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Diogo Elzinga, Eu fiquei 30 DIAS SEM REDES SOCIAIS (como isso mudou minha vida) (1)

Eu fiquei 30 DIAS SEM REDES SOCIAIS (como isso mudou minha vida) (1)

Eu andava muito ansioso. Toda hora era aquela maldita mania de ficar

desbloqueando o celular para ver se tinha alguma notificação nova ali.

Na maioria das vezes não tinha nada. Era simplesmente pelo hábito.

Então, mesmo assim, sem ver nenhuma notificação eu abria o Instagram, o WhatsApp, o Twitter,

o Facebook, todas minhas redes sociais para ver se realmente não tinha notificação

alguma. Porque, vai que, afinal, não tivesse vindo

a notificação! Porque afinal às vezes a notificação não

vem né. E aí você está ali procurando notificações

e de repente... Hey, olha só que legal esta coisa que estou

vendo no Instagram. E lá você ficava meia hora, 1 hora, praticamente

o dia inteiro e perdia muito do seu tempo. Este era eu.

E tudo isso acontecia exatamente no momento que eu precisava mais me concentrar no meu

próprio trabalho. Parece que procrastinação é uma coisa que

estava escrita, desenhada no meu DNA. E aí eu me perguntava "não tem nada que

eu possa fazer a respeito disso? Controlar minha própria vida?"

Porque, olha só que legal, olhar tantos memes é bacana, a gente distrai, vê notícias

o tempo todo, os comentários que as pessoas fazem nas suas fotos, ou então o número

de curtidas naquela nova publicação do Instagram ou de qualquer rede social.

É tanta coisa para fazer nas redes sociais que a gente chega a pensar que nossa vida

nem é tão legal quanto a vida que a gente encontra lá.

E essa era minha vida de um viciado em celular, mas principalmente em redes sociais.

Pode parecer idiota, pode parecer engraçado talvez, ou sem sentido nenhum, mas o fato

é que nessa hora eu começava a perceber as pessoas que estavam ao meu redor sucedendo

na vida. O que elas estão fazendo que eu não estou

fazendo. Ou então, aqueles antigos colegas da escola,

da faculdade, que estavam sucedendo, fazendo grandes coisas na vida e eu só me perguntando

o que de errado eu estou fazendo. Qual afinal meu problema?

Hey, olha aqui, mais um meme legal! E ali ficava eu de novo, me esquecia da pergunta

que eu acabei de fazer e a minha vida seguia, eu não me preocupava com mais nada e era

um dia após o outro e eu não estava vivendo. As redes sociais se tornaram minha vida.

Como vocês devem saber, eu trabalho com as redes sociais.

Então como é que eu poderia resolver tudo isso de uma forma saudável sem perder tudo

aquilo que eu já construí. É possível tirar um tempo sabático das

redes sociais? Será que eu não vou ser excluído da sociedade

digital? Será que eu não vou perder algum amigo?

E se eu não conseguir conversar com uma pessoa próxima?

Só de pensar em tudo isso eu já começava a ficar ansioso.

Foi então, que em setembro de 2019, eu tive uma briga nada legal com a Diana e adivinhem

qual o motivo? Redes sociais.

E a partir disso eu resolvi tirar esse tal de tempo sabático que eu tanto quis há muito

tempo, e me ausentar das redes sociais, porque do jeito que as coisas continuavam, do jeito

que elas estavam indo eu só tinha apenas um destino.

E esse destino era o fundo do poço. Por isso se você ficou aqui até agora eu

quero te contar como é que foram esses meus 30 dias longe das redes sociais, o que eu

aprendi com eles, o que de novo aconteceu na minha vida, qual foi o processo de cada

um desses 30 dias... E se você se vê nesse grande dilema, te

digo uma coisa. Não espere um grande problema aparecer na

sua vida para você tomar atitude. E aqui vai um spoiler.

Durante esses 30 dias eu tive o que foi o melhor mês já vivido de toda a minha vida.

