Conto do Cão - parte 6
A caminho da casa da colega para buscar as entradas para a exposição.
Eis que os cinco minutos dela se transformaram nuns 15, e em direção oposta àquela em que eu deveria ir para chegar até a rodoviária.
Quando ela desceu do carro para buscar os benditos bilhetes, eu estava com raiva, porque já estava atrasada - e os ônibus de viagem interestadual normalmente chegam no horário previsto.
Aguardando no carro, tive a impressão que ela demorou um século dentro da casa. Quando ela finalmente volta para o carro, de olhos inchados, ela disse que tinha acontecido algo sério com um familiar e que não poderia ir comigo, mas que eu ficasse com as entradas.
Como eu não conhecia a região, ela me explicou como fazer o caminho de volta, e foi para dentro de casa. Só que a explicação dela não foi boa e eu não conseguia achar o caminho certo. Como não tinha mapa dentro do carro, fui obrigada a fazer uma volta enorme até achar um caminho que eu conhecesse. Chegando na avenida principal, o trânsito estava um verdadeiro inferno, e eu não tinha telefone celular para ligar e dizer para Luciane que: (1) eu estava longe pra dedéu e (2) demoraria uma eternidade para chegar na rodoviária.
Cheguei no terminal do Tietê com mais de duas horas de atraso. Luciane e sua amiga ainda estavam lá me esperando, as coitadas, e já tinham telefonado para a minha mãe, que claro, não sabia onde eu estava e ficou preocupada.
Eu, com muita vergonha por estar tão atrasada, e pior, porque quando eu morava em Curitiba eu chegava atrasada para absolutamente tudo, não sabia nem o que dizer, pois tudo pareceria uma mentira enorme.
_ pra dedéu - muito, grande quantidade