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Dobra Espacial - Ciência e Tecnologia, Como os trajes da Apollo funcionam?

Como os trajes da Apollo funcionam?

"[Como os trajes da Apollo funcionam?]

Falar sobre como foguetes chegam ao espaço sem explodir em milhares de pedaços é legal, mas o funcionamento dos trajes espaciais também pode ser tão interessante quanto.

E aliás: o que tem dentro da “mochila” dos astronautas? Vamos falar sobre isso!

O traje usado no primeiro lançamento tripulado da SpaceX é incrível, mas não é muito justo comparar ele com os das missões Apollo.

Trajes espaciais podem servir diferentes propósitos e são normalmente divididos em 3 categorias: Intraveiculares, também algumas vezes chamados de trajes de resgate.

Extraveiculares.

E Intra e Extraveiculares.

Os trajes IVA são feitos para serem utilizados dentro de naves pressurizadas e são, portanto, mais leves, menos complexos e mais confortáveis.

Estes são os trajes que você nunca quer precisar já que eles só são realmente necessários caso haja uma despressurização da cabine durante as partes mais críticas de qualquer missão: o lançamento e a reentrada.

É o caso do traje da SpaceX e do Projeto Mercury.

Os trajes EVA são feitos para serem utilizados fora de ambientes pressurizados e são bem mais complexos, mais pesados e menos confortáveis já que precisam se tornar praticamente uma espaçonave individual para quem tiver usando.

E os trajes IEVA são feitos para os dois usos.

Assim como nas missões Gemini, os trajes da Apollo também eram usados dentro e fora da nave.

Bastante coisa aprendida com os trajes das missões Gemini serviram de base para os trajes da missão Apollo, mas atividades extraveiculares na Lua oferecem desafios novos.

A parte do torso e pernas do traje A7L usado nas missões Apollo era dividido em três partes principais: o LCG, o PGA e o ITMG.

Por baixo de tudo, os astronautas usavam o LCG, um traje com tubos plásticos que circulavam água refrigerada para manter a temperatura do corpo mais baixa.

Por cima disso havia o PGA, que segurava a pressão do traje e era feito principalmente de neoprene revestido de nylon e contava com juntas de borracha em forma de fole, que permitia o movimento dos ombros, cotovelos, joelhos e tornozelos sem tanto esforço.

Mas só isso não seria suficiente para manter os astronautas vivos durante as atividades.

Além dos micrometeoritos diretos, os trajes da Apollo também precisavam proteger os astronautas de partículas ejetadas de impactos na superfície, além de superfícies abrasivas e condições termais ainda piores.

Por cima do LCG e do PGA, havia o ITMG (Integrated Thermal Micrometeoroid Garment), uma cobertura feita de 13 camadas de materiais diferentes:-

- Nylon emborrachado, camadas de Mylar aluminizado e poliéster para proteção térmica, camadas de Kapton aluminizado e, por fim, Teflon revestido com um material chamado de “Beta Cloth” resistente a fogo e altas temperaturas.

Para proteção adicional dos pés, os astronautas usavam uma sobre bota por cima do traje que ajudava no isolamento térmico e proteção abrasiva.

Os materiais usados nela eram praticamente iguais aos do ITMG, mas sua sola era feita de borracha de silicone e a parte de cima era coberta por um tecido feito de material metálico.

As luvas utilizadas no exterior da nave eram diferentes das luvas utilizadas no interior.

Ambas se conectavam no traje pelos pulsos com aneis de alumínio.

Os materiais utilizados também são os mesmos do restante do traje e, assim como as botas, contavam com uma proteção abrasiva.

E as pontas dos dedos eram cobertas com borracha de silicone.

O capacete usado para manter o traje pressurizado tinha formato de bolha e era preso ao torso por um anel de alumínio.

Ele era feito de policarbonato e contava com um sistema na parte de trás que dispersava o ar fornecido ao astronauta e ajudava a impedir embaçamento da superfície.

Esse capacete não dava toda a proteção necessária para atividades na superfície da Lua, portanto, ele era coberto por OUTRO capacete, o Lunar Extravehicular Visor Assembly (LEVA).

