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BBC Brasil 2020 (Áudio/Vídeo+CC), Coronavírus chega ao Brasil OMS alerta sobre pandemia: mas o que isso significa?

Coronavírus chega ao Brasil OMS alerta sobre pandemia: mas o que isso significa?

[Feb 26, 2020].

O novo coronavírus se espalhou por vários países e já matou quase 3 mil pessoas.

No Brasil, autoridades ainda buscam detalhes sobre o primeiro caso confirmado de contaminação pelo vírus, em São Paulo.

[Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde] Nós já disparamos as medidas, assumindo o caso já como um caso na prática de atenção à saúde, já como uma prática de cuidado intensivo dele e dos seus contactantes.

Um homem de 61 anos que voltou de viagem da Itália apresentando sintomas típicos, como tosse seca e febre.

Mas a doença não está concentrada na China? Não, não mais.

Nos últimos dias, uma explosão de casos na Itália, na Coreia do Sul e no Irã, onde até o vice-ministro da saúde foi contaminado, gerou um alerta pelo mundo e o caso brasileiro mostra que a preocupação não é à toa.

Nesse novo momento da doença, a Organização Mundial da Saúde defendeu que os países se preparem para uma pandemia.

Mas o que é isso?

Meu nome é Ricardo Senra, eu sou repórter da BBC News Brasil aqui em Londres, e nesse vídeo eu abordo o tema por três ângulos:

1: O que é pandemia e por que a gente pode estar diante de uma?

2: O que países, inclusive o Brasil, devem fazer para se preparar?

3: E por fim, o que tá acontecendo nesses três países que eu citei agora há pouco e por que o foco da doença explodiu as fronteiras da China?

Antes de qualquer coisa, é muito importante destacar que os infectologistas ouvidos aqui pela BBC News Brasil dizem que é importante evitar pânico.

Embora o coronavírus seja transmitido com facilidade — a gente sabe que, em média, uma pessoa infectada transmite o vírus para até 3 pessoas —, ele não provoca um número proporcionalmente alto de mortes.

Então vamos lá, ponto 1: pandemia, o que que é isso?

Esse termo é usado para descrever uma doença infecciosa que atinge muitas pessoas de forma simultânea ao redor do mundo.

Pandemias estão longe de ser uma novidade.

A gripe espanhola, a gripe suína, o HIV/Aids também foram declarados pandemias, com milhares infectados e mortos pelo mundo.

Existem especialistas por exemplo que acreditam que o coronavírus já se tornou uma pandemia semanas atrás.

Só que a Organização Mundial da Saúde e outros estudiosos discordam, até o momento.

Para eles, não há longas cadeias de transmissão da doença sem controle fora da China.

Na avaliação da OMS, adotar a palavra "pandemia" só geraria pânico desnecessário, mas uma terceira parcela dos pesquisadores e autoridades dizem que isso só é uma questão de tempo.

Segundo o James Gallagher, que é repórter de ciência e saúde aqui da BBC, no fim "pandemia" é só uma palavra.

Determinar se a doença é ou não uma pandemia faz pouca diferença, isso porque, segundo ele, a principal mudança de postura em relação à doença aconteceu no fim de janeiro, quando a OMS declarou que o coronavírus era uma emergência de saúde global.

Foi isso que permitiu, por exemplo, que verbas fossem direcionadas e medidas fossem adotadas para o combate da doença, tanto na OMS quanto no resto do mundo.

O mais preocupante nesse debate é perceber que a doença passou a afetar países com sistemas de saúde que já enfrentam graves problemas e gargalos no dia a dia.

A grande preocupação aqui é com a chegada da doença nos países mais pobres.

A gente tá falando aqui de países que já têm o sistema de saúde sobrecarregado, onde hospitais já têm filas, onde faltam remédios, onde há dificuldade para que se faça exames, e que de repente podem se deparar com mais doentes chegando por uma nova doença, no caso o coronavírus.

Para muita gente, o importante nessa discussão sobre pandemia é a escala que a doença, e que as eventuais mortes, podem chegar.

Se a taxa de mortalidade do coronavírus é de dois para cada 100 casos, quando isso se torna uma questão global e afeta bilhões de pessoas, esses 2% podem significar muitas, mas muitas mortes.

E aí, o que fazer? Aqui a gente entra no segundo eixo desse vídeo: como países, incluindo o Brasil, devem se preparar?

