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Porta dos Fundos, VIRAL - EPISÓDIO 2 (1)

VIRAL - EPISÓDIO 2 (1)

Fala, Humberto, o que você queria falar?

É que eu acho que é uma coisa...

Desculpa, não é nada pessoal, tá, Kléber?

É que é uma coisa que eu acho que eu queria falar só com você,

porque é particular.

O que você precisar falar comigo você pode falar pro Kléber.

O Kléber é o amor da minha vida.

Vamos ver se vai ser agora.

É que... Desculpa, Kléber, não é nada pessoal,

-é que o assunto é bem particular... -Mas eu acho que você escutou ela.

Então aqui não tem nenhum tipo de segredo,

-nenhum tipo de... -Calma, amor.

-Você não vai defender ele aqui, né? -Fala, Humberto.

-Bom, é o seguinte... -Não, espera aí.

-Olha só, Kléber. É Kléber, né? -Isso.

Vamos supor que você tivesse um segredo.

-Não tenho segredos. -Eu sei, meu amor.

-Por isso que eu falei "supor". -Mas é bom deixar claro.

Vamos supor que você tivesse um filho.

-Não tenho filhos. -Eu sei, minha luz.

Você não tem um filho,

mas vamos supor que você tivesse esse filho há, sei lá, dez anos.

Ele pode se chamar Roger?

Ele se chama Roger, o nome dele é Roger.

Está batizado, o nome dele é Roger, tá?

Aí você não quisesse assumir esse filho.

Não, eu assumiria.

Tudo bem, mas vamos supor que você...

Mas não tem como, porque eu sou louco pra ter...

Então você não tem filho, esquece filho.

Vamos supor que você tenha câncer.

-Já tive dois. -Então foda-se,

-eu não sei dar esse exemplo. -Eu tenho Aids.

-Pô, eu falei pra não dizer assim. -O quê?

-Ele tem Aids. -O quê?

Ele tem Aids! Caralho, ele demora a entender.

Tá, como assim?

Sou soropositivo, e talvez eu tenha te...

Você passou Aids pra mim?

Não, eu não sei...

Você passou Aids pra mim?

Ninguém passou Aids pra ninguém...

Você tem Aids, sua vagabunda?

-Espera aí, calma. -Cala a boca, babaca, também.

-Fica falando aí... -Senta aqui, Kléber.

Calma, tá? Eu falei que era um assunto particular, delicado.

Só pra eu entender, quando foi que vocês foderam?

É muito grosso.

Como assim? Quando foi que vocês foderam?

Eu não sei! Faz o quê? Uns três meses?

Três meses e meio.

Espera aí, há três meses e meio a gente já estava junto.

Não, a gente não estava namorando.

-Você estava comendo a Rita. -Que Rita?

Nunca comi Rita nenhuma. Chega disso.

Chegava fedendo a Monange por que então?

Era loção pós-barba. Você sabe muito bem disso.

Você está comendo a Ritinha ainda que eu sei, seu babaca.

E você, que é cheia de doença, cheia de pereba? Sai!

A pessoa está cheia de verruga no saco

e está falando de mim.

-Pelo menos eu não tenho Aids! -Quem sabe, não é?

De repente eu fiz o favor de ter te passado essa merda,

bem feito, tomara que você morra!

A gente vai indo. Obrigadíssimo.

-Não vai, não. -Vamos indo...

Fica aqui. É o seguinte, gente.

Eu trouxe um negocinho que é um teste...

Enfia esse teste no teu cu.

Desculpa, não, é pra passar na boca.

Me dá essa merda aqui que eu quero fazer.

Me dá essa merda que eu quero fazer!

Agora eu quero ter essa merda, entendeu?

Eu quero ter essa merda pra ter passado pra você,

pra você ter passado pra Ritinha, aquela vagabunda!

Eu já falei pra você que eu não tinha porra nenhuma

-com porra de Rita nenhuma! -Cala a boca!

Eu estou com Aids ou não?

Tem que esperar 20 minutos.

E eu que vou dar a notícia pessoalmente pra ela, entendeu?

Eu faço questão.

-Será que eu... -Filha da puta!

Será que eu consigo uma água?

Na cozinha.

Vou levar ele lá.

Como que você vai levar ele?

Você sabe o caminho da cozinha, é isso?

VIRAL

Que merda, hein?

Porra, esse cara é um babaca, ele já bateu nela.

Filha da puta! Ainda bem que você comeu a mulher dele.

-Bem aqui, na cozinha. -Porra, "nice"!

Vou deixar esse troço dele

-descansando aqui. -Dá aqui.

Vamos ver se tem alguma coisa pra comer?