E não é besteira. Primeiro vamos chamar de DIA ZERO o dia que

antecede os 30 próximos dias que eu fiquei nesse período sabático.

E nesse dia zero eu excluí todos os aplicativos do Facebook, do YouTube Studio que eu utilizo

para acompanhar os dados dos meus vídeo do YouTube, o WhatsApp, o Instagram, o Twitter,

o Facebook Páginas e mais outras redes sociais ou qualquer outra coisa que eu tinha no meu

celular. Afinal eu precisava me preparar para o que

estava por vir. Basicamente estes eram os aplicativos que

eu mais utilizava no meu celular. Mas ao mesmo tempo para não cair numa armadilha

eu desloguei de todas essas contas no meu computador também, porque você sabe como

é uma armadilha isso. Você liga seu computador, entra ali no seu

Chrome e começa a digitar e quando percebe está dentro do Facebook e nem lembra como

é que chegou até ali. E como eu trabalho com as redes sociais eu

não poderia deixar de publicar coisas nelas durante este mês, porque afinal eu seria

penalizado pelo YouTube, ou pelo Facebook, pelo Instagram possivelmente por não publicar

nada. E o que eu fiz foi instalar um aplicativo

chamado Hootsuite que me permitia que eu publicasse nessas redes sociais, mas que eu não acompanhasse

os dados das publicações que eu fazia. Então fiquei um mês publicando às cegas.

É como jogar uma granada num poço e sair correndo.

Você não sabe o que vai acontecer lá dentro. E se você fica ansioso de novo só de pensar

em publicar e não ver os dados, era justamente isso que eu queria causar em mim para eu não

precisar ficar atualizando de 5 em 5 segundos para ver se aumentaram as curtidas ou para

ver se as pessoas deixaram de me seguir. E nesse período também instalei um aplicativo

chamado Quality Time, que inclusive já fiz um vídeo falando sobre ele que é um aplicativo

que te mostra qual o uso do seu celular, o número de desbloqueios que você tem durante

o dia, quais aplicativos você mais utiliza, qual a frequência que você abre os aplicativos,

quanto tempo você fica dentro destes aplicativos. E ele é muito bom para você ter uma noção

de como que você está ocupando o tempo durante seu dia.

Não é nem tanto sobre o tempo que você está no celular, mas enfim, você fica muito

tempo no celular, 3, 4, 5 horas num dia. Perceba isso.

E eu precisava ter uma ciência sobre tudo que estava acontecendo.

Pra me comunicar de forma rápida com as pessoas eu instalei o Telegram que muita gente nunca

ouviu falar. A maioria das pessoas não tem Telegram porque

tá todo mundo no WhatsApp, então eu avisei as 10 pessoas mais próximas que eu tinha

contato no WhatsApp que eu estaria indo para o Telegram, porque às vezes a gente precisa

conversar com as pessoas de uma forma que não seja por telefone, que não seja tão

demorada pelo e-mail. Enfim, 10 pessoas foram avisadas que eu estaria

indo para o Telegram. E durante os próximos 30 dias eu criei um

diário. Neste diário eu anotava a hora que eu levantava,

a hora que eu acordava, a hora que eu ia dormir, número de ligações feitas, ligações recebidas,

a minha pressão sanguínea, nível de ansiedade, a hora que eu ia comer, a hora que eu jantava.

Enfim, todas as informações que eu achasse necessárias para comprovar que de alguma

forma as coisas estava evoluindo de fato. E no exato momento depois de ter feito tudo

isso, no dia zero, de ter apagado todos os aplicativos, eu digo para vocês que eu entrei

num buraco no universo porque eu não sabia o que fazer.

E essa é uma das sensações mais estranhas que já senti na minha vida porque meu celular

virou simplesmente um pedaço de plástico com vidro que eu só conseguia ver as horas

e a previsão do tempo. Não tinha ninguém pra conversar.

Não tinha nada pra ver no celular e aí eu comecei a procurar o que tinha de aplicativo

útil e eu achei o Mario Kart que foi o meu substituto para as redes sociais onde fiquei

nesse dia zero durante algumas boas horas jogando esse joguinho.

