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Os Escravos, por Antonio Frederico de Castro Alves, 13º Poema: Canção do violeiro, de Os Escravos, de Castro Alves

13º Poema: Canção do violeiro, de Os Escravos, de Castro Alves

Canção do violeiro

Passa, ó vento das campinas,

Leva a canção do tropeiro.

Meu coração 'stá deserto,

'Stá deserto o mundo inteiro.

Quem viu a minha senhora

Dona do meu coração?

Chora, chora na viola,

Violeiro do sertão.

Ela foi-se ao pôr da tarde

Como as gaivotas do rio.

Como os orvalhos que descem

Da noite num beijo frio,

O cauã canta bem triste,

Mais triste é meu coração.

Chora, chora na viola,

Violeiro do sertão.

E eu disse: a senhora volta

Com as flores da sapucaia.

Veio o tempo, trouxe as flores,

Foi o tempo, a flor desmaia.

Colhereira, que além voas,

Onde está meu coração?

Chora, chora na viola,

Violeiro do sertão.

Não quero mais esta vida,

Não quero mais esta terra.

Vou procurá-la bem longe,

Lá para as bandas da serra.

Ai!

triste que eu sou escravo! Que vale ter coração?

Chora, chora na viola,

Violeiro do sertão.


13º Poema: Canção do violeiro, de Os Escravos, de Castro Alves

Canção do violeiro

Passa, ó vento das campinas,

Leva a canção do tropeiro.

Meu coração 'stá deserto,

'Stá deserto o mundo inteiro.

Quem viu a minha senhora

Dona do meu coração?

Chora, chora na viola,

Violeiro do sertão.

Ela foi-se ao pôr da tarde

Como as gaivotas do rio.

Como os orvalhos que descem

Da noite num beijo frio,

O cauã canta bem triste,

Mais triste é meu coração.

Chora, chora na viola,

Violeiro do sertão.

E eu disse: a senhora volta

Com as flores da sapucaia.

Veio o tempo, trouxe as flores,

Foi o tempo, a flor desmaia.

Colhereira, que além voas,

Onde está meu coração?

Chora, chora na viola,

Violeiro do sertão.

Não quero mais esta vida,

Não quero mais esta terra.

Vou procurá-la bem longe,

Lá para as bandas da serra.

Ai!

triste que eu sou escravo! Que vale ter coração?

Chora, chora na viola,

Violeiro do sertão.