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Impérios AD, A História de Portugal (Parte 2): O Império Português

A História de Portugal (Parte 2): O Império Português

Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!

(Fernando Pessoa)

Chutar os mouros de Portugal: Concluído

Arrebentar os castelhanos: Concluído

Ser a primeira nação da Europa: Concluído É muita moral mano!

É...só que ainda tinha um monte de espanhol aqui, e um monte de mouro aqui e aqui: então

isso aqui poderia virar isso aqui de novo, ou isso aqui! E pra isso não acontecer, eles

precisavam disso e disso: mas eles quase não tinham isso, e muito menos isso.

Mas aqui

tinha isso, muito disso! Mas pra chegar aqui, eles tinham que passar por aqui...ou por aqui...e

incomodar esse monte de gente aqui!

E agora? Pergunta D. João I

O seu próprio filho daria uma resposta inacreditável que mudaria a História de Portugal e do planeta:

ele, o professor Xavier lusitano, o Aquaman português: Infante D. Henrique.

O plano dele

chocaria o mundo: Navegar os Oceanos! Ignorando todos os riscos e temores da época, ele colocaria

Portugal como o líder de uma nova Era Global.

E em Sagres, no sul de Portugal, ele criaria

uma escola de navegação lendária pra preparar os navegadores mutantes pra enfrentar as forças

do mal...

Mas tem gente que vai dizer que essa escola é mentira

e que até os navegadores mutantes também são mentira...

Mimimis de lado, é aqui que a verdadeira história começa:

Lisboa!

Em julho de 1415,

240 navios e 50 mil homens partem para o seu teste inicial aqui, a rica e poderosa cidade

muçulmana de Ceuta, no norte do Marrocos. Com um forte espírito de cruzada, os portugueses

conquistam a cidade e sobre suas cinzas nasceria o grande Império Português, em agosto de 1415.

Agora, Portugal teria os recursos para financiar

seu maior e mais ambicioso projeto: A Grande Era dos Descobrimentos.

Portugal, e especialmente

Lisboa, seria um imã do que havia de melhor nas artes, cultura, ciência e tecnologia

naval durante todo o século XV e XVI.

Caravelas, Naus, Carracas e Galeões: tudo invenção

dos Portugas e até ele, o caolho pegador, Luís de Camões!

E com essa tecnologia era hora de encarar o Alto Mar: eles descobrem o imponente arquipélago

da Madeira em 1419 e os Açores em 1432. Mas a aventura dos portugueses seria impedida

por um obstáculo colossal e insuperável:

O Cabo Bojador, na África. Recifes pontiagudos,

águas rasas e ondas gigantes que destruíam tudo nos penhascos; monstros do abismo. Ninguém

jamais conseguira atravessar o obstáculo físico e mental daquelas águas; os que tentaram

nunca mais voltaram. Era o cabo do medo, o cabo maldito, era o fim do mundo!

Mas não pra ele: o domador de monstros marinhos, o surfista prateado português, ele: Gil Eanes.

Em 1434 ele e seus valentes navegadores enfrentaram e dobraram o Cabo Bojador navegando a Oeste

e pela primeira vez mostraram a humanidade que ainda havia muito mundo pela frente.

Com a moral lá em cima, eles chegam a Guiné e Cabo Verde. E em 1483 eles descobrem um

território que seria não só o berço de dezenas de milhares de portugueses por quase

5 séculos, mas um pedaço de portugal: Angola! Agora, toda a costa africana seria marcada

com Padrões de Pedra, símbolo da chegada Portuguesa, introduzidas por esse mito aqui

Diogo Cão.

Mas para chegar a rica Índia faltava um último obstáculo: o Cabo das

Tormentas, o fim do continente Africano. Se o Cabo Bojador era o inferno, o Cabo das Tormentas

era o Hades, o Orco e o Inferno, tudo junto!

Pra cumprir essa missão, o Rei João II manda

ele, o velho lobo do mar, Bartolomeu Dias.

Em 1488 Portugal fez história mais uma vez

sendo o primeiro país a navegar dois oceanos ao mesmo tempo.

Mas as terríveis monções

da Índia e falta de suprimentos o fizeram voltar a Lisboa bem....

magoado!

Mas ele deixou

tudo pronto para o ato final que colocaria Portugal no topo do mundo no século seguinte.

Mas 4 anos depois, um outro carinha quer chegar na Índia também e ele jura que tem um caminho

melhor: ele, o impostor, o malandro ixpertinho, Cristóvão Colombo. Genovês pra muitos,

português pra alguns, ele procura o rei de Portugal pra financiar sua expedição mas

depois de ouvir um “Nãooooo” bem grandão, ele pede o apoio dos reis de Leão e Castela

que resolvem apoiar a expedição: um mês depois ele descobre esse lugarzinho aqui:

América.

