×

LingQをより快適にするためCookieを使用しています。サイトの訪問により同意したと見なされます cookie policy.


image

Buenas Ideias, O GOSTOSO HANS STADEN - EDUARDO BUENO (2)

O GOSTOSO HANS STADEN - EDUARDO BUENO (2)

sido quase extinto. "É só cuidar um pouquinho da natureza, respeitar ela, que ela volta

com toda força. Taí o exemplo, ó: pra você ver o guará há uns 10 anos atrás tinha

que ir pro norte do Brasil, nordeste, e agora aqui no sul voltou com toda a força. É lindo

demais, hein". E os portugueses fizeram um forte ali. Chamado Forte São Felipe... Mas

todos eles portugueses tinham medo de ficar naquele forte porque os tamoios sempre atacavam

ali, sempre atacavam ali... Porque era realmente o limite, era a exata fronteira entre o território

deles e o território tupiniquim. Então nenhum português queria ficar ali, né. E aí o

Hans Staden, alemão, uma raça superior, você sabe... Quem é que discute a superioridade

racial do alemão? Ninguém, ainda mais aqui no canal Buenas Ideias que, na verdade, no

fundo, é um canal alemão, não sei se você percebeu já. E aí o Hans Staden então,

ganhando uma grana, vai ser o coordenador da artilharia, dos arcabuzes e pequenos canhões

que ficavam ali. Só que daí um dia cara, ele sai pra dar uma banda na mata (haha) em

janeiro de 1554... e é incrível, porque no dia 25 de janeiro de 1554 o padre Nóbrega

estava ali fundando a cidade de São Paulo... e mais ou menos nessa data, 20 de janeiro,

por aí, o Hans Staden tá dando uma banda na mata ali, blablablablablá, camping selvagem,

foi ali vistoriar a mata, ouvir o trinar dos pássaros... quando! Foi capturado pelos tamoio,

cara! Capturado pelos tamoio, amarrado, barará barará, e levado pra aldeia em Ubatuba. Também

conhecido como Ubachuva. Cara, daí ele fica em Ubatuba e agora que vai começar o episódio.

Esse é o início do episódio! Cara, ele fica um ano preso... Ele conhece o Cunhambebe,

Cunhambebe, que era um índio gago que tinha matado e comido 52 portugueses! E disse pra

ele "eu sou uma onça, eu como português"... era um índio aliado dos franceses, era um

índio que na guerra contra... tupinambás e franceses contra portugueses e tupis ia

usar dois canhões nas costas... Tá aqui a imagem ó, tá aqui a imagem... ele com

os dois canhões nas costas! Era um índio inacreditável cara! É o "Meu Querido Canibal"

do Antônio Torres, escreveu um livro sobre isso chamando de querido canibal porque não

era ele que tava na linha de tiro do Cunhambebe, né, cara! Porque o Cunhambebe era pica! Bom,

aí o Hans Staden tá lá e ele é amarrado... ele chega pulando na... porque é o seguinte,

quando um guerreiro tupi capturava qualquer um... capturava até um outro indígena, ou

capturava um europeu... o primeiro que botava a mão no cara, esse cara capturado pertencia

a ele. Então esse cara fazia... amarrava ele e fazia com que ele entrasse pulando na

aldeia e dizendo "a vossa comida chegou, pulando". Sim cara, porque os cara iam ser comidos cara,

no ritual antropofágico. E o Hans Staden foi capturado e os caras disseram "nós vamos

te comer, nós vamos te comer"... e quando o cara entrava na aldeia pela qual tinha sido

capturado as mulheres e crianças jogavam frutas, jogavam pedras, ofendiam o cara e

diziam "nós vamos te comer, nós vamos te comer, nós vamos te comer! Todinho! Nos vamos

te comer todinho!"... Era o que elas diziam, eles, a tribo toda, e era o que eles iriam

fazer. Mas depois desse momento o cara que era capturado era super bem tratado, entendeu...