E nesse momento um amigo meu, daqueles que eu tinha mandado a mensagem no WhatsApp dizendo

que eu ia tirar esse mês sabático, resolveu me ligar.

E aconteceu uma coisa muito louca! Nós ficamos 20 minutos no telefone e eu não

tive a mínima vontade de desligar porque afinal talvez essa fosse a única forma de

contato que eu ia ter durante o dia todo, ou talvez durante o mês todo.

Então vamos aproveitar esta ligação e vamos conversar direito com essa pessoa que acabou

de me ligar. E eu pensava nessa hora o que estava acontecendo.

É só o primeiro dia e eu estou sentindo um desconforto estranhamente bom.

E agora eu quero contar para vocês como é que foi cada período desses 30 dias e o que

sucedeu depois do meu dia zero, depois de ter abdicado de todas as redes sociais e ter

me deslogado de tudo. Vamos lá.

DIA 1. Preciso falar para vocês que eu tenho um

estranho hábito, pelo menos sempre tive, de acordar entre as 11 horas da manhã e o

meio dia. Você vai me chamar de preguiçoso, de vagabundo,

seja do que for, me chame disso, mas a verdade é que sempre tive vergonha de dizer para

as pessoas que eu acordava a essa hora. As pessoas me ligavam 9h da manhã, eu estava

dormindo, e eu dizia que estava em uma reunião ou qualquer outra coisa.

Mas estranhamente neste primeiro dia acordei 8:45 da manhã.

Eu sei, não chega a ser muito cedo como a maioria dos brasileiros é acostumada a acordar,

mas eu acordei 8:45. E aí preciso dizer para vocês uma coisa

que existe uma grande diferença entre a acordar e levantar da cama.

Esta lacuna de tempo, este intervalo, o que você faz?

Geralmente, nesses 45 minutos, das 8:45 até as 9:30 as pessoas ficariam no celular.

E foi o que eu fiz. Eu encontrei o Mario Kart que ainda estava

no meu celular e fiquei jogando durante 45 minutos porque afinal eu não sabia o que

fazer da minha vida. Eu estava mais perdido que cego em tiroteio.

Então joguei esse joguinho durante um bom tempo, depois comecei a me sentir culpado

porque pensei e percebi que este jogo ia me acompanhar durante um bom tempo dos meus 30

dias e resolvi excluir ele logo em seguida, porque pelo menos eu não ia mais perder tempo

com isto. A verdade de tudo isso é que eu não sabia

exatamente o que fazer da vida. E eu não tinha dormido muito bem nesse primeiro

dia porque eu já estava pensando em toda a abstinência que eu ia ter e ia ser o primeiro

dia e a gente fica sempre muito ansioso quando vai começar uma coisa nova, então eu estava

super perdido. E eu acordei sem destino, sem rumo nenhum.

Então sem as redes sociais eu pensei "não posso dormir o dia inteiro, vou levantar da

cama e o que vou fazer?". Entrei pelo computador no YouTube e comecei

a assistir vários vídeos aleatórios. Comecei a ter ideias de vídeos que eu poderia

produzir. Dei uma grande pesquisada sobre o mercado

de ações. Sim, eu invisto em ações.

E eu comecei a aprender muita coisa nova que antes eu não tinha aprendido de forma alguma.

E entre um vídeo e outro eu descobri que poderia mandar e-mail para as pessoas.

É uma forma de me comunicar. E eu comecei a mandar e-mail para antigos

clientes para conversar com eles, e de 7 e-mails que eu enviei logo no primeiro dia tive 2

ou 3 retornos positivos e pensei "por que eu não fiz antes?".

Estamos falando do primeiro dia ainda. E eu digo pra vocês que nesse primeiro dia

muito tempo me sobrava, eu não tinha foco em nada, não sabia o que fazer como já disse.