Castela entra na Era dos Descobrimentos.

Só que o mundo erfa pequeno demais para Castela e Portugal

Pra evitar treta o papa tem uma ideia muito

simples: divide o mundo no meio, aqui: daqui pra cá é de Castela, daqui pra cá é de

Portugal.

Então eles assinam

o Tratado de Tordesilhas em 1494 e os dois reinos ficam sussa.

E é claro que Portugal já sabia da existência

do Brasil antes do tratado: a insistência de João II em mover a linha 370 léguas a

Oeste era atoa?

Aliás, pra chegar aqui, Cabos das Tormentas, não era só vir navegando

bonitinho pela costa não: ventos infernais jogavam os navios de volta pro norte.

Então Bartolomeu Dias tinha que fugir desse vento, e pra fugir do vento, só tinha um jeito:

chegar bem pertinho desse terrenão lindo aqui.

Nessa história, nada é mera coincidência, cavaleiros!

E chega 1487: 4 Navios e 170 homens partem

de Lisboa com uma missão: dobrar o temido Cabo das Tormentas e encontrar a gloriosa

Índia.

E sobre um homem cairia o peso dessa epopeia mortal, ele, o mestre dos mares, o

Popeye português, o Poseidon lusitano, Vasco da Gama!

Ele dobra o cabo das Tormentas, navega

pela primeira vez o Oceano Índico e finalmente chega à Índia em 1498.

Era o fim de uma

saga épica, e o início de uma nova era.

E Portugal tava sem freio: descobre o Brasil,

Moçambique, pega o comércio da Índia, e navega, e domina e conquista até que...

“Toc

Toc"

A maior potência islâmica chega no Oceano Índico

pra acabar com a bagunça e recuperar toda a riqueza deles: e com eles vão os indianos,

mamelucos e venezianos.

Eles emboscam os portugueses, e conseguem

sua primeira importante vitória na Batalha de Chaul em 1508.

Eles despedaçam o jovem

comandante, Lourenço de Almeida, como um aviso direto do que os muçulmanos estavam

dispostos fazer.

Só que tinha um probleminha nisso aí: o

jovem morto era filho do Vice-Rei de Portugal, Francisco de Almeida.

Ele tinha uma ordem

direta do Rei: atacar o mar vermelho. Mas Almeida ignora a ordem! A sua vida agora só

teria um objetivo: vingança! Ele reúne 17 dos seus melhores galeões e parte para a

Ilha de Diu, onde a frota de 200 navios muçulmanos estava.

Mas ele não queria pegar os muçulmanos de surpresa. Ele manda uma carta com um aviso

claro das suas intenções:

“Eu estou chegando para destruir vocês!”

Em 1509, Francisco

de Almeida chega a Diu e com apenas 17 navios destrói 200 e mata mais de 5 mil muçulmanos,

e espalha seus membros pelos portões da cidade.

Foi uma carnificina brutal e macabra que nunca

mais seria esquecida: Até onde iria um pai a vingar seu filho!

Os muçulmanos estavam prestes a dominar o mundo no século XVI, mas essa perspectiva

afundou completamente no mar de Diu: a Batalha de Diu quebrou o mundo muçulmano no meio,

sendo considerada uma das Batalhas mais importantes a mudar o curso da história.

Agora, Portugal

era o mestre definitivo do Oceanos, graças a Francisco de Almeida.

Mas agora era guerra declarada: Portugueses vs Otomanos!

Mas Portugal tinha a mais poderosa

marinha da época e também tinha ele, o casca-grossa, o leão do mar, o terror do Índico:

Afonso de Albuquerque.

Com sua liderança os portugueses desenvolvem insuperáveis fortalezas oceânicas

e com as melhores armas, canhões e navios da época são capazes de vencer batalhas

inacreditáveis.

Olhem isso aqui cavaleiros: Batalha de Cochin, 1504: 130 portugueses contra

80 mil indianos

O 1º Cerco de Diu, 1538: 600 portugueses

vs 20 mil turcos e indianos

O Cerco de Mazagão, 1562: 2,600 portugueses

vs 100 mil marroquinos

O Cerco de Chaul, 1571: 1,200 portugueses

contra 150 mil muçulmanos.

Os caras eram muito machos, meu!

Na campanha de Ormuz de 1554, os portugueses

dizimam uma armada de 100 navios Otomanos, obrigando o famoso almirante turco Piri Reis

a fugir do campo de batalha e ser decapitado pelo sultão do Egito como um covarde.