Ele passava quase que a fazer parte da tribo, fugir era uma ignomínia impensável... Ninguém

fugiria! Se um guerreiro tupiniquim capturado por um tamoio fugisse dos tamoios e voltasse

pros tupiniquins não seria nem aceito de volta na tribo! Porque cara, era brincadeira

de polícia e ladrão: foi preso, tá preso, cara! E era uma honra pra um índio ser comido

pelo seu inimigo, como você verá num episódio que eu gravarei daqui a seis ou sete anos

chamado "O Banquete Antropofágico", exatamente, que eu não falarei nada do banquete antropofágico

agora, né, que era um ritual minucioso, cheio de detalhes, blablablablablá. Aí o Hans

Staden fica vivendo ali que nem qualquer prisioneiro que seria vítima do banquete antropofágico:

super bem tratado, ainda davam lá... a filha do captor era oferecida, ou então a mulher

do próprio captor era oferecida pro capturado. O cara podia desfrutar da hospitalidade tupinambá,

da estabilidade tupi... e ficava ali sendo cevado, ficava sendo engordado... E aí amarravam

um cordão no pescoço dele e o número de nós marcava o número de luas até a data

da execução dele. É, era assim, era muito civilizado. Os tupinambás. E o Hans Staden

fica ali com aquela coisinha amarrada ali... que depois ele descobre que era a data da

porra do dia que ele seria comido... e ele decide que ele não tá afim de ser comido,

né, cara. E ainda eles já tinham dois portugueses presos ali, acho que os irmãos Braga... irmãos

Brega ou irmãos Braga, algum deles... e ele via os cara ser morto e comido na frente dele,

cara! Na frente dele, cara! Pá, abre a cabeça... come os miolos, bla ARRGH!! Imagina tu ver

alguém que não é colorado sendo comido na tua frente! Porra! Porque tu sabe que se

os cara ainda fossem colorado tudo bem comer, né, cara. Mas não, era assim, sei lá, torciam

pro Santa Cruz do Recife, sei lá o time que eles torciam! E ele viu os cara sendo comido...

aí ele disse "puta merda, isso vai acontecer comigo!". Desagradável, né. Então ele decide

que "porra, não tô afim de ser comido, né, cara", então ele começa a dizer pros índios

que ele é francês, que ele é francês. E aí cara, o livro dele é tão incrível

que... e é tão preciso, e é tão verdadeiro! Porque tudo foi checado, faz tudo sentido,

sabe. Ele não exagerou nada, ele não mentiu nada... e essa era uma zona onde os franceses

vinham recolher pau brasil. Aí chega um navio francês e ele fica dizendo pros índios "eu

sou francês, eu sou mair, eu sou mair!". Os índios chamavam os franceses de "mair",

que quer dizer "papagaio falante", de tanto que os franceses falavam, falavam mais que

eu! E chamavam os portugueses de "peró"; ninguém sabe direito o que quer dizer "peró"...

Uns dizem que quer dizer, que vem de "Pero", Pero Vaz de Caminha, Pero bababá... Pero

Camões! Haha! Não era Pero Camões. Ou que vinha de "feroz"... Sei lá! Ninguém sabe

o que quer dizer "peró"... O fato é que todos os tupis chamavam os portugueses de

"peró" e chamavam os franceses de "mair". E ele ficava dizendo "eu sou mair, eu sou

mair!". Hehehe eu sou mair! E aí chegam os franceses pra recolher pau brasil e veem o

representante lá e os índios dizem "ó, esse chinelão aí diz que não é português,

que ele é francês". Aí um cara vai falar em francês com Hans Staden e o Hans Staden

não tinha feito curso... Tu vê, olha só... se algum curso de francês nos financiasse

diria assim: "ele não tinha feito a 'Aliance Française'" e apareceria o logotipo da Aliance

Française e eu ganharia um dinheiro, você ganharia um dinheiro, seria maravilhoso...

Mas a Aliance Française burramente ainda NÃO patrocina o canal Buenas Ideias! E por

não ter estudado em nenhum curso de francês o Hans Staden não sabia falar francês! E

aí ó sifu, sifu! E aí o francês sacaneia ele total e diz "é português! Pode comer!".