Não, não abre isso, não, cara.

Pô, não tem nada.

Meia Coca, a Coca aberta.

-Deixa eu ver. -Toma.

Mas olha o que tem de comer aqui.

É tipo um...

-O que é isso? É um sanduíche? -Não come sanduíche assim, não.

-Como que não? -Está mordido já.

-Está verde aqui dentro. -Isso é roquefort, qualquer porra.

Roquefort é o caralho. É mofo, cara.

-Come um pedaço aqui. -Não!

-Come um pedaço comigo. -Não! Que nojo!

Vai que você pega uma doença, né?

Seu imbecil! Não é só porque eu já eu tenho Aids

que eu não preciso mais me preocupar com doença nenhuma no mundo, não.

É o contrário, inclusive.

Tenho que me preocupar ainda mais.

-Caralho, não vou achar nunca. -O que você está procurando?

Ketchup.

Por que caralhos você foi comer uma mulher sem camisinha?

-Você é um otário, hein. -Olha quem fala, brother.

Alguma vez na vida você já comeu uma mulher de camisinha?

Nunca, mas eu não tenho Aids, não é?

Mas eu também não tinha antes de comer ela, seu imbecil.

Agora pelo menos você vai começar a comer mulher de camisinha?

-Tinha, não é? -Claro que tinha, porra!

É óbvio que tinha. Já comeu uma mulher sem camisinha

depois que soube que eu tinha Aids?

-Hoje. -Hoje?

-Foi hoje. -Quando?

-7h. -Da manhã?

-O que tem? -O que tem?

-A mulher estava na tua casa? -Não, eu fui pra casa dela.

Você foi... Ou seja, você acordou às 6 da manhã.

É, o que tem?

Que tipo de pessoa acorda às seis da manhã pra foder?

Eu sei quem não acorda.

Caralho!

Por que você não fodeu com ela de camisinha?

Sei lá, era de manhã.

De manhã a Aids está dormindo?

Que papo chato! Isso é o quê? Telecurso 2000?

Teste de elenco pra "Malhação"?

Ai, caralho!

-O que foi? -Cortei meu dedo.

Você está uma princesinha da Disney, não é?

Não, não mexe, caralho!

-Deixa ali. -O que tem?

Não mexe.

-Por quê? -Quer pegar Aids de mim, caralho?

Chupa meu pau, então.

O quê? Um sanguinho?

É. Quer que eu coma teu cu?

Não, espera aí.

Se um dia você for atropelado na minha frente,

eu não posso fazer nada?

Não. Chama uma ambulância.

Enquanto a ambulância não chega,

você está ensanguentado, morto, moribundo, pulando,

eu faço o quê?

Chama a ambulância.

Caralho, já chamei a ambulância, ela está vindo.

-Pergunta onde está. -É uma merda ser teu amigo.

Liga pra ambulância, que eu estou OK.

Não, espera aí.

Então se eu tirar um tubão de álcool em gel

e ficar jogando em você álcool em gel

enquanto eu te ressuscito?

Não faz isso.

-Vou comprar álcool em gel hoje. -Não faça isso.

E ketchup.

Caralho, não tem ketchup.

-Pau pequeno do caralho! -Pau pequeno, isso daí não é mesmo!

-Isso daí não é, não. -Alguém já te falou que é grande?

Não precisa ficar falando, você sabe que seu pau é grande.

Quantos paus você já viu na vida?

Não estou falando de pornô, não, estou falando de vida real.

Nunca vi porra de pau nenhum, dá licença.

-Eu já vi 50, tá? -Parabéns.

E o teu é o menor que eu já chupei.

-Vagabunda escrota. -Pau pequeno!

-Até o do Jorge é maior que o teu. -Quem é Jorge?

-Seu primo, seu merda! -Filha da puta!

-Cala a boca! -Filha da puta!

-Tem um monte de gente olhando. -Deixa, deixa isso. Continua.

E você está fazendo o que aí? Há meia hora.

Está pronto.

-Aí! -E aí?

E aí que você não tem Aids.

-Toma, babaca! -Eu sabia, eu já sabia!

-Você tem. -O quê?

Deu positivo aqui.

Não, olha só, calma.

-Esse troço está errado. -Pode ver aqui.

Pra começar, não vou nem entrar nesse mérito.

Um testezinho vagabundo desses. coisa de farmácia.

Olha só, e ela não tem, como é que eu vou ter pego?

Pegou de outra pessoa.

-Você me passou isso aqui agora? -Ah, com certeza.

Espera aí. Espera aí, cara. Espera aí! Para, para!

-Você também é cúmplice! -Para, cara!

Sai, cara! Porra!

