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BBC News 2020 (Brasil), Dica 1 para melhorar a memória: Visualizar

Dica 1 para melhorar a memória: Visualizar

Sabia que aprender coisas novas e desafiar o cérebro são algumas das melhores formas de incentivar

a sua memória - e até mesmo aumentar o tamanho físico do seu cérebro?

Eu sou Paula Adamo Idoeta, repórter da BBC News Brasil em São Paulo e, atendendo a muitos pedidos

aqui no YouTube, hoje eu vou falar de truques de memorização, com dicas da neurociência, para você

se lembrar do que realmente importa. Em busca dessas respostas, eu entrevistei

o neurocientista americano Eric Chudler, coautor do livro Brain Bytes e pesquisador

da Universidade de Washington. Ele listou algumas técnicas para

testar e estimular a memória. E ele também me explicou algumas

coisas básicas, super interessantes sobre o funcionamento do cérebro, que eu vou

contar aqui e no site da BBC News Brasil. A gente vai dividir as dicas em cinco vídeos,

para ficar mais fácil de você encontrar o que funciona melhor para você.

Vamos à dica número um: visualizar. Quando você tiver que se lembrar de

alguma coisa muito importante, tente enxergar essa coisa na sua cabeça.

O motivo? É que o ato de visualizar parece criar, no cérebro, novas conexões entre o que você quer

lembrar e o que você está visualizando. Ou seja, não apenas as conexões criadas pela

leitura da palavra escrita ou mesmo falada. E isso ajuda a memória.

E o melhor jeito é você tentar visualizar o que precisa de um modo bem peculiar

ou estranho mesmo. Uma imagem meio incomum

tende a favorecer essas conexões. Por exemplo: você parou o carro na vaga

5 C do estacionamento do shopping. O Eric Chudler sugere o seguinte:

Imagina que tem cinco cachorros esperando por você no carro.

Os cachorros servem para lembrar da letra C. Eles são cinco para lembrar, é claro,

do número cinco. E nos estudos, como posso usar essa dica?

Eu vou dar como exemplo um estudo acadêmico antigo, dos anos 70.

Isso mesmo. Tem gente já usando isso há meio século!

Pena que eu não soube quando estava na escola, né.

O estudo testou essa técnica com crianças de oito anos de idade em uma escola nos Estados Unidos.

Elas liam 17 trechos de livros de literatura e depois eram orientadas pelos professores a

imaginar uma cena do que haviam acabado de ler. O estudo concluiu que elas conseguiam lembrar

muito mais do conteúdo do livro do que os colegas que só tinham lido as palavras sem essa

segunda etapa de visualizar as cenas na imaginação. Ou seja, se você quer lembrar de uma informação-chave

de um livro, o ponto mais importante da aula de biologia ou de uma sequência de eventos da

aula de história, tenta pintar um quadro dessas cenas na sua mente.

Você pode, por exemplo, visualizar o significado de uma palavra em outra

língua que tem dificuldade em memorizar. Quanto mais bizarra for a sua associação visual, melhor.

Vai facilitar o trabalho do seu cérebro em lembrar aquilo.

Você pode usar isso também para lembrar de conceitos que talvez tenha dificuldade em memorizar e

que caem muito nas provas. Um exemplo simples: o teorema de Pitágoras:

a2 = b2 + c2

Não é a fórmula mais difícil de memorizar, né, vamos lá. Mas só para vocês entenderem uma outra

aplicação concreta dessa estratégia de memorização.

Sendo “a” a hipotenusa e “b” e “c” os catetos de um triângulo retângulo.

Só lembrando que a hipotenusa é o lado maior desse tipo de triângulo, e fica oposta ao ângulo reto,

que por sua vez é formado pelos chamados catetos.

