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BBC Brasil 2018 (Áudio/Vídeo+CC), Sirius, o acelerador de partículas brasileiro na vanguarda da Ciência

Sirius, o acelerador de partículas brasileiro na vanguarda da Ciência

[Nov 20, 2018].

Você sabe o que é um acelerador de partículas? E uma luz síncrotron?

E que nós, brasileiros, pagamos 1 bilhão e 800 milhões de reais para o governo construir uma estrutura dessas no interior de São Paulo?

É muito, né? Muito número...

Mas deixa eu te contar, nós pagamos mais de 2 bilhões para reformar o Maracanã e construir a Arena Corinthians para a Copa de 2014.

Meu nome é Felipe Souza, repórter da BBC News Brasil aqui em São Paulo.

Eu fui até lá conhecer o Sirius, em Campinas, e conversei com vários cientistas.

Passei horas tentando entender tudo o que é o essencial.

De maneira simplificada, o Sirius será uma espécie de ultraparelho de radiografia, capaz de analisar de forma detalhada a estrutura e o funcionamento de estruturas micro e "nanoscópias".

Nanoscópicas, nanoscópicas, nanoscópicas, nanoscópicas...

Estruturas micro e "nanoscópias".

Por que que eu falei isso de novo?

Não consigo falar: nanoscópicas, nanoscópicas.

Como nanopartículas, átomos, moléculas e vírus.

É como se os pesquisadores pudessem tirar um raio-X em três dimensões, em movimento, de materiais e partículas extremamente pequenas e densas, como pedaços de aço e até neurônios.

Isso poderá causar uma revolução nas pesquisas brasileiras.

Imagine que o acelerador permita a análise de estruturas atuais de uma bateria: será possível entender com muito mais detalhes onde ela perde carga.

Esse avanço pode levar, por exemplo, à criação de uma superbateria que, quando carregada uma vez só, pode durar até cinco anos.

Ou entender e, claro, tentar evitar algumas doenças degenerativas no cérebro.

Entender desde a escala de comunicação entre os neurônios, aqueles microtransmissores, como eles trocam essas informações, até chegar à organização espacial deles.

Mas como que essa luz funcionará na prática?

Um equipamento parecido com o servidor de computador, aquelas caixonas pretas, fornece energia para carregar os elétrons.

Eles passam por um tubo de ultravácuo e depois são desviados por um conjunto de ímãs de alta potência para um acelerador maior.

Os elétrons estarão circulando pelo túnel de 512 metros de extensão a cerca de 300 mil quilômetros por segundo.

Eles terão a sua trajetória desviada por campos magnéticos, ímãs mesmo, gerando nesse momento os feixes de luz síncrotron.

É nesse momento, ao ter sua trajetória desviada, que o elétron perde parte de sua energia na forma de radiação eletromagnética, ou seja, luz.

Essa luz superpotente contém diversas radiações diferentes, que são usadas nos estudos, como raio-X, ultravioleta, que são desviadas por um campo eletromagnético e sai nas estações de pesquisa localizadas ao redor dos aceleradores.

Serão 40 estações de pesquisas ao longo de todo o anel.

Isso porque o UVX, o atual acelerador de partículas brasileiro, já está defasado.

Ele é classificado como um aparelho de segunda geração.

O Sirius será o segundo do mundo de quarta geração, mas ele será o mais moderno por diversos fatores, principalmente por emitir uma luz com um brilho muito mais intenso e uma capacidade de análise muito maior.

Só pra você ter uma ideia da potência dessa luz, é como se você segurasse uma folha de papel e apontasse uma lanterna pra ela.

Esse experimento seria equivalente à potência do atual acelerador UVX, mas se você apontar um laser para essa mesma folha, a luz, muito mais concentrada e intensa, vai atravessar o papel com muito mais facilidade.

Esse seria o Sirius.

É tão potente que consegue atravessar até mesmo rochas e captar imagens de como cada um de seus átomos funcionam em tempo real e em alta resolução.

Essa luz não pode ser guardada e, por isso, deve ser gerada constantemente, 24 horas Ao longo desses mais de 500 metros, os ímãs de alta precisão são posicionados de uma maneira a pressionar os elétrons para que eles fiquem cada vez mais concentrados.

Isso faz com que o feixe de luz que sai do acelerador de partículas, chamado de luz síncrotron, seja extremamente fino.

Pra você ter uma ideia, um fio de cabelo é trinta vezes mais espesso.

A precisão exigida na região do túnel é tão rígida que a temperatura do local não pode variar nem 0.1 graus, pra mais ou pra menos, porque isso pode desestabilizar o feixe de elétrons.

Essa variação de temperatura causa a expansão ou a contração térmica nos materiais e isso prejudica o alinhamento dos equipamentos.

Se você quiser saber mais ainda sobre os cérebros que criaram essa engenhoca gigantesca e que pode revolucionar a ciência brasileira, clica na matéria que eu fiz aqui embaixo.

Ai, eu ia falar outra coisa, mas aí...me confundi, mas eu estava indo bem?