Ele te passou Aids pelo ar agora, é isso?

Eu não tenho Aids.

Gente, vai embora, eu cuido dele, tá?

-Desculpa. -Tchau, tchau.

Vamos embora.

-É nítido. -Estamos indo.

Só não esquece de avisar à Ritinha, tá, amigo?

-Foi mal, cara. -Idiota. Vamos embora.

Tudo bem com você? Está tudo bem aí?

Tudo, cara, só estou cansadão.

Vamos pra casa, vou te deixar em casa.

-Não, vamos lá na Paula. -Vou te deixar em casa.

A gente combinou de ir lá na Paula, vamos lá.

Não precisa forçar a barra,

se ela tem Aids hoje, ela vai ter amanhã, relaxa.

Sim, mas a gente combinou de ir hoje, vamos.

Só falta a Paula.

Depois da Paula, eu vou pra casa.

Você tomou o coquetel?

-Não. -Essa é a merda.

Tem que tomar o coquetel todo dia no mesmo horário.

Não pode errar o horário, cara.

Eu sei, cara, mas esse coquetel me deixou muito esquisito.

Tem que tomar água. Vai tomar água.

Vou tomar.

"Vou tomar", não, tem que tomar agora.

-Vai tomar água agora. -Estou sem sede.

Tem que tomar líquido sempre.

Soro fisiológico, água, suco de frutas,

de um modo geral, água de coco,

bebidas isotônicas geladas em pequenas quantidades...

Que porra é essa, cara?

Eu li na internet, decorei.

Você decorou um site de internet? O que mais você decorou?

Tem que comer alimentos ricos em potássio.

Batata, arroz, peixe, carnes brancas de modo geral.

Boa, Drauzio Varella.

Porra, obrigado, cara.

-Sério... -Não, obrigado, não. Vai tomar água.

-Vai lá atrás. -Calma, Drauzio.

Porra, obrigado, irmão. Valeu mesmo, cara.

Porra, tem um frigobar já ali atrás.

Sim, esse aqui é o Batmóvel da Aids.

Cara, esse é o pior nome de carro que eu já vi na minha vida.

Preferia o quê? Bat-soro-HIV-positivo?

Preferia "carro" mesmo. Carro.

E essa aqui, você comeu aqui na casa dela?

Foi, foi. Aqui, olha.

Paula é quem, hein?

Paula é amiga de uma amiga de uma amiga...

É aqui, olha. 241.

Aqui, olha.

Oi, quem é?

Opa! Tudo bem, Paula? É Beto.

Beto? Que Beto?

Beto, amigo da tua amiga, lembra?

O que você está fazendo aqui?

A gente tem que conversar.

Fala.

Eu posso subir pra falar com você?

Não, fala.

Por favor, é sério, Paula.

Por que você nunca mais me ligou?

Eu não tinha seu número.

Vai se foder! Eu te dei meu Facebook, meu Twitter,

meu MSN, meu FaceTime, meu Google+, meu endereço.

Até carta você podia ter me mandado!

-Você tem razão, desculpa. -Desculpa é o caralho!

Não sou vagabunda pra você ficar comendo, não.

Minha boceta não é bingo.

Preciso falar com você pessoalmente. Deixa eu subir?

Você tem dez segundos pra falar, que eu tenho que tomar banho.

Fala daí, cara.

Ela é meio babaca. Fala logo, pô.

-Eu tenho Aids, brother. -O quê?

-Cala a boca, babaca! -Quem é babaca, seu merda?

Não, ninguém, é um mendigo que passou aqui

e gritou um negócio.

Brother!

Eu tenho Aids.

Está ruim o interfone, não estou te ouvindo,

fala mais alto.

Eu tenho Aids.

Você tem o quê?

Aids, caralho! Eu tenho Aids, porra!

Sou soropositivo, porra!

Esse aqui é meu irmão mongol que tem problema...

Vamos indo, vamos indo. Deixa que... Relaxa aí. Vamos...

Para de tocar o interfone aqui do pessoal.

Desde quando?

Olha...

Eu não sei, mas é provável que eu já tivesse Aids

quando a gente... Bom.

Tá bom, tchau.

Não... Tem um teste.

Não, espera aí, ela desligou?

-Caralho. -Filha da puta!

Está vendo?

-Foda-se. -Não, foda-se não, liga de novo.

Não, eu tenho que falar com ela.

De repente foi ela quem te passou.

Vai embora!

Eu tenho um teste pra você fazer.

Eu não quero, Beto, tchau.

Olha só, se você tiver Aids, fala pra gente!

Cala a boca. Ela vai ficar sabendo de qualquer jeito.

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