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Portuguese LingQ Podcast 1.0, Onze: Mairo and Ayla, "Sotaque Gaucho"

Onze: Mairo and Ayla, "Sotaque Gaucho"

M: Hoje vamos falar do sotaque gaúcho, pela terceira vez.

A: Em cem assim

M: Não, eu vou explicar: porque a gente gravou este podcast falando do sotaque gaúcho acho que umas duas ou três vezes sempre dava algum problema, ou é o formato do meu computador ou eu estou editando o podcast e o programa trava ou assim… e aí eu perdi o arquivo.

Então a gente já gravou umas duas ou três vezes e sempre que eu vou colocar ele no ar… A: Não dá.

M: É. A gente gravou… a gente já falou de.. nesse podcast..

A: A gente já sabe tudo decor, já sabe tudo o que tem para falar.

M E agente já sabe tudo o que tem para falar porque… eu acho que você está falando baixinho.

A: Acho que não.

M: Está sim, oh da para ver no gráfico da sua voz.

A: Não, está igual ao seu.

M: A gente vai falar do sotaque gaúcho que é o modo como as pessoas falam no Rio Grande do Sul, o estado onde eu nasci e onde a gente passou as férias esse ano, há uns meses atrás.

Você é que vai falar Ayla. A: Eu?

M: É. O que é que tem lá de diferente, no modo de as pessoas falarem, no Rio Grande do Sul?

A: Bom o tu, que é o mais, o que a gente mais vê, assim, de diferente, que eles usam em vez de você, né, que é diferente, a gente não escuta muito, tanto que a gente vê alguém falar tu, a gente já sabe que é do Rio Grande.

M: Como por exemplo?

A: Ah é, tu vai ao supermercado.

A gente falaria você vai ao supermercado, né? M: Uhmuhm

A: Temos…

M: Aí então em vez de falar “você estuda inglês”, lá no Rio Grande do sul fala tu, né, “tu estudas inglês”?

A: É.

M: E conjuga o verbo você estuda.

Lá no sul falaria, “tu estudas, tu estudas inglês”, né, em vez de “você estuda inglês”, que nem no resto do Brasil, né? A: Sim.

M: Que mais?

A: Que mais.

Ah, tem as interjeições, né, que eles falam o “bah”, o “tchê”, né? M: Isso aí é um pouquinho mais complicado, né.

A: É, mas é bem diferente, é mais complicado de alguém que estuda assim que estuda, perceber.

E alguém falar “ah isso daí não se fala”… é complicado. M: A gente tá falando, a Ayla falou de interjeições, são algumas expressões que se usam no Rio Grande do Sul, por exemplo “bah”.

Não é uma palavra, não tem um significado específico, mas é usado para indicar surpresa. Por exemplo, você fez uma prova e a prova era muito difícil então no sul fala “bah, a prova estava muito difícil”. A: “Tri”.

Estava “tri” difícil. M: Ahñ?

Eu falei? A: Não, mas também tem o “tri”.

M: É, então tem essa interjeição “bah” que eles falam no sul para indicar alguma surpresa ou alguma quantidade grande… alguma coisa forte.

E tem o “tri” que agora a Ayla acabou de falar que em vez de falar muito.. A: Tem o “tri”.

M: É, em vez de falar muito fala “tri”.

Por exemplo, essa da prova que nem eu disse, aqui falaria “a prova está muito difícil”, mas no sul eles falam, teria essa interjeição: “bah a prova estava tri difícil”. A: É. E o “tri” usam para muitas coisas, seja muito.

É “tri” legal, é “tri” louco é “tri” bonito. É tudo “tri”. M: É, no lugar do muito.

A: Usam o “tri”.

M: Mas esse “tri” é bem do rio grande do sul, porque o tu ele é uma coisa que bem… no português existe o tu, só que ele não é muito usado.

(No português de Portugal o tu é usado na maior parte das vezes, sendo que o você e informal). A: Sim.

M: É usado no Rio Grande do Sul.

Agora o “tri” já é uma coisa bem peculiar assim A: É

M: Se você falar tu fora do Rio Grande do Sul não tem grande problema, agora se você falar “tri” com certeza vão saber que você é do Rio Grande do Sul.

A: Sim.

E o “bah” e o “tchê” também. M: É, o “bah” e o “tchê” é outra, outra…

A: Interjeição.

M: Mas o “tchê” significa algo como você.

É difícil explicar, mas… A: Eu não sabia.

M: Se você falar “bah tchê”.