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde já disse que não existe uma abordagem única para todos os países, mas ele fez três recomendações principais que a gente repete aqui: A primeira é um cuidado especial com a proteção dos profissionais de saúde.

Ou seja, médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários de hospitais e de laboratórios têm que ter atenção redobrada e têm que ser monitorados frequentemente, porque eles interagem diretamente com pacientes com suspeita de contrair o coronavírus.

Em segundo lugar, a OMS pediu uma mobilização e engajamento de todos para proteção, principalmente daqueles que correm mais risco de contrair doenças graves.

Ou seja, em outras palavras eles estão falando principalmente de idosos e daqueles que já têm a saúde debilitada ou convivem com doenças como o diabetes, por exemplo, e outras que enfraquecem o sistema imunológico.

Já a terceira recomendação foi mais um chamado: "Nós precisamos proteger os países mais vulneráveis, nos esforçando ao máximo para conter a epidemia nos países que têm capacidade para isso".

Eu falei em três países que enfrentam um aumento exponencial dessa doença, não é?

Aqui a gente chega na última parte do nosso vídeo, falando sobre cada um deles.

Começando pela Coreia do Sul: O presidente sul-coreana anunciou que o país está em alerta máximo.

Em 5 dias, o número de casos por ali passou de 50 para mais de 800.

A maioria desses casos tá ligada à filial de uma igreja — ainda não se sabe muito bem como infecção se proliferou por ali, mas mais de 200 mil pessoas membros desse culto estão sendo monitoradas.

As ruas na cidade onde fica a sede dessa igreja estão praticamente vazias, segundo a minha colega Laura Bicker, que é a correspondente da BBC lá na Coreia do Sul.

Ela narra o cenário da seguinte maneira:

"As ruas de Daigo, a quarta maior cidade do país parecem abandonadas. Uma ou duas pessoas, cobertas da cabeça aos pés e vestindo máscaras, passam à frente de lojas fechadas. A maioria está em casa".

Esse é o cenário sul-coreano.

E a Itália? Nos últimos dias, a Itália se tornou rapidamente o país europeu com mais casos do coronavírus.

E agora, como a gente sabe, se torna a origem do primeiro caso confirmado no Brasil.

No último dia 22, foram divulgados os primeiros casos, pouco mais de dez.

Três dias depois, bum: eles se aproximavam de 300 Mas a reação também foi bastante rápida na Itália: cidades foram submetidas a quarentenas que podem durar semanas, e alguns eventos públicos foram cancelados.

Você deve estar pensando no carnaval de Veneza, que atrás milhões de turistas de todo o mundo: ele foi encerrado dois dias antes do previsto, e jogos da primeira divisão do futebol italiano também foram adiados.

Existem quase 50 mil pessoas em cidades sob quarentena no norte da Itália, e tem uma peculiaridade que preocupa no caso italiano:

- as autoridades do país ainda não sabem como viro chegou até ali, e identificar quem é essa pessoa, o chamado o paciente zero, é algo essencial para conter o avanço da doença, porque ele fazendo os passos dessa pessoa é possível identificar, por exemplo, os grupos ou os locais que foram expostas ao vírus.

Por último, o terceiro país que tem despertado mais preocupação é o Irã.

E na verdade, nesse caso, a preocupação vem muito mais pelo que não se sabe do que pelo que se sabe.

Na chegada da doença ao país, por exemplo, o Irã disse que 12 pessoas morreram por causa do coronavírus, e outras 61 estavam doentes.

Depois, o país anunciou 15 morte e 95 doentes, mas esses números geraram medo e desconfiança, e eu explico o porquê.

Os estudos apontam que o novo coronavírus mata em torno de 2 pessoas para cada 100 infectadas, ou seja, ou a doença passou a matar muito mais gente no Irã ou há muito mais gente doente do que se sabe.

Um exemplo desse avanço da doença no país é público e notório: o vice-ministro da saúde do Irã foi diagnosticado com o covid-19, como é conhecido o coronavírus, e foi colocado em quarentena.

Isso aconteceu um dia depois de Iraj Harirchi, o vice-ministro, ter chamado atenção no mundo inteiro ao aparecer suando muito em uma entrevista coletiva para a imprensa transmitida ao vivo na televisão.

De um lado a natureza autoritária do regime de comando do país, e de outro as (duas) duras funções que o Irã enfrenta afetando a chegada e a distribuição de produtos e alimentos básicos, também alimentam a desconfiança em relação às informações do país.