Cara, e aí fica decidido que o Hans Staden vai ser comido. Cara, porra, tu imagina a

vibe e a bad do cara, né. Aí ele fica doente aí, ele conhece os xamãs, aí ele... Cara,

é incrível! Tu tem que ler a porra do livro! Não é esse livro, esse livro tu também

tem que ler, mas eu jamais falaria que esse livro está sendo lançado porque não tem

a ver diretamente com o canal, né. Então esse livro, eu deveria até ganhar um dinheirinho,

tu tem que ler! O prefácio é meu, o prefácio é meu. Ele conta tudo, cara, conta tudo!

Além de tudo, tem dois filmes sobre isso, né! O "Como era gostoso o meu francês",

do Nelson Pereira dos Santos, né, que ele vira francês, o Hans Staden. É um filme

maravilhoso, um marco do cinema novo. E tem um outro filme só chamado "Hans Staden" mesmo,

cujo nome do diretor agora eu me esqueci, não vem ao caso... vai aparec... não vem

ao caso, não! VEM ao caso, mas eu me esqueci, vai aparecer o nome do cara aqui... Que é

um filme bem factual, parece quase um documentário assim... É até um filme meio frio, assim,

porque ele é muito, né... Não é um filme metafórico ao contrário da grande, extraordinária

metáfora que o Nelson Pereira dos Santos fez em "Como era gostoso o meu francês".

O fato é que, nesses dois filmes, acontece essa mesma história. O Hans Staden começa

a rezar, rezar, rezar, rezar... pra chover! Não, pra chover não... Começa a chover

sem parar... Ubachuva, né, cara. Ubachuva, tu vai passar lá o carnaval ou sei lá...

Páscoa, ou um feriado desses, sogra vai junto... aí é um puta engarrafamento, barará, tu

chega lá e a pousada não era tudo aquilo que tu esperava e ainda chove, chove, chove,

chove! Confessa que já aconteceu contigo, con-fes-sa que já aconteceu contigo! E aí

começa a chover, chover, chover, chover e os índios ficam de cara que tá chovendo

porque tá lá prejudicando as atividades recreacionais deles...E o Hans Staden diz

"está chovendo porque o meu deus está chorando, o meu deus é superior ao deus de vocês e

se vocês realmente forem me matar... não vai parar de chover nunca mais!". Aí os caras

dizem "tá, então manda o teu deus fazer parar de chover!" e cara... dá um rabo do

cacete, ou então o deus dele realmente é poderoso, vai ver que... bom, não vou falar

nada, não vou fazer piada de deus. O fato é que para de chover! E aí os cara "ahh!

O Hans Staden é poderoso!". E os índios, na verdade os nativos brasileiros eram macro,

hiper super supersticiosos, né. Aí tá, já melhora ali a história do Hans Staden.

E aí cara, vem lá uns certos acontecimentos baralalálá, e ele acaba conseguindo ser

libertado, fazem uma negociação de troca ali no... trocam prisioneiros por outros...

e ele escapa, cara! E ele volta pra Europa em 1557. E chega na Europa e resolve escrever

este livro. Mas a história deste livro, toda a história por trás do livro, não a história

que ele conta, a história do livro em si, e a história de como esse livro chegou ao

Brasil você só saberá num futuro episódio sobre o livro do Hans Staden! Porque a história

do Hans Staden termina agora, ele se torna um best seller, ele é quase um Eduardo Bueno,

assim... que aliás está lançando um novo livro mas eu não vou falar sobre isso aqui

no canal Buenas Ideias, não vou misturar as coisas... e aí ganha um bom dinheiro e

vive feliz para sempre e termina assim a incrível, fantástica, maravilhosa história do Hans

Staden que nunca ninguém tinha te contado desse jeito! Já tinha? Não, não tinha.

Mas ainda tem mais dois episódios ligados a isso que eu não sei quando é que eu vou

fazer, mas eu vou fazer e tu vai ter que ficar acompanhando um por um até que chegar o dia

em que o Hans Staden voltará a aparecer. Tchau! "O que você acaba de ver está repleto

de generalizações e simplificações, mas o quadro geral era esse aí mesmo! Agora,

se você quer saber como as coisas de fato foram... Ah, então você vai ter que ler!".