Esse ”bah” é a interjeição, mas o “tchê” está-se referindo à pessoa. “Bah tchê a prova estava tri difícil.” Em São Paulo fala meu. Mas meu literalmente quer dizer alguma coisa que é minha, que é de minha pose. Mas nesse caso quer dizer, indica a outra pessoa não sei porquê. A: É, é a gíria ne (gíria = português do Brasil; calão = português de Portugal; gíria em Portugal significa o vocabulário especializado, como por exemplo a gíria médica, a gíria jornalística) que a gente acaba tendo assim em algumas regiões, a gente tem algumas gírias que mudam, né, conforme a região.

Temos várias gírias. M: É. Então essas interjeições, essas coisas como “bah”, como “tchê” é… O ideal seria pegar nalgum texto, algum áudio, que tenha, que seja do Rio Grande do Sul para você escutar e aprender.

A: Sim, porque não é no dicionário que você vai encontrar.

M: É, não para aprender, mas só para conhecer.

É interessante. O “tri” já é mais, um pouquinho bem mais, característico mesmo. E a última coisa que eu vou falar é que o jeito de falar também muda, que é mais cantado, né? A: É.

M: Fala mais, talvez se vocês notarem o meu sotaque, porque eu nasci lá, é um pouco mais, como se fosse mais musical, assim…

A: É complicado.

Só vendo, sabe, só escutando alguém de lá mesmo, escutar alguma pessoa aqui de Londrina aqui, por exemplo, escutar a gente falar e escutar alguém do Rio Grande do Sul falar. Junto. É bem diferente. M: É, escutando eu falar acho que dá para notar um pouco, eu acho, mas..

A: Não sei..

M: Não tanto quanto uma pessoa no Rio Grande do Sul mesmo porque no Rio Grande do Sul, eu moro em Londrina há seis anos e o meu sotaque está bem mais fraco do que…

A: Sim.

M: Mas só isso que eu falei agora “está bem mais fraco”, aqui em Londrina não fala “meu sotaque está bem mais fraco”, não desse jeito.

A: É, não sei.

M: Esse jeito que eu falo ainda é um pouquinho do Rio Grande do Sul, algumas pessoas notam, né, que o meu jeito de falar é diferente.

A: Outra coisa que tem também é o R, que muda.

Que o nosso é bem puxado. M: É, a letra “R” no Paraná principalmente vai falar por exemplo porta.

A: Não.

M: Porta, a palavra porta, no Rio Grande do Sul fala porta.

Esse “R” bem… porta, porta. E no Paraná fala porta. A: É um “R” mais…

M: Porta, a gente fala que é meio caipira.

A: É. Na verdade, Londrina é no interior, Londrina é interior e a gente fala assim, né?

M: É, mas então esse “R” também é característico do Rio Grande do Sul.

Mas esse “R” muda pelo Brasil inteiro, então… A: Sim, é diferente em Coritiba, em São Paulo…

M: No Rio Grande do Sul esse “R” forte de porta de verde, né, mas depois no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro, sempre vai mudar.

A: Sim

M: É diferente.

Bom, então é isso o sotaque gaúcho. Hoje ficamos por aqui. A: Hoje a gente vai postar.

M: Esse podcast.

Vai… A: A gente não vai perder ele.

(em português de Portugal está errado dizer perder ele. Diz-se perdê-lo) M: Não vai dar problema, o sotaque gaúcho finalmente vai fazer parte do podcast do LingQ.

Então é isso aí, tchau para todo o mundo e acessa lá o site do LingQ. Então tchau. A: Tchau.

Onze: Mairo and Ayla, "Sotaque Gaucho" Elf: Mairo und Ayla, "Sotaque Gaucho" Eleven: Mairo and Ayla, "Sotaque Gaucho Once: Mairo y Ayla, "Sotaque Gaucho" イレブン:マイロとアイラ、"Sotaque Gaucho" Jedenaście: Mairo i Ayla, "Sotaque Gaucho" 十一:Mairo 和 Ayla,“Sotaque Gaucho”

M: Hoje vamos falar do sotaque gaúcho, pela terceira vez. M: Today we will talk about the gaucho accent, for the third time.

A: Em cem assim A: In a hundred like this

M: Não, eu vou explicar: porque a gente gravou este podcast falando do sotaque gaúcho acho que umas duas ou três vezes sempre dava algum problema, ou é o formato do meu computador ou eu estou editando o podcast e o programa trava ou assim… e aí eu perdi o arquivo. M: No, I will explain: because we recorded this podcast talking about the gaucho accent, I think about two or three times there was always some problem, or it is the format of my computer, or I am editing the podcast and the program crashes or something... and then I lost the file.