A Organização Mundial da Saúde, a OMS, afirmou ser profundamente preocupante o aumento de casos de pessoas contaminadas no Irã.

O governo iraniano nega que esteja acobertando a real situação do país.

Eles rejeitam medidas como quarentenas porque as consideram antiquados e isso pode favorecer o alastramento da doença.

Segundo a Rana Rahimpour, do serviço persa aqui da BBC, santuários xiitas nas cidades de de Qom e Mashhad continuam abertos à visitação apesar de Qom ser um dos principais centros do surto.

Para você ter uma ideia, em um só dia, quatro países vizinhos ao Irã registraram seus primeiros casos da doença, todos eles envolvendo pessoas que estiveram lá no Irã.

Muitos fecharam as fronteiras com o país.

Outro ponto de atenção é o fato de o Irã não ter suprimentos médicos nem profissionais suficientes para conter o avanço do surto.

As máscaras de proteção disponíveis no país já se esgotaram e não tem mais kits suficientes para as pessoas poderem fazer o exame que detecta a doença.

A gente aqui na BBC News Brasil continua acompanhando bem de perto esse tema.

Você por favor não deixe de se inscrever no nosso canal no YouTube, não deixa de seguir a gente nas outras redes sociais, Instagram, Facebook, Twitter, e claro, de fazer uma visitinha sempre à bbcbrasil.com, onde você vai encontrar reportagens sobre coronavírus e sobre todos os outros assuntos.

Obrigado por nos seguir até aqui e até a próxima!


Coronavírus chega ao Brasil OMS alerta sobre pandemia: mas o que isso significa? Coronavirus arrives in Brazil WHO warns of pandemic: but what does it mean? Коронавірус прибуває до Бразилії ВООЗ попереджає про пандемію: але що це означає?

[Feb 26, 2020].

O novo coronavírus se espalhou por vários países e já matou quase 3 mil pessoas. The new coronavirus has spread to several countries and has already killed almost 3,000 people.

No Brasil, autoridades ainda buscam detalhes sobre o primeiro caso confirmado de contaminação pelo vírus, em São Paulo. In Brazil, authorities are still looking for details on the first confirmed case of contamination by the virus, in São Paulo.

[Luiz Henrique Mandetta, Ministro da Saúde] Nós já disparamos as medidas, assumindo o caso já como um caso na prática de atenção à saúde, já como uma prática de cuidado intensivo dele e dos seus contactantes.

Um homem de 61 anos que voltou de viagem da Itália apresentando sintomas típicos, como tosse seca e febre. A 61-year-old man who returned from a trip to Italy with typical symptoms, such as dry cough and fever.

Mas a doença não está concentrada na China? But isn't the disease concentrated in China? Não, não mais.

Nos últimos dias, uma explosão de casos na Itália, na Coreia do Sul e no Irã, onde até o vice-ministro da saúde foi contaminado, gerou um alerta pelo mundo e o caso brasileiro mostra que a preocupação não é à toa. In the last few days, an explosion of cases in Italy, South Korea and Iran, where even the deputy minister of health was contaminated, has generated a warning throughout the world and the Brazilian case shows that the concern is not for nothing.

Nesse novo momento da doença, a Organização Mundial da Saúde defendeu que os países se preparem para uma pandemia.

Mas o que é isso?

Meu nome é Ricardo Senra, eu sou repórter da BBC News Brasil aqui em Londres, e nesse vídeo eu abordo o tema por três ângulos:

1: O que é pandemia e por que a gente pode estar diante de uma?

2: O que países, inclusive o Brasil, devem fazer para se preparar?

3: E por fim, o que tá acontecendo nesses três países que eu citei agora há pouco e por que o foco da doença explodiu as fronteiras da China?

Antes de qualquer coisa, é muito importante destacar que os infectologistas ouvidos aqui pela BBC News Brasil dizem que é importante evitar pânico.

Embora o coronavírus seja transmitido com facilidade — a gente sabe que, em média, uma pessoa infectada transmite o vírus para até 3 pessoas —, ele não provoca um número proporcionalmente alto de mortes.

Então vamos lá, ponto 1: pandemia, o que que é isso?

Esse termo é usado para descrever uma doença infecciosa que atinge muitas pessoas de forma simultânea ao redor do mundo.

Pandemias estão longe de ser uma novidade. Pandemics are far from new.

