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Porta Dos Fundos 2015, EXAME DE SANGUE

EXAME DE SANGUE

— Bom dia senhor!

— Bom dia!

tudo bem?

Cê que vai colher o exame ??

— Sim senhor.

— Então, quanto é que é pra passar?

— Pra passar?

— É, pra passar direto.

— Senhor, isso é um exame de sangue.

— Isso, então, não quero ter problemas nos triglicerídeos, tá?

e nem nos leucócitos.

— Senhor, isso é impossível.

— Então deixa triglicerídeo, pode deixar esse

o importante mesmo é a gente concentrar em não ter doenças venéreas.

— Eu não tenho como falsificar o seu exame.

— Não, não é falsificar não,

não é um momento de vida pra eu ter doenças,

tenho filho pequeno,

rolou uma situação deu de eu tá na cama,

ah foi lá , transa com a menina, não sei o que,

e camisinha, cadê? cadê a camisinha?

não, não tem camisinha.

falei, ah posso ir no banheiro procurar,

mas se não tiver ?

cortei o clima?

chato!

Aí, encontrei a figura outro dia na rua,

tava esbranquiçada,

tava com o olho fundo, se sabe que pode ser?

— Desculpa! O único jeito de saber o que o senhor tem,

é fazendo o o exame.

— Isso! — Tá certo?

— Tá bom. — Vamo lá?

— E quanto é?

— Quanto é, o que ?

— Pra gabaritar, pra passar direto assim pro exame vim tudo bom.

— O senhor tá tentando me subornar?

— Não, claro que não!

É que um amigo meu, outro dia

ele foi na clinica mais rigorosa,

aí saiu de lá todo cheio de doença no exame dele,

pra ir eu não vou não.

Ai ele falou, não tem outra lá, que é mais tranquila,

que é mais pagou, passou.

Eu falei, ah, vou lá trouxe aquilo.

— Opa! Opa! — Presente.

— Não, por favor, por favor guarde esse dinheiro.

— É pra boa vontade.

— Não precisamos disso.

— Tá certo? — Tá.

— Se vai fazer então mais um negócio de amiga,

da uma moral de amiga.

— O que exatamente, quer dizer dar moral de amiga?

só pra entender!

— Mais como se tivesse examinando um "brother" assim,

pra fazer uma vista grossa pra um suposto vírus,

eh vamos fazer uma vista grossa também não precisa, entendeu?

— Olha só mesmo, se eu pudesse

ah analisar como um "brother"

é né, como você falou.

Isso não impediria você, de ter a doença.

— Entendi! — Podemos?

— Então vai na tua. — Maravilha.

Você por favor , aperta a mão e solta, tá certo? — Tá.

Vou ter dengue.

Quero ter dengue, dengue é bom!

Aqui oh, hemoglobina estourei.

Não me ajudou!

Oh.

he - ma - tó - cri - tos

Nem sei o que, que é isso!

Aí, também bombei.

Aí, dengue que eu pedi ela não botou.

Tá vendo?

HIV, tu tá vendo HIV aí?

Hepatite.

Tu, tu, tu passou na hepatite?


EXAME DE SANGUE

— Bom dia senhor!

— Bom dia!

tudo bem?

Cê que vai colher o exame ??

— Sim senhor.

— Então, quanto é que é pra passar?

— Pra passar?

— É, pra passar direto.

— Senhor, isso é um exame de sangue.

— Isso, então, não quero ter problemas nos triglicerídeos, tá?

e nem nos leucócitos.

— Senhor, isso é impossível.

— Então deixa triglicerídeo, pode deixar esse

o importante mesmo é a gente concentrar em não ter doenças venéreas.

— Eu não tenho como falsificar o seu exame.

— Não, não é falsificar não,

não é um momento de vida pra eu ter doenças,

tenho filho pequeno,

rolou uma situação deu de eu tá na cama,

ah foi lá , transa com a menina, não sei o que,

e camisinha, cadê? cadê a camisinha?

não, não tem camisinha.

falei, ah posso ir no banheiro procurar,

mas se não tiver ?

cortei o clima?

chato!

Aí, encontrei a figura outro dia na rua,

tava esbranquiçada,

tava com o olho fundo, se sabe que pode ser?

— Desculpa! O único jeito de saber o que o senhor tem,

é fazendo o o exame.

— Isso! — Tá certo?

— Tá bom. — Vamo lá?

— E quanto é?

— Quanto é, o que ?

— Pra gabaritar, pra passar direto assim pro exame vim tudo bom.

— O senhor tá tentando me subornar?

— Não, claro que não!

É que um amigo meu, outro dia

ele foi na clinica mais rigorosa,

aí saiu de lá todo cheio de doença no exame dele,

pra ir eu não vou não.

Ai ele falou, não tem outra lá, que é mais tranquila,

que é mais pagou, passou.

Eu falei, ah, vou lá trouxe aquilo.

— Opa! Opa! — Presente.

— Não, por favor, por favor guarde esse dinheiro.

— É pra boa vontade.

— Não precisamos disso.

— Tá certo? — Tá.

— Se vai fazer então mais um negócio de amiga,

da uma moral de amiga.

— O que exatamente, quer dizer dar moral de amiga?

só pra entender!

— Mais como se tivesse examinando um "brother" assim,

pra fazer uma vista grossa pra um suposto vírus,

eh vamos fazer uma vista grossa também não precisa, entendeu?

— Olha só mesmo, se eu pudesse

ah analisar como um "brother"

é né, como você falou.

Isso não impediria você, de ter a doença.

— Entendi! — Podemos?

— Então vai na tua. — Maravilha.

Você por favor , aperta a mão e solta, tá certo? — Tá.

Vou ter dengue.

Quero ter dengue, dengue é bom!

Aqui oh, hemoglobina estourei.

Não me ajudou!

Oh.

he - ma - tó - cri - tos

Nem sei o que, que é isso!

Aí, também bombei.

Aí, dengue que eu pedi ela não botou.

Tá vendo?

HIV, tu tá vendo HIV aí?

Hepatite.

Tu, tu, tu passou na hepatite?