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Parafernalha, BONECO ASSASSINO | PARAFERNALHA

BONECO ASSASSINO | PARAFERNALHA

- Atende, moço. - Mariana!

Eu não quero morrer, não.

190, meu nome é Edson, qual é a sua emergência?

Edson, meu nome é Mariana e tem um boneco assassino querendo me matar.

Eu vou te matar, Mariana!

- Boneco? - É.

- Assassino? - É.

A senhora fez uso de algum entorpecente? Maconha, cocaína, gás de buzina, chá de fita…

- alguma coisa assim? - Não, não.

- Eu acho que ele matou meu porteiro agora. - Marianinha…

Olha só, vamos supor que exista o boneco assassino agora na sua casa.

Eu tô vendo, eu tô vendo. A faca tá embaixo da porta!

Tá, olha só, qual é o tamanho desse boneco assassino que a senhora tá vendo aí?

- Eu não sei, deve ser do tamanho do meu joelho. - Tá, do tamanho de um bebê.

- Ele anda, engatinha, o que ele faz? - Ele corre! Ele corre!

Nossa, fitness, hein. Olha só, pelo que eu tô vendo aqui, um boneco pequeno…

Não vai ter a mão de adulto, uma mão grande, que vai ficar um negócio meio desproporcional.

Então a faca que ele tá portando não é muito grande, correto?

Deve ser do tamanho certo pra enfiar no meu pescoço, né, Edson!

- Tá tudo bem, Mariana? - Não, eu tô com medo, me ajuda.

Ô Mariana, olha só, pelo que eu tô vendo aqui, eu acho que a senhora tem condição…

de acabar com esse boneco aí sozinha.

Você tá doido? Ele acabou de matar uma pessoa.

Ô dona Mariana, pensando legal aqui, vai ficar meio escroto para senhora morrer dessa maneira, entendeu?

As pessoas vão perguntar: “de que que morreu a Mariana?"

“Ah, ela foi assassinada por um boneco do tamanho de um cone de trânsito."

- Vai ficar feio pra sua reputação. - E o que que você quer que eu faça então?

O que você faz… Abre a porta e dá uma bicuda nele, acabou.

- Que? - Bicuda. Chutão.

Imagina que a senhora é o Branco na Copa de 94 e o gol da vitória em cima da Holanda…

depende do seu chute. Dá-lhe um bicudão para voar longe, é só isso que a senhora tem que fazer.

- Eu não consigo. - Consegue sim!

Que você é mulher, você é determinada, você é forte. Respira fundo.

Respira. Isso. Concentra. Vai lá, garota. Confio em você!

Abre a porta pra mim.

Mariana…

- E aí, dona Mariana, funcionou? - Ai, funcionou, tá voando aqui, que alívio.

- Ah, que bom. - A viatura tá vindo?

Viatura? Pra quê? Que viatura, dona Mariana, pelo amor de Deus.

Pelo seu endereço, hoje tem coleta de lixo. É só amarrar as perninhas e colocar na lixeira, acabou.

É isso que o pessoal faz, de praxe.

Ai, eu vou voltar, Mariana! Você pode destruir esse boneco, mas eu posso possuir outro.

Que espírito burro. Podia ter vindo qualquer coisa, sei lá, ficava dentro do corpo de um leão...

de uma lesma, uma barata, mas vem num boneco feio, horroroso, fedorento.

Você não entende, Mariana, eu posso…

- Pelo amor de Deus. - Mariana!

Droga, que nojo! Hoje em dia é de lixo orgânico. Ô Mariana!


BONECO ASSASSINO | PARAFERNALHA

- Atende, moço. - Mariana!

Eu não quero morrer, não.

190, meu nome é Edson, qual é a sua emergência?

Edson, meu nome é Mariana e tem um boneco assassino querendo me matar.

Eu vou te matar, Mariana!

- Boneco? - É.

- Assassino? - É.

A senhora fez uso de algum entorpecente? Maconha, cocaína, gás de buzina, chá de fita…

- alguma coisa assim? - Não, não.

- Eu acho que ele matou meu porteiro agora. - Marianinha…

Olha só, vamos supor que exista o boneco assassino agora na sua casa.

Eu tô vendo, eu tô vendo. A faca tá embaixo da porta!

Tá, olha só, qual é o tamanho desse boneco assassino que a senhora tá vendo aí?

- Eu não sei, deve ser do tamanho do meu joelho. - Tá, do tamanho de um bebê.

- Ele anda, engatinha, o que ele faz? - Ele corre! Ele corre!

Nossa, fitness, hein. Olha só, pelo que eu tô vendo aqui, um boneco pequeno…

Não vai ter a mão de adulto, uma mão grande, que vai ficar um negócio meio desproporcional.

Então a faca que ele tá portando não é muito grande, correto?

Deve ser do tamanho certo pra enfiar no meu pescoço, né, Edson!

- Tá tudo bem, Mariana? - Não, eu tô com medo, me ajuda.

Ô Mariana, olha só, pelo que eu tô vendo aqui, eu acho que a senhora tem condição…

de acabar com esse boneco aí sozinha.

Você tá doido? Ele acabou de matar uma pessoa.

Ô dona Mariana, pensando legal aqui, vai ficar meio escroto para senhora morrer dessa maneira, entendeu?

As pessoas vão perguntar: “de que que morreu a Mariana?"

“Ah, ela foi assassinada por um boneco do tamanho de um cone de trânsito."

- Vai ficar feio pra sua reputação. - E o que que você quer que eu faça então?

O que você faz… Abre a porta e dá uma bicuda nele, acabou.

- Que? - Bicuda. Chutão.

Imagina que a senhora é o Branco na Copa de 94 e o gol da vitória em cima da Holanda…

depende do seu chute. Dá-lhe um bicudão para voar longe, é só isso que a senhora tem que fazer.

- Eu não consigo. - Consegue sim!

Que você é mulher, você é determinada, você é forte. Respira fundo.

Respira. Isso. Concentra. Vai lá, garota. Confio em você!

Abre a porta pra mim.

Mariana…

- E aí, dona Mariana, funcionou? - Ai, funcionou, tá voando aqui, que alívio.

- Ah, que bom. - A viatura tá vindo?

Viatura? Pra quê? Que viatura, dona Mariana, pelo amor de Deus.

Pelo seu endereço, hoje tem coleta de lixo. É só amarrar as perninhas e colocar na lixeira, acabou.

É isso que o pessoal faz, de praxe.

Ai, eu vou voltar, Mariana! Você pode destruir esse boneco, mas eu posso possuir outro.

Que espírito burro. Podia ter vindo qualquer coisa, sei lá, ficava dentro do corpo de um leão...

de uma lesma, uma barata, mas vem num boneco feio, horroroso, fedorento.

Você não entende, Mariana, eu posso…

- Pelo amor de Deus. - Mariana!

Droga, que nojo! Hoje em dia é de lixo orgânico. Ô Mariana!