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Parafernalha, LARGA ESSE CELULAR | PARAFERNALHA

No meu tempo os programas eram um pouco melhores.

Sabe o que eu tô me lembrando aqui?

Quando eu conheci a sua avó.

Ela era tão linda.

Ela trabalhava num escritório de contabilidade... Você tá prestando atenção, Lucas?

Oi? Tô prest... tô. Tava só vendo um negócio.

Eu me lembro que o chefe da sua avó obrigou ela a trabalhar naquele final de semana...

e eu me lembro de ter ido lá, peguei a máquina de escrever dela e falei assim para ela:

Você não vai trabalhar nesse final de semana!

Peguei a máquina, fui na janela e joguei lá no meio da rua. PÁ!

Que isso?

- Sim. - Que coisa horrível.

- Larga este celular. - Desculpa, vou prestar atenção.

Naquela época eu era o maior seresteiro da cidade.

Eu cantava, dançava, tocava...

- contava piada também! - Nossa senhora...

- Meu Deus do céu. - Larga este celular.

Eu não tô no celular, eu tô lembrando das piadas ruins que você contava, pô.

Imaginei você contando pra ela, que coisa horrível.

Era ruim mas funcionava pra aquela época, né?

- Eu imagino. - Funcionava.

Dá pra você prestar atenção nessa porcaria dessa história?

Eu só quero um momento assim, de avô e neto sem interrupções, poxa!

Dá pra prestar atenção no que eu tô falando?

Eu vou ouvir, vou ouvir agora, desculpa.

Como eu ia dizendo, naquela época tudo era muito difícil.

Nós tivemos que romper muitas barreiras, desafiamos muita gente pra ficarmos juntos.

A gente teve que mudar de cidade porque a família da sua avó não aceitava a nossa união.

- Era tudo muito difícil. - Aí, galera!

Meu avô falando um monte de merda, galera! Ó a carinha dele, galera!

Ah, vai para porra, seu moleque!

Come essa porra desse celular, vai cagar emoji, porra.

Caraca, cara...


No meu tempo os programas eram um pouco melhores.

Sabe o que eu tô me lembrando aqui?

Quando eu conheci a sua avó.

Ela era tão linda.

Ela trabalhava num escritório de contabilidade... Você tá prestando atenção, Lucas?

Oi? Tô prest... tô. Tava só vendo um negócio.

Eu me lembro que o chefe da sua avó obrigou ela a trabalhar naquele final de semana...

e eu me lembro de ter ido lá, peguei a máquina de escrever dela e falei assim para ela:

Você não vai trabalhar nesse final de semana!

Peguei a máquina, fui na janela e joguei lá no meio da rua. PÁ!

Que isso?

- Sim. - Que coisa horrível.

- Larga este celular. - Desculpa, vou prestar atenção.

Naquela época eu era o maior seresteiro da cidade.

Eu cantava, dançava, tocava...

- contava piada também! - Nossa senhora...

- Meu Deus do céu. - Larga este celular.

Eu não tô no celular, eu tô lembrando das piadas ruins que você contava, pô.

Imaginei você contando pra ela, que coisa horrível.

Era ruim mas funcionava pra aquela época, né?

- Eu imagino. - Funcionava.

Dá pra você prestar atenção nessa porcaria dessa história?

Eu só quero um momento assim, de avô e neto sem interrupções, poxa!

Dá pra prestar atenção no que eu tô falando?

Eu vou ouvir, vou ouvir agora, desculpa.

Como eu ia dizendo, naquela época tudo era muito difícil.

Nós tivemos que romper muitas barreiras, desafiamos muita gente pra ficarmos juntos.

A gente teve que mudar de cidade porque a família da sua avó não aceitava a nossa união.

- Era tudo muito difícil. - Aí, galera!

Meu avô falando um monte de merda, galera! Ó a carinha dele, galera!

Ah, vai para porra, seu moleque!

Come essa porra desse celular, vai cagar emoji, porra.

Caraca, cara...