×

Mes naudojame slapukus, kad padėtume pagerinti LingQ. Apsilankę avetainėje Jūs sutinkate su mūsų cookie policy.


image

Buenas Ideias, O CICLO DA BORRACHA | EDUARDO BUENO

O CICLO DA BORRACHA | EDUARDO BUENO

Tô com a impressão que tu acha que esse programa é engraçadinho

Mas esse programa não é engraçado, cara

Esse programa é pra chorar, é pra chorar, quer ver como é pra chorar?

Vem versar sobre a história de um povo seringueiro

Apaga, apaga, apaga o ciclo da borracha

O Brasil já teve vários ciclos, né, tu aprendeu né

O ciclo do pau-brasil, o ciclo do ouro, o ciclo do diamante, o ciclo do café

Falam um pouco menos do ciclo da borracha, sabe por que?

Porque dá vontade de apagar mesmo o ciclo da borracha

É uma das maiores tragédias humanas, se não também uma tragédia ecológica

Ocorrida nesse país

Os índios conheciam a borracha a muito tempo, né, era uma árvore

Que eles chamavam de caoutchouc

A árvore que chora

Mas o choro da árvore era o látex, aquela goma que saia de lá né

Aquela goma que os Cassetas & Planeta, aquele grupo que já acabou

Não cansavam de dizer que os caras iriam tirar leite de pau, né

Em toda a Amazônia, só existe uma única piada

Esse seringueiro por exemplo

Já sei, vai dizer que seringueiro fica o dia inteiro tirando leite do pau

Tem outra piada não, rapá? Que saco

Que piada horrorosa, né

Mas o fato é que, escorria aquela seiva branca e os nativos desde tempos milenares

Sabiam que ela tinha propiedades plásticas que você conseguia moldá-la

E conseguia dar qualquer forma a ela

Os portugueses descobriram isso muito cedo, muito cedo

Desde que iniciaram a ocupação e a colonização da região Amazônica

E passaram a chamá-la de seringueira, porque eles faziam uma seringa com ela

Né, era um recipiente redondo onde eles colocavam água, e era uma seringa

Então a árvore passou a ser chamada de seringueira, e o própio produto também

Só que daí, em 1753, um grande cientista francês chamado Charles-Marie De La Condamine

Foi enviado pra onde hoje é o Equador pra medir o Equador

Pra medir a circunferência da terra

E aí ele penetrou na selva amazônica, no lado do Equador

E começou a estudar essa substância extraordinária que era o látex

Que era a seiva do caoutchouc, a árvore que chorava

E a descreveu, a estudou cientificamente, e enviou muitas amostras pra Europa

Daí em 1760, essas amostras que estavam já na Europa, um cara chamado Priestley

Descobriu que elas serviam pra apagar as marcas do grafite deixadas no papel

Que maravilha, né, cara

Porque daí, tu escrevia alguma coisa errada e apagava correndo

Ou então tu fazia uma promessa pra alguém, e depois apagava também né

Sabe que branco sempre gostou de apagar o que escreve, né

Apagar a própia história também, mas a questão é que

Mais adiante ainda, um cara chamado Macintosh, aquele dos computadores

O Macintosh não é o dos computadores

Ele descobriu em 1823, que se misturasse essa seiva com tecido e com couro

Tornava ele impermeável a chuva

Daí o cara... Pô, meu chapa

Só que os primeiros impermeáveis dele, derretiam no verão, né

E endureciam no inverno

Mas daí, a coisa foi evoluindo, evoluindo, até que um cara chamado Charles Goodyear

Goodyear pra ele, né, descobriu que se você misturasse o látex com o enxofre

Você criava o processo da vulcanização, criava a vulca

Criava uma borracha preta e muito mais resistente

E então, um cara chamado Dunlop, revistiu e ajudou o filho dele a ganhar uma corrida de bicicleta

Botando em torno da roda da bicicleta uma quantidade de borracha com enxofre vulcanizada

Borracha vulcanizada, né

Daí a coisa foi evoluindo até que o seu amigo Karl Benz, inventou o carro, né

E o carro precisava de pneu, e o pneu fez com que se desse um boom pelo interesse na borracha

Até em 1830 cara, a cidade de Manaus, não era nada

A cidade tinha sido fundada em 1669, cara

Tô te falando, 1669 os portugueses fundaram a cidade que inicialmente se chamou Barra do Rio Negro

Né, que depois viria a se chamar Manaus

Manaus é uma palavra arauca, que quer dizer mãe de Deus

Uma das tribos que viviam ali era a tribo dos Manaus, né, tem uma história trágica também

Até em 1830, a cidade de Manaus era um mero e perdido entreposto no inferno verde

A selva amazônica que tinha 3 mil habitantes

Em 1880, a cidade já tinha 50 mil habitantes

Tinha 300 telefones, tinha 16km de linhas férreas percorridas por bondes

Vivia cheia de banqueiros ingleses, de empresários americanos, de prostitutas francesas