Então a gente já gravou umas duas ou três vezes e sempre que eu vou colocar ele no ar… So we have already recorded it two or three times and every time I go to put it on the air. A: Não dá. A: I can't.

M: É. A gente gravou… a gente já falou de.. nesse podcast.. M: YEAH. We recorded... we've already talked about... in this podcast...

A: A gente já sabe tudo decor, já sabe tudo o que tem para falar. A: We already know everything decor, we already know everything we have to say.

M E agente já sabe tudo o que tem para falar porque… eu acho que você está falando baixinho. ME agent already knows everything he has to say because… I think you're talking softly.

A: Acho que não. A: I don't think so.

M: Está sim, oh da para ver no gráfico da sua voz. M: Yes it is, oh you can see it in the graph of your voice.

A: Não, está igual ao seu. A: No, it's the same as yours.

M: A gente vai falar do sotaque gaúcho que é o modo como as pessoas falam no Rio Grande do Sul, o estado onde eu nasci e onde a gente passou as férias esse ano, há uns meses atrás. M: We are going to talk about the gaucho accent, which is the way people speak in Rio Grande do Sul, the state where I was born and where we spent our vacation this year, a few months ago.

Você é que vai falar Ayla. You do the talking Ayla. A: Eu?

M: É. O que é que tem lá de diferente, no modo de as pessoas falarem, no Rio Grande do Sul? M: YEAH. What's different there, in the way people speak, in Rio Grande do Sul?

A: Bom o tu, que é o mais, o que a gente mais vê, assim, de diferente, que eles usam em vez de você, né, que é diferente, a gente não escuta muito, tanto que a gente vê alguém falar tu, a gente já sabe que é do Rio Grande. A: Well, the tu, which is the most, what we see the most, the different thing they use instead of you, which is different, we don't hear it very often, so much so that when we see someone say tu, we already know that they are from Rio Grande.

M: Como por exemplo? M: Like what?

A: Ah é, tu vai ao supermercado. A: Oh yeah, you go to the supermarket.

A gente falaria você vai ao supermercado, né? We would say you go to the supermarket, right? M: Uhmuhm

A: Temos… A: We have...

M: Aí então em vez de falar “você estuda inglês”, lá no Rio Grande do sul fala tu, né, “tu estudas inglês”? M: So instead of saying "you study English", there in Rio Grande do sul you speak, right, "you study English"?

A: É.

M: E conjuga o verbo você estuda. M: And conjugates the verb you study.

Lá no sul falaria, “tu estudas, tu estudas inglês”, né, em vez de “você estuda inglês”, que nem no resto do Brasil, né? In the south they would say, "you study, you study English", right, instead of "you study English", like in the rest of Brazil, right? A: Sim.

M: Que mais? M: What else?

A: Que mais.

Ah, tem as interjeições, né, que eles falam o “bah”, o “tchê”, né? M: Isso aí é um pouquinho mais complicado, né.

A: É, mas é bem diferente, é mais complicado de alguém que estuda assim que estuda, perceber.

E alguém falar “ah isso daí não se fala”… é complicado. M: A gente tá falando, a Ayla falou de interjeições, são algumas expressões que se usam no Rio Grande do Sul, por exemplo “bah”.

Não é uma palavra, não tem um significado específico, mas é usado para indicar surpresa. Por exemplo, você fez uma prova e a prova era muito difícil então no sul fala “bah, a prova estava muito difícil”. A: “Tri”.

Estava “tri” difícil. M: Ahñ?

Eu falei? A: Não, mas também tem o “tri”.

M: É, então tem essa interjeição “bah” que eles falam no sul para indicar alguma surpresa ou alguma quantidade grande… alguma coisa forte.

E tem o “tri” que agora a Ayla acabou de falar que em vez de falar muito.. A: Tem o “tri”.

M: É, em vez de falar muito fala “tri”. M: Yeah, instead of talking a lot, it says tri.

Por exemplo, essa da prova que nem eu disse, aqui falaria “a prova está muito difícil”, mas no sul eles falam, teria essa interjeição: “bah a prova estava tri difícil”. A: É. E o “tri” usam para muitas coisas, seja muito.

É “tri” legal, é “tri” louco é “tri” bonito. É tudo “tri”. M: É, no lugar do muito.

A: Usam o “tri”.

M: Mas esse “tri” é bem do rio grande do sul, porque o tu ele é uma coisa que bem… no português existe o tu, só que ele não é muito usado.

(No português de Portugal o tu é usado na maior parte das vezes, sendo que o você e informal). A: Sim.