Ele contava com 2 visores.

O visor externo filtrava luz visível e bloqueava boa parte dos raios ultravioletas e infravermelhos.

Ele era feito com um plástico resistente à temperatura e coberto por uma camada bem fina de ouro, dando o aspecto que todo mundo já conhece.

O visor interno era feito de policarbonato e também filtrava raios UV e infravermelhos.

Combinados, os 2 protegiam o capacete pressurizado de impactos de micrometeoritos e das grandes diferenças de temperatura na lua.

E pra manter isso tudo funcionando, havia a “mochila” da Apollo, chamada de Portable Life Support System.

Suas funções eram: Regular a pressão do traje; Fornecer oxigênio; Remover gás carbônico; Remover umidade em excesso; Remover odores e contaminantes; E remover e irradiar o calor gerado pelo corpo dos astronautas.

A remoção de gás carbônico era feita com Hidróxido de Lítio, que ao entrar em contato com CO2, produz carbonato de lítio e água, funcionando como um filtro para o ar do traje de uma maneira similar à de alguns equipamentos de mergulho.

O mesmo filtro ainda tinha carvão ativado, que filtrava contaminantes e odores.

A remoção de calor era feita com um sublimador, que através de uma placa porosa feita de níquel, deixava água de um reservatório fluir, formando uma camada de gelo em sua superfície, que ficava exposta ao vácuo.

Ao trocar calor com a água que passava pelos tubos do traje interno e com o ar exalado pelo astronauta, o gelo sublimava, ou seja, passava do estado sólido diretamente para o estado gasoso, levando calor para o espaço.

O oxigênio necessário para as atividades extraveiculares era guardado em uma garrafa com cerca de 500 gramas de oxigênio pressurizado a 850 psi.

À medida que o CO2 era removido pelo hidróxido de lítio, mais oxigênio puro era adicionado ao sistema, que estaria pressurizado a cerca de 25% da pressão atmosférica ao nível do mar.

Se o sistema principal falhasse os astronautas também contavam com um sistema de emergência chamado Oxygen Purge System, que mantinha a pressão do traje e removia gás carbônico com um fluxo constante de ar, que era ventilado para o espaço.

Esse fornecimento de emergência podia durar até 30 minutos.

O OPS podia ser ativado através de uma caixinha no peito do astronauta, chamada de Remote Control Unit (RCU).

Além do atuador de emergência, ele também continha alguns controles de comunicação, um leitor para quantidade de oxigênio e um suporte para as câmeras Hasselblad.

A mochila também contava com uma antena que transmitia voz e o sistema de telemetria do traje.

As comunicações eram feitas através das conhecidas toucas feitas de Teflon chamadas de “Snoopy caps”, por conta de sua semelhança com o personagem Snoopy.

Eles seguravam alto falantes e microfones que se conectavam ao cabo umbilical do traje.

Tudo isso era alimentado por uma bateria à base de prata e zinco projetada para lidar com as vibrações de lançamento sem ter problemas.

Os astronautas entravam no traje pela parte de trás e o selevam com um zíper duplo com dentes de borracha especialmente feito para esse tipo de uso.

A versão A7L do traje foi usada até a Apollo 14.

E um novo traje, denominado como A7LB foi usado na Apollo 15, 16 e 17 e continha algumas modificações que permitiam mais tempo de atividades extraveiculares e mais mobilidade para uso do veículo lunar, como a adição de novas articulações na cintura e no pescoço.

Essas grandes peças de engenharia permitiram não só os nossos primeiros passos em outro mundo, mas também o desenvolvimento de novos trajes, que usaram muitas das soluções encontradas e permitiram a construção e manutenção da ISS, por exemplo.

Em outubro do ano passado, os novos trajes do Programa Artemis foram apresentados e mostraram grandes melhoras para a mobilidade dos astronautas, como articulações mais flexíveis e mais facilidade para entrar e sair dele.

Esse novo traje, que pode ser usado em uma missão já em 2024 provavelmente rende um vídeo inteiro falando sobre todos os detalhes.

Me avisa nos comentários se você quiser ver algo assim aqui no canal! É isso e até a próxima!"