Os portugueses expulsam os Otomanos do Oceano Índico e vencem a Guerra Luso-Otomana!

Os portugueses partem pra China em 1513; ganham Macau de presente.

Descobrem a Austrália

em 1522, fazem um mapa com a Austrália.

Um português dá a volta ao mundo pela primeira

vez, ele, Fernão de Magalhães, em nome da Espanha, traidor.

Chegam no Japão em 1543,

trazem armas de fogo, as primeiras armas de fogo, ensinam os Japoneses a atirar e a rezar.

O mundo não queria os portugueses mas os portugueses queriam o mundo e em 1578...

“Toc

Toc”

Ele tinha um sonho: acabar com o islã! Ele

tem 12 mil cavaleiros; ele invade o Morrocos. Mas o Marrocos tinha mouros, muitos mouros,

100 mil mouros.

Começa a Batalha de Alcácer Quibir em 1578, D. Sebastião desaparece,

mas tudo bem, reis brabos morrem em batalha contra exércitos gigantes, são abduzidos,

evaporam, viram lenda...mas deixam filhos, herdeiros pra limpar a bagunça...menos ele,

D. Sebastião, que não deixa filho, nem filha, nem nada. Portugal fica sem rei, quebrado.

Mas tinha ele Felipe II, metade Português, Rei da Espanha, que pode ser rei de Portugal,

e que vira Rei de Portugal, que cria a União Ibérica, que ferra Portugal.

A Espanha era Espanha: apanhava de todo lado, e deles: Ingleses e holandeses.

Agora as tretas

da Espanha eram tretas de Portugal. Os holandeses querem o Oceano Índico, eles invadem o Oceano

Índico; detonam Portugal, que perde o Índico.

Agora os Holandeses querem o Brasil, mas o

Brasil era dos portugueses;

Então Portugal se separa da Espanha em 1640 com a Dinastia

de Bragança, que quebra os holandeses no Brasil.

Mas a União Ibérica detonou o Império Português que nunca mais foi o mesmo!

E pra completar

o caos em 1 de novembro de 1755 o Império tremeu na sua alma...

O Terremoto de Lisboa

deixou a glória do grande Império Português sob cinzas, lama, cadáveres e a beira da

falência. E sobre Marques de Pombal cairia a responsabilidade de reconstruir Lisboa em

toda sua glória. E foi sob a liderança dele que Portugal se tornou o primeiro país da

Europa a abolir a escravidão em seu território. Mas infelizmente por ainda ser prática comum

em todo o mundo, a escravidão no Brasil continuava ativa como a base de sua economia e ferozmente

defendida por senhores de terra. Mas a situação de Portugal continuava ruim,

e pra piorar mais ainda em 1803 surge ele, o cavaleiro da União Europeia, o Fantasma

do Brexit, ele, Napoleão Bonaparte. Ele toma a Europa inteira, mas quando chega aqui, D.

João VI vasa pro Brasil numa retirada estratégica pra reagrupar, ou porque tava com medo mesmo...

mas a primeira opção é mais épica. E a partir daí, a história do Brasil e de Portugal

se torna uma só: o que acontece no Brasil afeta Portugal e vice-versa: O Reino Unido

de Portugal Brasil e Algarves, Revolução do Porto, Independência do Brasil, Guerra

Civil Portuguesa...tá tudo conectado e aqui na História do Brasil eu expliquei tudo isso:

o link do vídeo tá aí na descrição. Mas o caos já tinha tomado conta de Portugal!

Algumas décadas depois, O rei D. Carlos de Bragança e seu herdeiro Luis Filipe são

assinados por republicanos em plena Praça do Comércio em Lisboa. Manuel II, seu filho,

último rei de Portugal, seria expulso do país em 1910, terminando assim com a monarquia

que durara quase 8 séculos. A monarquia cai e é substituída pela República Portuguesa

em 1910, que apenas 23 anos depois de seu surgimento implantaria a ditadura do Estado

Novo em Portugal. E sob a república, Portugal lutaria e venceria

a Primeira Guerra Mundial junto aos aliados. Mas os portugueses ainda teriam mais uma guerra,

uma das mais importantes e mortais de sua história: A Guerra Colonial Portuguesa, oficialmente

chamada de A Guerra do Ultramar! Angola, Guiné Bissau, Moçambique e Estado da Índia querem

independência, e a força. Em Angola partidos separatistas como MPLA e UNITA iniciam uma

matança de civis portugueses e angolanos. Mas ele não cede a pressão; um dos homens

mais influentes e inteligentes que o país já produziu; mas ao mesmo tempo polêmico

e controverso, o arquiteto do Estado Novo: António de Oliveira Salazar. Usando o braço

forte da lei, ele dá uma resposta enérgica a chacina em Angola: “Para Angola, rapidamente

e em força!” E pra incentivar a população a lutar pelo território que sempre consideraram

seu, eles criam o famoso grito “Angola é Nossa!” Foram 14 anos de batalhas sangrentas

que matou milhares de pessoas e levou Portugal à beira da falência.

