Tchau, Toledo.

Amoroso, querido, boa sorte.

Maria Júlia, bem-vinda.

Amoroso, vá com tudo.

Beijo, gente.

É isso, gente.

Boa semana a todos.

Até semana que vem.