E uma curiosidade aqui: a palavra cateto vem do grego, e significa "cai na perpendicular", ou seja, formando

um ângulo de 90º. Voltando à técnica:

Você pode imaginar, por exemplo, que um “a” dentro de um quadrado grande é igual a “b” e “c” dentro

de dois quadrados menores, um do lado do outro. E daí trocar o “a” por um hipopótamo, que pode te ajudar

a lembrar da palavra hipotenusa, e trocar “b” e “c” por uma catedral cada,

que é uma palavra mais comum parecida com cateto. A ideia por trás disso é que uma referência visual

é mais concreta para o cérebro do que uma sequência de letras ou de palavras.

Inclusive, você pode acrescentar outros sentidos nessa técnica de visualização:

Associar a imagem a um cheiro, por exemplo, ou a um som. Isso também vai aumentar as chances de a memória

dessa imagem perdurar mais. Tipo, o hipopótamo do exemplo acima pode fazer um rugido.

E antes de terminar este primeiro episódio sobre técnicas de memorização, queria mencionar um detalhe super

interessante que aprendi nessa pesquisa.

Você sabia que as memórias de que a gente mais se lembra às vezes são as mais imprecisas, com lacunas?

É porque, a cada vez que você lembra desse evento ou dessa passagem da sua infância,

ou o que quer que seja, por conta das lacunas, o seu cérebro volta a consolidar essa memória,

tipo regrava elas nos neurônios, incluindo algum elemento novo na memória.

Às vezes um elemento visual novo, um sentimento diferente.

Assim, cada vez que você se lembra de algo, você altera, ainda que um pouquinho, o registro dessa memória no cérebro.

E se a memória é mais imprecisa, ela acaba deixando espaço para o cérebro salvar esse arquivo com elementos novos,

tornando essa memória mais fresca. E mais uma conclusão interessante:

Isso indica que nossas memórias podem estar em constante mutação.

Essa foi a primeira dica. Agora corre lá para o vídeo 2.

E não esquece de contar para a gente,

nos comentários, se a dica foi útil e se você tem suas próprias técnicas de memorização.

Fique de olho também na nova produção da BBC News Brasil voltada para a Educação.

Tchau!


Dica 1 para melhorar a memória: Visualizar 記憶力を高めるヒント1:視覚化する

Sabia que aprender coisas novas e desafiar o  cérebro são algumas das melhores formas de incentivar

a sua memória - e até mesmo aumentar  o tamanho físico do seu cérebro?

Eu sou Paula Adamo Idoeta, repórter da BBC News  Brasil em São Paulo e, atendendo a muitos pedidos

aqui no YouTube, hoje eu vou falar de truques de  memorização, com dicas da neurociência, para você

se lembrar do que realmente importa. Em busca dessas respostas, eu entrevistei

o neurocientista americano Eric Chudler,  coautor do livro Brain Bytes e pesquisador

da Universidade de Washington. Ele listou algumas técnicas para

testar e estimular a memória. E ele também me explicou algumas

coisas básicas, super interessantes sobre  o funcionamento do cérebro, que eu vou

contar aqui e no site da BBC News Brasil. A gente vai dividir as dicas em cinco vídeos,

para ficar mais fácil de você encontrar  o que funciona melhor para você.

Vamos à dica número um: visualizar. Quando você tiver que se lembrar de

alguma coisa muito importante, tente  enxergar essa coisa na sua cabeça.

O motivo? É que o ato de visualizar parece criar,  no cérebro, novas conexões entre o que você quer

lembrar e o que você está visualizando. Ou seja, não apenas as conexões criadas pela

leitura da palavra escrita ou mesmo falada. E isso ajuda a memória.

E o melhor jeito é você tentar visualizar o que precisa de um modo bem peculiar

ou estranho mesmo. Uma imagem meio incomum

tende a favorecer essas conexões. Por exemplo: você parou o carro na vaga

5 C do estacionamento do shopping. O Eric Chudler sugere o seguinte:

Imagina que tem cinco cachorros  esperando por você no carro.

Os cachorros servem para lembrar da letra C. Eles são cinco para lembrar, é claro,

do número cinco. E nos estudos, como posso usar essa dica?