Anos de conflito e uma queda grave abalaram a saúde de Salazar, enfraquecendo o Estado

Novo. Aproveitando o momento, uma nova Revolução surge em Portugal que colocaria fim à ditadura:

A Revolução de 25 Abril de 1974. Esse novo regime republicano põe fim a Guerra

do Ultramar, permitindo a Independência dos demais territórios portugueses à partir

de 1975. Os portugueses saem de Angola, mas imediatamente o país entra em uma Guerra

Civil ainda mais sangrenta que só terminaria em 2002, 27 anos depois de sua independência

com a vitória do partido MPLA sobre o UNITA. Mas o fim do Império português só se daria

décadas depois, com a acordo diplomático entre China e Portugal resultando na entrega

de Macau em 1999 aos chineses. O primeiro e último Império Europeu moderno chegara

ao fim. Uma história milenar de coragem, determinação

e teimosia os fizeram derrotar gigantes! Um povo pobre, pequeno e isolado do mundo encontrou

no mar sua esperança, sua vida, sua riqueza e seu lugar eterno na história como os grandes

Descobridores do Mundo. Mas isso só foi possível com sacrifícios, com vidas perdidas; E quantas

vidas foram perdidas por esse sonho! Mas a pergunta é: Valeu a Pena?

Tudo Vale a Pena Quando a Alma não é pequena!

(Fernando Pessoa)

Bônus AD A Caravelas Portuguesas estão entre as 100

maiores invenções científicas de todos os tempos que mudaram o mundo.

Depois de meses de viagem em alto mar eles só tinham direito a um copo d'água de

200 ml por dia, praticamente toda a comida estragava e ficava repleta de vermes, o escorbuto

acabava com os dentes e a pele dos marinheiros e cerca de 1/3 deles morriam antes de chegar

na Índia. Ou seja, de 1000 navegadores, mais de 300 morriam a cada viagem.

O Historiador Americano William Weir coloca a Batalha de Diu como a 6ª mais importante

da história por seu grandioso impacto a nível global.

O Navio de guerra mais poderoso do mundo durante todo o século XVI era o São João Batista,

carinhosamente chamado de Botafogo...e você já deve imaginar porque né: ele tinha 366

canhões o que era bizarro pra época e deixou muitos inimigos com as fezes moles. Esse galeão

se tornou lendário após destruir as correntes que guardavam a cidade de Túnis e permitiu

a conquista dela na grande Batalha de Túnis em 1535 onde os cristãos derrotaram outra

lenda, o almirante otomano Barba Ruiva. O Bairro de Botafogo no Rio tem esse nome por

causa do navio, e acho que ainda tem um time lá com esse nome também, né?

Aliás com todo esse poder de fogo, os portugueses criaram e inovaram a tecnologia das guerras

navais modernas adaptando canhões de bronze em seus navios o que foi um choque pra época,

principalmente porque as batalhas navais eram basicamente com abalroamento de navios e lutas

corporais neles. E com todo esse poder Portugal se tornou a primeira potência global da era

moderna. Nuno Álvares Pereira e Dom João I não foram

os únicos heróis de Aljubarrota! Portugal também tinha ela, a Capitã Marvel portuguesa,

a Diana lusitana, a Padeira louca, Brites de Almeida. Sozinha ela matou 5 castelhanos

com uma pá e depois assou os caras no forno. Se a Espanha nunca mais invadiu Portugal,

agora você já sabe por quê. E muito obrigado aos meus cavaleiros apoiadores

pela confiança e honra em me ajudar a continuar produzindo vídeos com a melhor qualidade

possível. Se você desejar e puder ser um apoiador também, sua ajuda será muito apreciada

e bem-vinda! É só clicar no Apoia.se aí na tela ou na descrição, escolher seu ranking

de cavaleiro e receber recompensas exclusivas. Sem mais, vejo vocês na nossa próxima saga,

e por hora, Adeus!