Mas a vantagem é que não assisti televisão, não joguei video game que são duas coisas


Eu fiquei 30 DIAS SEM REDES SOCIAIS (como isso mudou minha vida) (1) Ich war 30 TAGE OHNE SOZIALE MEDIEN (wie es mein Leben verändert hat) (1) I went 30 DAYS WITHOUT SOCIAL MEDIA (how it changed my life) (1)

Eu andava muito ansioso. Toda hora era aquela maldita mania de ficar

desbloqueando o celular para ver se tinha alguma notificação nova ali.

Na maioria das vezes não tinha nada. Era simplesmente pelo hábito.

Então, mesmo assim, sem ver nenhuma notificação eu abria o Instagram, o WhatsApp, o Twitter,

o Facebook, todas minhas redes sociais para ver se realmente não tinha notificação

alguma. Porque, vai que, afinal, não tivesse vindo

a notificação! Porque afinal às vezes a notificação não

vem né. E aí você está ali procurando notificações

e de repente... Hey, olha só que legal esta coisa que estou

vendo no Instagram. E lá você ficava meia hora, 1 hora, praticamente

o dia inteiro e perdia muito do seu tempo. Este era eu.

E tudo isso acontecia exatamente no momento que eu precisava mais me concentrar no meu

próprio trabalho. Parece que procrastinação é uma coisa que

estava escrita, desenhada no meu DNA. E aí eu me perguntava "não tem nada que

eu possa fazer a respeito disso? Controlar minha própria vida?"

Porque, olha só que legal, olhar tantos memes é bacana, a gente distrai, vê notícias

o tempo todo, os comentários que as pessoas fazem nas suas fotos, ou então o número

de curtidas naquela nova publicação do Instagram ou de qualquer rede social.

É tanta coisa para fazer nas redes sociais que a gente chega a pensar que nossa vida

nem é tão legal quanto a vida que a gente encontra lá.

E essa era minha vida de um viciado em celular, mas principalmente em redes sociais.

Pode parecer idiota, pode parecer engraçado talvez, ou sem sentido nenhum, mas o fato

é que nessa hora eu começava a perceber as pessoas que estavam ao meu redor sucedendo

na vida. O que elas estão fazendo que eu não estou

fazendo. Ou então, aqueles antigos colegas da escola,

da faculdade, que estavam sucedendo, fazendo grandes coisas na vida e eu só me perguntando

o que de errado eu estou fazendo. Qual afinal meu problema?

Hey, olha aqui, mais um meme legal! E ali ficava eu de novo, me esquecia da pergunta

que eu acabei de fazer e a minha vida seguia, eu não me preocupava com mais nada e era

um dia após o outro e eu não estava vivendo. As redes sociais se tornaram minha vida.

Como vocês devem saber, eu trabalho com as redes sociais.

Então como é que eu poderia resolver tudo isso de uma forma saudável sem perder tudo

aquilo que eu já construí. É possível tirar um tempo sabático das

redes sociais? Será que eu não vou ser excluído da sociedade

digital? Será que eu não vou perder algum amigo?

E se eu não conseguir conversar com uma pessoa próxima?

Só de pensar em tudo isso eu já começava a ficar ansioso.

Foi então, que em setembro de 2019, eu tive uma briga nada legal com a Diana e adivinhem

qual o motivo? Redes sociais.

E a partir disso eu resolvi tirar esse tal de tempo sabático que eu tanto quis há muito

tempo, e me ausentar das redes sociais, porque do jeito que as coisas continuavam, do jeito

que elas estavam indo eu só tinha apenas um destino.

E esse destino era o fundo do poço. Por isso se você ficou aqui até agora eu

quero te contar como é que foram esses meus 30 dias longe das redes sociais, o que eu

aprendi com eles, o que de novo aconteceu na minha vida, qual foi o processo de cada

um desses 30 dias... E se você se vê nesse grande dilema, te

digo uma coisa. Não espere um grande problema aparecer na

sua vida para você tomar atitude. E aqui vai um spoiler.

Durante esses 30 dias eu tive o que foi o melhor mês já vivido de toda a minha vida.