Eu vou dar como exemplo um estudo  acadêmico antigo, dos anos 70.

Isso mesmo. Tem gente já  usando isso há meio século!

Pena que eu não soube quando estava na escola, né.

O estudo testou essa técnica com crianças de oito  anos de idade em uma escola nos Estados Unidos.

Elas liam 17 trechos de livros de literatura  e depois eram orientadas pelos professores a

imaginar uma cena do que haviam acabado de ler. O estudo concluiu que elas conseguiam lembrar

muito mais do conteúdo do livro do que os  colegas que só tinham lido as palavras sem essa

segunda etapa de visualizar as cenas na imaginação. Ou seja, se você quer lembrar de uma informação-chave

de um livro, o ponto mais importante da aula  de biologia ou de uma sequência de eventos da

aula de história, tenta pintar um  quadro dessas cenas na sua mente.

Você pode, por exemplo, visualizar o  significado de uma palavra em outra

língua que tem dificuldade em memorizar. Quanto mais bizarra for a sua associação visual, melhor.

Vai facilitar o trabalho  do seu cérebro em lembrar aquilo.

Você pode usar isso também para lembrar de conceitos que talvez tenha dificuldade em memorizar e

que caem muito nas provas. Um exemplo simples: o teorema de Pitágoras:

a2 = b2 + c2

Não é a fórmula mais difícil de memorizar, né, vamos lá. Mas só para vocês entenderem uma outra

aplicação concreta dessa estratégia de memorização.

Sendo “a” a hipotenusa e “b” e “c” os catetos de um triângulo retângulo.

Só lembrando que a hipotenusa é o lado maior desse tipo de triângulo, e fica oposta ao ângulo reto,

que por sua vez é formado pelos chamados catetos.

E uma curiosidade aqui: a palavra cateto vem do grego, e significa "cai na perpendicular", ou seja, formando

um ângulo de 90º. Voltando à técnica:

Você pode imaginar, por exemplo, que um “a” dentro de um quadrado grande é igual a “b” e “c” dentro

de dois quadrados menores, um do lado do outro. E daí trocar o “a” por um hipopótamo, que pode te ajudar

a lembrar da palavra hipotenusa, e trocar “b” e “c” por uma catedral cada,

que é uma palavra mais comum parecida com cateto. A ideia por trás disso é que uma referência visual

é mais concreta para o cérebro do que uma sequência de letras ou de palavras.

Inclusive, você pode acrescentar outros sentidos nessa técnica de visualização:

Associar a imagem a um cheiro, por exemplo, ou a um som. Isso também vai aumentar as chances de a memória

dessa imagem perdurar mais. Tipo, o hipopótamo do exemplo  acima pode fazer um rugido.

E antes de terminar este primeiro episódio sobre técnicas de memorização, queria mencionar um detalhe super

interessante que aprendi nessa pesquisa.

Você sabia que as memórias de que a gente mais se lembra às vezes são as mais imprecisas, com lacunas?

É porque, a cada vez que você lembra  desse evento ou dessa passagem da sua infância,

ou o que quer que seja, por conta das lacunas, o seu cérebro volta a consolidar essa memória,

tipo regrava elas nos neurônios, incluindo algum elemento novo na memória.

Às vezes um elemento visual novo, um sentimento diferente.

Assim, cada vez que você se lembra de algo, você altera, ainda que um pouquinho, o registro dessa memória no cérebro.

E se a memória é mais imprecisa, ela acaba deixando espaço para o cérebro salvar esse arquivo com elementos novos,

tornando essa memória mais fresca. E mais uma conclusão interessante:

Isso indica que nossas memórias podem estar em constante mutação.

Essa foi a primeira dica. Agora corre lá para o vídeo 2.

E não esquece de contar para a gente,

nos comentários, se a dica foi útil e  se você tem suas próprias técnicas de memorização.

Fique de olho também na nova produção da BBC News Brasil voltada para a Educação.

Tchau!