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História do Brasil (History of Brazil), História da escravidão no Brasil - Descomplica

História da escravidão no Brasil - Descomplica

Salve, salve, galera! Beleza?

Eu sou Guilherme Praça, do time de História do Descomplica.

Sejam muito bem-vindos a mais um Quer Que Desenhe?

Aqui nós construímos juntos mapas mentais para você dominar qualquer matéria.

Vamos lá?

Lembrando que o mapa completo está disponível para download

no link da descrição também. Baixa lá.

Agora vamos falar de um assunto muito delicado da História Moderna:

a escravidão no Brasil.

Como já vimos no mapa mental sobre as grandes navegações,

Portugal foi pioneiro no processo de expansão marítima pelo Atlântico.

Durante o Séc. 15, os portugueses realizaram um périplo africano,

conhecendo a costa do continente,

colonizando ilhas e realizando comércios.

Até que em 1500,

os primeiros portugueses chegaram na América,

"inicinho" da colonização e o primeiro contato com os povos nativos,

chamados genericamente de índios.

Assim, os grupos étnicos que aqui viviam

estabeleceram relações comerciais com os portugueses.

Mas, com o passar do tempo e com a expansão europeia na América,

os próprios nativos passaram a ser escravizados.

Com um extenso território,

poucos colonizadores e muitas oportunidades de lucro,

os europeus logo impuseram a escravidão aos nativos

como uma forma de superar violentamente os obstáculos da colonização.

No entanto, essa tentativa inicial de escravidão

não se expandiu tanto quanto a escravidão negra africana,

por alguns motivos, como:

o genocídio de diversas etnias pelo contato com os portugueses,

o que dificultou a busca por mão de obra;

a dificuldade em adaptar os nativos ao sistema de plantation,

pois esses conviviam apenas com a subsistência;

a intervenção da igreja católica e da coroa portuguesa;

a resistência dos nativos que conheciam melhor o território,

podendo lutar, fugir e se esconder;

e o lucro muito maior que os portugueses conseguiam

com o tráfico de africanos para o Brasil.

Assim, como a escravidão indígena não gerou os rendimentos

e o trabalho esperado pelos portugueses,

ela continuou sendo utilizada ao longo dos séculos,

mas de maneira bem menos intensa.

Logo, uma forma alternativa de escravidão passou a ser muito mais explorada,

gerando grandes lucros aos portugueses: a escravidão africana.

O trabalho compulsório já existia na África,

principalmente como espólios de guerras.

No entanto, a escravidão que os europeus impuseram aos africanos

contou com características e dimensões únicas.

A relação com o mercantilismo e com a desumanização dos negros

teve como consequência o sequestro de milhões de pessoas

que foram levadas para a América em navios negreiros

e vendidas para colonos escravocratas.

Além disso,

os lucros que esse mercado conseguia eram gigantescos,

inclusive sendo fundamental

para muitas relações comerciais internacionais,

sobretudo entre o Brasil, Caribe, 13 Colônias, África e Europa.

Desta forma, milhões de pessoas foram retiradas de suas terras natais

e levadas para a América,

onde perderam seus nomes, suas culturas, suas identidades

e se tornavam um mero produto à venda.

Após serem comprados,

esses negros e negras de diversas idades, etnias e troncos linguísticas

eram levados para trabalhos braçais no campo ou nas cidades.

Inicialmente, nos Séc. 16 e 17,

os africanos e seus descendentes foram largamente utilizados nos engenhos.

São da força que movimentava a exploração do açúcar da colônia.

Nesses casos, os escravizados eram propriedades particulares

dos senhores de engenho,

e forçados a viverem nas senzalas, em condições precárias de vida,

enquanto a família do senhor vivia na Casa-grande,

beneficiada pelos lucros do trabalho escravizado.

Posteriormente, no entanto,

escravizadas também passaram cada vez mais a serem utilizados

nos centros urbanos, como mão de obra nas minas de ouro

ou realizando afazeres domésticos e comerciais para as famílias mais ricas.

