×

Usamos cookies para ayudar a mejorar LingQ. Al visitar este sitio, aceptas nuestras politicas de cookie.


image

PODCAST Português (*Generated Transcript*), DISCUSSÃO DE GÊNERO NOS ESPORTES |

DISCUSSÃO DE GÊNERO NOS ESPORTES |

Muito boa noite, pessoal de casa que está nos assistindo,

vocês já estão chegando aqui na nossa live.

Não deixem de deixar o seu comentário,

digam de onde vocês estão vindo,

a gente vai estar acompanhando o chat aí junto com vocês.

E hoje a gente tem um tema muito interessante pra tratar,

muito atual, inclusive.

E mais uma vez eu estou aqui na bancada,

nessa bancada incrível com Diego Rosa,

o paulista mais carioca que eu conheço.

Tudo bom, Diego?

Boa noite, Arthur. Tudo bem?

Hoje vamos falar sobre um tema polêmico, né?

Polêmico, mas necessário a se discutir.

Com certeza.

Que é a presença de atletas trans no esporte feminino.

Até que ponto isso é válido?

A gente está tendo algumas discussões nos Estados Unidos,

algumas leis sendo aprovadas.

E hoje a gente está com a bancada de peso aqui, hein?

Somente no feminino, Diego?

Vamos ver. Vamos descobrir isso.

E hoje a gente está trazendo aqui

ninguém mais, ninguém menos que duas figuras do esporte

que hoje atuam na política.

Já estão aqui com a gente,

Ana Paula Henkel e Maurício Souza.

Medalhistas olímpicos.

Medalhistas olímpicos, inclusive.

E Maurício é deputado federal

e Ana Paula é comentarista política.

Eu vou dar primeiro,

como eles estão remotos aqui com a gente,

primeiro, boa noite às damas.

Então, muito boa noite, Ana Paula.

Está nos ouvindo aí.

Muito boa noite.

Muito bom estar aqui com vocês.

Mais um debate,

já participei de um debate aí também,

mesmo assunto.

E um prazer enorme estar com o nosso querido Maurício aqui.

Ele está na política, eu não.

Eu só comento.

Eu deixei a bomba maior para ele lá dentro do parlamento.

Mas a gente fica aqui torcendo e dando todo o apoio.

O Maurício é um cara que a gente respeita muito,

que, assim como eu,

carregou a nossa bandeira no peito durante tantos anos,

tem um amor pelo Brasil,

que eu acho que é o que conta hoje,

e que está sendo demonizado, sim,

esse patriotismo,

esse amor pelo Brasil.

E hoje, no nosso debate,

o amor e a defesa das mulheres.

Essa hipocrisia aí a gente precisa expor.

Muito bom estar aqui com vocês.

Maravilha, Ana.

Um prazer todo nosso.

Boa noite, Maurício.

Como é que você está?

Boa noite, Arthur.

Prazer estar com vocês aqui.

Obrigado pelo convite.

Agradecer a Paula também.

Boa noite, Ana Paula.

Primeiro, sou seu fã.

O trabalho que você está fazendo,

e tudo que vocês estão sofrendo, afinal,

todos que nós defendemos,

somos de direita, na verdade,

a gente sofre retaliações.

Então, nós temos uma missão muito grande pela frente.

E hoje iremos esclarecer algumas coisas aqui, certamente.

Diego, vamos começar aqui a nossa pauta da noite?

Por que a gente trouxe esse assunto pra hoje?

Porque recentemente, lá nos Estados Unidos,

nove estados americanos aprovaram uma lei,

aprovaram leis parecidas, na verdade,

que proíbem atletas trans disputarem

competições em categorias femininas.

Queria levar essa pergunta pra Ana,

saber o que ela pensa sobre isso,

se ela tem acompanhado esse movimento,

e por que esse tipo de lei é importante.

Bom, eu acho que antes de entrarmos aí

em alguns aspectos técnicos sobre esse debate,

acho que é muito importante sempre deixarmos o disclaimer

que esse não é um debate sobre identidade social.

Identidade social, como as pessoas querem viver suas vidas,

isso é uma prerrogativa de um foro muito pessoal.

E eu acho que tem que ser respeitado

como as pessoas querem viver,

isso é absolutamente uma prerrogativa individual.

No entanto, primeiro,

você escolher como você quer viver a sua vida,

isso não te dá direitos automáticos,

você não passa a ter direitos automáticos

achando que porque você faz parte de AB,

ou ser categoria na sociedade,

você simplesmente vai adquirir alguns direitos.

E segundo,

o esporte não olha para a identidade social da pessoa,

o esporte é, na verdade,

o campo mais inclusivo que existe no mundo.

Ele não olha religião,

ele não olha opção, orientação sexual,

ele não olha a cor da sua pele,

ele não olha nada,

ele olha apenas e nada mais

do que a identidade biológica das pessoas.

A própria carta do Barão de Combertã,

ela protege as mulheres,

está escrito ali que é necessário proteger as mulheres.

Então, esse debate não é, em momento algum,

sobre a identidade social.

E os estados que já passaram um mês aqui

para proteger as mulheres,

porque esse, na verdade,

é o perigo que a gente tem que evitar.

Não é um debate sobre inclusão de transexuais

no esporte feminino.

Esse debate é, na verdade,

sobre exclusão de mulheres,

porque essa falsa inclusão,

ela exclui mulheres.

Ah, mas é só uma.

Não interessa, pode ser 50 ou uma,

que essa uma mulher está com o seu direito biológico

não protegido.

Então, esse é um debate que,

aqui nos Estados Unidos,

por incrível que pareça,

uniu as feministas,

uniu mulheres da direita, da esquerda,

do Partido Democrata,

do Partido Republicano.

Existe uma histeria muito pouca,

uma minoria,

minoria na questão numeral mesmo,

de pessoas que querem empurrar

essa agenda nefasta contra as mulheres,

mas a grande maioria das mulheres

democratas, republicanas, independentes,

elas estão aí imbuídas e focadas

em defender as mulheres,

as meninas, no esporte escolar,

no esporte universitário

e também no esporte profissional.

E, olha, já são 27 Estados

que passaram...

Já são 27.

Leis 27.

Que passaram leis que protegem as mulheres.

E essa é a maravilha do federalismo americano,

porque assim que Joe Biden,

para finalizar o meu primeiro comentário,

assim que Joe Biden assume a Casa Branca,

em janeiro de 2021,

ele revoga exatamente

essa...

uma proteção que a administração Donald Trump

tinha colocado em relação ao esporte feminino

e autoriza que atletas trans

sem...

no questions asked,

sem o melhor...

a menor pergunta,

ingressassem em esporte,

em competições femininas.

E aí os Estados, eles reagiram

e passaram de maneira significativa

as leis que protegem as mulheres.

Então aí nos Estados Unidos

até as feministas e outras pessoas mais à esquerda,

digamos assim,

estão sendo a favor desse projeto?

Aqui e no Reino Unido.

No Reino Unido também

existe um movimento das lésbicas

muito grande nos Estados Unidos

e esse movimento entrou em conflito,

às vezes até físico,

com a comunidade trans,

que tem protestos

porque elas querem proteger as mulheres.

Já tem mais ou menos uma semana

que tem uma hashtag aqui nos Estados Unidos

que está nos trending topics,

o tempo todo,

que é LGBT sem o T.

Porque a comunidade gay

aqui dos Estados Unidos

não está apenas enfurecida

com essa exclusão de mulheres no esporte,

mas também agora com esse movimento trans

que quer levar o show trans

para crianças de 9, 10, 8, 6 anos.

Então a comunidade gay séria dos Estados Unidos

está bem empenhada em dizer

que esse movimento atual,

LGBT, QI, YZ, sei lá quantas letras,

que eles não fazem parte disso.

Eles querem apenas ter suas vidas respeitadas,

viver em paz,

como era no passado.

E agora vem o T que eles disseram

que está de fato excluindo as mulheres

do seu espaço feminino.

E, Maurício, você apresentou aqui no Brasil

um projeto de lei que segue um pouco essa linha.

Eu queria saber se ele foi bem recebido no Congresso.

Eu apresentei esse projeto de lei

e foi muito bem recebido.

E acho que também o Brasil tem que seguir

essa mesma linha dos Estados Unidos,

assim como a Ana Paula falou.

E não se trata realmente de nenhum tipo de preconceito,

e sim de defesa das mulheres.

Federações hoje têm o poder,

tanto a Federação Nacional quanto a Internacional,

de definir essas diretrizes.

Só que elas não fazem por medo,

por pensar que vão ser canceladas também.

Mas não é sobre isso,

a gente está falando sobre a liberdade das mulheres

fazerem aquilo que amam

e que elas pagaram um preço muito grande

durante toda a sua história

para poder hoje fazer o que elas amam no esporte.

E não é justo atletas trans competirem com mulheres,

tirarem os espaços das mulheres,

que no Brasil já está havendo uma onda muito pesada

de pessoas trans se preparando

para poder entrar no esporte feminino.

Então você imagina só como vai ser daqui a alguns anos

quantas mulheres vão perder os seus espaços aí.

Entendeu?

Vocês dois vieram do vôlei,

os dois medalhistas olímpicos.

Olhando para o vôlei,

quais são as diferenças entre o vôlei masculino e o feminino?

Existe uma diferença na altura da rede,

no jeito de jogar?

Eu queria ouvir isso um pouco de vocês,

porque existe um argumento que,

o vôlei, por exemplo, não é um esporte

que tem um contato físico imediato,

como o futebol, como o basquete ou até mesmo o luta.

No vôlei existe essa diferença?

Sim, a rede feminina é 2,24 e a rede masculina é 2,43.

E a velocidade é muito maior,

mas nós estamos falando não apenas das questões físicas do esporte em si,

a rede mais alta, por exemplo,

mas nós precisamos discutir,

e isso é inegável,

as questões físicas humanas.

A biologia humana você não tem como mudar,

a genética humana você não muda,

a genética você não muda.

Então, existem alguns estudos aqui

para a gente aplicar nesse debate,

e aí é curioso que

eu participei de uma sessão na Câmara em 2019,

uma sessão pública exatamente para debater

algumas leis que poderiam ser discutidas

sobre a proteção das mulheres no esporte,

e o outro lado também estava lá,

foram seis horas de discussão,

a Tiffany Abreu estava lá,

jogadora trans que atua aí no Brasil,

e durante seis horas o meu lado

só ouviu inclusão, inclusão,

porque os trans morrem,

porque os trans isso...

Olha, não é um debate sobre inclusão,

é um debate sobre aptidão física no sentido biológico da coisa,

sobre genética humana,

e todos os dados que nós levamos lá,

eu estava acompanhada do doutor Marcelo Franklin,

que é advogado especialista em doping,

em dopagem da E5B,

que sabe todas as taxas de hormônios e tudo,

e durante seis horas nós apresentamos dados assim,

que não foram contestados em nenhum momento,

nenhum momento,

e curioso que no final dessas seis horas,

ali na saída,

uma pessoa do lado de lá,

eu não vou citar o nome, claro,

chegou para a gente,

para o doutor Marcelo e para mim,

e disse o seguinte,

olha, parabéns, vocês me fizeram mudar de lado,

porque eu não tinha a menor noção

do que vocês trouxeram hoje aqui.

Como, por exemplo,

eu comecei a atuar na seleção brasileira

em infanto juvenil, aos 16 anos.

Desde os 16 anos,

desde os 16 anos até 38,

quando eu parei de jogar,

eu fiz teste antidoping,

dentro e fora de competição.

Eu cansei de receber auada na minha casa,

aqui em Los Angeles, no Rio de Janeiro,

em vários lugares, na Alemanha, na Noruega,

em hotéis que a gente estava concentrada,

sem aviso prévio,

simplesmente para fazer um teste surpresa,

um teste doping surpresa,

para ver se eu havia usado alguma substância

e a testosterona no corpo da mulher,

qualquer nanograma ali,

de testosterona no corpo da mulher,

faz uma diferença muito grande.

Ou seja, aos 16 anos,

eu passei a ser policiada de maneira correta,

porque nós queremos um esporte limpo,

dentro e fora das competições.

A pergunta que fica é a seguinte,

enquanto eu, com 16, 17, 18, 19, 20,

toda a minha adolescência estava crescendo

na minha maturidade biológica feminina,

o que...

Vamos pegar a Tiffany, por exemplo.

O que a Tiffany, como o Rodrigo,

o que estava acontecendo no corpo da Tiffany?

Ela, como homem, naquela época,

estava sendo bombardeada por testosterona,

16, 17, 18.