O GOSTOSO HANS STADEN - EDUARDO BUENO (2)

sido quase extinto. "É só cuidar um pouquinho da natureza, respeitar ela, que ela volta

com toda força. Taí o exemplo, ó: pra você ver o guará há uns 10 anos atrás tinha

que ir pro norte do Brasil, nordeste, e agora aqui no sul voltou com toda a força. É lindo

demais, hein". E os portugueses fizeram um forte ali. Chamado Forte São Felipe... Mas

todos eles portugueses tinham medo de ficar naquele forte porque os tamoios sempre atacavam

ali, sempre atacavam ali... Porque era realmente o limite, era a exata fronteira entre o território

deles e o território tupiniquim. Então nenhum português queria ficar ali, né. E aí o

Hans Staden, alemão, uma raça superior, você sabe... Quem é que discute a superioridade

racial do alemão? Ninguém, ainda mais aqui no canal Buenas Ideias que, na verdade, no

fundo, é um canal alemão, não sei se você percebeu já. E aí o Hans Staden então,

ganhando uma grana, vai ser o coordenador da artilharia, dos arcabuzes e pequenos canhões

que ficavam ali. Só que daí um dia cara, ele sai pra dar uma banda na mata (haha) em

janeiro de 1554... e é incrível, porque no dia 25 de janeiro de 1554 o padre Nóbrega

estava ali fundando a cidade de São Paulo... e mais ou menos nessa data, 20 de janeiro,

por aí, o Hans Staden tá dando uma banda na mata ali, blablablablablá, camping selvagem,

foi ali vistoriar a mata, ouvir o trinar dos pássaros... quando! Foi capturado pelos tamoio,

cara! Capturado pelos tamoio, amarrado, barará barará, e levado pra aldeia em Ubatuba. Também

conhecido como Ubachuva. Cara, daí ele fica em Ubatuba e agora que vai começar o episódio.

Esse é o início do episódio! Cara, ele fica um ano preso... Ele conhece o Cunhambebe,

Cunhambebe, que era um índio gago que tinha matado e comido 52 portugueses! E disse pra

ele "eu sou uma onça, eu como português"... era um índio aliado dos franceses, era um

índio que na guerra contra... tupinambás e franceses contra portugueses e tupis ia

usar dois canhões nas costas... Tá aqui a imagem ó, tá aqui a imagem... ele com

os dois canhões nas costas! Era um índio inacreditável cara! É o "Meu Querido Canibal"

do Antônio Torres, escreveu um livro sobre isso chamando de querido canibal porque não

era ele que tava na linha de tiro do Cunhambebe, né, cara! Porque o Cunhambebe era pica! Bom,

aí o Hans Staden tá lá e ele é amarrado... ele chega pulando na... porque é o seguinte,

quando um guerreiro tupi capturava qualquer um... capturava até um outro indígena, ou

capturava um europeu... o primeiro que botava a mão no cara, esse cara capturado pertencia

a ele. Então esse cara fazia... amarrava ele e fazia com que ele entrasse pulando na

aldeia e dizendo "a vossa comida chegou, pulando". Sim cara, porque os cara iam ser comidos cara,

no ritual antropofágico. E o Hans Staden foi capturado e os caras disseram "nós vamos

te comer, nós vamos te comer"... e quando o cara entrava na aldeia pela qual tinha sido

capturado as mulheres e crianças jogavam frutas, jogavam pedras, ofendiam o cara e

diziam "nós vamos te comer, nós vamos te comer, nós vamos te comer! Todinho! Nos vamos

te comer todinho!"... Era o que elas diziam, eles, a tribo toda, e era o que eles iriam

fazer. Mas depois desse momento o cara que era capturado era super bem tratado, entendeu...