Em 1896, se inaugurou o incrível fantástico teatro Amazonas

Onde o Caruso veio cantar

Tinha três linhas de navio ligando Manaus direto com os Estados Unidos

Era uma cidade fervilhante, intensa, né, tudo por causa da borracha

A questão é que... A exploração da borracha

É das mais trágicas, das mais terríveis que jamais foi exercida em qualquer lugar

É um dos ciclos vegetais, um dos ciclos econômicos

Mais, meu, tem um livro do Mario Vargas Llosa chamado "O Sonho do Celta"

Onde ele conta a história de um irlandês, que primeiro descobriu

As atrocidades praticadas no Congo, onde também havia exploração de riquezas minerais

E aí veio pro Peru, e pro Amazonas também ver a situação em que os índios

Eram escravizados de uma forma absurda os índios seringueiros

Eles exploravam 7 milhões de pés de seringueiras, nas condições piores que a escravidão, cara

Era uma coisa assim, realmente terrível

Então os grandes barões da borracha, né, tinham as suas mãos muito sujas de sangue

Eles não conseguiam apagar nem com borracha nenhuma, mas, né

Eles tiveram o seu castigo, porque Henry Wickham, um inglês

Tinha roubado por volta de 1880, 7 mil sementes de seringueira

Era o inglês, e as levou pra Malásia

Em 1904 elas finalmente floresceram, e era um método de plantil

Muito mais nacional, uma exploração muito mais nacional

Então a borracha da Malásia, apagou de vez o trágico e horrível Ciclo da Borracha no Brasil

Claro, ele renasceria, porque teve a história da Fordland, que algum dia vai virar um episódio aqui

Teva a ocupação do Acre, o Acre vira brasileiro

O Acre existe? O Acre existe!

E ele foi ocupado pelo Plácido de Castro com um monte de seringueiros

Tem a história dos soldados da borracha na segunda guerra mundial

Que quando houve, quando renasceu o ciclo da borracha no Brasil

Mas o fato é que se você estudar, esse programa cara é feito pra tu estudar, cara

Não é só pra tu me ouvir aqui, tu vai ler cara, vai ler o sonho do celta

Vai ler a história de como foi o ciclo da borracha no Brasil

Vai lá ler sobre os soldados da borracha, cara, é uma história trágica, uma história terrível

Que chega até o Chico Mendes, né cara

O Chico Mendes que era um seringueiro que foi morto, né, nos anos 90

Por causa dessa história, que é uma história trágica e que a gente não tem que apagar

Então é o seguinte, não vamos passar borracha no cilclo da borracha, é isso aí, tchau

O que você acaba de ver, está repleto de generalizações e simplificações

Mas o quadro geral, era esse aí mesmo, agora se você quiser saber como as coisas de fato foram

Ah.. Então você vai ter que ler


O CICLO DA BORRACHA | EDUARDO BUENO THE RUBBER CYCLE | EDUARDO BUENO

Tô com a impressão que tu acha que esse programa é engraçadinho

Mas esse programa não é engraçado, cara

Esse programa é pra chorar, é pra chorar, quer ver como é pra chorar?

Vem versar sobre a história de um povo seringueiro

Apaga, apaga, apaga o ciclo da borracha

O Brasil já teve vários ciclos, né, tu aprendeu né

O ciclo do pau-brasil, o ciclo do ouro, o ciclo do diamante, o ciclo do café

Falam um pouco menos do ciclo da borracha, sabe por que?

Porque dá vontade de apagar mesmo o ciclo da borracha

É uma das maiores tragédias humanas, se não também uma tragédia ecológica

Ocorrida nesse país

Os índios conheciam a borracha a muito tempo, né, era uma árvore

Que eles chamavam de caoutchouc

A árvore que chora

Mas o choro da árvore era o látex, aquela goma que saia de lá né

Aquela goma que os Cassetas & Planeta, aquele grupo que já acabou

Não cansavam de dizer que os caras iriam tirar leite de pau, né

Em toda a Amazônia, só existe uma única piada

Esse seringueiro por exemplo

Já sei, vai dizer que seringueiro fica o dia inteiro tirando leite do pau

Tem outra piada não, rapá? Que saco

Que piada horrorosa, né

Mas o fato é que, escorria aquela seiva branca e os nativos desde tempos milenares

Sabiam que ela tinha propiedades plásticas que você conseguia moldá-la

E conseguia dar qualquer forma a ela

Os portugueses descobriram isso muito cedo, muito cedo

Desde que iniciaram a ocupação e a colonização da região Amazônica

E passaram a chamá-la de seringueira, porque eles faziam uma seringa com ela

Né, era um recipiente redondo onde eles colocavam água, e era uma seringa

Então a árvore passou a ser chamada de seringueira, e o própio produto também

Só que daí, em 1753, um grande cientista francês chamado Charles-Marie De La Condamine