Então, enquanto eu era policiada,

eu e todas as mulheres,

os homens continuavam sendo favorecidos

por todas as benesses da testosterona,

pulmões maiores, capacidade cardiorrespiratória,

três, quatro vezes melhor que a nossa,

o coração é maior,

exatamente por isso que tem essa capacidade cardiorrespiratória melhor,

centro de gravidade diferente,

a fibra muscular é diferente,

a estrutura óssea é diferente,

e as mulheres sendo ali policiadas.

Então, quando chega aos 30 anos,

eu passei os 16 aos 30 anos limpa,

sem absolutamente nada,

enquanto a Tiffany,

ela usou da testosterona,

enquanto o Rodrigo, durante 30 anos.

O corpo já está totalmente formado.

Como a Tiffany quer viver a vida dela,

repito, é prerrogativa de foro pessoal,

e isso deve ser respeitado.

É bem-vinda no esporte?

Claro que é, como técnica, como assistente,

como psicóloga, como, enfim, mas como atleta.

Se a Tiffany ingressa na seleção brasileira,

ela tira a vaga de uma menina,

que assim como eu, desde os 16 anos,

não pôde tomar testosterona,

não pôde pingar um colírio no olho,

porque dava doping,

não pôde usar um creme depilatório nas pernas.

Quando nós chegamos na seleção,

sem me alongar muito,

já me alongando,

a gente não pode tomar uma aspirina

sem perguntar para o médico

o que a gente pode tomar.

O Maurício pode falar também disso.

Então, não é justo que uma menina fique de fora

de uma seleção, ainda bem que a E5B

não autoriza atletas trans

nas competições internacionais,

assim como a Sebastian Kohl,

agora da Federação do Atletismo,

também estabeleceu isso.

Então, não é justo com uma menina,

uma menina que fique de fora da seleção,

não é justo, porque nós somos policiadas

desde os 16 anos de idade.

É isso que explica, então,

o caso da Tiffany, antes Rodrigo.

O Rodrigo não foi um atleta de muita expressão,

esportivo, digamos assim.

Não.

Como a maioria dos casos.

E quando ele migrou para a Liga Feminina,

ele se tornou o maior pontuador da Liga Feminina.

É toda essa explicação da Ana

que faz o atleta trans performar melhor.

Então, Maurício.

O lance da Leah Thomas, por exemplo,

da natação, que não tinha expressão também na natação

e bateu todos os recordes de natação.

É isso que a Ana falou, é muito pertinente.

O meu projeto de lei proíbe em competições nacionais também.

Como eles proíbem internacional,

o meu projeto de lei proíbe nacionalmente.

Aqui a gente fala que a Constituição nossa defende

que o esporte é para todos, e ele é para todos.

Eu acho que o esporte muda,

é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento

de novas gerações.

E não é usado no Brasil, não é explorado.

Exatamente é aí que eu quero atuar no meu mandato.

Eu quero a geração mais forte.

Então, vai ser nas crianças que eu vou investir.

Talvez isso não se torne algo no momento tão expressivo,

mas no futuro eu vou colher com os seus, tenho certeza disso.

E no esporte, hoje em dia, no Brasil, principalmente no mundo,

estava vindo essa onda aí de atletas trans.

E muita gente não falava nada.

E eu sempre me posicionei, quem me conhece há mais tempo

sabe que eu sempre tive um posicionamento,

tanto político quanto sobre isso.

Eu sempre fui muito criticado e odiado pela comunidade LGBTQIA+,

por estar na seleção brasileira e me posicionar dessa forma.

Ninguém faz isso.

Eu acho que vocês, Diego e Arturo e Ana,

sabem muito bem que poucas pessoas se posicionam,

pessoas públicas, se posicionam pelo medo do cancelamento,

aquilo que aconteceu comigo.

E eu fui para cima, e hoje sou reconhecido no Brasil,

mais até por ter defendido essa pauta das crianças

do que este campeão olímpico.

Então, para vocês terem noção de como o Brasil é um país conservador

e preza pelas coisas tradicionais.

Então, o meu projeto de lei, ele se trata muito bem disso

e fala que também se atletas e federações não cumprirem

as normas regulamentárias do esporte,

elas vão ter multa e exclusão conforme o regulamento.

Então, uma coisa que eu espero que passe,

espero que passe na Câmara dos Deputados,

vai ajudar muitas mulheres e futuras atletas também.

Porque eu tenho certeza que pessoas que estão se preparando,

atletas trans estão se preparando não só no voleibol

como em outros esportes também,

eles levam muita vantagem, é uma vantagem absurda.

Por mais que tenha feito um tratamento de hormônio,

não equivale às mulheres.

A musculatura, assim como ela falou, a musculatura masculina é muito mais forte.

O peitoral masculino é muito maior, a garganta é muito mais grossa,

é muito mais vantagem para o atleta trans competir com as mulheres.

Assim como você falou do Rodrigo, hoje Tiffany,

na época que ele jogava ele era mediano, um atleta mediano,

e hoje ele é um dos melhores do Brasil e do mundo.

A própria Lia, Lia Thomas, campeã mundial,

é a pena das mulheres poder ouvir aquela cena da Lia em cima do pódio,

cheia de medalha, campeã mundial,

e as outras mulheres com aquela cara de tristeza, mas sem poder falar nada.

Então, se a gente, eu ou a Ana Paula,

não se posicionar a favor das mulheres, em defesa delas,

ninguém vai, ninguém vai.

A gente tem que explicar para as pessoas como que funcionam as coisas.

A própria atleta de MMA, que é um atleta trans, quase matou a mulher,

outro exemplo de como que funciona.

É muita desigualdade, então nós temos que frear essa onda que está vindo aí,

assim como nos Estados Unidos está sendo feito,

comunidades LGBT indo contra esse tipo de coisa,

que no Brasil também tem que se tornar lei.

Mas por que, gente...

Posso só deixar um dado aqui rapidamente?

Claro, claro.

Porque o Maurício mencionou, o homem é diferente,

claro que isso é óbvio,

a gente não precisa fugir da quinta série

para falar um pouco de genética e biologia humana.

No entanto, a recomendação,

e isso é importante a gente colocar,

a recomendação do COI, do Comitê Olímpico Internacional,

não é regra, não existe lei, não existe regra.

É uma recomendação e aí as federações de cada esporte

decidem se vão autorizar ou não atletas trans.

A recomendação do COI é que atletas trans

podem participar de competições femininas.

Antes tinha até que fazer cirurgia,

agora nem cirurgia de mudança de sexo precisa.

A única coisa que ele precisa ou ela precisa provar

é 12 meses de testosterona

abaixo de 10 nanomols por litro.

12 meses, um ano de testosterona

abaixo de 10 nanomols por litro.

No entanto, nós, mulheres,

a nossa capacidade máxima de testosterona,

de nanomols por litro,

fica entre 2,8 e 3,1.

Ou seja, mesmo a atleta trans,

que tem 9% de testosterona e está apta a competir com as mulheres,

ainda tem três vezes mais testosterona do que as mulheres.

Ou seja, não adianta vocês ficarem gritando

homofóbicos, transfóbicos,

vocês não têm os argumentos embasados na biologia,

vocês na verdade são misóginos,

vocês não gostam de mulheres,

vocês querem colocar mulheres numa espiral de silêncio

para que nós não continuemos a lutar pelo nosso lugar.

Ora, Martina Navratilova,

que é homossexual assumida,

casada com uma mulher há muitos anos,

que foi treinada pela René Richards,

que é uma trans,

as duas que vivem até no meio ativista das pautas LGBT,

elas são contra,

elas são contra e elas foram canceladas também.

Então, não importa.

O que nós temos visto hoje é uma turma de jacobinos

querendo simplesmente guilhotinar aqueles

que não vão contra a agenda que eles impõem,

que prejudica as mulheres.

Tem mundo que está sendo amzugado,

porque o polêmico vem lá,

e chega as mulheres com o homossexualismo,

para falar que lutam pela terra,

para proteger as r�든as e das áreas abertas.

E aí, eles conceivedm isso e,

afinal, o monde gay se mostra uma parte clássico gay

e não os biseningui.

Senão falem,

vocês não gostam de mulheres

e querem nos colocar numa espiral de silêncio.

Seja a Ana, seja a Caitlyn ou seja a Martina,

mas essa espiral de silêncio não existe mais.

Ana, você sente que isso é algo científico?

Parece um critério científico,

porque você colocou a questão dos nanomoles,

mas você mesmo já demonstrou

que uma mulher jamais consegue chegar

até esse nível de testosterona.

Qual é o critério disso?

Porque você mostra empiricamente

essa questão da diferença do corpo masculino para o feminino,

só para a galera de casa e a gente que está aqui na mesa

entender um pouco do que o Comitê estipula isso.

Foi arbitrário,

não foi nada baseado em absolutamente nenhum estudo,

mas se uma mulher decide tomar testosterona

e chega nos 5, por exemplo...

Que é a metade do recomendado.

Essa mulher é banida do esporte.

Essa mulher tem as suas medalhas

retroativamente arrancadas dela.

Então, não é justo em nenhum momento.

Desde o começo não é justo.

Existem dados, vocês estão falando de dados,

de um debate baseado em situações empíricas,

existem dados da Federação Americana de Atletismo e Natação,

estamos falando de esportes individuais,

onde os dados podem ser olhados de maneira muito objetiva.

Por que os Estados Unidos são a potência que eles são,

esportivamente falando?

Porque eles acompanham seus atletas desde 6, 7, 8, 9 anos.

E existem dados dessas duas federações que mostram

que os meninos e as meninas,

eles já têm números completamente diferentes

aos 6 anos de idade.

Na adolescência, com a tonelada de testosterona que os meninos têm,

essa diferença fica ainda maior.

E o curioso é que mesmo um homem trans,

uma pessoa que nasceu mulher e faz a transição para o sexo masculino,

essa pessoa pode tomar o que quiser de testosterona

que ainda não consegue competir de igual para igual com o homem.

Simples assim.

Maurício, vocês dois na verdade tiveram uma carreira muito vitoriosa no esporte

e tiveram que lidar com a imprensa esportiva durante todo esse tempo.

Por que a imprensa que se diz tão simpática à pauta do esporte feminino

não aborda essa questão e não tenta demonstrar tudo isso que a Ana Paula acabou de falar?

Primeiramente, a imprensa são pessoas normais

e essas pessoas normais tem medo do cancelamento.

A comunidade LGBTQIA é brutal.

E não é pela causa, não é quem fala, o que fala.

Eles têm medo também desse cancelamento

e é por isso que eles não se posicionam em defesa das mulheres.

Muita gente hoje em dia, assim como nos Estados Unidos,

vai seguir essa mesma linha de defender as mulheres.

Isso não é exclusão.

Eu, Maurício, penso da seguinte forma,

que no Brasil tem que ser feita uma federação para transnegros.

E elas têm total direito de competir.

Tem total direito de competir.

O esporte é maravilhoso. Por que não?

Faz a federação transgênero e elas vão ter o campeonato delas.

A gente não quer escolher de forma alguma.

A gente só quer proteger as mulheres.

Então, nesse parâmetro aí, a imprensa brasileira,

além de ser a grande mídia na realidade falando,

além de ser de esquerda, totalmente de esquerda, que arrebenta a direita,

eles têm medo de se posicionar, por mais que saibam que isso é errado.

Isso é um fato.

A gente vê aí a principal media de transmissão no Brasil,

que é a Rede Globo, ela é totalmente pautada no progressismo,

no liberalismo e tal, nos reality shows,

o absurdo que acontece, eles colocam de propósito

para tentar mudar a cabeça das pessoas,

de uma hora para outra, que a gente vai conseguir

colocar na cabeça das pessoas,

porque a gente está tentando proteger as mulheres,

porque a gente não é homofóbico, eu não adicio, eu sou paião.

Minha filha tem três anos.

Eu quero que daqui a cinco, dez anos, quando ela começar a praticar o esporte,

ela pratique com meninas,

porque crianças já estão preparadas para isso.

Hoje em dia, crianças já estão mudando de sexo.

Crianças. Não tem como.

É num país que permite esse tipo de coisa ser levada a sério.

Eu trouxe um caso aqui que eu queria comentar,

eu queria saber de vocês dois.

Eu ia direcionar primeiro para o Maurício,

que é um caso do Avey Silverberg,

que ele é um treinador da equipe de halterofilismo do Canadá.

Ele se identifica como homem,

ele treina a equipe feminina de halterofilismo.

O que é halterofilismo?

Levantamento de peso.

Entendi.