Ele passava quase que a fazer parte da tribo, fugir era uma ignomínia impensável... Ninguém

fugiria! Se um guerreiro tupiniquim capturado por um tamoio fugisse dos tamoios e voltasse

pros tupiniquins não seria nem aceito de volta na tribo! Porque cara, era brincadeira

de polícia e ladrão: foi preso, tá preso, cara! E era uma honra pra um índio ser comido

pelo seu inimigo, como você verá num episódio que eu gravarei daqui a seis ou sete anos

chamado "O Banquete Antropofágico", exatamente, que eu não falarei nada do banquete antropofágico

agora, né, que era um ritual minucioso, cheio de detalhes, blablablablablá. Aí o Hans

Staden fica vivendo ali que nem qualquer prisioneiro que seria vítima do banquete antropofágico:

super bem tratado, ainda davam lá... a filha do captor era oferecida, ou então a mulher

do próprio captor era oferecida pro capturado. O cara podia desfrutar da hospitalidade tupinambá,

da estabilidade tupi... e ficava ali sendo cevado, ficava sendo engordado... E aí amarravam

um cordão no pescoço dele e o número de nós marcava o número de luas até a data

da execução dele. É, era assim, era muito civilizado. Os tupinambás. E o Hans Staden

fica ali com aquela coisinha amarrada ali... que depois ele descobre que era a data da

porra do dia que ele seria comido... e ele decide que ele não tá afim de ser comido,

né, cara. E ainda eles já tinham dois portugueses presos ali, acho que os irmãos Braga... irmãos

Brega ou irmãos Braga, algum deles... e ele via os cara ser morto e comido na frente dele,

cara! Na frente dele, cara! Pá, abre a cabeça... come os miolos, bla ARRGH!! Imagina tu ver

alguém que não é colorado sendo comido na tua frente! Porra! Porque tu sabe que se

os cara ainda fossem colorado tudo bem comer, né, cara. Mas não, era assim, sei lá, torciam

pro Santa Cruz do Recife, sei lá o time que eles torciam! E ele viu os cara sendo comido...

aí ele disse "puta merda, isso vai acontecer comigo!". Desagradável, né. Então ele decide

que "porra, não tô afim de ser comido, né, cara", então ele começa a dizer pros índios

que ele é francês, que ele é francês. E aí cara, o livro dele é tão incrível

que... e é tão preciso, e é tão verdadeiro! Porque tudo foi checado, faz tudo sentido,

sabe. Ele não exagerou nada, ele não mentiu nada... e essa era uma zona onde os franceses

vinham recolher pau brasil. Aí chega um navio francês e ele fica dizendo pros índios "eu

sou francês, eu sou mair, eu sou mair!". Os índios chamavam os franceses de "mair",

que quer dizer "papagaio falante", de tanto que os franceses falavam, falavam mais que

eu! E chamavam os portugueses de "peró"; ninguém sabe direito o que quer dizer "peró"...

Uns dizem que quer dizer, que vem de "Pero", Pero Vaz de Caminha, Pero bababá... Pero

Camões! Haha! Não era Pero Camões. Ou que vinha de "feroz"... Sei lá! Ninguém sabe

o que quer dizer "peró"... O fato é que todos os tupis chamavam os portugueses de

"peró" e chamavam os franceses de "mair". E ele ficava dizendo "eu sou mair, eu sou

mair!". Hehehe eu sou mair! E aí chegam os franceses pra recolher pau brasil e veem o

representante lá e os índios dizem "ó, esse chinelão aí diz que não é português,

que ele é francês". Aí um cara vai falar em francês com Hans Staden e o Hans Staden

não tinha feito curso... Tu vê, olha só... se algum curso de francês nos financiasse

diria assim: "ele não tinha feito a 'Aliance Française'" e apareceria o logotipo da Aliance

Française e eu ganharia um dinheiro, você ganharia um dinheiro, seria maravilhoso...

Mas a Aliance Française burramente ainda NÃO patrocina o canal Buenas Ideias! E por

não ter estudado em nenhum curso de francês o Hans Staden não sabia falar francês! E

aí ó sifu, sifu! E aí o francês sacaneia ele total e diz "é português! Pode comer!".