A gripe espanhola, a gripe suína, o HIV/Aids também foram declarados pandemias, com milhares infectados e mortos pelo mundo.

Existem especialistas por exemplo que acreditam que o coronavírus já se tornou uma pandemia semanas atrás.

Só que a Organização Mundial da Saúde e outros estudiosos discordam, até o momento.

Para eles, não há longas cadeias de transmissão da doença sem controle fora da China.

Na avaliação da OMS, adotar a palavra "pandemia" só geraria pânico desnecessário, mas uma terceira parcela dos pesquisadores e autoridades dizem que isso só é uma questão de tempo.

Segundo o James Gallagher, que é repórter de ciência e saúde aqui da BBC, no fim "pandemia" é só uma palavra.

Determinar se a doença é ou não uma pandemia faz pouca diferença, isso porque, segundo ele, a principal mudança de postura em relação à doença aconteceu no fim de janeiro, quando a OMS declarou que o coronavírus era uma emergência de saúde global.

Foi isso que permitiu, por exemplo, que verbas fossem direcionadas e medidas fossem adotadas para o combate da doença, tanto na OMS quanto no resto do mundo.

O mais preocupante nesse debate é perceber que a doença passou a afetar países com sistemas de saúde que já enfrentam graves problemas e gargalos no dia a dia.

A grande preocupação aqui é com a chegada da doença nos países mais pobres.

A gente tá falando aqui de países que já têm o sistema de saúde sobrecarregado, onde hospitais já têm filas, onde faltam remédios, onde há dificuldade para que se faça exames, e que de repente podem se deparar com mais doentes chegando por uma nova doença, no caso o coronavírus.

Para muita gente, o importante nessa discussão sobre pandemia é a escala que a doença, e que as eventuais mortes, podem chegar.

Se a taxa de mortalidade do coronavírus é de dois para cada 100 casos, quando isso se torna uma questão global e afeta bilhões de pessoas, esses 2% podem significar muitas, mas muitas mortes.

E aí, o que fazer? So, what to do? Aqui a gente entra no segundo eixo desse vídeo: como países, incluindo o Brasil, devem se preparar?

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde já disse que não existe uma abordagem única para todos os países, mas ele fez três recomendações principais que a gente repete aqui: A primeira é um cuidado especial com a proteção dos profissionais de saúde.

Ou seja, médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários de hospitais e de laboratórios têm que ter atenção redobrada e têm que ser monitorados frequentemente, porque eles interagem diretamente com pacientes com suspeita de contrair o coronavírus.

Em segundo lugar, a OMS pediu uma mobilização e engajamento de todos para proteção, principalmente daqueles que correm mais risco de contrair doenças graves.

Ou seja, em outras palavras eles estão falando principalmente de idosos e daqueles que já têm a saúde debilitada ou convivem com doenças como o diabetes, por exemplo, e outras que enfraquecem o sistema imunológico.

Já a terceira recomendação foi mais um chamado: "Nós precisamos proteger os países mais vulneráveis, nos esforçando ao máximo para conter a epidemia nos países que têm capacidade para isso".

Eu falei em três países que enfrentam um aumento exponencial dessa doença, não é?

Aqui a gente chega na última parte do nosso vídeo, falando sobre cada um deles.

Começando pela Coreia do Sul: O presidente sul-coreana anunciou que o país está em alerta máximo.

Em 5 dias, o número de casos por ali passou de 50 para mais de 800.

A maioria desses casos tá ligada à filial de uma igreja — ainda não se sabe muito bem como infecção se proliferou por ali, mas mais de 200 mil pessoas membros desse culto estão sendo monitoradas.

As ruas na cidade onde fica a sede dessa igreja estão praticamente vazias, segundo a minha colega Laura Bicker, que é a correspondente da BBC lá na Coreia do Sul.

Ela narra o cenário da seguinte maneira:

"As ruas de Daigo, a quarta maior cidade do país parecem abandonadas. Uma ou duas pessoas, cobertas da cabeça aos pés e vestindo máscaras, passam à frente de lojas fechadas. A maioria está em casa".

Esse é o cenário sul-coreano.

E a Itália? Nos últimos dias, a Itália se tornou rapidamente o país europeu com mais casos do coronavírus.

E agora, como a gente sabe, se torna a origem do primeiro caso confirmado no Brasil.

No último dia 22, foram divulgados os primeiros casos, pouco mais de dez.