E tinha uma atleta trans lá que entrou para a competição,

venceu e quebrou o recorde mundial de halterofilismo feminino.

E aí esse treinador dessa equipe feminina,

para mostrar justamente essa flexibilização da entrada de trans em esportes e tal,

ele de barba feita e tudo, sem cirurgia, sem nada,

ele só falou, não, eu vou competir como mulher,

me identifico como mulher trans, foi lá, competiu.

E assim, na primeira, primeiríssima vez, levantou o peso lá e bateu o recorde da atleta trans.

Como forma de protesto.

Como uma forma de protesto, né?

E eu queria justamente perguntar para vocês,

porque assim, vocês vieram do vôlei, né?

Eu queria entender internamente,

porque parece que vocês são dois cavaleiros solitários falando isso.

Você está fazendo algum tipo de movimentação nesse sentido?

Por que a galera não fala a respeito disso dentro do meio?

É justamente por conta desse medo de represárias?

Sim, sim.

Mas eles concordam com vocês?

A maioria concorda que, sei lá, não deveria ser assim, mas não fala nada.

Concordam, o Maurício está certo.

É o medo da guilhotina, é o medo do cancelamento, é o medo do julgamento.

Agora, essas pessoas, principalmente as mulheres,

vocês têm que aprender que quando vocês perdem medo do cancelamento,

porque nós temos os argumentos científicos, biológicos, a genética, a antidopagem,

não tem que ter medo do cancelamento, porque essa é uma defesa das mulheres.

Esse debate não é sobre inclusão.

Esse debate é sobre exclusão de meninas e mulheres.

É claro que eu não vou citar nomes de ninguém aqui,

mas o meu WhatsApp é cheio de mensagens de jogadoras que estão atuando na Superliga.

O que eu falo? Não para de falar, conversa com o presidente da federação.

É medo de cancelar.

O meu patrocinador disse que eu não posso falar sobre isso. Por quê?

Porque tem que pagar o pedágio ideológico para uma esquerda histérica

que não está preocupada com as mulheres, ponto.

Essa gente odeia mulher correta.

Eles estão preocupados com apenas uma agenda de gritaria, de barulho, de histeria.

Vamos discutir inclusão de trans na sociedade? Vamos.

Vamos discutir a real inclusão de atletas trans? Vamos.

Vamos. É um atleta que nasce homem, faz a transição,

quer se sentir como mulher, se vestir como mulher, trocar a identidade social.

Maravilha, mas quer mostrar inclusão?

Continue competindo na sua categoria genética, na sua categoria biológica.

Essa é a verdadeira inclusão.

Você mostrar que a identidade social daquela pessoa

é respeitada dentro do universo biológico dela.

Acho que o medo do cancelamento é bem justificável,

até quando uma figura como o Bernardinho,

que é querido por todos os brasileiros...

Quem odiaria o Bernardinho?

Pois é, teve um episódio ali, né, Maurício?

Acho que meio que se excedeu no jogo, acho que foi contra a Tiffany mesmo.

Sim.

E reclamou, né, de um ponto ali que a Tiffany fez.

Eu não vou repetir a frase dele aqui, porque eu acho que tem um problema no YouTube.

Mas ele foi...

Não foi nada demais a frase, vamos colocar.

Acho que não mesmo, mas ele foi atacado. Uma figura como o Bernardinho, né?

Nós lembramos do que ele falou, né?

Foi automático, uma coisa automática, sem pensar, e pedi desculpa depois,

talvez ter ofendido a jogadora.

Mas voltando um pouquinho sobre o que você falou da mulher levantar mais peso do que o atleta trans,

coloca eu na quadra de um lado e coloca a Ana Paula do outro lado.

O que você acha que vai acontecer com a Ana Paula?

Eu mesmo com o meu testosterona abaixo de 10, né, Maurício?

Ela não tem chance, ela não vai ter chance contra eu.

É como se um...

Você bota lá o Lebron James, abaixa a testosterona de,

e bota pra jogar basquete contra uma jogadora, um exemplo.

Mas, olha, o meu filho hoje tem 22 anos, ele tem 1,98.

Eu não consigo jogar vôlei com ele desde quando ele tinha 15 anos.

E você trata profissional, né?

Com 14, 15 anos já era impossível jogar contra o meu filho.

15, 16 anos.

Agora, vocês querem fazer uma...

Vamos retratar de forma óbvia, né?

Já que você trouxe o nome do Lebron James, vamos fazer esse exercício então.

Convido todos a fazerem esse exercício.

Vamos imaginar o Lebron James de hoje, atual lenda da NBA.

Lebron James resolve fazer a transição pro gênero feminino.

Ele passa um ano, só um ano, não faz cirurgia nenhuma de mudança sexual.

Passa um ano com bloqueador de testosterona e fica ali até 10 nanomols por litro.

Em um ano, ele pode jogar a WNBA.

É justo com as jogadoras da WNBA.

Tudo conquistado no corpo dele com a testosterona vai ser revertido em um ano.

30 anos de bombardeio de testosterona vai ser revertido num bloqueador de testosterona em um ano.

É, realmente.

Ana, e como que isso vai para os esportes universitários?

Porque eu sei que nos Estados Unidos, eles têm uma política de acesso ao ensino superior...

Muito forte, né?

Com bolsas do esporte.

Isso já chegou aí?

Existem meninas que perdem vaga, por exemplo, numa faculdade, numa universidade...

Sim.

Por conta dessa política de gênero?

Sim, claro.

E essa é uma das grandes lutas aí da Caitlyn Jenner, transexual.

Ela fala, eu não posso.

Ainda mais a Caitlyn, que foi campeão olímpico como o Bruce Jenner.

E ela sabe as diferenças biológicas entre um homem e uma mulher.

E a maior preocupação dela é essa.

As atletas que passam pelo ensino médio, que investem anos para conquistar uma bolsa atlética nas boas universidades...

Porque aqui nos Estados Unidos, toda universidade é paga.

Não existe universidade gratuita.

Então, muitos investem na carreira esportiva durante o ensino médio para tentar conquistar uma bolsa atlética em universidades.

E essas meninas estão perdendo essas bolsas para meninos que se identificam como mulheres.

E é claro que as regras estão variando de Estado para Estado, mas aqui na Califórnia existem três ligas estaduais, por exemplo, de vôlei.

Duas delas, você só precisa agora se declarar que você se sente e se identifica como menina.

Imagine, eu que não consigo jogar vôlei com meu filho desde os 16 anos, que ele já tinha 1,95 e já era enorme.

Imagina um menino de 16 anos, de 1,98 que apenas se declara do gênero feminino jogando numa rede de 2,24,

sendo que a rede dele é de 2,43, uma impulsão diferente, fibra muscular mais rápida, centro de gravidade muito melhor do que o da mulher.

Então é muito desonesto. Esse debate é sobre exclusão de mulheres.

Tem uma foto que ficou famosa da própria Lia Thomas, dela pulando bem no início.

Todo mundo preparado para pular na piscina e aí você vê todas as mulheres pulando a certa altura.

E, cara, ela é a única que pula um metro a mais, ela já pula lá na frente.

Eu acho que a Tandara também falou, se não me engano, foi a Tandara que disse em uma entrevista que quando a Tiffany sobe para cortar,

é muito mais alto na rede, dá até um medo.

A Tiffany não gosta desse debate porque nós apresentamos muitos eventos biológicos e científicos.

Vocês tiveram um episódio aí, né, Ana, de discussão, não foi?

Conta um pouco, né?

Não, não.

A gente criticou, a gente falou na imprensa, né?

É, criticou na imprensa, mas é essa história de óbicoísmo, aquela lista de ad hominem que não chega em absolutamente lugar algum.

De novo, eu respeito a vida da Tiffany, quero muito que a Tiffany seja feliz.

Ela é bem-vinda no esporte como algum assessor, técnica, enfim.

E ela tira o lugar de uma menina, porque ela hoje é a maior pontuadora da Superliga, né?

Não tem como a gente negar isso.

E ela foi formada pela maravilha que é a testosterona no esporte, a substância que é a supra-suma no esporte, que é a testosterona,

durante 30 anos.

A Tiffany fez a transição com 30 anos, depois que o Rodrigo jogou ligas masculinas de vôlei na rede 2 e 43, durante 10, 12, 15 anos.

Então, não é justo com as mulheres, não é nada contra a Tiffany, é a favor das mulheres.

Rapidamente, para quem quiser fazer essa pesquisa, muito interessante, da maravilha que é a testosterona para as mulheres.

É só voltarmos nos anos 70, por exemplo, o que a Alemanha, nos anos 60, 70, o que a Alemanha Oriental fazia com as suas atletas corredoras do atletismo.

As atletas, elas engravidavam dos seus técnicos.

Quando você engravida, você tem um pico altíssimo de testosterona, durante ali alguns meses da sua gravidez, e aí elas abortavam.

E aí elas engravidavam, e aí elas abortavam.

Foram milhares, eu estou falando de 100, de 10 mil mulheres, 20 mil mulheres, ao longo de muitos anos,

a Alemanha Oriental usando essa técnica para ter o pico, a gravidez subir o pico de testosterona,

a atleta ganhar massa muscular, ganhar força, ganhar velocidade, e aí elas abortavam.

E assim era feito sucessivamente.

Ou seja, a testosterona, qualquer gotinha no corpo de uma mulher, é um ganho inacreditável.

Eu sei que é uma pergunta retórica, mas eu acho que é importante a gente fazer até para o pessoal de casa.

Eu imagino que também seja uma pergunta recorrente do pessoal que está acompanhando a live.

Por que o inverso a gente não vê? Por que não acontece? O que vocês têm a dizer?

O inverso não tem como acontecer. Você nunca vai ver mulheres que se sentem e o homem competir com homens, não.

Isso aí não acontece, nunca vai acontecer.

Mas, voltando um pouquinho, a questão do tempo de tratamento hormonal.

E um homem, por exemplo eu, colocando eu como exemplo, eu tratar três anos, no último ano eu fico com a minha taxa hormonal abaixo de 10,

eu posso competir com as mulheres, eu sei, e eu me sentindo mulher, não preciso nem, não posso falar,

eu me sinto mulher que eu vou competir, certo?

Eu vou ter o melhor salário do Chile, eu vou ser o melhor jogador, um dos melhores jogadores do Brasil,

e eu estou tirando espaço de uma mulher.

Vocês imaginam só se isso cai para crianças, falando de crianças.

Se for sua filha, né?

Se for minha filha, você imagina um homem que se sente mulher, um trans, vai jogar vôlei com a minha filha e dá uma bolada na cara dela.

Porque a impulsão de um homem, por exemplo, ativo ou alternativo, quando ela salta na rede hoje,

você viu, o peitoral dela para cima da rede.

É igual eu jogar contra o Muzeski, o russo, o outro central.

Para eu conseguir pegar ele, eu tinha que saltar com a mão para trás, para poder tocar na bola dele.

Eu vi o peitoral dele para cima da rede quase na barriga.

Então, isso que a Tandara falou, e ela foi cancelada e criticada por ter falado o que as outras jogadoras pensavam e pensam,

e não tem coragem de falar, prefere perder espaço.

Não é só no vôlei, é em outros esportes também, em boxe, enfim, em todos.

É por meio do cancelamento.

Mas, a hora que você vê um atleta mais forte, um atleta mais forte,

saltando quase a rede para atacar a bola, segurando o braço, decidindo nos últimos pontos do set,

a diferença é muito grande.

E a gente não quer isso para uma nova geração, para meninas que estão vindo aí,

que percam espaço no esporte.

A gente está realmente voltando a defender as mulheres.

Já que elas não têm essa coragem para falar, eu estou aqui para falar, uma boa tempo para falar.

E é por isso que eu criei esse projeto, entendeu?

Em defesa das futuras atletas do Brasil.

Ana, eu queria te fazer uma pergunta técnica.

Você já falou disso, mas eu ouvi comentários aqui, e ainda é uma dúvida do pessoal essa questão dos 10 nanomols e tal.

Explica um pouquinho melhor como é que funciona isso.

O que é?

A gente sabe que o nanomol ali é uma medida, uma quantidade de testosterona do homem e tal, e da mulher.

Então, só explica um pouco melhor essa questão técnica, só para não ter nenhuma dúvida para o pessoal de casa, por favor.

Bom, vamos lá.

Nanomol é uma medida que você mede partículas,

você mede mais que na questão hormonal, é um universo muito grande, microscópico, digamos assim.

As mulheres, nós temos em média entre 2,8 e 3,1 nanomols por litro de sangue.