Cara, e aí fica decidido que o Hans Staden vai ser comido. Cara, porra, tu imagina a

vibe e a bad do cara, né. Aí ele fica doente aí, ele conhece os xamãs, aí ele... Cara,

é incrível! Tu tem que ler a porra do livro! Não é esse livro, esse livro tu também

tem que ler, mas eu jamais falaria que esse livro está sendo lançado porque não tem

a ver diretamente com o canal, né. Então esse livro, eu deveria até ganhar um dinheirinho,

tu tem que ler! O prefácio é meu, o prefácio é meu. Ele conta tudo, cara, conta tudo!

Além de tudo, tem dois filmes sobre isso, né! O "Como era gostoso o meu francês",

do Nelson Pereira dos Santos, né, que ele vira francês, o Hans Staden. É um filme

maravilhoso, um marco do cinema novo. E tem um outro filme só chamado "Hans Staden" mesmo,

cujo nome do diretor agora eu me esqueci, não vem ao caso... vai aparec... não vem

ao caso, não! VEM ao caso, mas eu me esqueci, vai aparecer o nome do cara aqui... Que é

um filme bem factual, parece quase um documentário assim... É até um filme meio frio, assim,

porque ele é muito, né... Não é um filme metafórico ao contrário da grande, extraordinária

metáfora que o Nelson Pereira dos Santos fez em "Como era gostoso o meu francês".

O fato é que, nesses dois filmes, acontece essa mesma história. O Hans Staden começa

a rezar, rezar, rezar, rezar... pra chover! Não, pra chover não... Começa a chover

sem parar... Ubachuva, né, cara. Ubachuva, tu vai passar lá o carnaval ou sei lá...

Páscoa, ou um feriado desses, sogra vai junto... aí é um puta engarrafamento, barará, tu

chega lá e a pousada não era tudo aquilo que tu esperava e ainda chove, chove, chove,

chove! Confessa que já aconteceu contigo, con-fes-sa que já aconteceu contigo! E aí

começa a chover, chover, chover, chover e os índios ficam de cara que tá chovendo

porque tá lá prejudicando as atividades recreacionais deles...E o Hans Staden diz

"está chovendo porque o meu deus está chorando, o meu deus é superior ao deus de vocês e

se vocês realmente forem me matar... não vai parar de chover nunca mais!". Aí os caras

dizem "tá, então manda o teu deus fazer parar de chover!" e cara... dá um rabo do

cacete, ou então o deus dele realmente é poderoso, vai ver que... bom, não vou falar

nada, não vou fazer piada de deus. O fato é que para de chover! E aí os cara "ahh!

O Hans Staden é poderoso!". E os índios, na verdade os nativos brasileiros eram macro,

hiper super supersticiosos, né. Aí tá, já melhora ali a história do Hans Staden.

E aí cara, vem lá uns certos acontecimentos baralalálá, e ele acaba conseguindo ser

libertado, fazem uma negociação de troca ali no... trocam prisioneiros por outros...

e ele escapa, cara! E ele volta pra Europa em 1557. E chega na Europa e resolve escrever

este livro. Mas a história deste livro, toda a história por trás do livro, não a história

que ele conta, a história do livro em si, e a história de como esse livro chegou ao

Brasil você só saberá num futuro episódio sobre o livro do Hans Staden! Porque a história

do Hans Staden termina agora, ele se torna um best seller, ele é quase um Eduardo Bueno,

assim... que aliás está lançando um novo livro mas eu não vou falar sobre isso aqui

no canal Buenas Ideias, não vou misturar as coisas... e aí ganha um bom dinheiro e

vive feliz para sempre e termina assim a incrível, fantástica, maravilhosa história do Hans

Staden que nunca ninguém tinha te contado desse jeito! Já tinha? Não, não tinha.

Mas ainda tem mais dois episódios ligados a isso que eu não sei quando é que eu vou

fazer, mas eu vou fazer e tu vai ter que ficar acompanhando um por um até que chegar o dia

em que o Hans Staden voltará a aparecer. Tchau! "O que você acaba de ver está repleto

de generalizações e simplificações, mas o quadro geral era esse aí mesmo! Agora,

se você quer saber como as coisas de fato foram... Ah, então você vai ter que ler!".