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Os Escravos, por Antonio Frederico de Castro Alves, 1º Poema: A bainha do punhal, de Os Escravos, de Castro Alves

1º Poema: A bainha do punhal, de Os Escravos, de Castro Alves

A bainha do punhal

(Fragmento)

Salve, noites do Oriente,

Noites de beijos e amor!

Onde os astros são abelhas

Do éter na larga flor...

Onde pende a meiga lua,

Como cimitarra nua

Por sobre um dólmã azul!

E a vaga dos Dardanelos

Beija, em lascivos anelos

As saudades de 'Stambul.

Salve, serralhos severos

Como a barba dum Paxá!

Zimbórios, que fingem crânios

Dos crentes fiéis de Alá!

...

Ciprestes que o vento agita,

Como flechas de Mesquita

Esguios, longos também;

Minaretes, entre bosques!

Palmeiras, entre os quiosques!

Mulheres nuas do Harém!.

Mas embalde a lua inclina

As loiras tranças pra o chão

Desprezada concubina,

Já não te adora o sultão!

Debalde, aos vidros pintados,

Aos balcões arabescados,

Vais bater em doudo afã...

Soam tímbalos na sala...

E a dança ardente resvala

Sobre os tapetes do Irã!...


1º Poema: A bainha do punhal, de Os Escravos, de Castro Alves 1. Gedicht: Die Scheide des Dolches, aus Die Sklaven, von Castro Alves 1st Poem: The sheath of the dagger, from Os Escravos, by Castro Alves 1er Poema: La vaina de la daga, de Los esclavos, de Castro Alves 1° Poesia: Il fodero del pugnale, da Os Escravos, di Castro Alves 第1詩短剣の鞘(カストロ・アルベス作『奴隷たち』より 1. wiersz: Pochwa sztyletu, z "Niewolników" Castro Alvesa

A bainha do punhal die Scheide des Dolches the scabbard of the dagger 短剣の鞘

(Fragmento) (Fragment) (Fragment) 断片

Salve, noites do Oriente, Seid gegrüßt, ihr Nächte des Orients, Hail, Eastern nights, 東洋の夜よ、万歳、

Noites de beijos e amor! Nächte voller Küsse und Liebe! Nights of kisses and love! キスと愛の夜!

Onde os astros são abelhas Wo die Sterne Bienen sind Where the stars are bees Donde las estrellas son abejas 星が蜂である場所

Do éter na larga flor... Aus dem Äther in die weite Blume... From the ether on the broad flower ... Desde el éter en la amplia flor... 広い花の中のエーテルから...。

Onde pende a meiga lua, Where the sweet moon hangs, 優しい月がかかる場所、

Como cimitarra nua like a naked scimitar 裸の偃月刀のように

Por sobre um dólmã azul! Over a blue dolman! ¡Sobre un dolman azul! ブルーのドルマンの上に!

E a vaga dos Dardanelos And the wave of the Dardanelles

Beija, em lascivos anelos Kisses in lewd yearnings 欲望のままにキスをする

As saudades de 'Stambul. Missing 'Stanbul. 消えた「スタンブル

Salve, serralhos severos Hail, severe seraglios Granizo, cerrajeros severos 雹、厳しい鍵屋

Como a barba dum Paxá! Like a Pasha's beard! まるでパシャの髭のように!

Zimbórios, que fingem crânios Domes, which pretend skulls Enebros, que fingen ser calaveras 頭蓋骨のふりをするジュニパーたち

Dos crentes fiéis de Alá! From the faithful believers of Allah! アッラーの忠実な信者たち!

... ...

Ciprestes que o vento agita, Cypresses that the wind shakes, 風が揺らすヒノキの木、

Como flechas de Mesquita Like mosque arrows Como las flechas de Mesquite メスキートの矢のように

Esguios, longos também; Slender, long too; 細身で長い;

Minaretes, entre bosques! Minarets, among woods! 森の中のミナレット

Palmeiras, entre os quiosques! Palm trees, among the kiosks! パルメイラス、キオスクの間!

Mulheres nuas do Harém!. Naked Harem Women!. ハレムの裸の女たち!

Mas embalde a lua inclina But pack the moon tilts Pero la luna se inclina hacia abajo しかし、月は傾いている

As loiras tranças pra o chão The blonde braids to the floor ブロンドが床を編む

Desprezada concubina, despised concubine, 軽蔑された妾、

Já não te adora o sultão! The sultan no longer adores you! スルタンはもうあなたを愛していない!

Debalde, aos vidros pintados, In vain, to the painted windows, 無駄だった、

Aos balcões arabescados, To the arabesque balconies, アラベスク・カウンターにて、

Vais bater em doudo afã... You're going to hit hard... Vas a darte una paliza... 自分を責めてしまう...。

Soam tímbalos na sala... Timbals sound in the room... シンバルの音が部屋に響く...。

E a dança ardente resvala And the fiery dance slips away

Sobre os tapetes do Irã!... About the rugs of Iran!... イランの絨毯の上で...。