Existe uma corredora que algumas pessoas, algumas mulheres, elas têm disfunções hormonais,

e essa testosterona, ela pode chegar a 5, como uma corredora agora semênia.

E você vê que a mulher tem uma aparência mais masculinizada, porque ela tem uma produção endógena de testosterona.

O que é a produção endógena?

É a produção natural, é a produção normal.

Uma testosterona exógena é aquela que você toma, é artificial.

Algumas mulheres que têm essa produção endógena, a natural, elas são obrigadas a baixar o nível de testosterona.

Nós tivemos casos no Brasil, na Índia, em vários lugares,

que mulheres foram suspensas porque a produção de testosterona endógena delas era muito alta,

superava essa média de 2,8 a 3,2 mais ou menos.

Então, peraí, você tem uma produção além da conta, mesmo sendo mulher, precisamos baixar a sua testosterona.

O homem tem uma produção absurda de testosterona que pode chegar a 4 vezes, 5, 6 vezes mais do que a mulher, porque é homem.

Arbitrariamente, o COI decidiu o número 10, porque não tem estudo nenhum, é 10, é 12, é 15, é 5, simplesmente 10.

Foi uma decisão arbitrária, não teve estudo, não teve consulta médica, não teve comissão médica barra atleta, nada.

Foi um número que um comitê de cinco médicos ativistas tirou da cabeça, 10.

Esse número, vamos supor que a atleta trans, como homem, tinha uma testosterona 22.

Bom, pra você poder competir com mulheres, você tem que chegar a 10 durante um ano.

E aí a atleta trans toma o bloqueador de testosterona e todo mês vai medindo a sua testosterona.

Quando ela consegue provar que ela está a um ano, 12 meses, abaixo de 10, pode ser 9.

Mas o 9 ainda é 3 vezes mais do que eu, do que qualquer mulher.

Ela pode competir com mulher.

Ou seja, as mulheres perdem em qualquer cenário.

Em qualquer cenário.

E uma mulher que faz a transição para o gênero masculino, ela pode chegar a testosterona 20, que ela não consegue competir de igual para igual com o homem.

Essa era a pergunta, inclusive, que eu ia fazer na sequência, porque você falou dos 10 nanomols.

Mas você falou que, em média, as mulheres produzem 2,8, se eu não me engano, foi isso?

Isso.

Tá. Agora, se, por exemplo, o comitê olímpico lá, sei lá, a galera chegasse e falasse,

ah, então vamos diminuir de 10 para, sei lá, 3 nanomols.

Ainda assim, ficaria desonesta essa competição?

Ainda assim ficaria desonesta, por quê?

Agora a Federação Internacional de Atletismo quer diminuir para 5, para eles.

Mas por que ainda é injusto?

Porque não há nenhum estudo que mostre que se você diminuir o número de 10 para 5, ou de 20 para 10, depois para 5, ou para 3, como você disse,

não há nenhum estudo que mostre que todo o ganho corporal foi revertido.

Não existem estudos que mostrem que o coração diminuiu, que os pulmões diminuíram,

que a densidade óssea agora é uma densidade óssea parecida com a feminina,

que a fibra muscular rápida que o homem tem agora é uma fibra muscular mais feminina.

Não existem estudos que mostram a reversão do ganho corporal da genética masculina parecido com a feminina.

Existe um estudo sobre atletas, não atletas trans, perdão, pessoas trans aqui no Exército Americano.

E o estudo mostra exatamente que mesmo depois de um, dois anos,

aqueles que fizeram a transição para o gênero feminino continuaram correndo mais que as mulheres, fazendo mais abdominais, saltando mais.

Resistência física, não?

Toda a resistência física do treinamento físico militar continuou comparado mais perto do masculino do que do feminino.

Esse estudo está na internet.

Pessoal, a gente vai se encaminhando já para o nosso final.

Eu queria fazer uma última pergunta para os nossos convidados,

porque é uma coisa até que o Maurício comentou, que é muito importante também,

para não parecer justamente que estamos aqui simplesmente contrários a essa questão da inclusão.

A Ana Paula muito bem comentou a respeito de não ser uma inclusão e ser uma exclusão nesse caso,

mas eu queria entender de vocês, vou começar pelo Maurício,

o que então deve ser feito?

Porque a Ana comentou que não é algo direcionado, não é direcionado simplesmente a Tiffany ou a esses outros atletas,

só que de um ponto de vista biológico, através dos dados, através das estruturas biológicas,

a gente percebe que há essa desigualdade.

Isso é gritante, isso aparece na mídia, isso a gente vê nos estudos.

Então, o que é preciso ser feito, Maurício, Ana?

Eu queria uma resposta de vocês dois, vou começar pelo Maurício,

mas para a gente ter de fato essa inclusão dos trans nos esportes?

Olha, eu acho que a gente deveria fazer realmente federações voltadas para trans

e fazer competições entre eles, todos os esportes.

Tem espaço para que seja feito.

Aí sim a gente vai ter a igualdade que a gente tanto quer de mulheres para trans.

É isso que eu penso, sei que não vai ser fácil fazer isso, envolve muitas coisas,

financiamentos principalmente, dinheiro, patrocinadores, mas pode começar lá de baixo.

Assim como as mulheres durante tantos anos brigaram pelos seus espaços

e hoje elas são reconhecidas por tal, eles também podem fazer.

Mais uma vez, isso aqui não é nenhum tipo de preconceito, de exclusão dos trans no esporte, não.

É em defesa das mulheres, dos espaços que elas conquistaram.

Então, isso tem que ser mantido.

E eu concordo, a nossa constituição fala que o esporte é para todos

e é realmente, eu sei como muda a vida das pessoas o esporte.

Então, elas têm o espaço delas reservado.

Aí se eu me falo, não, Maurício, mas não tem atleta suficiente.

Aí, por que que não compete com homem então?

Coloca os homens para competir com elas, não as mulheres.

Coloca os homens, porque é isso, e elas vão sentir o que as mulheres sentem em perder o espaço.

Então, vamos separar, vamos fazer o campeonato de trans e de mulheres separadas.

É isso que eu penso, é por isso que eu estou brigando e é por isso que eu criei

esse projeto de lei que proíbe transexuais competirem em âmbito nacional.

Muito bom. Ana, acha que é esse o caminho?

O caminho é uma discussão que começa de maneira intelectualmente honesta.

O problema é que quando há uma histeria de xingamento transfóbico, homofóbico,

você não apresenta absolutamente nenhuma solução para uma parte da população

que merece respeito como qualquer outra parte da população, que é a comunidade trans.

Então, se você não começa do ponto do debate ser saudável e intelectualmente honesto,

nenhuma solução vai ser alcançada.

Se vai ser uma liga trans, se vai ser os homens trans competindo com mulheres

ou as mulheres trans competindo com os homens, ou seja,

nas suas categorias de nascimento biológico, isso tudo faz parte do debate.

Agora, sentimentos e decisões não trazem direitos.

Nós não podemos, por causa de, se eu não me engano, no Brasil,

a comunidade trans é 0,69% da população.

Quanto desse 0,69%, o quanto é composto de atletas?

Não é justo mudar algum 0,0% alguma coisa, por mais importante que aquelas vidas sejam,

em detrimento de toda uma categoria feminina,

de deixar centenas de meninas e mulheres de fora de seus espaços biológicos por direito.

Então, a vida também tem limites.

Nós precisamos respeitar alguns limites.

Nós vivemos numa sociedade hoje que sentimentos parecem trazer direitos, e eles não trazem.

Eu tenho uma amiga aqui nos Estados Unidos, ela até é mais alta que eu, tem 1,86m.

O sonho dela sempre foi ser piloto da aeronáutica, da Força Aérea Americana.

E ela é muito alta, ela não cabe dentro lá do cockpit dos aviões de caça que ela estudou,

que iria ter a vida inteira.

Será que por ela ser mulher, ela deveria começar a cobrar que a Força Aérea Americana

fizesse um avião maior para ela poder realizar o sonho dela?

Então, eu acho que a vida tem limites.

Ou que a Força Aérea é machista, por exemplo.

Ou que a Força Aérea é machista, que não tem um avião do tamanho dela.

Então, nós precisamos respeitar os limites que a vida impõe

e trazer o mínimo de honestidade para um debate sério,

sem essas prerrogativas, não dá para a gente avançar nessa pauta.

Lembrando que não é uma pauta só no Brasil, não é uma pauta só aqui nos Estados Unidos.

Há mais de 60 assinaturas de ex-atletas e atletas olímpicas

numa carta ao Comitê Olímpico Internacional,

do mundo inteiro, alemãs, australianas, francesas, do Reino Unido,

todas pedindo respeito ao esporte feminino.

Que estudos sejam feitos e que eles mostrem se há reversão

de todo o ganho biológico e físico no corpo masculino

quando a testosterona é bloqueada por apenas um ano.

Maravilha. Diego Rosa, muito boa essa live, né?

Muito bom, é um convidado de alto nível, né?

É, alto nível.

Eu queria primeiro agradecer a presença de vocês, Ana, Maurício.

Uma palavrinha final e como é que as pessoas encontram vocês nas redes sociais, por favor, Ana.

Bom, eu, apesar da carreira de jornalista, escritora agora,

a minha arroba no Twitter continua Ana Paula Voley,

no Instagram também Ana Paula Voley,

e estou todos os dias de 5h45 à 7h30 da noite

na Revista Oeste, no Sem Filtro,

com Rodrigo Constantino,

mestre Augusto Nunes,

Sílvio Navarro, Paula Leal,

estamos lá comentando as notícias do dia,

e aos domingos, às 8h da noite, no 4x4.

E um abraço a todos, muito bom esse debate,

é importante, é importante que foquemos

no respeito da identidade social de cada um

e no respeito do espaço biológico das mulheres também.

Esse debate é sobre excluir meninas e mulheres

de seus espaços.

Maurício?

Boa noite a todos, eu agradeço.

Realmente é um debate que a gente quer debater,

mas eles não aceitam, eles querem brigar, xingar a gente,

falar que nós somos homofóbicos,

transfóbicos e tudo mais, mas não é.

A gente está aqui para defender as mulheres,

e nós vamos até o fim.

Então se tiver algum prejuízo, a gente vai pagar,

para que lá na frente as mulheres nos agradeçam.

Porque tem alguém lutando por elas,

pelo direito de elas continuar nos seus espaços.

Tá certo?

Boa noite para vocês, fiquem todos com Deus,

contem comigo aí.

Como é que a gente acha nas redes sociais, Maurício?

Ah, é.

As minhas redes sociais é Maurício do Vôlei,

Instagram é Maurício do Vôlei.

Todo mundo é do Vôlei, não negam as origens.

Normalmente é assim que acontece, já que vocês não sabem,

quem joga vôlei, até o e-mail é Maurício do Vôlei e tal.

É tipo um pré-requisito, entendeu?

Tem que ser.

Você entra para o vôlei e você cria o e-mail.

Se eu fosse medalhista olímpico,

o meu ia ser Diego, arroba, medalhista olímpico.

Olha, é um narcisista pra caramba, Diego.

Ana, você queria complementar alguma coisa?

Não, eu só queria agradecer ao Maurício.

Agradecer ao Maurício pelo empenho de tocar esse projeto aí.

E, curiosamente, os homens estão defendendo as mulheres.

Sebastião Couto, presidente, ex-atleta olímpico,

uma lenda do atletismo olímpico.

Ele, como presidente da Federação de Atletismo,

agora, essa semana...

Semana passada, baniu trans que passem pela puberdade masculina.

Eles não vão poder competir mais na categoria feminina.

E aqui nos Estados Unidos, os homens também criando leis

para proteger as mulheres e com o apoio das feministas

daqui e do Reino Unido.

Acreditem se quiser.

Olha só.

Eu estou vendo aqui os comentários do pessoal de casa.

Queria agradecer.

Vocês ficaram até agora aqui na live.

Véspera de feriado.

Véspera de feriado também.

Comentando aqui na live.

Estou vendo aqui a Regina Cruz falando.

Excelente debate.

Teve um outro aqui.

O Adriano da Silva.

Pauta importante.

Então, assim, compartilhem, pessoal.

Compartilhem essa live com amigos, com familiares,

porque as pessoas precisam saber sobre esse debate,

saber sobre esses projetos, o que está sendo feito também

para poder combater essa desigualdade aí nos esportes.

Muito boa noite, Diego.

Boa noite, Aituba.

Boa noite, Aituba.

Boa noite, audiência também.

Boa noite, Ana e Maurício.

Com certeza.

E boa noite, pessoal de casa.

A gente se vê na próxima live.