Seja no campo ou na cidade,

esses escravizados foram vítimas de um sistema cruel,

que desumanizou milhões de pessoas

e condenou o futuro de um país a problemas graves,

como a desigualdade, a miséria e o próprio racismo.

Até hoje, os descendentes de pessoas escravizadas

sofrem com as feridas que continuam abertas há mais de 300 anos.

Mas assim como esses descendentes ainda hoje lutam contra tais problemas,

a resistência também foi uma palavra fundamental para esses escravizados.

Desde os primeiros grupos que aqui chegaram, no Séc. 16,

até os escravizados no 19,

essas pessoas oprimidas jamais aceitaram suas condições.

Foram diversas as ferramentas e estratégias de resistência

ao longo dos séculos, como as fugas, a formação de quilombos,

as revoltas contra escravocratas,

a manutenção de suas identidades e culturas originais,

o enriquecimento e a compra de alforrias.

Os quilombos, de fato, formaram os principais núcleos de resistência,

pois permitiam não só uma vida livre das opressões do engenho,

como a possibilidade de os negros retomarem

suas práticas culturais como na África.

Por conta disso,

muitos desses quilombos possuíram estruturas matriarcais

e mulheres em posições de liderança,

como Dandara dos Palmares, Tereza de Benguela e Mariana Crioula.

Graças às lutas protagonizadas pelos escravizados no Brasil,

podemos destacar a construção de uma outra resistência,

que foi o movimento abolicionista.

O abolicionismo foi uma campanha internacional fundamental

para a luta contra a escravidão.

Desde os tempos de colonização,

movimentos liderados principalmente por negros,

como a Conjuração Baiana,

já defendiam o fim desse sistema escravocrata.

No entanto, apenas no Séc. 19

que esse debate passou a se aprofundar nas esferas institucionais,

ganhando amplo apoio popular.

Inicialmente, a Inglaterra já pressionava o governo brasileiro pela abolição,

chegando a criar a lei Bill Aberdeen, em 1845,

impedindo a circulação de navios negreiros pelo Oceano Atlântico.

Já em 1850,

o próprio parlamento brasileiro ainda aprovou a Lei Eusébio de Queiroz,

que proibiu o desembarque de africanos escravizados

nos portos brasileiros.

Assim, nesse cenário, o abolicionismo passou a crescer

entre homens e mulheres, recebendo o apoio de grandes políticos,

como José do Patrocínio e Joaquim Nabuco,

e de intelectuais, como Luís Gama,

André Rebouças e a autora Maria Firmina dos Reis.

Além disso, a continuidade das fugas e das revoltas

construíam um cenário de forte pressão sobre o parlamento

e os escravocratas brasileiros,

desencadeando um lento processo de abolição.

Aos poucos, leis como a do Sexagenário, do Ventre Livre e a própria Lei Áurea

pavimentaram o fim do sistema escravocrata.

No entanto, antes mesmo da Lei Áurea ser assinada,

muitos escravizados já se libertavam,

graças às compras de alforria por abolicionista e pelas próprias lutas.

Um dos casos mais marcantes foi o fim da escravidão no Ceará, em 1882,

após uma rebelião liderada pelo jangadeiro Chico da Matilde,

também chamado de Dragão do Mar.

Enfim, com todos esses detalhes,

vocês já devem ter percebido que a escravidão no Brasil,

seja de negros ou de nativos,

deixam sérios problemas para o país.

Pela forma como que se enraizou na nossa estrutura social

e pela sua crueldade, sofremos com suas heranças até hoje.

Entretanto, você também deve ter percebido

que esse sistema chegou ao fim longe da forma pacífica,

mas por consequência de muita luta e resistência dos próprios negros

através dos séculos.

Por isso é tão importante destacar o seu protagonismo.

Bom, pessoal, agora que chegamos ao fim,

não esqueçam de baixar o mapa completo no link da descrição

para estudar quando quiser.

Espera aí, espera aí, espera aí. Não me deixem ainda, não.

Já se inscreveram no canal e ativaram o sininho?

Já curtiram o vídeo? Ah, seus lindos!

Toma aqui um link para assinar o Descomplica

e estudar naquele precinho bacana que a gente gosta.

