Eu fiz a TRILHA DO RIO DO BOI em Praia Grande SC
Estamos indo para uma viagem muito, muito, muito, mas muito, ultra muito top, que é
um negócio que eu mais Diana sempre quisemos fazer e a gente convidou mais o nosso amigo
querido Paulo.
Aqui na cidade de Praia Grande, na Serra Catarinense, ela não tem praia e nem é grande, vai fazer
a trilha do Rio do Boi de manhã cedo, só nós.
Vai ser top.
Olha, só não foi quem não foi ainda e só não vai quem não foi
e só não irá quem não fordes.
Por que leva esse nome Trilha do Rio do Boi?
Porque antigamente passava boi.
O cara perdidão ali, quer ver?
Olha lá ó.
Mandei uma foto dele sentado aqui no bagulho.
Olha ali, ó, perdidão.
Cara, eu falei será que é esse maluco sentado ali?
Olá, tudo bem?
Diogo, tudo bem.
Como está?
Sejam bem-vindos a Praia Grande.
Bom dia, tudo bem?
Tudo certo.
Aquela casinha ali da esquina é a nossa cervejaria artesanal.
Se chama Grotas Bier, porque antigamente a gente chamava o Cânion de Grota.
Essa aqui é a primeira casa de Praia Grande.
Aqui a gente já está entrando em área de Parque Nacional, então essas propriedades
daqui pra frente já vão ser todas indenizadas com o tempo.
O pessoal que ainda mora aqui dentro só pode cultivar o que já cultivava na época da
criação do Parque, as estruturas físicas, as casas, eles não podem construir mais nada
novo, só reformar o que já tinha.
Vocês vão sentir como a caneleira vai nos proteger durante a caminhada dentro do rio,
as vezes a gente está para bater a canela em uma pedra e ela dá um amortecida.
Isso aí é só para proteger das pedras?
E de alguma cobrinha também que a gente encontra.
Ah, esse aqui é Richard Rasmussen do...
Como a gente está em uma Unidade de Conservação, né galera, e o tempo quente assim a gente
encontra algumas espécies passando.
A gente tem uma espécie que é peçonhenta que são as jararacas, então isso vai nos
proteger bastante.
Sendo que desde 1998, quando o Parque foi aberto, nunca tivemos nenhum acidente com
visitantes e cobra.
Primeiramente, sejam bem-vindos ao Rio do Boi.
A trilha que a gente vai entrar no Cânion Itaimbezinho, Parque Nacional Aparados da
Serra.
Nossa caminhada tem, em torno de, 14 km dentro de uma Unidade de Conservação, um cânion,
um dos mais conhecidos que é o Cânion Itaimbezinho.
Nossa primeira hora é uma trilha na mata, uma trilha de aproximação e depois dessa
primeira hora, a gente sobe o rio em direção aos paredões do cânion no leito do rio fazendo várias
travessias.
A parte da mata é um pouco mais exaustiva porque a mata é muito úmida e abafada, a
gente sente um pouquinho.
No rio é um caminhar diferente, é um trekking nas pedras, então a gente tem algumas questões,
algumas dicas de segurança que vai ajudar bastante.
Cada condutor que vai fazer a trilha aqui no Itaimbezinho tem que ser credenciado ao
Parque.
Então eles exigem que a gente tenha um equipamento básico de primeiros socorros, uma corda para
caso precise fazer uma travessia com um nível mais alto, então a gente instala essa corda,
rádio comunicação, que a gente tem contato com eles direto.
Mal começamos a trilha e já estamos cansados todos nós.
Ah tá, tu.
Tu está cansado.
Eu estou cansado.
O início da trilha bastante subida, isso que estamos nos primeiros cem metros, tem 14 km.
Eu estou ofegante, já vi animais exóticos, o Paulo aqui é um deles.
Só não vi os dinossauros ainda.
Plantas exóticas a gente encontra por aqui, Letônia.
A gente não pode levar as coisas daqui, tem que manter a natureza, não dá pra jogar
casca de banana no chão, se cagar tem que levar o papelzinho embora, não pode roubar
pedra, não pode roubar bicho, tem que manter a flora e a fauna desse lugar que é muito
importante.
Eu não estou preparado para isso.
Como está aí Paulo?
Tranquilo, tranquilo.
O cara está indo embora.
Corra.
Ó meu Deus, onde será que eles foram?