E não é besteira. Primeiro vamos chamar de DIA ZERO o dia que

antecede os 30 próximos dias que eu fiquei nesse período sabático.

E nesse dia zero eu excluí todos os aplicativos do Facebook, do YouTube Studio que eu utilizo

para acompanhar os dados dos meus vídeo do YouTube, o WhatsApp, o Instagram, o Twitter,

o Facebook Páginas e mais outras redes sociais ou qualquer outra coisa que eu tinha no meu

celular. Afinal eu precisava me preparar para o que

estava por vir. Basicamente estes eram os aplicativos que

eu mais utilizava no meu celular. Mas ao mesmo tempo para não cair numa armadilha

eu desloguei de todas essas contas no meu computador também, porque você sabe como

é uma armadilha isso. Você liga seu computador, entra ali no seu

Chrome e começa a digitar e quando percebe está dentro do Facebook e nem lembra como

é que chegou até ali. E como eu trabalho com as redes sociais eu

não poderia deixar de publicar coisas nelas durante este mês, porque afinal eu seria

penalizado pelo YouTube, ou pelo Facebook, pelo Instagram possivelmente por não publicar

nada. E o que eu fiz foi instalar um aplicativo

chamado Hootsuite que me permitia que eu publicasse nessas redes sociais, mas que eu não acompanhasse

os dados das publicações que eu fazia. Então fiquei um mês publicando às cegas.

É como jogar uma granada num poço e sair correndo.

Você não sabe o que vai acontecer lá dentro. E se você fica ansioso de novo só de pensar

em publicar e não ver os dados, era justamente isso que eu queria causar em mim para eu não

precisar ficar atualizando de 5 em 5 segundos para ver se aumentaram as curtidas ou para

ver se as pessoas deixaram de me seguir. E nesse período também instalei um aplicativo

chamado Quality Time, que inclusive já fiz um vídeo falando sobre ele que é um aplicativo

que te mostra qual o uso do seu celular, o número de desbloqueios que você tem durante

o dia, quais aplicativos você mais utiliza, qual a frequência que você abre os aplicativos,

quanto tempo você fica dentro destes aplicativos. E ele é muito bom para você ter uma noção

de como que você está ocupando o tempo durante seu dia.

Não é nem tanto sobre o tempo que você está no celular, mas enfim, você fica muito

tempo no celular, 3, 4, 5 horas num dia. Perceba isso.

E eu precisava ter uma ciência sobre tudo que estava acontecendo.

Pra me comunicar de forma rápida com as pessoas eu instalei o Telegram que muita gente nunca

ouviu falar. A maioria das pessoas não tem Telegram porque

tá todo mundo no WhatsApp, então eu avisei as 10 pessoas mais próximas que eu tinha

contato no WhatsApp que eu estaria indo para o Telegram, porque às vezes a gente precisa

conversar com as pessoas de uma forma que não seja por telefone, que não seja tão

demorada pelo e-mail. Enfim, 10 pessoas foram avisadas que eu estaria

indo para o Telegram. E durante os próximos 30 dias eu criei um

diário. Neste diário eu anotava a hora que eu levantava,

a hora que eu acordava, a hora que eu ia dormir, número de ligações feitas, ligações recebidas,

a minha pressão sanguínea, nível de ansiedade, a hora que eu ia comer, a hora que eu jantava.

Enfim, todas as informações que eu achasse necessárias para comprovar que de alguma

forma as coisas estava evoluindo de fato. E no exato momento depois de ter feito tudo

isso, no dia zero, de ter apagado todos os aplicativos, eu digo para vocês que eu entrei

num buraco no universo porque eu não sabia o que fazer.

E essa é uma das sensações mais estranhas que já senti na minha vida porque meu celular

virou simplesmente um pedaço de plástico com vidro que eu só conseguia ver as horas

e a previsão do tempo. Não tinha ninguém pra conversar.

Não tinha nada pra ver no celular e aí eu comecei a procurar o que tinha de aplicativo

útil e eu achei o Mario Kart que foi o meu substituto para as redes sociais onde fiquei

nesse dia zero durante algumas boas horas jogando esse joguinho.