Como os trajes da Apollo funcionam? How do the Apollo suits work? ¿Cómo funcionan los trajes Apolo? アポロ・スーツはどのように機能するのですか?

"[Como os trajes da Apollo funcionam?]

Falar sobre como foguetes chegam ao espaço sem explodir em milhares de pedaços é legal, mas o funcionamento dos trajes espaciais também pode ser tão interessante quanto.

E aliás: o que tem dentro da “mochila” dos astronautas? Vamos falar sobre isso!

O traje usado no primeiro lançamento tripulado da SpaceX é incrível, mas não é muito justo comparar ele com os das missões Apollo.

Trajes espaciais podem servir diferentes propósitos e são normalmente divididos em 3 categorias: Intraveiculares, também algumas vezes chamados de trajes de resgate.

Extraveiculares.

E Intra e Extraveiculares.

Os trajes IVA são feitos para serem utilizados dentro de naves pressurizadas e são, portanto, mais leves, menos complexos e mais confortáveis.

Estes são os trajes que você nunca quer precisar já que eles só são realmente necessários caso haja uma despressurização da cabine durante as partes mais críticas de qualquer missão: o lançamento e a reentrada.

É o caso do traje da SpaceX e do Projeto Mercury.

Os trajes EVA são feitos para serem utilizados fora de ambientes pressurizados e são bem mais complexos, mais pesados e menos confortáveis já que precisam se tornar praticamente uma espaçonave individual para quem tiver usando.

E os trajes IEVA são feitos para os dois usos.

Assim como nas missões Gemini, os trajes da Apollo também eram usados dentro e fora da nave.

Bastante coisa aprendida com os trajes das missões Gemini serviram de base para os trajes da missão Apollo, mas atividades extraveiculares na Lua oferecem desafios novos.

A parte do torso e pernas do traje A7L usado nas missões Apollo era dividido em três partes principais: o LCG, o PGA e o ITMG.

Por baixo de tudo, os astronautas usavam o LCG, um traje com tubos plásticos que circulavam água refrigerada para manter a temperatura do corpo mais baixa.

Por cima disso havia o PGA, que segurava a pressão do traje e era feito principalmente de neoprene revestido de nylon e contava com juntas de borracha em forma de fole, que permitia o movimento dos ombros, cotovelos, joelhos e tornozelos sem tanto esforço.

Mas só isso não seria suficiente para manter os astronautas vivos durante as atividades.

Além dos micrometeoritos diretos, os trajes da Apollo também precisavam proteger os astronautas de partículas ejetadas de impactos na superfície, além de superfícies abrasivas e condições termais ainda piores.

Por cima do LCG e do PGA, havia o ITMG (Integrated Thermal Micrometeoroid Garment), uma cobertura feita de 13 camadas de materiais diferentes:-

- Nylon emborrachado, camadas de Mylar aluminizado e poliéster para proteção térmica, camadas de Kapton aluminizado e, por fim, Teflon revestido com um material chamado de “Beta Cloth” resistente a fogo e altas temperaturas.

Para proteção adicional dos pés, os astronautas usavam uma sobre bota por cima do traje que ajudava no isolamento térmico e proteção abrasiva.

Os materiais usados nela eram praticamente iguais aos do ITMG, mas sua sola era feita de borracha de silicone e a parte de cima era coberta por um tecido feito de material metálico.

As luvas utilizadas no exterior da nave eram diferentes das luvas utilizadas no interior.

Ambas se conectavam no traje pelos pulsos com aneis de alumínio.

Os materiais utilizados também são os mesmos do restante do traje e, assim como as botas, contavam com uma proteção abrasiva.

E as pontas dos dedos eram cobertas com borracha de silicone.

O capacete usado para manter o traje pressurizado tinha formato de bolha e era preso ao torso por um anel de alumínio.

Ele era feito de policarbonato e contava com um sistema na parte de trás que dispersava o ar fornecido ao astronauta e ajudava a impedir embaçamento da superfície.

Esse capacete não dava toda a proteção necessária para atividades na superfície da Lua, portanto, ele era coberto por OUTRO capacete, o Lunar Extravehicular Visor Assembly (LEVA).

