Uma história de amor ou de (s) encontros 8
Ela, sempre em Lisboa, entre casa e escritório
Em Lisboa, tudo se passava aparentemente mais lenta e subtilmente. Menos operação e acções de campanha.
Ela já insinuara aos decididores, ou aos que tal se julgavam, a proposta da reunião e da viagem que lhe convinha para o "tricot", ou para a teia que urdia. Ficou à espera que "os chefes" lhe viessem pedir que fizesse o que ela teria de fazer para que o seu plano se realizasse. Em trânsito (ele), e os dois em Lisboa Na viagem de regresso, depois na estadia em Lisboa, em casa, nos encontros e nas reuniões, em todos os momentos, com notas, horários e gráficos, em pedaços de papel logo depois destruídos, ele avançava com o plano estratégico.
Com escondido gozo, lá a ia avisando – "que chatice, mais uma..." – de coisas que congeminara no imaginativo labor conspirativo: · do convite para colóquio na associação de emigrantes; · que seria precisamente no fim-de-semana que se seguia ao que deveria ser o "dia deles", o do 20° aniversário; · pelo que teriam de adiar a ideia do fim-de-semana que viria compensar a falta do jantar; · no entanto, na semana fatídica não iria no voo de 2ª – "pobre compensação..." , acrescentava com ar pesaroso; · partiria no voo de 4ª, para, pelo menos, poderem acordar ao lado um do outro no dia em que deveriam jantar juntos “se não fosse o azar que se costuma dizer ser dos Távoras…” . Sérgio Ribeiro http://anonimosecxxi.blogspot.pt/2007/08/uma-histria-de-amor-ou-de-s-encontros-9.html