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Porta Dos Fundos 2020, DOULA

Está tudo bem aí, amor?

Tá.

Rogério, eu sei que você fica tímido, cara,

eu sei que você tem problema pra cagar na minha casa.

Estou no meu tempo, Vanessa. Me deixa!

Eu sei que você está no seu tempo,

mas é muito ruim ficar ouvindo você forçando.

Isso faz mal pra hemorroida, hein, Rogério.

-Olha aqui, trouxe a Fátima aqui. -O que é isso? Está ocupado!

-Que isso? -Essa aqui é a Fátima, ela é doula.

Caguei, Vanessa! Porra!

Não cagou, Rogério, por isso que trouxe ela aqui.

-O que é doula? -É uma parteira.

Ela também trabalha com cocô humanizado.

O processo de defecação é um dos fenômenos

mais bonitos na natureza. Você não precisa se envergonhar.

Fala pra mim: qual o intervalo das pontadas?

Sei lá... Uma por minuto?

Então é porque está no intestino grosso.

O que você comeu?

Rabada.

Aqui a gente não faz julgamentos, tá?

Você não quer tentar fazer numa banheira?

Na banheira é bom porque acalenta,

remete ao tempo em que a gente defecava quando era bebê.

Eu prefiro ficar aqui mesmo. Fica aqui comigo, tá, amor?

Eu fico aqui.

Não, ela vai ficar contigo o tempo todo,

porque a presença do parceiro é fundamental.

Eu vou ficar segurando a sua mão.

O que você está fazendo, dona doula?

Olha.

Está coroando.

-Ai! -Está funcionando, Rogério.

-Continua assim. -Eu estou nervoso.

-Calma. -Calma, relaxa.

A gente tem todo o tempo do mundo.

Tem trabalho de defecação que demora até 5 dias.

-5 dias? -A Fátima trabalhou 5 anos

no banheiro da rodoviária Novo Rio.

Confia, é experiente.

-Estou suando frio, Vanessa! -Calma, calma.

Calma.

Kumbaya, senhor kumbaya, senhor

-Evangélica... -Agora não é hora de dogma.

Não é hora de dogma, Rogério. Você está fazendo cocô.

Kumbaya, senhor kumbaya

Ai!

Está com cheiro!

Olha, Rogério,

agora é muito importante você se concentrar.

Eu não sou forte. Eu sou fraco!

Fica tranquilo. Olha pra mim, olha no meu olho!

-Você consegue. -Está vindo, está vindo, Rogério.

Isso! Isso!

Agora cachorrinho.

Meu Deus, eu estou vendo o bracinho aqui atrás,

tem um bracinho aqui. Vai!

Força! Vai, vai!

-Você pode! -É agora!

Vai, vai, vai!

Isso!

Me dá um abraço!

Ai, dona doula. Ai!

Obrigado!

Eu estou tão orgulhosa de você, amor.

Ai, obrigado.

Eu nunca mais vou cagar na minha vida.

É isso o que todos dizem.

-Fica à vontade aí, Rogério. -Ai, meu Deus!

Ah, é a tua cara, Rogério!

Ah, mas tem um traço da rabada da Mariana, não tem?

-Tem. -Esse vermelhinho aí é a beterraba.

-Aí! Veio com quantos quilos? -500 gramas.

-Nossa! -Deixa eu sentir o perfuminho.

-É fósforo! -Ai, é mesmo.

-Ai! Ai! -O que é?

Chutou.

Ai, meu Deus, eram gêmeos?

-Ai, meu Deus! -Liga pra Fátima, gente!

Kumbaya, senhor kumbaya, senhor


Está tudo bem aí, amor?

Tá.

Rogério, eu sei que você fica tímido, cara,

eu sei que você tem problema pra cagar na minha casa.

Estou no meu tempo, Vanessa. Me deixa!

Eu sei que você está no seu tempo,

mas é muito ruim ficar ouvindo você forçando.

Isso faz mal pra hemorroida, hein, Rogério.

-Olha aqui, trouxe a Fátima aqui. -O que é isso? Está ocupado!

-Que isso? -Essa aqui é a Fátima, ela é doula.

Caguei, Vanessa! Porra!

Não cagou, Rogério, por isso que trouxe ela aqui.

-O que é doula? -É uma parteira.

Ela também trabalha com cocô humanizado.

O processo de defecação é um dos fenômenos

mais bonitos na natureza. Você não precisa se envergonhar.

Fala pra mim: qual o intervalo das pontadas?

Sei lá... Uma por minuto?

Então é porque está no intestino grosso.

O que você comeu?

Rabada.

Aqui a gente não faz julgamentos, tá?

Você não quer tentar fazer numa banheira?

Na banheira é bom porque acalenta,

remete ao tempo em que a gente defecava quando era bebê.

Eu prefiro ficar aqui mesmo. Fica aqui comigo, tá, amor?

Eu fico aqui.

Não, ela vai ficar contigo o tempo todo,

porque a presença do parceiro é fundamental.

Eu vou ficar segurando a sua mão.

O que você está fazendo, dona doula?

Olha.

Está coroando.

-Ai! -Está funcionando, Rogério.

-Continua assim. -Eu estou nervoso.

-Calma. -Calma, relaxa.

A gente tem todo o tempo do mundo.

Tem trabalho de defecação que demora até 5 dias.

-5 dias? -A Fátima trabalhou 5 anos

no banheiro da rodoviária Novo Rio.

Confia, é experiente.

-Estou suando frio, Vanessa! -Calma, calma.

Calma.

Kumbaya, senhor kumbaya, senhor

-Evangélica... -Agora não é hora de dogma.

Não é hora de dogma, Rogério. Você está fazendo cocô.

Kumbaya, senhor kumbaya

Ai!

Está com cheiro!

Olha, Rogério,

agora é muito importante você se concentrar.

Eu não sou forte. Eu sou fraco!

Fica tranquilo. Olha pra mim, olha no meu olho!

-Você consegue. -Está vindo, está vindo, Rogério.

Isso! Isso!

Agora cachorrinho.

Meu Deus, eu estou vendo o bracinho aqui atrás,

tem um bracinho aqui. Vai!

Força! Vai, vai!

-Você pode! -É agora!

Vai, vai, vai!

Isso!

Me dá um abraço!

Ai, dona doula. Ai!

Obrigado!

Eu estou tão orgulhosa de você, amor.

Ai, obrigado.

Eu nunca mais vou cagar na minha vida.

É isso o que todos dizem.

-Fica à vontade aí, Rogério. -Ai, meu Deus!

Ah, é a tua cara, Rogério!

Ah, mas tem um traço da rabada da Mariana, não tem?

-Tem. -Esse vermelhinho aí é a beterraba.

-Aí! Veio com quantos quilos? -500 gramas.

-Nossa! -Deixa eu sentir o perfuminho.

-É fósforo! -Ai, é mesmo.

-Ai! Ai! -O que é?

Chutou.

Ai, meu Deus, eram gêmeos?

-Ai, meu Deus! -Liga pra Fátima, gente!

Kumbaya, senhor kumbaya, senhor