A ERA RIO BRANCO - EDUARDO BUENO - YouTube (2)
funcionário público, é um homem brilhante, então eu o autorizo a servir à República
porque eu passarei, e o Brasil fica". Pô, grandeza, né; grandeza do imperador. E o
Juquinha diz então "bom, assim sendo, diga ao povo que fico". E continuou lá na Europa
servindo à diplomacia brasileira. Acontece que, logo em seguida, o Deodoro... Foi o Deodoro
que pediu pra ele ficar, mas pediu pra ele ficar em Paris, numa representação diplomática,
sem muito nome, não era embaixador, era um cara lá, e aí, em 1891, o Floriano Peixoto
assume ilegalmente, inconstitucionalissimamente, o governo brasileiro, né, e você se lembra,
você tem memória boa, ele era o colega do Juquinha na escola militar, eles lutavam esgrima,
e aí uma das bandeiras da República foi trazer com financiamento público do governo,
né, imigrantes para substituir a mão de obra escrava. Eles tinham abolido a escravidão,
o próprio Império tinha abolido, mas a República nasce por causa disso e os plantador de café,
de soja, de milho, do agro eh... NEGÓCIO, diz "mas quem é que vai trabalhar pra nós!?".
E o governo diz "nãao, a gente traremos imigrantes pra você" com NÓS, eu, você, ela minha
filha, o Victor ali, pagando, com subsídio público, imigrante pra trabalhar pra esses
cara, ganhando mal. E então o o o Rio Branco é convidado pra ser o chefe do serviço de
imigração, sediado em Paris. E aí, no ano de 1891, ele consegue trazer 215 mil imigrantes
pro Brasil, porque ele não fazia parte desse conluio aí, ele achava realmente que tinha
que vir mão de obra pro Brasil, mas supunha, imaginava, talvez até um pouco ingenuamente,
que esses caras iam ser bem tratados, e ele queria, e havia realmente ã crises humanitárias
ali na Itália, na Alemanha, papapá papapá, e ele então ajudou a incrementar um fluxo
intenso de imigrantes no Brasil. Tanto é que no ano de 1891, é o ano da história
daquele período do Brasil, talvez de todos os tempos, não interessa, tô chutando, ã
ã ã que recebeu o maior número de imigrantes. 215 mil imigrantes vieram para o Brasil em
1891, não é, muito em função dessa situação. Só que daí cara, logo em seguida, em 1892,
ele botou, o Floriano Peixoto, botou o Barão do Rio Branco a resolver uma super espinhosa,
dificílima, intrincada questão de limites com a Argentina. E o Rio Branco propôs que
houvesse um jogo de futebol entre... Não, é piada. E o Barão do Rio Branco começou
a defender que o Pelé era melhor que o Maradona... Aliás, um absurdo, porque todo mundo sabe
que o Maradona é melhor que o Pelé, afinal, o Maradona tem o Fidel Castro e o Mao Tsé-Tung
tatuado nos braços e o Pelé tem no máximo o Chitãozinho e Chororó, nem se discute
quem é o melhor, claro que é o Maradona... Essa parte eu até devia cortar, mas é engraçada,
divertida. Devia cortar essa parte? A minha filha disse que eu deveria cortar essa parte.
Então, o fato é que o Barão do Rio Branco propõe ããã, propõe não, o Barão do
Rio Branco é encarregado de resolver essa questão. E VENCE essa questão! Vence essa
questão. Aliás, sabe qual é um dos motivos que levou ele a vencer essa questão? A viagem
do Cabeza de Vaca, do Álvar Nuñes Cabeza de Vaca, e p relato do Cabeza de Vaca em sua
jornada por ali. Porque é graças a esses conhecimentos históricos e geográficos que
ele acaba obtendo grandes porções territoriais para o Brasil. Eu vou ler aqui, rapidamente,
o sempre confiável "Brasil: Uma História", de Eduardo Bueno, e vou te listar as questões
que ele debateu e venceu pro Brasil: a questão das Missões (essa, da Argentina, que ele
obteve um grande território, passou a pertencer ao Brasil); a questão do Amapá; a questão
do Acre, ACRE, ele que trouxe o Acre pro Brasil, Amapá também; a questão do Paraná, também,
ali com o Paraguai, uma questão espinhosa; a a questão da Guiana Holandesa; a questão
do limite com a Colômbia, a questão dos limites com o Peru, e a questão da Lagoa
Mirim e do Rio Jaguarão lá no Rio Grande do Sul. Todas essas questões de limites ele
ganhou! Ele venceu! Ele era imbatível, ele era imbatível! E ele trabalhava o tempo inteiro,
ele chegou a se mudar pro Palácio do Itamaraty, né, que era um palácio que já existia e
que daí deu o nome à diplomacia brasileira, hoje vilipendiada, hoje numa coisa horrorosa,
sob o comando de um sujeito torpe e tolo, né, ele morava no Palácio do Itamaraty,
que aliás tá quase abandonado aqui no Rio de Janeiro, sabe, tá numa situação muito
difícil. E aí cara, de tanto trabalhar, ele tava doente, ele pediu pra ser ã ã liberado
dessas funções e simplesmente não deixaram ele sair, e o Hermes da Fonseca, sobrinho
do Deodoro da Fonseca, que era o presidente então nessa época em 1912, 1911, 11, 12,
não deixa com que ele se demita, e ele morre no próprio palácio, se não me engano, né,
ã ã no dia 10 de fevereiro de 1912. E sabe o que que acontece, cara? Era carnaval e o
carnaval teve que ser transferido porque os brasileiros se recusaram a fazer festas e
tríades de Momo e festejar a folia momesca com a morte desse gigante, desse brasileiro
inacreditável que nunca seguiu as regras do bom comportamento, sempre seguiu as regras
da sua mente poderosa e do seu coração grandioso. E aí cara, o enterro dele parou o Rio de
Janeiro e lotou a Avenida Central, avenida cuja história você já viu aqui no NVCE,
só que viu o episódio com o nome de "Avenida Rio Branco", porque daí mudaram o nome da
Avenida Central para homenagear esse brasileiro incrível, incrível. E aí, uma das principais
artérias urbanas do Brasil e do, com certeza, do Rio de Janeiro, hoje se chama "Avenida
Rio Branco", em homenagem a esse gigante, a esse homem incrível que estaria de cabeça
baixa sabendo o que hoje está acontecendo com a diplomacia brasileira. Mas Rio Branco,
a decência e a dignidade voltarão a brilhar, assim como brilha o canal Buenas Ideias. "O
que você acaba de ver está repleto de generalizações e simplificações, mas o quadro geral era
esse aí mesmo. Agora, se você quiser saber como as coisas de fato foram... Ah, então
você vai ter que ler!".