E nesse momento um amigo meu, daqueles que eu tinha mandado a mensagem no WhatsApp dizendo

que eu ia tirar esse mês sabático, resolveu me ligar.

E aconteceu uma coisa muito louca! Nós ficamos 20 minutos no telefone e eu não

tive a mínima vontade de desligar porque afinal talvez essa fosse a única forma de

contato que eu ia ter durante o dia todo, ou talvez durante o mês todo.

Então vamos aproveitar esta ligação e vamos conversar direito com essa pessoa que acabou

de me ligar. E eu pensava nessa hora o que estava acontecendo.

É só o primeiro dia e eu estou sentindo um desconforto estranhamente bom.

E agora eu quero contar para vocês como é que foi cada período desses 30 dias e o que

sucedeu depois do meu dia zero, depois de ter abdicado de todas as redes sociais e ter

me deslogado de tudo. Vamos lá.

DIA 1. Preciso falar para vocês que eu tenho um

estranho hábito, pelo menos sempre tive, de acordar entre as 11 horas da manhã e o

meio dia. Você vai me chamar de preguiçoso, de vagabundo,

seja do que for, me chame disso, mas a verdade é que sempre tive vergonha de dizer para

as pessoas que eu acordava a essa hora. As pessoas me ligavam 9h da manhã, eu estava

dormindo, e eu dizia que estava em uma reunião ou qualquer outra coisa.

Mas estranhamente neste primeiro dia acordei 8:45 da manhã.

Eu sei, não chega a ser muito cedo como a maioria dos brasileiros é acostumada a acordar,

mas eu acordei 8:45. E aí preciso dizer para vocês uma coisa

que existe uma grande diferença entre a acordar e levantar da cama.

Esta lacuna de tempo, este intervalo, o que você faz?

Geralmente, nesses 45 minutos, das 8:45 até as 9:30 as pessoas ficariam no celular.

E foi o que eu fiz. Eu encontrei o Mario Kart que ainda estava

no meu celular e fiquei jogando durante 45 minutos porque afinal eu não sabia o que

fazer da minha vida. Eu estava mais perdido que cego em tiroteio.

Então joguei esse joguinho durante um bom tempo, depois comecei a me sentir culpado

porque pensei e percebi que este jogo ia me acompanhar durante um bom tempo dos meus 30

dias e resolvi excluir ele logo em seguida, porque pelo menos eu não ia mais perder tempo

com isto. A verdade de tudo isso é que eu não sabia

exatamente o que fazer da vida. E eu não tinha dormido muito bem nesse primeiro

dia porque eu já estava pensando em toda a abstinência que eu ia ter e ia ser o primeiro

dia e a gente fica sempre muito ansioso quando vai começar uma coisa nova, então eu estava

super perdido. E eu acordei sem destino, sem rumo nenhum.

Então sem as redes sociais eu pensei "não posso dormir o dia inteiro, vou levantar da

cama e o que vou fazer?". Entrei pelo computador no YouTube e comecei

a assistir vários vídeos aleatórios. Comecei a ter ideias de vídeos que eu poderia

produzir. Dei uma grande pesquisada sobre o mercado

de ações. Sim, eu invisto em ações.

E eu comecei a aprender muita coisa nova que antes eu não tinha aprendido de forma alguma.

E entre um vídeo e outro eu descobri que poderia mandar e-mail para as pessoas.

É uma forma de me comunicar. E eu comecei a mandar e-mail para antigos

clientes para conversar com eles, e de 7 e-mails que eu enviei logo no primeiro dia tive 2

ou 3 retornos positivos e pensei "por que eu não fiz antes?".

Estamos falando do primeiro dia ainda. E eu digo pra vocês que nesse primeiro dia

muito tempo me sobrava, eu não tinha foco em nada, não sabia o que fazer como já disse.

Mas a vantagem é que não assisti televisão, não joguei video game que são duas coisas