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História do Brasil (History of Brazil), Lei Áurea: conheça os antecedentes da lei que proibiu a escravidão no país

Lei Áurea: conheça os antecedentes da lei que proibiu a escravidão no país

O processo foi muito rápido.

Em maio de 1888, o governo apresentou o projeto de lei que abolia a escravidão no Império,

o Senado e a Câmara discutiram e aprovaram a proposta, e a princesa Isabel colocou sua

assinatura na célebre Lei Áurea.

Antes disso, porém, várias iniciativas haviam questionado a realidade escravocrata do Brasil.

Neste vídeo, vamos conhecer os principais eventos que antecederam a abolição da escravatura

no país.

Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição do país, o deputado José

Bonifácio de Andrada e Silva propõe que a Carta Magna acabe com a escravidão no Império.

A ideia não vinga – tampouco a Assembleia Constituinte, que é dissolvida por dom Pedro I

sem conseguir aprovar a Constituição.

Para reconhecer a Independência do Brasil, o Reino Unido impõe uma série de exigências,

como a eliminação do tráfico de escravos.

Em 1826, os dois países assinam um acordo com essa previsão.

A lei correspondente vem em 1831 e fica conhecida como Lei Feijó, mas acaba virando letra morta.

Incomodado com o pouco caso do Brasil, o Reino Unido cria em 1845 uma lei que lhe dá poder

para aprisionar qualquer barco negreiro que estiver navegando em águas internacionais.

Sob pressão, o Brasil aprova em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz, finalmente reprimindo

de fato o tráfico de escravos.

Em 1864, tem início a Guerra do Paraguai.

Diante da falta de voluntários, os escravos são empurrados para lutar no país vizinho.

Quando voltam, ganham como prêmio a liberdade.

A sociedade, então, começa a questionar a escravidão.

No fim da guerra, além disso, surge uma contradição: vitorioso, o Brasil escravocrata obriga o

Paraguai derrotado a abolir a escravatura em seu território.

Em 1871, entra em vigor a Lei do Ventre Livre, também conhecida como Lei Rio Branco.

A norma estabelece que todos os filhos de escravos nascerão livres.

A ideia do Império é, com isso, fazer uma abolição lenta, gradual e segura.

Sem mais nenhum escravo novo a partir de então, o Brasil naturalmente deixaria de ter escravos

por volta de 1930.

Quatorze anos depois, em 1885, é aprovada a Lei dos Sexagenários.

Também chamada de Lei Saraiva-Cotegipe, a norma prevê que todos os escravos obterão

a liberdade assim que chegarem aos 60 anos.

Trata-se de mais uma lei que busca a abolição gradual, sem choques para os grandes fazendeiros.

Em 1887, o presidente do Clube Militar (e futuro presidente da República), Deodoro

da Fonseca, escreve à princesa Isabel pedindo que os soldados do Exército deixem de ser

destacados para capturar negros fugitivos.

Deodoro argumenta: “Impossível, senhora, esmagar a alma humana que quer ser livre”.

Em maio de 1888, a princesa Isabel discursa para deputados e senadores: “A extinção

do elemento servil é hoje aspiração aclamada por todas as classes.

Confio que não hesitareis em apagar do direito pátrio a única exceção que nele figura

em antagonismo com o espírito cristão e liberal das nossas instituições”.

Dias depois, a Câmara e o Senado aprovam a abolição da escravidão — sem nem um

centavo de indenização para os proprietários.


Lei Áurea: conheça os antecedentes da lei que proibiu a escravidão no país Das Goldene Gesetz: Erfahren Sie mehr über die Hintergründe des Gesetzes, das die Sklaverei im Lande verbot Lei Áurea: learn about the background of the law that banned slavery in the country La Ley Dorada: conozca los antecedentes de la ley que prohibió la esclavitud en el país Lei Áurea:了解该国禁止奴隶制的法律背景

O processo foi muito rápido.

Em maio de 1888, o governo apresentou o projeto de lei que abolia a escravidão no Império,

o Senado e a Câmara discutiram e aprovaram a proposta, e a princesa Isabel colocou sua

assinatura na célebre Lei Áurea.

Antes disso, porém, várias iniciativas haviam questionado a realidade escravocrata do Brasil.

Neste vídeo, vamos conhecer os principais eventos que antecederam a abolição da escravatura

no país.

Em 1823, durante a elaboração da primeira Constituição do país, o deputado José

Bonifácio de Andrada e Silva propõe que a Carta Magna acabe com a escravidão no Império.

A ideia não vinga – tampouco a Assembleia Constituinte, que é dissolvida por dom Pedro I

sem conseguir aprovar a Constituição.

Para reconhecer a Independência do Brasil, o Reino Unido impõe uma série de exigências,

como a eliminação do tráfico de escravos.

Em 1826, os dois países assinam um acordo com essa previsão.

A lei correspondente vem em 1831 e fica conhecida como Lei Feijó, mas acaba virando letra morta.

Incomodado com o pouco caso do Brasil, o Reino Unido cria em 1845 uma lei que lhe dá poder

para aprisionar qualquer barco negreiro que estiver navegando em águas internacionais.

Sob pressão, o Brasil aprova em 1850 a Lei Eusébio de Queiroz, finalmente reprimindo

de fato o tráfico de escravos.

Em 1864, tem início a Guerra do Paraguai.

Diante da falta de voluntários, os escravos são empurrados para lutar no país vizinho.

Quando voltam, ganham como prêmio a liberdade.

A sociedade, então, começa a questionar a escravidão.

No fim da guerra, além disso, surge uma contradição: vitorioso, o Brasil escravocrata obriga o

Paraguai derrotado a abolir a escravatura em seu território.

Em 1871, entra em vigor a Lei do Ventre Livre, também conhecida como Lei Rio Branco.

A norma estabelece que todos os filhos de escravos nascerão livres.

A ideia do Império é, com isso, fazer uma abolição lenta, gradual e segura.

Sem mais nenhum escravo novo a partir de então, o Brasil naturalmente deixaria de ter escravos

por volta de 1930.

Quatorze anos depois, em 1885, é aprovada a Lei dos Sexagenários.

Também chamada de Lei Saraiva-Cotegipe, a norma prevê que todos os escravos obterão

a liberdade assim que chegarem aos 60 anos.

Trata-se de mais uma lei que busca a abolição gradual, sem choques para os grandes fazendeiros.

Em 1887, o presidente do Clube Militar (e futuro presidente da República), Deodoro

da Fonseca, escreve à princesa Isabel pedindo que os soldados do Exército deixem de ser

destacados para capturar negros fugitivos.

Deodoro argumenta: “Impossível, senhora, esmagar a alma humana que quer ser livre”.

Em maio de 1888, a princesa Isabel discursa para deputados e senadores: “A extinção

do elemento servil é hoje aspiração aclamada por todas as classes.

Confio que não hesitareis em apagar do direito pátrio a única exceção que nele figura

em antagonismo com o espírito cristão e liberal das nossas instituições”.

Dias depois, a Câmara e o Senado aprovam a abolição da escravidão — sem nem um

centavo de indenização para os proprietários.