Valeu.


DISCUSSÃO DE GÊNERO NOS ESPORTES | DISKUSSION ÜBER GESCHLECHT IM SPORT | DISCUSSION OF GENDER IN SPORTS | DEBATE SOBRE EL GÉNERO EN EL DEPORTE | 体育中的性别讨论|

Muito boa noite, pessoal de casa que está nos assistindo,

vocês já estão chegando aqui na nossa live.

Não deixem de deixar o seu comentário,

digam de onde vocês estão vindo,

a gente vai estar acompanhando o chat aí junto com vocês.

E hoje a gente tem um tema muito interessante pra tratar,

muito atual, inclusive.

E mais uma vez eu estou aqui na bancada,

nessa bancada incrível com Diego Rosa,

o paulista mais carioca que eu conheço.

Tudo bom, Diego?

Boa noite, Arthur. Tudo bem?

Hoje vamos falar sobre um tema polêmico, né?

Polêmico, mas necessário a se discutir.

Com certeza.

Que é a presença de atletas trans no esporte feminino.

Até que ponto isso é válido?

A gente está tendo algumas discussões nos Estados Unidos,

algumas leis sendo aprovadas.

E hoje a gente está com a bancada de peso aqui, hein?

Somente no feminino, Diego?

Vamos ver. Vamos descobrir isso.

E hoje a gente está trazendo aqui

ninguém mais, ninguém menos que duas figuras do esporte

que hoje atuam na política.

Já estão aqui com a gente,

Ana Paula Henkel e Maurício Souza.

Medalhistas olímpicos.

Medalhistas olímpicos, inclusive.

E Maurício é deputado federal

e Ana Paula é comentarista política.

Eu vou dar primeiro,

como eles estão remotos aqui com a gente,

primeiro, boa noite às damas.

Então, muito boa noite, Ana Paula.

Está nos ouvindo aí.

Muito boa noite.

Muito bom estar aqui com vocês.

Mais um debate,

já participei de um debate aí também,

mesmo assunto.

E um prazer enorme estar com o nosso querido Maurício aqui.

Ele está na política, eu não.

Eu só comento.

Eu deixei a bomba maior para ele lá dentro do parlamento.

Mas a gente fica aqui torcendo e dando todo o apoio.

O Maurício é um cara que a gente respeita muito,

que, assim como eu,

carregou a nossa bandeira no peito durante tantos anos,

tem um amor pelo Brasil,

que eu acho que é o que conta hoje,

e que está sendo demonizado, sim,

esse patriotismo,

esse amor pelo Brasil.

E hoje, no nosso debate,

o amor e a defesa das mulheres.

Essa hipocrisia aí a gente precisa expor.

Muito bom estar aqui com vocês.

Maravilha, Ana.

Um prazer todo nosso.

Boa noite, Maurício.

Como é que você está?

Boa noite, Arthur.

Prazer estar com vocês aqui.

Obrigado pelo convite.

Agradecer a Paula também.

Boa noite, Ana Paula.

Primeiro, sou seu fã.

O trabalho que você está fazendo,

e tudo que vocês estão sofrendo, afinal,

todos que nós defendemos,

somos de direita, na verdade,

a gente sofre retaliações.

Então, nós temos uma missão muito grande pela frente.

E hoje iremos esclarecer algumas coisas aqui, certamente.

Diego, vamos começar aqui a nossa pauta da noite?

Por que a gente trouxe esse assunto pra hoje?

Porque recentemente, lá nos Estados Unidos,

nove estados americanos aprovaram uma lei,

aprovaram leis parecidas, na verdade,

que proíbem atletas trans disputarem

competições em categorias femininas.

Queria levar essa pergunta pra Ana,

saber o que ela pensa sobre isso,

se ela tem acompanhado esse movimento,

e por que esse tipo de lei é importante.

Bom, eu acho que antes de entrarmos aí

em alguns aspectos técnicos sobre esse debate,

acho que é muito importante sempre deixarmos o disclaimer

que esse não é um debate sobre identidade social.

Identidade social, como as pessoas querem viver suas vidas,

isso é uma prerrogativa de um foro muito pessoal.

E eu acho que tem que ser respeitado

como as pessoas querem viver,

isso é absolutamente uma prerrogativa individual.

No entanto, primeiro,

você escolher como você quer viver a sua vida,

isso não te dá direitos automáticos,

você não passa a ter direitos automáticos

achando que porque você faz parte de AB,

ou ser categoria na sociedade,

você simplesmente vai adquirir alguns direitos.

E segundo,

o esporte não olha para a identidade social da pessoa,

o esporte é, na verdade,

o campo mais inclusivo que existe no mundo.

Ele não olha religião,

ele não olha opção, orientação sexual,

ele não olha a cor da sua pele,

ele não olha nada,

ele olha apenas e nada mais

do que a identidade biológica das pessoas.

A própria carta do Barão de Combertã,

ela protege as mulheres,

está escrito ali que é necessário proteger as mulheres.

Então, esse debate não é, em momento algum,

sobre a identidade social.

E os estados que já passaram um mês aqui

para proteger as mulheres,

porque esse, na verdade,

é o perigo que a gente tem que evitar.

Não é um debate sobre inclusão de transexuais

no esporte feminino.

Esse debate é, na verdade,

sobre exclusão de mulheres,

porque essa falsa inclusão,

ela exclui mulheres.

Ah, mas é só uma.

Não interessa, pode ser 50 ou uma,

que essa uma mulher está com o seu direito biológico

não protegido.

Então, esse é um debate que,

aqui nos Estados Unidos,

por incrível que pareça,

uniu as feministas,

uniu mulheres da direita, da esquerda,

do Partido Democrata,

do Partido Republicano.

Existe uma histeria muito pouca,

uma minoria,

minoria na questão numeral mesmo,

de pessoas que querem empurrar

essa agenda nefasta contra as mulheres,

mas a grande maioria das mulheres

democratas, republicanas, independentes,

elas estão aí imbuídas e focadas

em defender as mulheres,

as meninas, no esporte escolar,

no esporte universitário

e também no esporte profissional.

E, olha, já são 27 Estados

que passaram...

Já são 27.

Leis 27.

Que passaram leis que protegem as mulheres.

E essa é a maravilha do federalismo americano,

porque assim que Joe Biden,

para finalizar o meu primeiro comentário,

assim que Joe Biden assume a Casa Branca,

em janeiro de 2021,

ele revoga exatamente

essa...

uma proteção que a administração Donald Trump

tinha colocado em relação ao esporte feminino

e autoriza que atletas trans

sem...

no questions asked,

sem o melhor...

a menor pergunta,

ingressassem em esporte,

em competições femininas.

E aí os Estados, eles reagiram

e passaram de maneira significativa

as leis que protegem as mulheres.

Então aí nos Estados Unidos

até as feministas e outras pessoas mais à esquerda,

digamos assim,

estão sendo a favor desse projeto?

Aqui e no Reino Unido.

No Reino Unido também

existe um movimento das lésbicas

muito grande nos Estados Unidos

e esse movimento entrou em conflito,

às vezes até físico,

com a comunidade trans,

que tem protestos

porque elas querem proteger as mulheres.

Já tem mais ou menos uma semana

que tem uma hashtag aqui nos Estados Unidos

que está nos trending topics,

o tempo todo,

que é LGBT sem o T.

Porque a comunidade gay

aqui dos Estados Unidos

não está apenas enfurecida

com essa exclusão de mulheres no esporte,

mas também agora com esse movimento trans

que quer levar o show trans

para crianças de 9, 10, 8, 6 anos.

Então a comunidade gay séria dos Estados Unidos

está bem empenhada em dizer

que esse movimento atual,

LGBT, QI, YZ, sei lá quantas letras,

que eles não fazem parte disso.

Eles querem apenas ter suas vidas respeitadas,

viver em paz,

como era no passado.

E agora vem o T que eles disseram

que está de fato excluindo as mulheres

do seu espaço feminino.

E, Maurício, você apresentou aqui no Brasil

um projeto de lei que segue um pouco essa linha.

Eu queria saber se ele foi bem recebido no Congresso.

Eu apresentei esse projeto de lei

e foi muito bem recebido.

E acho que também o Brasil tem que seguir

essa mesma linha dos Estados Unidos,

assim como a Ana Paula falou.

E não se trata realmente de nenhum tipo de preconceito,

e sim de defesa das mulheres.

Federações hoje têm o poder,

tanto a Federação Nacional quanto a Internacional,

de definir essas diretrizes.

Só que elas não fazem por medo,

por pensar que vão ser canceladas também.

Mas não é sobre isso,

a gente está falando sobre a liberdade das mulheres

fazerem aquilo que amam

e que elas pagaram um preço muito grande

durante toda a sua história

para poder hoje fazer o que elas amam no esporte.

E não é justo atletas trans competirem com mulheres,

tirarem os espaços das mulheres,

que no Brasil já está havendo uma onda muito pesada

de pessoas trans se preparando

para poder entrar no esporte feminino.

Então você imagina só como vai ser daqui a alguns anos

quantas mulheres vão perder os seus espaços aí.

Entendeu?

Vocês dois vieram do vôlei,

os dois medalhistas olímpicos.

Olhando para o vôlei,

quais são as diferenças entre o vôlei masculino e o feminino?

Existe uma diferença na altura da rede,

no jeito de jogar?

Eu queria ouvir isso um pouco de vocês,

porque existe um argumento que,

o vôlei, por exemplo, não é um esporte

que tem um contato físico imediato,

como o futebol, como o basquete ou até mesmo o luta.

No vôlei existe essa diferença?

Sim, a rede feminina é 2,24 e a rede masculina é 2,43.

E a velocidade é muito maior,

mas nós estamos falando não apenas das questões físicas do esporte em si,

a rede mais alta, por exemplo,

mas nós precisamos discutir,

e isso é inegável,

as questões físicas humanas.

A biologia humana você não tem como mudar,

a genética humana você não muda,

a genética você não muda.

Então, existem alguns estudos aqui

para a gente aplicar nesse debate,

e aí é curioso que

eu participei de uma sessão na Câmara em 2019,

uma sessão pública exatamente para debater

algumas leis que poderiam ser discutidas

sobre a proteção das mulheres no esporte,

e o outro lado também estava lá,

foram seis horas de discussão,

a Tiffany Abreu estava lá,

jogadora trans que atua aí no Brasil,

e durante seis horas o meu lado

só ouviu inclusão, inclusão,

porque os trans morrem,

porque os trans isso...

Olha, não é um debate sobre inclusão,

é um debate sobre aptidão física no sentido biológico da coisa,

sobre genética humana,

e todos os dados que nós levamos lá,

eu estava acompanhada do doutor Marcelo Franklin,

que é advogado especialista em doping,

em dopagem da E5B,

que sabe todas as taxas de hormônios e tudo,

e durante seis horas nós apresentamos dados assim,

que não foram contestados em nenhum momento,

nenhum momento,

e curioso que no final dessas seis horas,

ali na saída,

uma pessoa do lado de lá,

eu não vou citar o nome, claro,

chegou para a gente,

para o doutor Marcelo e para mim,

e disse o seguinte,

olha, parabéns, vocês me fizeram mudar de lado,

porque eu não tinha a menor noção

do que vocês trouxeram hoje aqui.

Como, por exemplo,

eu comecei a atuar na seleção brasileira

em infanto juvenil, aos 16 anos.

Desde os 16 anos,

desde os 16 anos até 38,

quando eu parei de jogar,

eu fiz teste antidoping,

dentro e fora de competição.

Eu cansei de receber auada na minha casa,

aqui em Los Angeles, no Rio de Janeiro,

em vários lugares, na Alemanha, na Noruega,

em hotéis que a gente estava concentrada,

sem aviso prévio,

simplesmente para fazer um teste surpresa,

um teste doping surpresa,

para ver se eu havia usado alguma substância

e a testosterona no corpo da mulher,

qualquer nanograma ali,

de testosterona no corpo da mulher,

faz uma diferença muito grande.

Ou seja, aos 16 anos,

eu passei a ser policiada de maneira correta,

porque nós queremos um esporte limpo,

dentro e fora das competições.

A pergunta que fica é a seguinte,

enquanto eu, com 16, 17, 18, 19, 20,

toda a minha adolescência estava crescendo

na minha maturidade biológica feminina,

o que...

Vamos pegar a Tiffany, por exemplo.

O que a Tiffany, como o Rodrigo,

o que estava acontecendo no corpo da Tiffany?

Ela, como homem, naquela época,

estava sendo bombardeada por testosterona,

16, 17, 18.