Sirius, o acelerador de partículas brasileiro na vanguarda da Ciência Sirius, the Brazilian particle accelerator at the forefront of science Sirius, el acelerador de partículas brasileño a la vanguardia de la ciencia Sirius, de Braziliaanse deeltjesversneller in de voorhoede van de wetenschap

[Nov 20, 2018].

Você sabe o que é um acelerador de partículas? E uma luz síncrotron?

E que nós, brasileiros, pagamos 1 bilhão e 800 milhões de reais para o governo construir uma estrutura dessas no interior de São Paulo?

É muito, né? Muito número...

Mas deixa eu te contar, nós pagamos mais de 2 bilhões para reformar o Maracanã e construir a Arena Corinthians para a Copa de 2014.

Meu nome é Felipe Souza, repórter da BBC News Brasil aqui em São Paulo.

Eu fui até lá conhecer o Sirius, em Campinas, e conversei com vários cientistas.

Passei horas tentando entender tudo o que é o essencial.

De maneira simplificada, o Sirius será uma espécie de ultraparelho de radiografia, capaz de analisar de forma detalhada a estrutura e o funcionamento de estruturas micro e "nanoscópias".

Nanoscópicas, nanoscópicas, nanoscópicas, nanoscópicas...

Estruturas micro e "nanoscópias".

Por que que eu falei isso de novo?

Não consigo falar: nanoscópicas, nanoscópicas.

Como nanopartículas, átomos, moléculas e vírus.

É como se os pesquisadores pudessem tirar um raio-X em três dimensões, em movimento, de materiais e partículas extremamente pequenas e densas, como pedaços de aço e até neurônios.

Isso poderá causar uma revolução nas pesquisas brasileiras.

Imagine que o acelerador permita a análise de estruturas atuais de uma bateria: será possível entender com muito mais detalhes onde ela perde carga.

Esse avanço pode levar, por exemplo, à criação de uma superbateria que, quando carregada uma vez só, pode durar até cinco anos.

Ou entender e, claro, tentar evitar algumas doenças degenerativas no cérebro.

Entender desde a escala de comunicação entre os neurônios, aqueles microtransmissores, como eles trocam essas informações, até chegar à organização espacial deles.

Mas como que essa luz funcionará na prática?

Um equipamento parecido com o servidor de computador, aquelas caixonas pretas, fornece energia para carregar os elétrons.

Eles passam por um tubo de ultravácuo e depois são desviados por um conjunto de ímãs de alta potência para um acelerador maior.

Os elétrons estarão circulando pelo túnel de 512 metros de extensão a cerca de 300 mil quilômetros por segundo.

Eles terão a sua trajetória desviada por campos magnéticos, ímãs mesmo, gerando nesse momento os feixes de luz síncrotron.

É nesse momento, ao ter sua trajetória desviada, que o elétron perde parte de sua energia na forma de radiação eletromagnética, ou seja, luz.

Essa luz superpotente contém diversas radiações diferentes, que são usadas nos estudos, como raio-X, ultravioleta, que são desviadas por um campo eletromagnético e sai nas estações de pesquisa localizadas ao redor dos aceleradores.

Serão 40 estações de pesquisas ao longo de todo o anel.

Isso porque o UVX, o atual acelerador de partículas brasileiro, já está defasado.

Ele é classificado como um aparelho de segunda geração.

O Sirius será o segundo do mundo de quarta geração, mas ele será o mais moderno por diversos fatores, principalmente por emitir uma luz com um brilho muito mais intenso e uma capacidade de análise muito maior.

Só pra você ter uma ideia da potência dessa luz, é como se você segurasse uma folha de papel e apontasse uma lanterna pra ela.

Esse experimento seria equivalente à potência do atual acelerador UVX, mas se você apontar um laser para essa mesma folha, a luz, muito mais concentrada e intensa, vai atravessar o papel com muito mais facilidade.

Esse seria o Sirius.

É tão potente que consegue atravessar até mesmo rochas e captar imagens de como cada um de seus átomos funcionam em tempo real e em alta resolução.

Essa luz não pode ser guardada e, por isso, deve ser gerada constantemente, 24 horas Ao longo desses mais de 500 metros, os ímãs de alta precisão são posicionados de uma maneira a pressionar os elétrons para que eles fiquem cada vez mais concentrados.

Isso faz com que o feixe de luz que sai do acelerador de partículas, chamado de luz síncrotron, seja extremamente fino.

Pra você ter uma ideia, um fio de cabelo é trinta vezes mais espesso.

A precisão exigida na região do túnel é tão rígida que a temperatura do local não pode variar nem 0.1 graus, pra mais ou pra menos, porque isso pode desestabilizar o feixe de elétrons.

Essa variação de temperatura causa a expansão ou a contração térmica nos materiais e isso prejudica o alinhamento dos equipamentos.

Se você quiser saber mais ainda sobre os cérebros que criaram essa engenhoca gigantesca e que pode revolucionar a ciência brasileira, clica na matéria que eu fiz aqui embaixo.

Ai, eu ia falar outra coisa, mas aí...me confundi, mas eu estava indo bem?