M: É usado no Rio Grande do Sul.

Agora o “tri” já é uma coisa bem peculiar assim A: É

M: Se você falar tu fora do Rio Grande do Sul não tem grande problema, agora se você falar “tri” com certeza vão saber que você é do Rio Grande do Sul.

A: Sim.

E o “bah” e o “tchê” também. M: É, o “bah” e o “tchê” é outra, outra…

A: Interjeição.

M: Mas o “tchê” significa algo como você.

É difícil explicar, mas… A: Eu não sabia.

M: Se você falar “bah tchê”.

Esse ”bah” é a interjeição, mas o “tchê” está-se referindo à pessoa. “Bah tchê a prova estava tri difícil.” Em São Paulo fala meu. Mas meu literalmente quer dizer alguma coisa que é minha, que é de minha pose. But mine literally means something that is mine, that is my pose. Mas nesse caso quer dizer, indica a outra pessoa não sei porquê. A: É, é a gíria ne (gíria = português do Brasil; calão = português de Portugal; gíria em Portugal significa o vocabulário especializado, como por exemplo a gíria médica, a gíria jornalística) que a gente acaba tendo assim em algumas regiões, a gente tem algumas gírias que mudam, né, conforme a região.

Temos várias gírias. M: É. Então essas interjeições, essas coisas como “bah”, como “tchê” é… O ideal seria pegar nalgum texto, algum áudio, que tenha, que seja do Rio Grande do Sul para você escutar e aprender. M: It is. So these interjections, these things like "bah", such as "tchê" is ... The ideal would be to take some text, some audio, that you have, that is from Rio Grande do Sul for you to listen and learn.

A: Sim, porque não é no dicionário que você vai encontrar.

M: É, não para aprender, mas só para conhecer.

É interessante. O “tri” já é mais, um pouquinho bem mais, característico mesmo. E a última coisa que eu vou falar é que o jeito de falar também muda, que é mais cantado, né? A: É.

M: Fala mais, talvez se vocês notarem o meu sotaque, porque eu nasci lá, é um pouco mais, como se fosse mais musical, assim… M: Talk more, maybe if you notice my accent, because I was born there, it's a little bit more, like it's more musical, like that…

A: É complicado.

Só vendo, sabe, só escutando alguém de lá mesmo, escutar alguma pessoa aqui de Londrina aqui, por exemplo, escutar a gente falar e escutar alguém do Rio Grande do Sul falar. Junto. É bem diferente. M: É, escutando eu falar acho que dá para notar um pouco, eu acho, mas..

A: Não sei..

M: Não tanto quanto uma pessoa no Rio Grande do Sul mesmo porque no Rio Grande do Sul, eu moro em Londrina há seis anos e o meu sotaque está bem mais fraco do que…

A: Sim.

M: Mas só isso que eu falei agora “está bem mais fraco”, aqui em Londrina não fala “meu sotaque está bem mais fraco”, não desse jeito.

A: É, não sei.

M: Esse jeito que eu falo ainda é um pouquinho do Rio Grande do Sul, algumas pessoas notam, né, que o meu jeito de falar é diferente.

A: Outra coisa que tem também é o R, que muda.

Que o nosso é bem puxado. M: É, a letra “R” no Paraná principalmente vai falar por exemplo porta.

A: Não.

M: Porta, a palavra porta, no Rio Grande do Sul fala porta.

Esse “R” bem… porta, porta. E no Paraná fala porta. A: É um “R” mais…

M: Porta, a gente fala que é meio caipira.

A: É. Na verdade, Londrina é no interior, Londrina é interior e a gente fala assim, né?

M: É, mas então esse “R” também é característico do Rio Grande do Sul.

Mas esse “R” muda pelo Brasil inteiro, então… A: Sim, é diferente em Coritiba, em São Paulo…

M: No Rio Grande do Sul esse “R” forte de porta de verde, né, mas depois no Paraná, em São Paulo, no Rio de Janeiro, sempre vai mudar.

A: Sim

M: É diferente.

Bom, então é isso o sotaque gaúcho. Hoje ficamos por aqui. A: Hoje a gente vai postar.

M: Esse podcast.

Vai… A: A gente não vai perder ele.

(em português de Portugal está errado dizer perder ele. Diz-se perdê-lo) It is said to lose it) M: Não vai dar problema, o sotaque gaúcho finalmente vai fazer parte do podcast do LingQ.

Então é isso aí, tchau para todo o mundo e acessa lá o site do LingQ. Então tchau. A: Tchau.