A História de Portugal (Parte 2): O Império Português Die Geschichte Portugals (Teil 2): Das Portugiesische Reich The History of Portugal (Part 2): The Portuguese Empire Historia de Portugal (2ª parte): El Imperio portugués La storia del Portogallo (parte 2): L'impero portoghese ポルトガルの歴史(その2):ポルトガル帝国 Historia Portugalii (część 2): Imperium Portugalskie Portugals historia (del 2): Det portugisiska imperiet

Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!

(Fernando Pessoa)

Chutar os mouros de Portugal: Concluído

Arrebentar os castelhanos: Concluído

Ser a primeira nação da Europa: Concluído É muita moral mano!

É...só que ainda tinha um monte de espanhol aqui, e um monte de mouro aqui e aqui: então

isso aqui poderia virar isso aqui de novo, ou isso aqui! E pra isso não acontecer, eles

precisavam disso e disso: mas eles quase não tinham isso, e muito menos isso.

Mas aqui

tinha isso, muito disso! Mas pra chegar aqui, eles tinham que passar por aqui...ou por aqui...e

incomodar esse monte de gente aqui!

E agora? Pergunta D. João I

O seu próprio filho daria uma resposta inacreditável que mudaria a História de Portugal e do planeta:

ele, o professor Xavier lusitano, o Aquaman português: Infante D. Henrique.

O plano dele

chocaria o mundo: Navegar os Oceanos! Ignorando todos os riscos e temores da época, ele colocaria conmocionaría al mundo: ¡navegar los océanos! Ignorando todos los riesgos y temores de la época, pondría

Portugal como o líder de uma nova Era Global.

E em Sagres, no sul de Portugal, ele criaria

uma escola de navegação lendária pra preparar os navegadores mutantes pra enfrentar as forças

do mal...

Mas tem gente que vai dizer que essa escola é mentira

e que até os navegadores mutantes também são mentira...

Mimimis de lado, é aqui que a verdadeira história começa:

Lisboa!

Em julho de 1415,

240 navios e 50 mil homens partem para o seu teste inicial aqui, a rica e poderosa cidade

muçulmana de Ceuta, no norte do Marrocos. Com um forte espírito de cruzada, os portugueses

conquistam a cidade e sobre suas cinzas nasceria o grande Império Português, em agosto de 1415.

Agora, Portugal teria os recursos para financiar

seu maior e mais ambicioso projeto: A Grande Era dos Descobrimentos.

Portugal, e especialmente

Lisboa, seria um imã do que havia de melhor nas artes, cultura, ciência e tecnologia

naval durante todo o século XV e XVI.

Caravelas, Naus, Carracas e Galeões: tudo invenção

dos Portugas e até ele, o caolho pegador, Luís de Camões! dos Portugas e incluso él, el receptor tuerto, Luís de Camões!

E com essa tecnologia era hora de encarar o Alto Mar: eles descobrem o imponente arquipélago

da Madeira em 1419 e os Açores em 1432. Mas a aventura dos portugueses seria impedida

por um obstáculo colossal e insuperável:

O Cabo Bojador, na África. Recifes pontiagudos, Cabo Bojador en África. Arrecifes puntiagudos,

águas rasas e ondas gigantes que destruíam tudo nos penhascos; monstros do abismo. Ninguém

jamais conseguira atravessar o obstáculo físico e mental daquelas águas; os que tentaram

nunca mais voltaram. Era o cabo do medo, o cabo maldito, era o fim do mundo!

Mas não pra ele: o domador de monstros marinhos, o surfista prateado português, ele: Gil Eanes. Pero no para él: el domador de monstruos marinos, el surfista de plata portugués, él: Gil Eanes.

Em 1434 ele e seus valentes navegadores enfrentaram e dobraram o Cabo Bojador navegando a Oeste

e pela primeira vez mostraram a humanidade que ainda havia muito mundo pela frente.

Com a moral lá em cima, eles chegam a Guiné e Cabo Verde. E em 1483 eles descobrem um

território que seria não só o berço de dezenas de milhares de portugueses por quase

5 séculos, mas um pedaço de portugal: Angola! Agora, toda a costa africana seria marcada

com Padrões de Pedra, símbolo da chegada Portuguesa, introduzidas por esse mito aqui

Diogo Cão.

Mas para chegar a rica Índia faltava um último obstáculo: o Cabo das

Tormentas, o fim do continente Africano. Se o Cabo Bojador era o inferno, o Cabo das Tormentas

era o Hades, o Orco e o Inferno, tudo junto!

Pra cumprir essa missão, o Rei João II manda

ele, o velho lobo do mar, Bartolomeu Dias.

Em 1488 Portugal fez história mais uma vez

sendo o primeiro país a navegar dois oceanos ao mesmo tempo.

Mas as terríveis monções

da Índia e falta de suprimentos o fizeram voltar a Lisboa bem....

magoado!

