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Parafernalha, ÚLTIMA BATATA | PARAFERNALHA

ÚLTIMA BATATA | PARAFERNALHA

Tinha que ter falado com o cara, amiga!

Ele estava perdendo a noção há muito tempo.

Mas eu falei! Só que o cara era...

-Estava perdendo a linha. -Eu sei!

-Mas ele não quis me ouvir. -Não, mas se você falasse mais...

Gente, é só uma batata.

Tenta a sorte então, irmão.

Pessoal, calma aí, não tem problema.

Qualquer coisa a gente pede outra e pronto, acabou.

É, o problema é que eu estou com fome.

Mas não com fome o suficiente

pra comer mais do que só essa batata.

Da outra vez, você comeu a última, lembra?

Da outra vez eu comi a última...

Por que não falou no dia, então? Que eu comi a última?

A gente não falou, mas a gente lembra muito bem.

Ah, se lembra!

E ele ainda falou que era isso mesmo!

Que era assim que ele gostava!

É uma figura! É o que eu falo, é uma figura!

É, ele é engraçado.

Gente, não acredito.

Vocês vão fazer esse show todo por causa de uma batata?

Sim.

Quem é que vai pegar a última batata?

Por que você?

Ah, gente, ninguém tomou a iniciativa, eu vou pegar a batata.

Ué, se for por atitude, então é minha, né?

Porque tomei a atitude antes de todo mundo.

-Todo mundo viu. -Não, não, não.

-Eu mereço essa batata. -Mas por que você que merece?

Verão de 2006.

Você me forçou a passar cola pra você,

fiquei de recuperação.

Tá, agora vamos revirar o fundo do baú?

Está valendo a última batata.

Ah, então, ótimo! Vamos lembrar do dia 5 de novembro de 1995.

-O meu aniversário! -Eu tinha dez anos!

É, mas eu não esqueci daquele "Com Quem Será" nada a ver

que você puxou, eu fiquei chorando, sei lá,

durante uns dez minutos, não tinha relógio na época.

Se você não quiser perder essa mão, você coloca ela no seu bolso agora.

Última batata.

Então?

Como é que a gente vai resolver isso?

Alguém vai ter que sair daqui com essa batata.

Eu sugiro que seja eu.

-Você por quê? -2004. Trilha em Mauá.

Aquele urso veio correndo atrás de mim

e vocês me deixaram sozinha.

Desde então eu tenho essa cicatriz.

Gente, que cicatriz é essa?

-Nunca teve cicatriz. -Nunca teve isso.

Eu sempre tive essa cicatriz, gente, pelo amor de Deus!

-Pelo amor de Deus! -Te conheço há mais de 20 anos!

Vai pegar a batata não.

Essa batata vai ficar comigo porque eu tenho direito.

E vocês sabem muito bem o porquê.

Eu entrei naquele esquema de pirâmide na época da faculdade,

perdi todas as minhas economias, estou trabalhando até hoje.

Eu tive que trabalhar como palhaço obrigatoriamente.

Gente, o que é isso? Ele não está mais palhaço.

Não estava com cicatriz.

Vocês estão de sacanagem com a minha cara, é isso?

O que está acontecendo aqui? Só eu... Querem me enlouquecer?

Caraca, não conhece o palhaço Jurubeba.

Que isso, gente?

Quem é que está escrevendo esse negócio?

Eu. Sou eu.

É...

Desculpa, eu vou apagar.

Ô, roteirista!

Quê?

Ô Cláudio!

Ah, caramba! Desculpa!

Eu...

Foi!

Gente. Vamos dividir essa batata em três?

É.

-É, até que é uma boa solução. -Faz sentido.

Bora?

Fechou.

Ô, garçom!

Está de sacanagem!

Chamou?

A batata?

Vocês estavam comendo ainda? Pra mim vocês já tinham terminado.

Desculpa, tá bom? Não conta pro gerente, não.

Aproveitei e trouxe a conta.

Boa noite.

Ah, resolvido, né?