Então, enquanto eu era policiada,

eu e todas as mulheres,

os homens continuavam sendo favorecidos

por todas as benesses da testosterona,

pulmões maiores, capacidade cardiorrespiratória,

três, quatro vezes melhor que a nossa,

o coração é maior,

exatamente por isso que tem essa capacidade cardiorrespiratória melhor,

centro de gravidade diferente,

a fibra muscular é diferente,

a estrutura óssea é diferente,

e as mulheres sendo ali policiadas.

Então, quando chega aos 30 anos,

eu passei os 16 aos 30 anos limpa,

sem absolutamente nada,

enquanto a Tiffany,

ela usou da testosterona,

enquanto o Rodrigo, durante 30 anos.

O corpo já está totalmente formado.

Como a Tiffany quer viver a vida dela,

repito, é prerrogativa de foro pessoal,

e isso deve ser respeitado.

É bem-vinda no esporte?

Claro que é, como técnica, como assistente,

como psicóloga, como, enfim, mas como atleta.

Se a Tiffany ingressa na seleção brasileira,

ela tira a vaga de uma menina,

que assim como eu, desde os 16 anos,

não pôde tomar testosterona,

não pôde pingar um colírio no olho,

porque dava doping,

não pôde usar um creme depilatório nas pernas.

Quando nós chegamos na seleção,

sem me alongar muito,

já me alongando,

a gente não pode tomar uma aspirina

sem perguntar para o médico

o que a gente pode tomar.

O Maurício pode falar também disso.

Então, não é justo que uma menina fique de fora

de uma seleção, ainda bem que a E5B

não autoriza atletas trans

nas competições internacionais,

assim como a Sebastian Kohl,

agora da Federação do Atletismo,

também estabeleceu isso.

Então, não é justo com uma menina,

uma menina que fique de fora da seleção,

não é justo, porque nós somos policiadas

desde os 16 anos de idade.

É isso que explica, então,

o caso da Tiffany, antes Rodrigo.

O Rodrigo não foi um atleta de muita expressão,

esportivo, digamos assim.

Não.

Como a maioria dos casos.

E quando ele migrou para a Liga Feminina,

ele se tornou o maior pontuador da Liga Feminina.

É toda essa explicação da Ana

que faz o atleta trans performar melhor.

Então, Maurício.

O lance da Leah Thomas, por exemplo,

da natação, que não tinha expressão também na natação

e bateu todos os recordes de natação.

É isso que a Ana falou, é muito pertinente.

O meu projeto de lei proíbe em competições nacionais também.

Como eles proíbem internacional,

o meu projeto de lei proíbe nacionalmente.

Aqui a gente fala que a Constituição nossa defende

que o esporte é para todos, e ele é para todos.

Eu acho que o esporte muda,

é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento

de novas gerações.

E não é usado no Brasil, não é explorado.

Exatamente é aí que eu quero atuar no meu mandato.

Eu quero a geração mais forte.

Então, vai ser nas crianças que eu vou investir.

Talvez isso não se torne algo no momento tão expressivo,

mas no futuro eu vou colher com os seus, tenho certeza disso.

E no esporte, hoje em dia, no Brasil, principalmente no mundo,

estava vindo essa onda aí de atletas trans.

E muita gente não falava nada.

E eu sempre me posicionei, quem me conhece há mais tempo

sabe que eu sempre tive um posicionamento,

tanto político quanto sobre isso.

Eu sempre fui muito criticado e odiado pela comunidade LGBTQIA+,

por estar na seleção brasileira e me posicionar dessa forma.

Ninguém faz isso.

Eu acho que vocês, Diego e Arturo e Ana,

sabem muito bem que poucas pessoas se posicionam,

pessoas públicas, se posicionam pelo medo do cancelamento,

aquilo que aconteceu comigo.

E eu fui para cima, e hoje sou reconhecido no Brasil,

mais até por ter defendido essa pauta das crianças

do que este campeão olímpico.

Então, para vocês terem noção de como o Brasil é um país conservador

e preza pelas coisas tradicionais.

Então, o meu projeto de lei, ele se trata muito bem disso

e fala que também se atletas e federações não cumprirem

as normas regulamentárias do esporte,

elas vão ter multa e exclusão conforme o regulamento.

Então, uma coisa que eu espero que passe,

espero que passe na Câmara dos Deputados,

vai ajudar muitas mulheres e futuras atletas também.

Porque eu tenho certeza que pessoas que estão se preparando,

atletas trans estão se preparando não só no voleibol

como em outros esportes também,

eles levam muita vantagem, é uma vantagem absurda.

Por mais que tenha feito um tratamento de hormônio,

não equivale às mulheres.

A musculatura, assim como ela falou, a musculatura masculina é muito mais forte.

O peitoral masculino é muito maior, a garganta é muito mais grossa,

é muito mais vantagem para o atleta trans competir com as mulheres.

Assim como você falou do Rodrigo, hoje Tiffany,

na época que ele jogava ele era mediano, um atleta mediano,

e hoje ele é um dos melhores do Brasil e do mundo.

A própria Lia, Lia Thomas, campeã mundial,

é a pena das mulheres poder ouvir aquela cena da Lia em cima do pódio,

cheia de medalha, campeã mundial,

e as outras mulheres com aquela cara de tristeza, mas sem poder falar nada.

Então, se a gente, eu ou a Ana Paula,

não se posicionar a favor das mulheres, em defesa delas,

ninguém vai, ninguém vai.

A gente tem que explicar para as pessoas como que funcionam as coisas.

A própria atleta de MMA, que é um atleta trans, quase matou a mulher,

outro exemplo de como que funciona.

É muita desigualdade, então nós temos que frear essa onda que está vindo aí,

assim como nos Estados Unidos está sendo feito,

comunidades LGBT indo contra esse tipo de coisa,

que no Brasil também tem que se tornar lei.

Mas por que, gente...

Posso só deixar um dado aqui rapidamente?

Claro, claro.

Porque o Maurício mencionou, o homem é diferente,

claro que isso é óbvio,

a gente não precisa fugir da quinta série

para falar um pouco de genética e biologia humana.

No entanto, a recomendação,

e isso é importante a gente colocar,

a recomendação do COI, do Comitê Olímpico Internacional,

não é regra, não existe lei, não existe regra.

É uma recomendação e aí as federações de cada esporte

decidem se vão autorizar ou não atletas trans.

A recomendação do COI é que atletas trans

podem participar de competições femininas.

Antes tinha até que fazer cirurgia,

agora nem cirurgia de mudança de sexo precisa.

A única coisa que ele precisa ou ela precisa provar

é 12 meses de testosterona

abaixo de 10 nanomols por litro.

12 meses, um ano de testosterona

abaixo de 10 nanomols por litro.

No entanto, nós, mulheres,

a nossa capacidade máxima de testosterona,

de nanomols por litro,

fica entre 2,8 e 3,1.

Ou seja, mesmo a atleta trans,

que tem 9% de testosterona e está apta a competir com as mulheres,

ainda tem três vezes mais testosterona do que as mulheres.

Ou seja, não adianta vocês ficarem gritando

homofóbicos, transfóbicos,

vocês não têm os argumentos embasados na biologia,

vocês na verdade são misóginos,

vocês não gostam de mulheres,

vocês querem colocar mulheres numa espiral de silêncio

para que nós não continuemos a lutar pelo nosso lugar.

Ora, Martina Navratilova,

que é homossexual assumida,

casada com uma mulher há muitos anos,

que foi treinada pela René Richards,

que é uma trans,

as duas que vivem até no meio ativista das pautas LGBT,

elas são contra,

elas são contra e elas foram canceladas também.

Então, não importa.

O que nós temos visto hoje é uma turma de jacobinos

querendo simplesmente guilhotinar aqueles

que não vão contra a agenda que eles impõem,

que prejudica as mulheres.

Tem mundo que está sendo amzugado,

porque o polêmico vem lá,

e chega as mulheres com o homossexualismo,

para falar que lutam pela terra,

para proteger as r�든as e das áreas abertas.

E aí, eles conceivedm isso e,

afinal, o monde gay se mostra uma parte clássico gay

e não os biseningui.

Senão falem,

vocês não gostam de mulheres

e querem nos colocar numa espiral de silêncio.

Seja a Ana, seja a Caitlyn ou seja a Martina,

mas essa espiral de silêncio não existe mais.

Ana, você sente que isso é algo científico?

Parece um critério científico,

porque você colocou a questão dos nanomoles,

mas você mesmo já demonstrou

que uma mulher jamais consegue chegar

até esse nível de testosterona.

Qual é o critério disso?

Porque você mostra empiricamente

essa questão da diferença do corpo masculino para o feminino,

só para a galera de casa e a gente que está aqui na mesa

entender um pouco do que o Comitê estipula isso.

Foi arbitrário,

não foi nada baseado em absolutamente nenhum estudo,

mas se uma mulher decide tomar testosterona

e chega nos 5, por exemplo...

Que é a metade do recomendado.

Essa mulher é banida do esporte.

Essa mulher tem as suas medalhas

retroativamente arrancadas dela.

Então, não é justo em nenhum momento.

Desde o começo não é justo.

Existem dados, vocês estão falando de dados,

de um debate baseado em situações empíricas,

existem dados da Federação Americana de Atletismo e Natação,

estamos falando de esportes individuais,

onde os dados podem ser olhados de maneira muito objetiva.

Por que os Estados Unidos são a potência que eles são,

esportivamente falando?

Porque eles acompanham seus atletas desde 6, 7, 8, 9 anos.

E existem dados dessas duas federações que mostram

que os meninos e as meninas,

eles já têm números completamente diferentes

aos 6 anos de idade.

Na adolescência, com a tonelada de testosterona que os meninos têm,

essa diferença fica ainda maior.

E o curioso é que mesmo um homem trans,

uma pessoa que nasceu mulher e faz a transição para o sexo masculino,

essa pessoa pode tomar o que quiser de testosterona

que ainda não consegue competir de igual para igual com o homem.

Simples assim.

Maurício, vocês dois na verdade tiveram uma carreira muito vitoriosa no esporte

e tiveram que lidar com a imprensa esportiva durante todo esse tempo.

Por que a imprensa que se diz tão simpática à pauta do esporte feminino

não aborda essa questão e não tenta demonstrar tudo isso que a Ana Paula acabou de falar?

Primeiramente, a imprensa são pessoas normais

e essas pessoas normais tem medo do cancelamento.

A comunidade LGBTQIA é brutal.

E não é pela causa, não é quem fala, o que fala.

Eles têm medo também desse cancelamento

e é por isso que eles não se posicionam em defesa das mulheres.

Muita gente hoje em dia, assim como nos Estados Unidos,

vai seguir essa mesma linha de defender as mulheres.

Isso não é exclusão.

Eu, Maurício, penso da seguinte forma,

que no Brasil tem que ser feita uma federação para transnegros.

E elas têm total direito de competir.

Tem total direito de competir.

O esporte é maravilhoso. Por que não?

Faz a federação transgênero e elas vão ter o campeonato delas.

A gente não quer escolher de forma alguma.

A gente só quer proteger as mulheres.

Então, nesse parâmetro aí, a imprensa brasileira,

além de ser a grande mídia na realidade falando,

além de ser de esquerda, totalmente de esquerda, que arrebenta a direita,

eles têm medo de se posicionar, por mais que saibam que isso é errado.

Isso é um fato.

A gente vê aí a principal media de transmissão no Brasil,

que é a Rede Globo, ela é totalmente pautada no progressismo,

no liberalismo e tal, nos reality shows,

o absurdo que acontece, eles colocam de propósito

para tentar mudar a cabeça das pessoas,

de uma hora para outra, que a gente vai conseguir

colocar na cabeça das pessoas,

porque a gente está tentando proteger as mulheres,

porque a gente não é homofóbico, eu não adicio, eu sou paião.

Minha filha tem três anos.

Eu quero que daqui a cinco, dez anos, quando ela começar a praticar o esporte,

ela pratique com meninas,

porque crianças já estão preparadas para isso.

Hoje em dia, crianças já estão mudando de sexo.

Crianças. Não tem como.

É num país que permite esse tipo de coisa ser levada a sério.

Eu trouxe um caso aqui que eu queria comentar,

eu queria saber de vocês dois.

Eu ia direcionar primeiro para o Maurício,

que é um caso do Avey Silverberg,

que ele é um treinador da equipe de halterofilismo do Canadá.

Ele se identifica como homem,

ele treina a equipe feminina de halterofilismo.

O que é halterofilismo?

Levantamento de peso.

Entendi.