Foi enviado pra onde hoje é o Equador pra medir o Equador

Pra medir a circunferência da terra

E aí ele penetrou na selva amazônica, no lado do Equador

E começou a estudar essa substância extraordinária que era o látex

Que era a seiva do caoutchouc, a árvore que chorava

E a descreveu, a estudou cientificamente, e enviou muitas amostras pra Europa

Daí em 1760, essas amostras que estavam já na Europa, um cara chamado Priestley

Descobriu que elas serviam pra apagar as marcas do grafite deixadas no papel

Que maravilha, né, cara

Porque daí, tu escrevia alguma coisa errada e apagava correndo

Ou então tu fazia uma promessa pra alguém, e depois apagava também né

Sabe que branco sempre gostou de apagar o que escreve, né

Apagar a própia história também, mas a questão é que

Mais adiante ainda, um cara chamado Macintosh, aquele dos computadores

O Macintosh não é o dos computadores

Ele descobriu em 1823, que se misturasse essa seiva com tecido e com couro

Tornava ele impermeável a chuva

Daí o cara... Pô, meu chapa

Só que os primeiros impermeáveis dele, derretiam no verão, né

E endureciam no inverno

Mas daí, a coisa foi evoluindo, evoluindo, até que um cara chamado Charles Goodyear

Goodyear pra ele, né, descobriu que se você misturasse o látex com o enxofre

Você criava o processo da vulcanização, criava a vulca

Criava uma borracha preta e muito mais resistente

E então, um cara chamado Dunlop, revistiu e ajudou o filho dele a ganhar uma corrida de bicicleta

Botando em torno da roda da bicicleta uma quantidade de borracha com enxofre vulcanizada

Borracha vulcanizada, né

Daí a coisa foi evoluindo até que o seu amigo Karl Benz, inventou o carro, né

E o carro precisava de pneu, e o pneu fez com que se desse um boom pelo interesse na borracha

Até em 1830 cara, a cidade de Manaus, não era nada

A cidade tinha sido fundada em 1669, cara

Tô te falando, 1669 os portugueses fundaram a cidade que inicialmente se chamou Barra do Rio Negro

Né, que depois viria a se chamar Manaus

Manaus é uma palavra arauca, que quer dizer mãe de Deus

Uma das tribos que viviam ali era a tribo dos Manaus, né, tem uma história trágica também

Até em 1830, a cidade de Manaus era um mero e perdido entreposto no inferno verde

A selva amazônica que tinha 3 mil habitantes

Em 1880, a cidade já tinha 50 mil habitantes

Tinha 300 telefones, tinha 16km de linhas férreas percorridas por bondes

Vivia cheia de banqueiros ingleses, de empresários americanos, de prostitutas francesas

Em 1896, se inaugurou o incrível fantástico teatro Amazonas

Onde o Caruso veio cantar

Tinha três linhas de navio ligando Manaus direto com os Estados Unidos

Era uma cidade fervilhante, intensa, né, tudo por causa da borracha

A questão é que... A exploração da borracha

É das mais trágicas, das mais terríveis que jamais foi exercida em qualquer lugar

É um dos ciclos vegetais, um dos ciclos econômicos

Mais, meu, tem um livro do Mario Vargas Llosa chamado "O Sonho do Celta"

Onde ele conta a história de um irlandês, que primeiro descobriu

As atrocidades praticadas no Congo, onde também havia exploração de riquezas minerais

E aí veio pro Peru, e pro Amazonas também ver a situação em que os índios

Eram escravizados de uma forma absurda os índios seringueiros

Eles exploravam 7 milhões de pés de seringueiras, nas condições piores que a escravidão, cara

Era uma coisa assim, realmente terrível

Então os grandes barões da borracha, né, tinham as suas mãos muito sujas de sangue

Eles não conseguiam apagar nem com borracha nenhuma, mas, né

Eles tiveram o seu castigo, porque Henry Wickham, um inglês

Tinha roubado por volta de 1880, 7 mil sementes de seringueira

Era o inglês, e as levou pra Malásia

Em 1904 elas finalmente floresceram, e era um método de plantil

Muito mais nacional, uma exploração muito mais nacional

Então a borracha da Malásia, apagou de vez o trágico e horrível Ciclo da Borracha no Brasil

Claro, ele renasceria, porque teve a história da Fordland, que algum dia vai virar um episódio aqui

Teva a ocupação do Acre, o Acre vira brasileiro

O Acre existe? O Acre existe!

E ele foi ocupado pelo Plácido de Castro com um monte de seringueiros

Tem a história dos soldados da borracha na segunda guerra mundial

Que quando houve, quando renasceu o ciclo da borracha no Brasil

Mas o fato é que se você estudar, esse programa cara é feito pra tu estudar, cara

Não é só pra tu me ouvir aqui, tu vai ler cara, vai ler o sonho do celta

Vai ler a história de como foi o ciclo da borracha no Brasil

Vai lá ler sobre os soldados da borracha, cara, é uma história trágica, uma história terrível

Que chega até o Chico Mendes, né cara

O Chico Mendes que era um seringueiro que foi morto, né, nos anos 90

Por causa dessa história, que é uma história trágica e que a gente não tem que apagar

Então é o seguinte, não vamos passar borracha no cilclo da borracha, é isso aí, tchau

O que você acaba de ver, está repleto de generalizações e simplificações

Mas o quadro geral, era esse aí mesmo, agora se você quiser saber como as coisas de fato foram

Ah.. Então você vai ter que ler