Lá!
Como é que está aí Diana?
Tá top.
Tá gostando do Rio do Boi?
O que?
Estou em meu habitat natural.
Está no habitat natural que é no meio do mato, ela mora no meio do mato.
Eu estou me sentindo o Richard Rasmussen.
Olha o tamanho.
Esse nosso cânion é bem vertical.
Ele tem uma característica especial que cria uma vegetação além da borda do cânion,
né o pasto, o campo de cima da serra.
E quando o gado posava lá em cima, o gado a noite ia pastando, pastando e chegava a
borda e o gado caia no cânion.
Quando dava as enchentes espalhava os ossos desse gado, por isso o nome Rio do Boi.
Esse mesmos tropeiros, eles viam o Rio Mampituba que está do lado da cidade, que é onde deságua
todas essas águas dos cânions, então ele tem um leito do rio muito lavado.
Quando ele baixa não tem mais terra, só pedra.
E quando o pessoal via lá de cima, dava para ver aquelas praias de pedra, por isso o nome
da cidade de Praia Grande.
Para você que está pensando em fazer este passeio, a primeira parte é bem tranquila.
Tranquila para pessoas normais, para mim é difícil, até andar na calçada é complicado,
mas aqui é tranquilo.
É mais ou menos uma hora dentro da mata, você não vai ver muita coisa, só não cria
muita expectativa nessa parte, mas você vai ver animais diferentes, animais que dão medo,
animais que fazem você se sentir uma criancinha.
O legal é que é mata fechada, mata nativa, a gente tem que respeitar muito as coisas
que acontecem por aqui e o bacana é que você está em contato com a natureza e conhece
muito da história, principalmente, da colonização da região e também da vegetação.
Um macaco-prego, acho que é isso né.
E depois da gente caminhar um monte, ele falou que era um hora, uma hora e vinte, mas é
aquela uma hora que tu fica quanto tempo quiser, ainda mais pra gente que é meio lento.
Mas aí na metade do caminho tem um coisa muito interessante que você vê vários macacos-pregos,
aí os macacos-pregos não gostam de ver você no meio do habitat natural deles, então eles
começam tentar te atirar uns pedaços de pau.
Que eles acham que tu vai matar toda a espécie deles, vai dizimar todos ele.
A sua sorte é se você não encontrar um bugio, porque o bugio não joga pau, ele joga
m#$%a mesmo.
E agora a gente segue nossa trilha, a gente vai subindo o rio e vai cruzar 10 vezes o
rio, a gente vai costeando ao redor aqui pelas pedras, mas é super tranquilo.
E eu vou ser sincero: eu achei que a trilha ia ser um pouco mais complexa, quer dizer,
eu achei que até agora está tranquilo, né.
Por enquanto tá fácil, tá legal, o que deixa ela complicada é o comprimento e o
fato de que, toda vez que você está indo, até você não chegar no lugar, você sabe
que tudo isso aí você vai ter que voltar depois, então cada caminho, cada pedrinha,
cada bichinho que você ver na ida, você vai ter que passar por ele na volta também.
Então é bom não cansar muito.
Ê Diana, tá comendo de novo.
O que tu vai fazer com esse caroço?
O caroço eu já guardei na mochilinha porque não pode deixar restos de lixo de qualquer
tipo, nem orgânico nem, principalmente, seletivo, garrafinha de água... pelo amor de Deus,
né gente.
Garrafinha não pode deixar?
Não precisa nem falar isso aí.
E sacolinha de plástico?
Ah, isso daí pode.
Galera, estamos no Poço Negro, um dos poços mais profundos da trilha.
Perto dos paredões chega a três metros de profundidade, o poço que a gente tem mais
cautela com o pessoal que visita até pela questão de saber nadar.
Aqui a gente faz os banhos sempre de tênis para evitar acidentes, então é um pouquinho
mais difícil de nadar, por isso o cuidado é maior.
Molha, hipotermia.
Ai que gelada.
Que pulo esse heim, Paulo.
Nossa, cara.
Sente o abdome vermelho agora.
Que beleza.
Podia se inscrever para as Olimpíadas.
Tu viu só, cara.
Um dos grandes diferenciais do passeio é que a gente pode se atirar na água o tempo
todo onde tem segurança.