Até a próxima, galera! Valeu!


História da escravidão no Brasil - Descomplica Geschichte der Sklaverei in Brasilien - Descomplica History of slavery in Brazil - Descomplica Historia de la esclavitud en Brasil - Descomplica Histoire de l'esclavage au Brésil - Descomplica

Salve, salve, galera! Beleza?

Eu sou Guilherme Praça, do time de História do Descomplica.

Sejam muito bem-vindos a mais um Quer Que Desenhe?

Aqui nós construímos juntos mapas mentais para você dominar qualquer matéria.

Vamos lá?

Lembrando que o mapa completo está disponível para download

no link da descrição também. Baixa lá.

Agora vamos falar de um assunto muito delicado da História Moderna:

a escravidão no Brasil.

Como já vimos no mapa mental sobre as grandes navegações,

Portugal foi pioneiro no processo de expansão marítima pelo Atlântico.

Durante o Séc. 15, os portugueses realizaram um périplo africano,

conhecendo a costa do continente,

colonizando ilhas e realizando comércios.

Até que em 1500,

os primeiros portugueses chegaram na América,

"inicinho" da colonização e o primeiro contato com os povos nativos,

chamados genericamente de índios.

Assim, os grupos étnicos que aqui viviam

estabeleceram relações comerciais com os portugueses.

Mas, com o passar do tempo e com a expansão europeia na América,

os próprios nativos passaram a ser escravizados.

Com um extenso território,

poucos colonizadores e muitas oportunidades de lucro,

os europeus logo impuseram a escravidão aos nativos

como uma forma de superar violentamente os obstáculos da colonização.

No entanto, essa tentativa inicial de escravidão

não se expandiu tanto quanto a escravidão negra africana,

por alguns motivos, como:

o genocídio de diversas etnias pelo contato com os portugueses,

o que dificultou a busca por mão de obra;

a dificuldade em adaptar os nativos ao sistema de plantation,

pois esses conviviam apenas com a subsistência;

a intervenção da igreja católica e da coroa portuguesa;

a resistência dos nativos que conheciam melhor o território,

podendo lutar, fugir e se esconder;

e o lucro muito maior que os portugueses conseguiam

com o tráfico de africanos para o Brasil.

Assim, como a escravidão indígena não gerou os rendimentos

e o trabalho esperado pelos portugueses,

ela continuou sendo utilizada ao longo dos séculos,

mas de maneira bem menos intensa.

Logo, uma forma alternativa de escravidão passou a ser muito mais explorada,

gerando grandes lucros aos portugueses: a escravidão africana.

O trabalho compulsório já existia na África,

principalmente como espólios de guerras.

No entanto, a escravidão que os europeus impuseram aos africanos

contou com características e dimensões únicas.

A relação com o mercantilismo e com a desumanização dos negros

teve como consequência o sequestro de milhões de pessoas

que foram levadas para a América em navios negreiros

e vendidas para colonos escravocratas.

Além disso,

os lucros que esse mercado conseguia eram gigantescos,

inclusive sendo fundamental

para muitas relações comerciais internacionais,

sobretudo entre o Brasil, Caribe, 13 Colônias, África e Europa.

Desta forma, milhões de pessoas foram retiradas de suas terras natais

e levadas para a América,

onde perderam seus nomes, suas culturas, suas identidades

e se tornavam um mero produto à venda.

Após serem comprados,

esses negros e negras de diversas idades, etnias e troncos linguísticas

eram levados para trabalhos braçais no campo ou nas cidades.

Inicialmente, nos Séc. 16 e 17,

os africanos e seus descendentes foram largamente utilizados nos engenhos.

São da força que movimentava a exploração do açúcar da colônia.

Nesses casos, os escravizados eram propriedades particulares

dos senhores de engenho,

e forçados a viverem nas senzalas, em condições precárias de vida,

enquanto a família do senhor vivia na Casa-grande,

beneficiada pelos lucros do trabalho escravizado.

Posteriormente, no entanto,

escravizadas também passaram cada vez mais a serem utilizados

nos centros urbanos, como mão de obra nas minas de ouro

ou realizando afazeres domésticos e comerciais para as famílias mais ricas.