Mas ele deixou

tudo pronto para o ato final que colocaria Portugal no topo do mundo no século seguinte.

Mas 4 anos depois, um outro carinha quer chegar na Índia também e ele jura que tem um caminho Pero 4 años después, otro hombre también quiere llegar a India y jura que tiene un camino

melhor: ele, o impostor, o malandro ixpertinho, Cristóvão Colombo. Genovês pra muitos,

português pra alguns, ele procura o rei de Portugal pra financiar sua expedição mas

depois de ouvir um “Nãooooo” bem grandão, ele pede o apoio dos reis de Leão e Castela

que resolvem apoiar a expedição: um mês depois ele descobre esse lugarzinho aqui:

América.

Castela entra na Era dos Descobrimentos.

Só que o mundo erfa pequeno demais para Castela e Portugal

Pra evitar treta o papa tem uma ideia muito

simples: divide o mundo no meio, aqui: daqui pra cá é de Castela, daqui pra cá é de

Portugal.

Então eles assinam

o Tratado de Tordesilhas em 1494 e os dois reinos ficam sussa. El Tratado de Tordesillas en 1494 y los dos reinos guardan silencio.

E é claro que Portugal já sabia da existência

do Brasil antes do tratado: a insistência de João II em mover a linha 370 léguas a

Oeste era atoa?

Aliás, pra chegar aqui, Cabos das Tormentas, não era só vir navegando

bonitinho pela costa não: ventos infernais jogavam os navios de volta pro norte.

Então Bartolomeu Dias tinha que fugir desse vento, e pra fugir do vento, só tinha um jeito:

chegar bem pertinho desse terrenão lindo aqui.

Nessa história, nada é mera coincidência, cavaleiros!

E chega 1487: 4 Navios e 170 homens partem

de Lisboa com uma missão: dobrar o temido Cabo das Tormentas e encontrar a gloriosa

Índia.

E sobre um homem cairia o peso dessa epopeia mortal, ele, o mestre dos mares, o

Popeye português, o Poseidon lusitano, Vasco da Gama!

Ele dobra o cabo das Tormentas, navega

pela primeira vez o Oceano Índico e finalmente chega à Índia em 1498.

Era o fim de uma

saga épica, e o início de uma nova era.

E Portugal tava sem freio: descobre o Brasil,

Moçambique, pega o comércio da Índia, e navega, e domina e conquista até que...

“Toc

Toc"

A maior potência islâmica chega no Oceano Índico

pra acabar com a bagunça e recuperar toda a riqueza deles: e com eles vão os indianos,

mamelucos e venezianos.

Eles emboscam os portugueses, e conseguem

sua primeira importante vitória na Batalha de Chaul em 1508.

Eles despedaçam o jovem

comandante, Lourenço de Almeida, como um aviso direto do que os muçulmanos estavam

dispostos fazer.

Só que tinha um probleminha nisso aí: o

jovem morto era filho do Vice-Rei de Portugal, Francisco de Almeida.

Ele tinha uma ordem

direta do Rei: atacar o mar vermelho. Mas Almeida ignora a ordem! A sua vida agora só

teria um objetivo: vingança! Ele reúne 17 dos seus melhores galeões e parte para a

Ilha de Diu, onde a frota de 200 navios muçulmanos estava.

Mas ele não queria pegar os muçulmanos de surpresa. Ele manda uma carta com um aviso

claro das suas intenções:

“Eu estou chegando para destruir vocês!”

Em 1509, Francisco

de Almeida chega a Diu e com apenas 17 navios destrói 200 e mata mais de 5 mil muçulmanos,

e espalha seus membros pelos portões da cidade.

Foi uma carnificina brutal e macabra que nunca

mais seria esquecida: Até onde iria um pai a vingar seu filho!

Os muçulmanos estavam prestes a dominar o mundo no século XVI, mas essa perspectiva

afundou completamente no mar de Diu: a Batalha de Diu quebrou o mundo muçulmano no meio,

sendo considerada uma das Batalhas mais importantes a mudar o curso da história.

Agora, Portugal

era o mestre definitivo do Oceanos, graças a Francisco de Almeida.

Mas agora era guerra declarada: Portugueses vs Otomanos!

Mas Portugal tinha a mais poderosa

marinha da época e também tinha ele, o casca-grossa, o leão do mar, o terror do Índico:

Afonso de Albuquerque.

Com sua liderança os portugueses desenvolvem insuperáveis fortalezas oceânicas

e com as melhores armas, canhões e navios da época são capazes de vencer batalhas

inacreditáveis.