Vamos dividir?

Pago sozinho, então.


ÚLTIMA BATATA | PARAFERNALHA

Tinha que ter falado com o cara, amiga!

Ele estava perdendo a noção há muito tempo.

Mas eu falei! Só que o cara era...

-Estava perdendo a linha. -Eu sei!

-Mas ele não quis me ouvir. -Não, mas se você falasse mais...

Gente, é só uma batata.

Tenta a sorte então, irmão.

Pessoal, calma aí, não tem problema.

Qualquer coisa a gente pede outra e pronto, acabou.

É, o problema é que eu estou com fome.

Mas não com fome o suficiente

pra comer mais do que só essa batata.

Da outra vez, você comeu a última, lembra?

Da outra vez eu comi a última...

Por que não falou no dia, então? Que eu comi a última?

A gente não falou, mas a gente lembra muito bem.

Ah, se lembra!

E ele ainda falou que era isso mesmo!

Que era assim que ele gostava!

É uma figura! É o que eu falo, é uma figura!

É, ele é engraçado.

Gente, não acredito.

Vocês vão fazer esse show todo por causa de uma batata?

Sim.

Quem é que vai pegar a última batata?

Por que você?

Ah, gente, ninguém tomou a iniciativa, eu vou pegar a batata.

Ué, se for por atitude, então é minha, né?

Porque tomei a atitude antes de todo mundo.

-Todo mundo viu. -Não, não, não.

-Eu mereço essa batata. -Mas por que você que merece?

Verão de 2006.

Você me forçou a passar cola pra você,

fiquei de recuperação.

Tá, agora vamos revirar o fundo do baú?

Está valendo a última batata.

Ah, então, ótimo! Vamos lembrar do dia 5 de novembro de 1995.

-O meu aniversário! -Eu tinha dez anos!

É, mas eu não esqueci daquele "Com Quem Será" nada a ver

que você puxou, eu fiquei chorando, sei lá,

durante uns dez minutos, não tinha relógio na época.

Se você não quiser perder essa mão, você coloca ela no seu bolso agora.

Última batata.

Então?

Como é que a gente vai resolver isso?

Alguém vai ter que sair daqui com essa batata.

Eu sugiro que seja eu.

-Você por quê? -2004. Trilha em Mauá.

Aquele urso veio correndo atrás de mim

e vocês me deixaram sozinha.

Desde então eu tenho essa cicatriz.

Gente, que cicatriz é essa?

-Nunca teve cicatriz. -Nunca teve isso.

Eu sempre tive essa cicatriz, gente, pelo amor de Deus!

-Pelo amor de Deus! -Te conheço há mais de 20 anos!

Vai pegar a batata não.

Essa batata vai ficar comigo porque eu tenho direito.

E vocês sabem muito bem o porquê.

Eu entrei naquele esquema de pirâmide na época da faculdade,

perdi todas as minhas economias, estou trabalhando até hoje.

Eu tive que trabalhar como palhaço obrigatoriamente.

Gente, o que é isso? Ele não está mais palhaço.

Não estava com cicatriz.

Vocês estão de sacanagem com a minha cara, é isso?

O que está acontecendo aqui? Só eu... Querem me enlouquecer?

Caraca, não conhece o palhaço Jurubeba.

Que isso, gente?

Quem é que está escrevendo esse negócio?

Eu. Sou eu.

É...

Desculpa, eu vou apagar.

Ô, roteirista!

Quê?

Ô Cláudio!

Ah, caramba! Desculpa!

Eu...

Foi!

Gente. Vamos dividir essa batata em três?

É.

-É, até que é uma boa solução. -Faz sentido.

Bora?

Fechou.

Ô, garçom!

Está de sacanagem!

Chamou?

A batata?

Vocês estavam comendo ainda? Pra mim vocês já tinham terminado.

Desculpa, tá bom? Não conta pro gerente, não.

Aproveitei e trouxe a conta.

Boa noite.

Ah, resolvido, né?

Vamos dividir?

Pago sozinho, então.