Seja no campo ou na cidade,

esses escravizados foram vítimas de um sistema cruel,

que desumanizou milhões de pessoas

e condenou o futuro de um país a problemas graves,

como a desigualdade, a miséria e o próprio racismo.

Até hoje, os descendentes de pessoas escravizadas

sofrem com as feridas que continuam abertas há mais de 300 anos.

Mas assim como esses descendentes ainda hoje lutam contra tais problemas,

a resistência também foi uma palavra fundamental para esses escravizados.

Desde os primeiros grupos que aqui chegaram, no Séc. 16,

até os escravizados no 19,

essas pessoas oprimidas jamais aceitaram suas condições.

Foram diversas as ferramentas e estratégias de resistência

ao longo dos séculos, como as fugas, a formação de quilombos,

as revoltas contra escravocratas,

a manutenção de suas identidades e culturas originais,

o enriquecimento e a compra de alforrias.

Os quilombos, de fato, formaram os principais núcleos de resistência,

pois permitiam não só uma vida livre das opressões do engenho,

como a possibilidade de os negros retomarem

suas práticas culturais como na África.

Por conta disso,

muitos desses quilombos possuíram estruturas matriarcais

e mulheres em posições de liderança,

como Dandara dos Palmares, Tereza de Benguela e Mariana Crioula.

Graças às lutas protagonizadas pelos escravizados no Brasil,

podemos destacar a construção de uma outra resistência,

que foi o movimento abolicionista.

O abolicionismo foi uma campanha internacional fundamental

para a luta contra a escravidão.

Desde os tempos de colonização,

movimentos liderados principalmente por negros,

como a Conjuração Baiana,

já defendiam o fim desse sistema escravocrata.

No entanto, apenas no Séc. 19

que esse debate passou a se aprofundar nas esferas institucionais,

ganhando amplo apoio popular.

Inicialmente, a Inglaterra já pressionava o governo brasileiro pela abolição,

chegando a criar a lei Bill Aberdeen, em 1845,

impedindo a circulação de navios negreiros pelo Oceano Atlântico.

Já em 1850,

o próprio parlamento brasileiro ainda aprovou a Lei Eusébio de Queiroz,

que proibiu o desembarque de africanos escravizados

nos portos brasileiros.

Assim, nesse cenário, o abolicionismo passou a crescer

entre homens e mulheres, recebendo o apoio de grandes políticos,

como José do Patrocínio e Joaquim Nabuco,

e de intelectuais, como Luís Gama,

André Rebouças e a autora Maria Firmina dos Reis.

Além disso, a continuidade das fugas e das revoltas

construíam um cenário de forte pressão sobre o parlamento

e os escravocratas brasileiros,

desencadeando um lento processo de abolição.

Aos poucos, leis como a do Sexagenário, do Ventre Livre e a própria Lei Áurea

pavimentaram o fim do sistema escravocrata.

No entanto, antes mesmo da Lei Áurea ser assinada,

muitos escravizados já se libertavam,

graças às compras de alforria por abolicionista e pelas próprias lutas.

Um dos casos mais marcantes foi o fim da escravidão no Ceará, em 1882,

após uma rebelião liderada pelo jangadeiro Chico da Matilde,

também chamado de Dragão do Mar.

Enfim, com todos esses detalhes,

vocês já devem ter percebido que a escravidão no Brasil,

seja de negros ou de nativos,

deixam sérios problemas para o país.

Pela forma como que se enraizou na nossa estrutura social

e pela sua crueldade, sofremos com suas heranças até hoje.

Entretanto, você também deve ter percebido

que esse sistema chegou ao fim longe da forma pacífica,

mas por consequência de muita luta e resistência dos próprios negros

através dos séculos.

Por isso é tão importante destacar o seu protagonismo.

Bom, pessoal, agora que chegamos ao fim,

não esqueçam de baixar o mapa completo no link da descrição

para estudar quando quiser.

Espera aí, espera aí, espera aí. Não me deixem ainda, não.

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Até a próxima, galera! Valeu!