Olhem isso aqui cavaleiros: Batalha de Cochin, 1504: 130 portugueses contra

80 mil indianos

O 1º Cerco de Diu, 1538: 600 portugueses

vs 20 mil turcos e indianos

O Cerco de Mazagão, 1562: 2,600 portugueses

vs 100 mil marroquinos

O Cerco de Chaul, 1571: 1,200 portugueses

contra 150 mil muçulmanos.

Os caras eram muito machos, meu!

Na campanha de Ormuz de 1554, os portugueses

dizimam uma armada de 100 navios Otomanos, obrigando o famoso almirante turco Piri Reis

a fugir do campo de batalha e ser decapitado pelo sultão do Egito como um covarde.

Os portugueses expulsam os Otomanos do Oceano Índico e vencem a Guerra Luso-Otomana!

Os portugueses partem pra China em 1513; ganham Macau de presente.

Descobrem a Austrália

em 1522, fazem um mapa com a Austrália.

Um português dá a volta ao mundo pela primeira

vez, ele, Fernão de Magalhães, em nome da Espanha, traidor.

Chegam no Japão em 1543,

trazem armas de fogo, as primeiras armas de fogo, ensinam os Japoneses a atirar e a rezar.

O mundo não queria os portugueses mas os portugueses queriam o mundo e em 1578...

“Toc

Toc”

Ele tinha um sonho: acabar com o islã! Ele

tem 12 mil cavaleiros; ele invade o Morrocos. Mas o Marrocos tinha mouros, muitos mouros,

100 mil mouros.

Começa a Batalha de Alcácer Quibir em 1578, D. Sebastião desaparece,

mas tudo bem, reis brabos morrem em batalha contra exércitos gigantes, são abduzidos,

evaporam, viram lenda...mas deixam filhos, herdeiros pra limpar a bagunça...menos ele,

D. Sebastião, que não deixa filho, nem filha, nem nada. Portugal fica sem rei, quebrado.

Mas tinha ele Felipe II, metade Português, Rei da Espanha, que pode ser rei de Portugal,

e que vira Rei de Portugal, que cria a União Ibérica, que ferra Portugal.

A Espanha era Espanha: apanhava de todo lado, e deles: Ingleses e holandeses.

Agora as tretas

da Espanha eram tretas de Portugal. Os holandeses querem o Oceano Índico, eles invadem o Oceano

Índico; detonam Portugal, que perde o Índico.

Agora os Holandeses querem o Brasil, mas o

Brasil era dos portugueses;

Então Portugal se separa da Espanha em 1640 com a Dinastia

de Bragança, que quebra os holandeses no Brasil.

Mas a União Ibérica detonou o Império Português que nunca mais foi o mesmo!

E pra completar

o caos em 1 de novembro de 1755 o Império tremeu na sua alma...

O Terremoto de Lisboa

deixou a glória do grande Império Português sob cinzas, lama, cadáveres e a beira da

falência. E sobre Marques de Pombal cairia a responsabilidade de reconstruir Lisboa em

toda sua glória. E foi sob a liderança dele que Portugal se tornou o primeiro país da

Europa a abolir a escravidão em seu território. Mas infelizmente por ainda ser prática comum

em todo o mundo, a escravidão no Brasil continuava ativa como a base de sua economia e ferozmente

defendida por senhores de terra. Mas a situação de Portugal continuava ruim,

e pra piorar mais ainda em 1803 surge ele, o cavaleiro da União Europeia, o Fantasma

do Brexit, ele, Napoleão Bonaparte. Ele toma a Europa inteira, mas quando chega aqui, D.

João VI vasa pro Brasil numa retirada estratégica pra reagrupar, ou porque tava com medo mesmo...

mas a primeira opção é mais épica. E a partir daí, a história do Brasil e de Portugal

se torna uma só: o que acontece no Brasil afeta Portugal e vice-versa: O Reino Unido

de Portugal Brasil e Algarves, Revolução do Porto, Independência do Brasil, Guerra

Civil Portuguesa...tá tudo conectado e aqui na História do Brasil eu expliquei tudo isso:

o link do vídeo tá aí na descrição. Mas o caos já tinha tomado conta de Portugal!