Se der problema, o cara tem uma corda, o que eu achei muito interessante isso porque, as
vezes, dá problema com pessoas que nem eu que tem medo de tudo quanto é coisa, aí
os caras jogam a corda com uma pedra pra tu afundar logo.
Depois de três travessias dentro do rio, a gente chega na Cachoeira do Leite de Moça.
Ela fica no Morro da Mamica do Itaimbé, já deu para descobrir o porquê do nome, né?
O morro tem um formato de uma teta e a cachoeira é o leite de moça.
Isso aqui é leite da teta.
Agora a trilha chegou em uma parte que não está sendo fácil.
A parte de atravessar o rio, cara essa parte tem bastante correnteza e a gente precisa
fazer isso abraçados nas pessoas.
E aí, o Diogo lindo e bonitão trouxe uma mochila cheia de equipamento, então se tem
alguém que não pode cair na água de jeito nenhum, porque vai ficar pobre e perder todas
as ferramentas de trabalho, essa pessoa sou eu.
Mas tá sendo bacana aqui porque a gente acaba conhecendo muitas pedras preciosas, coisas
que a gente não pode levar daqui.
Muitas pedras interessantes você vai procurando aqui, pedras antigas, rochas e pedras que
tem quartzo também...
Wilson?
É o Wilson!
Lembra do Wilson?
Molhando o pézinho.
Bom, né?!
Agora vai ficar uma 'potcha' esse pé.
Ó, ó.
A gente é roots.
Isso é Foz do Iguaçu, cara, só que mais legal.
E olha não é muito difícil fazer a trilha do Rio do Boi, tá todo mundo de boa.
A Diana está de boa, eu estou de boa, o Paulo está de boa, o Gabriel, nosso guia da Cânion
e Aventura, tá de boa.
O único que sofreu assim, o Gabriel sofreu um pouco, sabe,
ele não está muito acostumado com a trilha.
Diz ele que a média dele não está muito boa, mas hoje
quatro de quatro, o louco, vão voltar.
Não foi bem dito.
Mas o fato é que a trilha é muito fácil de fazer, ela é muito simples, a gente já
fez trilhas que foram mais difíceis.
A questão é que hoje a gente deu muita sorte que o tempo está nublado, então a gente
não suou muito.
A trilha é muito fácil de fazer, ela é só demorada, a gente saiu era umas 7:30/8hrs
e chegou agora, mais ou menos, 1 hora da tarde, no final da trilha.
Agora a gente volta, é claro, de um modo mais rápido porque a gente conheceu todo
o caminho.
Ao todo são 10 vezes que a gente atravessa o rio e muitas vezes a gente precisa atravessar
de braços dados, na verdade todas as vezes, porque a correnteza acaba sendo muito forte
e ninguém quer perder um amigo querido.
Então são 10 vezes para ir, mais 10 vezes para voltar e a gente chega até o final do
cânion, na verdade, até o final da trilha do Rio do Boi, que é até onde a gente pode
ir, que é aqui no cânion do Itaimbezinho.
E o bacana é que a gente descobriu que cânion, na verdade, muito tempo atrás, não vá pensar
que é na década de 20 ou então no século passado ou retrasado, são tipo milhões de
anos atrás, as placas tectônicas racharam.
É isso, né?!
As placas tectônicas racharam e foram abrindo essas fissuras gigantes e aí a gente tem
que cuidar bastante, porque como tem bastante basalto aqui, essas pedras elas acabam lascando
de uma forma muito fácil.
O sol bate, a umidade vai secando a água que tem entre as rochas e elas acabam caindo
e então elas podem acertar um vivente e ninguém quer ser acertado por uma pedra, né.
Mas este foi o passeio na trilha do Rio do Boi, está todo mundo cansado, na verdade
só eu estou cansado, o pessoal aqui está de boa.
E agora a gente vai fazer um lanchinho e eu gostaria de agradecer principalmente o Gabriel
que está ali atrás, da Cânion e Aventura, porque ele me convidou ano passado.
Para.
E eu fiquei enrolando, para 'Dio Polenta', eu fiquei enrolando ele um ano para vir fazer
essa trilha e agora ai a água tá gelada
e agora eu fim fazer, finalmente. Então muito obrigado Gabriel.
Valeu Elzinga, foi um prazer.
Agora nós vamos voltar para a trilha, mas primeiro nós vamos afogar alguém.
Dá pra ir, mas se soltar ferrou.
Peguei o sotaque catarinense já, meu querido.