Ele contava com 2 visores.

O visor externo filtrava luz visível e bloqueava boa parte dos raios ultravioletas e infravermelhos.

Ele era feito com um plástico resistente à temperatura e coberto por uma camada bem fina de ouro, dando o aspecto que todo mundo já conhece.

O visor interno era feito de policarbonato e também filtrava raios UV e infravermelhos.

Combinados, os 2 protegiam o capacete pressurizado de impactos de micrometeoritos e das grandes diferenças de temperatura na lua.

E pra manter isso tudo funcionando, havia a “mochila” da Apollo, chamada de Portable Life Support System.

Suas funções eram: Regular a pressão do traje; Fornecer oxigênio; Remover gás carbônico; Remover umidade em excesso; Remover odores e contaminantes; E remover e irradiar o calor gerado pelo corpo dos astronautas.

A remoção de gás carbônico era feita com Hidróxido de Lítio, que ao entrar em contato com CO2, produz carbonato de lítio e água, funcionando como um filtro para o ar do traje de uma maneira similar à de alguns equipamentos de mergulho.

O mesmo filtro ainda tinha carvão ativado, que filtrava contaminantes e odores.

A remoção de calor era feita com um sublimador, que através de uma placa porosa feita de níquel, deixava água de um reservatório fluir, formando uma camada de gelo em sua superfície, que ficava exposta ao vácuo.

Ao trocar calor com a água que passava pelos tubos do traje interno e com o ar exalado pelo astronauta, o gelo sublimava, ou seja, passava do estado sólido diretamente para o estado gasoso, levando calor para o espaço.

O oxigênio necessário para as atividades extraveiculares era guardado em uma garrafa com cerca de 500 gramas de oxigênio pressurizado a 850 psi.

À medida que o CO2 era removido pelo hidróxido de lítio, mais oxigênio puro era adicionado ao sistema, que estaria pressurizado a cerca de 25% da pressão atmosférica ao nível do mar.

Se o sistema principal falhasse os astronautas também contavam com um sistema de emergência chamado Oxygen Purge System, que mantinha a pressão do traje e removia gás carbônico com um fluxo constante de ar, que era ventilado para o espaço.

Esse fornecimento de emergência podia durar até 30 minutos.

O OPS podia ser ativado através de uma caixinha no peito do astronauta, chamada de Remote Control Unit (RCU).

Além do atuador de emergência, ele também continha alguns controles de comunicação, um leitor para quantidade de oxigênio e um suporte para as câmeras Hasselblad.

A mochila também contava com uma antena que transmitia voz e o sistema de telemetria do traje.

As comunicações eram feitas através das conhecidas toucas feitas de Teflon chamadas de “Snoopy caps”, por conta de sua semelhança com o personagem Snoopy.

Eles seguravam alto falantes e microfones que se conectavam ao cabo umbilical do traje.

Tudo isso era alimentado por uma bateria à base de prata e zinco projetada para lidar com as vibrações de lançamento sem ter problemas.

Os astronautas entravam no traje pela parte de trás e o selevam com um zíper duplo com dentes de borracha especialmente feito para esse tipo de uso.

A versão A7L do traje foi usada até a Apollo 14.

E um novo traje, denominado como A7LB foi usado na Apollo 15, 16 e 17 e continha algumas modificações que permitiam mais tempo de atividades extraveiculares e mais mobilidade para uso do veículo lunar, como a adição de novas articulações na cintura e no pescoço.

Essas grandes peças de engenharia permitiram não só os nossos primeiros passos em outro mundo, mas também o desenvolvimento de novos trajes, que usaram muitas das soluções encontradas e permitiram a construção e manutenção da ISS, por exemplo.

Em outubro do ano passado, os novos trajes do Programa Artemis foram apresentados e mostraram grandes melhoras para a mobilidade dos astronautas, como articulações mais flexíveis e mais facilidade para entrar e sair dele.

Esse novo traje, que pode ser usado em uma missão já em 2024 provavelmente rende um vídeo inteiro falando sobre todos os detalhes.

Me avisa nos comentários se você quiser ver algo assim aqui no canal! É isso e até a próxima!"