Algumas décadas depois, O rei D. Carlos de Bragança e seu herdeiro Luis Filipe são

assinados por republicanos em plena Praça do Comércio em Lisboa. Manuel II, seu filho,

último rei de Portugal, seria expulso do país em 1910, terminando assim com a monarquia

que durara quase 8 séculos. A monarquia cai e é substituída pela República Portuguesa

em 1910, que apenas 23 anos depois de seu surgimento implantaria a ditadura do Estado

Novo em Portugal. E sob a república, Portugal lutaria e venceria

a Primeira Guerra Mundial junto aos aliados. Mas os portugueses ainda teriam mais uma guerra,

uma das mais importantes e mortais de sua história: A Guerra Colonial Portuguesa, oficialmente

chamada de A Guerra do Ultramar! Angola, Guiné Bissau, Moçambique e Estado da Índia querem

independência, e a força. Em Angola partidos separatistas como MPLA e UNITA iniciam uma

matança de civis portugueses e angolanos. Mas ele não cede a pressão; um dos homens

mais influentes e inteligentes que o país já produziu; mas ao mesmo tempo polêmico

e controverso, o arquiteto do Estado Novo: António de Oliveira Salazar. Usando o braço

forte da lei, ele dá uma resposta enérgica a chacina em Angola: “Para Angola, rapidamente

e em força!” E pra incentivar a população a lutar pelo território que sempre consideraram

seu, eles criam o famoso grito “Angola é Nossa!” Foram 14 anos de batalhas sangrentas

que matou milhares de pessoas e levou Portugal à beira da falência.

Anos de conflito e uma queda grave abalaram a saúde de Salazar, enfraquecendo o Estado

Novo. Aproveitando o momento, uma nova Revolução surge em Portugal que colocaria fim à ditadura:

A Revolução de 25 Abril de 1974. Esse novo regime republicano põe fim a Guerra

do Ultramar, permitindo a Independência dos demais territórios portugueses à partir

de 1975. Os portugueses saem de Angola, mas imediatamente o país entra em uma Guerra

Civil ainda mais sangrenta que só terminaria em 2002, 27 anos depois de sua independência

com a vitória do partido MPLA sobre o UNITA. Mas o fim do Império português só se daria

décadas depois, com a acordo diplomático entre China e Portugal resultando na entrega

de Macau em 1999 aos chineses. O primeiro e último Império Europeu moderno chegara

ao fim. Uma história milenar de coragem, determinação

e teimosia os fizeram derrotar gigantes! Um povo pobre, pequeno e isolado do mundo encontrou

no mar sua esperança, sua vida, sua riqueza e seu lugar eterno na história como os grandes

Descobridores do Mundo. Mas isso só foi possível com sacrifícios, com vidas perdidas; E quantas

vidas foram perdidas por esse sonho! Mas a pergunta é: Valeu a Pena?

Tudo Vale a Pena Quando a Alma não é pequena!

(Fernando Pessoa)

Bônus AD A Caravelas Portuguesas estão entre as 100

maiores invenções científicas de todos os tempos que mudaram o mundo.

Depois de meses de viagem em alto mar eles só tinham direito a um copo d'água de

200 ml por dia, praticamente toda a comida estragava e ficava repleta de vermes, o escorbuto

acabava com os dentes e a pele dos marinheiros e cerca de 1/3 deles morriam antes de chegar

na Índia. Ou seja, de 1000 navegadores, mais de 300 morriam a cada viagem.

O Historiador Americano William Weir coloca a Batalha de Diu como a 6ª mais importante

da história por seu grandioso impacto a nível global.

O Navio de guerra mais poderoso do mundo durante todo o século XVI era o São João Batista,

carinhosamente chamado de Botafogo...e você já deve imaginar porque né: ele tinha 366

canhões o que era bizarro pra época e deixou muitos inimigos com as fezes moles. Esse galeão

se tornou lendário após destruir as correntes que guardavam a cidade de Túnis e permitiu

a conquista dela na grande Batalha de Túnis em 1535 onde os cristãos derrotaram outra

lenda, o almirante otomano Barba Ruiva. O Bairro de Botafogo no Rio tem esse nome por

causa do navio, e acho que ainda tem um time lá com esse nome também, né?

Aliás com todo esse poder de fogo, os portugueses criaram e inovaram a tecnologia das guerras

navais modernas adaptando canhões de bronze em seus navios o que foi um choque pra época,

principalmente porque as batalhas navais eram basicamente com abalroamento de navios e lutas

corporais neles. E com todo esse poder Portugal se tornou a primeira potência global da era

moderna. Nuno Álvares Pereira e Dom João I não foram

os únicos heróis de Aljubarrota! Portugal também tinha ela, a Capitã Marvel portuguesa,

a Diana lusitana, a Padeira louca, Brites de Almeida. Sozinha ela matou 5 castelhanos

com uma pá e depois assou os caras no forno. Se a Espanha nunca mais invadiu Portugal,

agora você já sabe por quê. E muito obrigado aos meus cavaleiros apoiadores

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e por hora, Adeus!