E tinha uma atleta trans lá que entrou para a competição,

venceu e quebrou o recorde mundial de halterofilismo feminino.

E aí esse treinador dessa equipe feminina,

para mostrar justamente essa flexibilização da entrada de trans em esportes e tal,

ele de barba feita e tudo, sem cirurgia, sem nada,

ele só falou, não, eu vou competir como mulher,

me identifico como mulher trans, foi lá, competiu.

E assim, na primeira, primeiríssima vez, levantou o peso lá e bateu o recorde da atleta trans.

Como forma de protesto.

Como uma forma de protesto, né?

E eu queria justamente perguntar para vocês,

porque assim, vocês vieram do vôlei, né?

Eu queria entender internamente,

porque parece que vocês são dois cavaleiros solitários falando isso.

Você está fazendo algum tipo de movimentação nesse sentido?

Por que a galera não fala a respeito disso dentro do meio?

É justamente por conta desse medo de represárias?

Sim, sim.

Mas eles concordam com vocês?

A maioria concorda que, sei lá, não deveria ser assim, mas não fala nada.

Concordam, o Maurício está certo.

É o medo da guilhotina, é o medo do cancelamento, é o medo do julgamento.

Agora, essas pessoas, principalmente as mulheres,

vocês têm que aprender que quando vocês perdem medo do cancelamento,

porque nós temos os argumentos científicos, biológicos, a genética, a antidopagem,

não tem que ter medo do cancelamento, porque essa é uma defesa das mulheres.

Esse debate não é sobre inclusão.

Esse debate é sobre exclusão de meninas e mulheres.

É claro que eu não vou citar nomes de ninguém aqui,

mas o meu WhatsApp é cheio de mensagens de jogadoras que estão atuando na Superliga.

O que eu falo? Não para de falar, conversa com o presidente da federação.

É medo de cancelar.

O meu patrocinador disse que eu não posso falar sobre isso. Por quê?

Porque tem que pagar o pedágio ideológico para uma esquerda histérica

que não está preocupada com as mulheres, ponto.

Essa gente odeia mulher correta.

Eles estão preocupados com apenas uma agenda de gritaria, de barulho, de histeria.

Vamos discutir inclusão de trans na sociedade? Vamos.

Vamos discutir a real inclusão de atletas trans? Vamos.

Vamos. É um atleta que nasce homem, faz a transição,

quer se sentir como mulher, se vestir como mulher, trocar a identidade social.

Maravilha, mas quer mostrar inclusão?

Continue competindo na sua categoria genética, na sua categoria biológica.

Essa é a verdadeira inclusão.

Você mostrar que a identidade social daquela pessoa

é respeitada dentro do universo biológico dela.

Acho que o medo do cancelamento é bem justificável,

até quando uma figura como o Bernardinho,

que é querido por todos os brasileiros...

Quem odiaria o Bernardinho?

Pois é, teve um episódio ali, né, Maurício?

Acho que meio que se excedeu no jogo, acho que foi contra a Tiffany mesmo.

Sim.

E reclamou, né, de um ponto ali que a Tiffany fez.

Eu não vou repetir a frase dele aqui, porque eu acho que tem um problema no YouTube.

Mas ele foi...

Não foi nada demais a frase, vamos colocar.

Acho que não mesmo, mas ele foi atacado. Uma figura como o Bernardinho, né?

Nós lembramos do que ele falou, né?

Foi automático, uma coisa automática, sem pensar, e pedi desculpa depois,

talvez ter ofendido a jogadora.

Mas voltando um pouquinho sobre o que você falou da mulher levantar mais peso do que o atleta trans,

coloca eu na quadra de um lado e coloca a Ana Paula do outro lado.

O que você acha que vai acontecer com a Ana Paula?

Eu mesmo com o meu testosterona abaixo de 10, né, Maurício?

Ela não tem chance, ela não vai ter chance contra eu.

É como se um...

Você bota lá o Lebron James, abaixa a testosterona de,

e bota pra jogar basquete contra uma jogadora, um exemplo.

Mas, olha, o meu filho hoje tem 22 anos, ele tem 1,98.

Eu não consigo jogar vôlei com ele desde quando ele tinha 15 anos.

E você trata profissional, né?

Com 14, 15 anos já era impossível jogar contra o meu filho.

15, 16 anos.

Agora, vocês querem fazer uma...

Vamos retratar de forma óbvia, né?

Já que você trouxe o nome do Lebron James, vamos fazer esse exercício então.

Convido todos a fazerem esse exercício.

Vamos imaginar o Lebron James de hoje, atual lenda da NBA.

Lebron James resolve fazer a transição pro gênero feminino.

Ele passa um ano, só um ano, não faz cirurgia nenhuma de mudança sexual.

Passa um ano com bloqueador de testosterona e fica ali até 10 nanomols por litro.

Em um ano, ele pode jogar a WNBA.

É justo com as jogadoras da WNBA.

Tudo conquistado no corpo dele com a testosterona vai ser revertido em um ano.

30 anos de bombardeio de testosterona vai ser revertido num bloqueador de testosterona em um ano.

É, realmente.

Ana, e como que isso vai para os esportes universitários?

Porque eu sei que nos Estados Unidos, eles têm uma política de acesso ao ensino superior...

Muito forte, né?

Com bolsas do esporte.

Isso já chegou aí?

Existem meninas que perdem vaga, por exemplo, numa faculdade, numa universidade...

Sim.

Por conta dessa política de gênero?

Sim, claro.

E essa é uma das grandes lutas aí da Caitlyn Jenner, transexual.

Ela fala, eu não posso.

Ainda mais a Caitlyn, que foi campeão olímpico como o Bruce Jenner.

E ela sabe as diferenças biológicas entre um homem e uma mulher.

E a maior preocupação dela é essa.

As atletas que passam pelo ensino médio, que investem anos para conquistar uma bolsa atlética nas boas universidades...

Porque aqui nos Estados Unidos, toda universidade é paga.

Não existe universidade gratuita.

Então, muitos investem na carreira esportiva durante o ensino médio para tentar conquistar uma bolsa atlética em universidades.

E essas meninas estão perdendo essas bolsas para meninos que se identificam como mulheres.

E é claro que as regras estão variando de Estado para Estado, mas aqui na Califórnia existem três ligas estaduais, por exemplo, de vôlei.

Duas delas, você só precisa agora se declarar que você se sente e se identifica como menina.

Imagine, eu que não consigo jogar vôlei com meu filho desde os 16 anos, que ele já tinha 1,95 e já era enorme.

Imagina um menino de 16 anos, de 1,98 que apenas se declara do gênero feminino jogando numa rede de 2,24,

sendo que a rede dele é de 2,43, uma impulsão diferente, fibra muscular mais rápida, centro de gravidade muito melhor do que o da mulher.

Então é muito desonesto. Esse debate é sobre exclusão de mulheres.

Tem uma foto que ficou famosa da própria Lia Thomas, dela pulando bem no início.

Todo mundo preparado para pular na piscina e aí você vê todas as mulheres pulando a certa altura.

E, cara, ela é a única que pula um metro a mais, ela já pula lá na frente.

Eu acho que a Tandara também falou, se não me engano, foi a Tandara que disse em uma entrevista que quando a Tiffany sobe para cortar,

é muito mais alto na rede, dá até um medo.

A Tiffany não gosta desse debate porque nós apresentamos muitos eventos biológicos e científicos.

Vocês tiveram um episódio aí, né, Ana, de discussão, não foi?

Conta um pouco, né?

Não, não.

A gente criticou, a gente falou na imprensa, né?

É, criticou na imprensa, mas é essa história de óbicoísmo, aquela lista de ad hominem que não chega em absolutamente lugar algum.

De novo, eu respeito a vida da Tiffany, quero muito que a Tiffany seja feliz.

Ela é bem-vinda no esporte como algum assessor, técnica, enfim.

E ela tira o lugar de uma menina, porque ela hoje é a maior pontuadora da Superliga, né?

Não tem como a gente negar isso.

E ela foi formada pela maravilha que é a testosterona no esporte, a substância que é a supra-suma no esporte, que é a testosterona,

durante 30 anos.

A Tiffany fez a transição com 30 anos, depois que o Rodrigo jogou ligas masculinas de vôlei na rede 2 e 43, durante 10, 12, 15 anos.

Então, não é justo com as mulheres, não é nada contra a Tiffany, é a favor das mulheres.

Rapidamente, para quem quiser fazer essa pesquisa, muito interessante, da maravilha que é a testosterona para as mulheres.

É só voltarmos nos anos 70, por exemplo, o que a Alemanha, nos anos 60, 70, o que a Alemanha Oriental fazia com as suas atletas corredoras do atletismo.

As atletas, elas engravidavam dos seus técnicos.

Quando você engravida, você tem um pico altíssimo de testosterona, durante ali alguns meses da sua gravidez, e aí elas abortavam.

E aí elas engravidavam, e aí elas abortavam.

Foram milhares, eu estou falando de 100, de 10 mil mulheres, 20 mil mulheres, ao longo de muitos anos,

a Alemanha Oriental usando essa técnica para ter o pico, a gravidez subir o pico de testosterona,

a atleta ganhar massa muscular, ganhar força, ganhar velocidade, e aí elas abortavam.

E assim era feito sucessivamente.

Ou seja, a testosterona, qualquer gotinha no corpo de uma mulher, é um ganho inacreditável.

Eu sei que é uma pergunta retórica, mas eu acho que é importante a gente fazer até para o pessoal de casa.

Eu imagino que também seja uma pergunta recorrente do pessoal que está acompanhando a live.

Por que o inverso a gente não vê? Por que não acontece? O que vocês têm a dizer?

O inverso não tem como acontecer. Você nunca vai ver mulheres que se sentem e o homem competir com homens, não.

Isso aí não acontece, nunca vai acontecer.

Mas, voltando um pouquinho, a questão do tempo de tratamento hormonal.

E um homem, por exemplo eu, colocando eu como exemplo, eu tratar três anos, no último ano eu fico com a minha taxa hormonal abaixo de 10,

eu posso competir com as mulheres, eu sei, e eu me sentindo mulher, não preciso nem, não posso falar,

eu me sinto mulher que eu vou competir, certo?

Eu vou ter o melhor salário do Chile, eu vou ser o melhor jogador, um dos melhores jogadores do Brasil,

e eu estou tirando espaço de uma mulher.

Vocês imaginam só se isso cai para crianças, falando de crianças.

Se for sua filha, né?

Se for minha filha, você imagina um homem que se sente mulher, um trans, vai jogar vôlei com a minha filha e dá uma bolada na cara dela.

Porque a impulsão de um homem, por exemplo, ativo ou alternativo, quando ela salta na rede hoje,

você viu, o peitoral dela para cima da rede.

É igual eu jogar contra o Muzeski, o russo, o outro central.

Para eu conseguir pegar ele, eu tinha que saltar com a mão para trás, para poder tocar na bola dele.

Eu vi o peitoral dele para cima da rede quase na barriga.

Então, isso que a Tandara falou, e ela foi cancelada e criticada por ter falado o que as outras jogadoras pensavam e pensam,

e não tem coragem de falar, prefere perder espaço.

Não é só no vôlei, é em outros esportes também, em boxe, enfim, em todos.

É por meio do cancelamento.

Mas, a hora que você vê um atleta mais forte, um atleta mais forte,

saltando quase a rede para atacar a bola, segurando o braço, decidindo nos últimos pontos do set,

a diferença é muito grande.

E a gente não quer isso para uma nova geração, para meninas que estão vindo aí,

que percam espaço no esporte.

A gente está realmente voltando a defender as mulheres.

Já que elas não têm essa coragem para falar, eu estou aqui para falar, uma boa tempo para falar.

E é por isso que eu criei esse projeto, entendeu?

Em defesa das futuras atletas do Brasil.

Ana, eu queria te fazer uma pergunta técnica.

Você já falou disso, mas eu ouvi comentários aqui, e ainda é uma dúvida do pessoal essa questão dos 10 nanomols e tal.

Explica um pouquinho melhor como é que funciona isso.

O que é?

A gente sabe que o nanomol ali é uma medida, uma quantidade de testosterona do homem e tal, e da mulher.

Então, só explica um pouco melhor essa questão técnica, só para não ter nenhuma dúvida para o pessoal de casa, por favor.

Bom, vamos lá.

Nanomol é uma medida que você mede partículas,

você mede mais que na questão hormonal, é um universo muito grande, microscópico, digamos assim.

As mulheres, nós temos em média entre 2,8 e 3,1 nanomols por litro de sangue.