Três dias depois, bum: eles se aproximavam de 300 Mas a reação também foi bastante rápida na Itália: cidades foram submetidas a quarentenas que podem durar semanas, e alguns eventos públicos foram cancelados.

Você deve estar pensando no carnaval de Veneza, que atrás milhões de turistas de todo o mundo: ele foi encerrado dois dias antes do previsto, e jogos da primeira divisão do futebol italiano também foram adiados. Debes estar pensando en el carnaval de Venecia, que detrás de millones de turistas de todo el mundo: cerró dos días antes de lo previsto, y también se pospusieron los partidos de la primera división del fútbol italiano.

Existem quase 50 mil pessoas em cidades sob quarentena no norte da Itália, e tem uma peculiaridade que preocupa no caso italiano:

- as autoridades do país ainda não sabem como viro chegou até ali, e identificar quem é essa pessoa, o chamado o paciente zero, é algo essencial para conter o avanço da doença, porque ele fazendo os passos dessa pessoa é possível identificar, por exemplo, os grupos ou os locais que foram expostas ao vírus.

Por último, o terceiro país que tem despertado mais preocupação é o Irã.

E na verdade, nesse caso, a preocupação vem muito mais pelo que não se sabe do que pelo que se sabe. And in fact, in this case, the concern comes much more for what is not known than for what is known.

Na chegada da doença ao país, por exemplo, o Irã disse que 12 pessoas morreram por causa do coronavírus, e outras 61 estavam doentes.

Depois, o país anunciou 15 morte e 95 doentes, mas esses números geraram medo e desconfiança, e eu explico o porquê.

Os estudos apontam que o novo coronavírus mata em torno de 2 pessoas para cada 100 infectadas, ou seja, ou a doença passou a matar muito mais gente no Irã ou há muito mais gente doente do que se sabe. Studies show that the new coronavirus kills around 2 people for every 100 infected, that is, either the disease has started to kill many more people in Iran or there are many more sick people than is known.

Um exemplo desse avanço da doença no país é público e notório: o vice-ministro da saúde do Irã foi diagnosticado com o covid-19, como é conhecido o coronavírus, e foi colocado em quarentena.

Isso aconteceu um dia depois de Iraj Harirchi, o vice-ministro, ter chamado atenção no mundo inteiro ao aparecer suando muito em uma entrevista coletiva para a imprensa transmitida ao vivo na televisão. This happened a day after Iraj Harirchi, the deputy minister, drew attention around the world when he appeared sweating heavily at a press conference broadcast live on television.

De um lado a natureza autoritária do regime de comando do país, e de outro as (duas) duras funções que o Irã enfrenta afetando a chegada e a distribuição de produtos e alimentos básicos, também alimentam a desconfiança em relação às informações do país.

A Organização Mundial da Saúde, a OMS, afirmou ser profundamente preocupante o aumento de casos de pessoas contaminadas no Irã.

O governo iraniano nega que esteja acobertando a real situação do país.

Eles rejeitam medidas como quarentenas porque as consideram antiquados e isso pode favorecer o alastramento da doença. They reject measures like quarantines because they consider them outdated and this can favor the spread of the disease.

Segundo a Rana Rahimpour, do serviço persa aqui da BBC, santuários xiitas nas cidades de de Qom e Mashhad continuam abertos à visitação apesar de Qom ser um dos principais centros do surto.

Para você ter uma ideia, em um só dia, quatro países vizinhos ao Irã registraram seus primeiros casos da doença, todos eles envolvendo pessoas que estiveram lá no Irã.

Muitos fecharam as fronteiras com o país.

Outro ponto de atenção é o fato de o Irã não ter suprimentos médicos nem profissionais suficientes para conter o avanço do surto. Another point of attention is the fact that Iran does not have enough medical or professional supplies to contain the spread of the outbreak.

As máscaras de proteção disponíveis no país já se esgotaram e não tem mais kits suficientes para as pessoas poderem fazer o exame que detecta a doença.

A gente aqui na BBC News Brasil continua acompanhando bem de perto esse tema.

Você por favor não deixe de se inscrever no nosso canal no YouTube, não deixa de seguir a gente nas outras redes sociais, Instagram, Facebook, Twitter, e claro, de fazer uma visitinha sempre à bbcbrasil.com, onde você vai encontrar reportagens sobre coronavírus e sobre todos os outros assuntos.

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