Existe uma corredora que algumas pessoas, algumas mulheres, elas têm disfunções hormonais,

e essa testosterona, ela pode chegar a 5, como uma corredora agora semênia.

E você vê que a mulher tem uma aparência mais masculinizada, porque ela tem uma produção endógena de testosterona.

O que é a produção endógena?

É a produção natural, é a produção normal.

Uma testosterona exógena é aquela que você toma, é artificial.

Algumas mulheres que têm essa produção endógena, a natural, elas são obrigadas a baixar o nível de testosterona.

Nós tivemos casos no Brasil, na Índia, em vários lugares,

que mulheres foram suspensas porque a produção de testosterona endógena delas era muito alta,

superava essa média de 2,8 a 3,2 mais ou menos.

Então, peraí, você tem uma produção além da conta, mesmo sendo mulher, precisamos baixar a sua testosterona.

O homem tem uma produção absurda de testosterona que pode chegar a 4 vezes, 5, 6 vezes mais do que a mulher, porque é homem.

Arbitrariamente, o COI decidiu o número 10, porque não tem estudo nenhum, é 10, é 12, é 15, é 5, simplesmente 10.

Foi uma decisão arbitrária, não teve estudo, não teve consulta médica, não teve comissão médica barra atleta, nada.

Foi um número que um comitê de cinco médicos ativistas tirou da cabeça, 10.

Esse número, vamos supor que a atleta trans, como homem, tinha uma testosterona 22.

Bom, pra você poder competir com mulheres, você tem que chegar a 10 durante um ano.

E aí a atleta trans toma o bloqueador de testosterona e todo mês vai medindo a sua testosterona.

Quando ela consegue provar que ela está a um ano, 12 meses, abaixo de 10, pode ser 9.

Mas o 9 ainda é 3 vezes mais do que eu, do que qualquer mulher.

Ela pode competir com mulher.

Ou seja, as mulheres perdem em qualquer cenário.

Em qualquer cenário.

E uma mulher que faz a transição para o gênero masculino, ela pode chegar a testosterona 20, que ela não consegue competir de igual para igual com o homem.

Essa era a pergunta, inclusive, que eu ia fazer na sequência, porque você falou dos 10 nanomols.

Mas você falou que, em média, as mulheres produzem 2,8, se eu não me engano, foi isso?

Isso.

Tá. Agora, se, por exemplo, o comitê olímpico lá, sei lá, a galera chegasse e falasse,

ah, então vamos diminuir de 10 para, sei lá, 3 nanomols.

Ainda assim, ficaria desonesta essa competição?

Ainda assim ficaria desonesta, por quê?

Agora a Federação Internacional de Atletismo quer diminuir para 5, para eles.

Mas por que ainda é injusto?

Porque não há nenhum estudo que mostre que se você diminuir o número de 10 para 5, ou de 20 para 10, depois para 5, ou para 3, como você disse,

não há nenhum estudo que mostre que todo o ganho corporal foi revertido.

Não existem estudos que mostrem que o coração diminuiu, que os pulmões diminuíram,

que a densidade óssea agora é uma densidade óssea parecida com a feminina,

que a fibra muscular rápida que o homem tem agora é uma fibra muscular mais feminina.

Não existem estudos que mostram a reversão do ganho corporal da genética masculina parecido com a feminina.

Existe um estudo sobre atletas, não atletas trans, perdão, pessoas trans aqui no Exército Americano.

E o estudo mostra exatamente que mesmo depois de um, dois anos,

aqueles que fizeram a transição para o gênero feminino continuaram correndo mais que as mulheres, fazendo mais abdominais, saltando mais.

Resistência física, não?

Toda a resistência física do treinamento físico militar continuou comparado mais perto do masculino do que do feminino.

Esse estudo está na internet.

Pessoal, a gente vai se encaminhando já para o nosso final.

Eu queria fazer uma última pergunta para os nossos convidados,

porque é uma coisa até que o Maurício comentou, que é muito importante também,

para não parecer justamente que estamos aqui simplesmente contrários a essa questão da inclusão.

A Ana Paula muito bem comentou a respeito de não ser uma inclusão e ser uma exclusão nesse caso,

mas eu queria entender de vocês, vou começar pelo Maurício,

o que então deve ser feito?

Porque a Ana comentou que não é algo direcionado, não é direcionado simplesmente a Tiffany ou a esses outros atletas,

só que de um ponto de vista biológico, através dos dados, através das estruturas biológicas,

a gente percebe que há essa desigualdade.

Isso é gritante, isso aparece na mídia, isso a gente vê nos estudos.

Então, o que é preciso ser feito, Maurício, Ana?

Eu queria uma resposta de vocês dois, vou começar pelo Maurício,

mas para a gente ter de fato essa inclusão dos trans nos esportes?

Olha, eu acho que a gente deveria fazer realmente federações voltadas para trans

e fazer competições entre eles, todos os esportes.

Tem espaço para que seja feito.

Aí sim a gente vai ter a igualdade que a gente tanto quer de mulheres para trans.

É isso que eu penso, sei que não vai ser fácil fazer isso, envolve muitas coisas,

financiamentos principalmente, dinheiro, patrocinadores, mas pode começar lá de baixo.

Assim como as mulheres durante tantos anos brigaram pelos seus espaços

e hoje elas são reconhecidas por tal, eles também podem fazer.

Mais uma vez, isso aqui não é nenhum tipo de preconceito, de exclusão dos trans no esporte, não.

É em defesa das mulheres, dos espaços que elas conquistaram.

Então, isso tem que ser mantido.

E eu concordo, a nossa constituição fala que o esporte é para todos

e é realmente, eu sei como muda a vida das pessoas o esporte.

Então, elas têm o espaço delas reservado.

Aí se eu me falo, não, Maurício, mas não tem atleta suficiente.

Aí, por que que não compete com homem então?

Coloca os homens para competir com elas, não as mulheres.

Coloca os homens, porque é isso, e elas vão sentir o que as mulheres sentem em perder o espaço.

Então, vamos separar, vamos fazer o campeonato de trans e de mulheres separadas.

É isso que eu penso, é por isso que eu estou brigando e é por isso que eu criei

esse projeto de lei que proíbe transexuais competirem em âmbito nacional.

Muito bom. Ana, acha que é esse o caminho?

O caminho é uma discussão que começa de maneira intelectualmente honesta.

O problema é que quando há uma histeria de xingamento transfóbico, homofóbico,

você não apresenta absolutamente nenhuma solução para uma parte da população

que merece respeito como qualquer outra parte da população, que é a comunidade trans.

Então, se você não começa do ponto do debate ser saudável e intelectualmente honesto,

nenhuma solução vai ser alcançada.

Se vai ser uma liga trans, se vai ser os homens trans competindo com mulheres

ou as mulheres trans competindo com os homens, ou seja,

nas suas categorias de nascimento biológico, isso tudo faz parte do debate.

Agora, sentimentos e decisões não trazem direitos.

Nós não podemos, por causa de, se eu não me engano, no Brasil,

a comunidade trans é 0,69% da população.

Quanto desse 0,69%, o quanto é composto de atletas?

Não é justo mudar algum 0,0% alguma coisa, por mais importante que aquelas vidas sejam,

em detrimento de toda uma categoria feminina,

de deixar centenas de meninas e mulheres de fora de seus espaços biológicos por direito.

Então, a vida também tem limites.

Nós precisamos respeitar alguns limites.

Nós vivemos numa sociedade hoje que sentimentos parecem trazer direitos, e eles não trazem.

Eu tenho uma amiga aqui nos Estados Unidos, ela até é mais alta que eu, tem 1,86m.

O sonho dela sempre foi ser piloto da aeronáutica, da Força Aérea Americana.

E ela é muito alta, ela não cabe dentro lá do cockpit dos aviões de caça que ela estudou,

que iria ter a vida inteira.

Será que por ela ser mulher, ela deveria começar a cobrar que a Força Aérea Americana

fizesse um avião maior para ela poder realizar o sonho dela?

Então, eu acho que a vida tem limites.

Ou que a Força Aérea é machista, por exemplo.

Ou que a Força Aérea é machista, que não tem um avião do tamanho dela.

Então, nós precisamos respeitar os limites que a vida impõe

e trazer o mínimo de honestidade para um debate sério,

sem essas prerrogativas, não dá para a gente avançar nessa pauta.

Lembrando que não é uma pauta só no Brasil, não é uma pauta só aqui nos Estados Unidos.

Há mais de 60 assinaturas de ex-atletas e atletas olímpicas

numa carta ao Comitê Olímpico Internacional,

do mundo inteiro, alemãs, australianas, francesas, do Reino Unido,

todas pedindo respeito ao esporte feminino.

Que estudos sejam feitos e que eles mostrem se há reversão

de todo o ganho biológico e físico no corpo masculino

quando a testosterona é bloqueada por apenas um ano.

Maravilha. Diego Rosa, muito boa essa live, né?

Muito bom, é um convidado de alto nível, né?

É, alto nível.

Eu queria primeiro agradecer a presença de vocês, Ana, Maurício.

Uma palavrinha final e como é que as pessoas encontram vocês nas redes sociais, por favor, Ana.

Bom, eu, apesar da carreira de jornalista, escritora agora,

a minha arroba no Twitter continua Ana Paula Voley,

no Instagram também Ana Paula Voley,

e estou todos os dias de 5h45 à 7h30 da noite

na Revista Oeste, no Sem Filtro,

com Rodrigo Constantino,

mestre Augusto Nunes,

Sílvio Navarro, Paula Leal,

estamos lá comentando as notícias do dia,

e aos domingos, às 8h da noite, no 4x4.

E um abraço a todos, muito bom esse debate,

é importante, é importante que foquemos

no respeito da identidade social de cada um

e no respeito do espaço biológico das mulheres também.

Esse debate é sobre excluir meninas e mulheres

de seus espaços.

Maurício?

Boa noite a todos, eu agradeço.

Realmente é um debate que a gente quer debater,

mas eles não aceitam, eles querem brigar, xingar a gente,

falar que nós somos homofóbicos,

transfóbicos e tudo mais, mas não é.

A gente está aqui para defender as mulheres,

e nós vamos até o fim.

Então se tiver algum prejuízo, a gente vai pagar,

para que lá na frente as mulheres nos agradeçam.

Porque tem alguém lutando por elas,

pelo direito de elas continuar nos seus espaços.

Tá certo?

Boa noite para vocês, fiquem todos com Deus,

contem comigo aí.

Como é que a gente acha nas redes sociais, Maurício?

Ah, é.

As minhas redes sociais é Maurício do Vôlei,

Instagram é Maurício do Vôlei.

Todo mundo é do Vôlei, não negam as origens.

Normalmente é assim que acontece, já que vocês não sabem,

quem joga vôlei, até o e-mail é Maurício do Vôlei e tal.

É tipo um pré-requisito, entendeu?

Tem que ser.

Você entra para o vôlei e você cria o e-mail.

Se eu fosse medalhista olímpico,

o meu ia ser Diego, arroba, medalhista olímpico.

Olha, é um narcisista pra caramba, Diego.

Ana, você queria complementar alguma coisa?

Não, eu só queria agradecer ao Maurício.

Agradecer ao Maurício pelo empenho de tocar esse projeto aí.

E, curiosamente, os homens estão defendendo as mulheres.

Sebastião Couto, presidente, ex-atleta olímpico,

uma lenda do atletismo olímpico.

Ele, como presidente da Federação de Atletismo,

agora, essa semana...

Semana passada, baniu trans que passem pela puberdade masculina.

Eles não vão poder competir mais na categoria feminina.

E aqui nos Estados Unidos, os homens também criando leis

para proteger as mulheres e com o apoio das feministas

daqui e do Reino Unido.

Acreditem se quiser.

Olha só.

Eu estou vendo aqui os comentários do pessoal de casa.

Queria agradecer.

Vocês ficaram até agora aqui na live.

Véspera de feriado.

Véspera de feriado também.

Comentando aqui na live.

Estou vendo aqui a Regina Cruz falando.

Excelente debate.

Teve um outro aqui.

O Adriano da Silva.

Pauta importante.

Então, assim, compartilhem, pessoal.

Compartilhem essa live com amigos, com familiares,

porque as pessoas precisam saber sobre esse debate,

saber sobre esses projetos, o que está sendo feito também

para poder combater essa desigualdade aí nos esportes.

Muito boa noite, Diego.

Boa noite, Aituba.

Boa noite, Aituba.

Boa noite, audiência também.

Boa noite, Ana e Maurício.

Com certeza.

E boa noite, pessoal de casa.

A gente se vê na próxima live.

Valeu.