×

We use cookies to help make LingQ better. By visiting the site, you agree to our cookie policy.


image

Porta Dos Fundos 2017, DIAGNÓSTICO

DIAGNÓSTICO

Olha, fica tranquila que pelo que eu tô vendo aqui

não é pneumonia, não é câncer, não é nada disso não, tá?

Ai, graças a Deus!

Mas mesmo assim, estranho, né?

O quê que o doutor acha que pode ser então?

Ah, se me permite um palpite, é...

É inveja.

Como?

Inveja, cobiça, olho gordo, mau-olhado. Tá tudo aqui, ó.

O doutor diz isso baseado em quê?

No seu Instagram.

No meu Instagram?

Me empresta aqui, por favor?

- Instagram. - Ah, é aqui, querida.

Foto em Fernando de Noronha.

O país tá quebrado.

Não brinca com essas coisas não.

Eu ganhei a viagem em um concurso.

Mas a gente tá em março, né?

Concurso em março já é difícil de acontecer.

Março não tem nem feriado.

Não tem ninguém viajando. Aí o pessoal fica naquela... Né?

Bom, não foi por mal então, né?

É, mas é que você tendo aqui, ó, 3 mil seguidores.

Se 10% dessa gente já ficar ali te lançando uma cobiça,

uma inveja, uma coisa ruim ali, já é uma carga de negatividade.

300 pessoas. Você tem sorte de estar viva.

Isso mata?

Steve Jobs, você acha que morreu de quê?

Ó.

Isso aqui, se alastrando nas suas costas.

Você acha que é o quê isso aqui?

Ai, meu Deus...

Isso aqui é puro encosto, espírito obsessor.

Isso é coisa de vizinha gorda e estagiário.

E o doutor vai me receitar o quê pra isso?

Bom, eu vou te receitar aqui

pra você dar uma embarangada.

Tá?

Tira uma foto de baixo pra cima.

Força assim o queixo pra baixo.

Tenta fazer uma papada dupla, se der tripla, vai ser show.

Procura uma parede de chapisco.

Aquela bem casa de fodido mesmo e fica na frente da parede, ali.

Coloca um parente velho,

um bicho doente no fundo

e um pote de margarina, largado três dias

em um cantinho, assim, como quem não quer nada.

Funciona que é uma beleza.

Se persistirem os sintomas,

aí, você posta uma foto com uma cara de cu e escreve assim:

“Passei num concurso de estado do Rio. Só vou receber daqui a um ano.”

Só que nada disso é verdade, né?

Ô, meu amor...

Essa felicidade toda aqui em Fernando de Noronha.

Isso aqui é verdade?

É verdade.

Foi uma viagem incrível.

Ah, foi?

CVC?

Três filhos?

Marido gordo? Olha...

É, mas...

A água é transparente mesmo, né?

Olha isso...

Céu limpo.

Estava fazendo aquela temperatura amena?

Não conheço Fernando de Noronha.

Queria tanto...

- Posso pegar de volta aqui o meu...? - Tinha lagosta?

Aí depois, se nada der certo, você coloca assim:

''Engravidei do meu 4º filho.''

''Glória a Deus.''

Coloca aquela mãozinha rezandinho aqui, assim.

Coloca aquele escudinho do Vasco.

''O respeito voltou.''

Eu fiz isso muito com a Fani,

com a Suzy Rego,

com o Felipe Dylon e com aquele menino, Paulo Vilhena.


DIAGNÓSTICO

Olha, fica tranquila que pelo que eu tô vendo aqui

não é pneumonia, não é câncer, não é nada disso não, tá?

Ai, graças a Deus!

Mas mesmo assim, estranho, né?

O quê que o doutor acha que pode ser então?

Ah, se me permite um palpite, é...

É inveja.

Como?

Inveja, cobiça, olho gordo, mau-olhado. Tá tudo aqui, ó.

O doutor diz isso baseado em quê?

No seu Instagram.

No meu Instagram?

Me empresta aqui, por favor?

- Instagram. - Ah, é aqui, querida.

Foto em Fernando de Noronha.

O país tá quebrado.

Não brinca com essas coisas não.

Eu ganhei a viagem em um concurso.

Mas a gente tá em março, né?

Concurso em março já é difícil de acontecer.

Março não tem nem feriado.

Não tem ninguém viajando. Aí o pessoal fica naquela... Né?

Bom, não foi por mal então, né?

É, mas é que você tendo aqui, ó, 3 mil seguidores.

Se 10% dessa gente já ficar ali te lançando uma cobiça,

uma inveja, uma coisa ruim ali, já é uma carga de negatividade.

300 pessoas. Você tem sorte de estar viva.

Isso mata?

Steve Jobs, você acha que morreu de quê?

Ó.

Isso aqui, se alastrando nas suas costas.

Você acha que é o quê isso aqui?

Ai, meu Deus...

Isso aqui é puro encosto, espírito obsessor.

Isso é coisa de vizinha gorda e estagiário.

E o doutor vai me receitar o quê pra isso?

Bom, eu vou te receitar aqui

pra você dar uma embarangada.

Tá?

Tira uma foto de baixo pra cima.

Força assim o queixo pra baixo.

Tenta fazer uma papada dupla, se der tripla, vai ser show.

Procura uma parede de chapisco.

Aquela bem casa de fodido mesmo e fica na frente da parede, ali.

Coloca um parente velho,

um bicho doente no fundo

e um pote de margarina, largado três dias

em um cantinho, assim, como quem não quer nada.

Funciona que é uma beleza.

Se persistirem os sintomas,

aí, você posta uma foto com uma cara de cu e escreve assim:

“Passei num concurso de estado do Rio. Só vou receber daqui a um ano.”

Só que nada disso é verdade, né?

Ô, meu amor...

Essa felicidade toda aqui em Fernando de Noronha.

Isso aqui é verdade?

É verdade.

Foi uma viagem incrível.

Ah, foi?

CVC?

Três filhos?

Marido gordo? Olha...

É, mas...

A água é transparente mesmo, né?

Olha isso...

Céu limpo.

Estava fazendo aquela temperatura amena?

Não conheço Fernando de Noronha.

Queria tanto...

- Posso pegar de volta aqui o meu...? - Tinha lagosta?

Aí depois, se nada der certo, você coloca assim:

''Engravidei do meu 4º filho.''

''Glória a Deus.''

Coloca aquela mãozinha rezandinho aqui, assim.

Coloca aquele escudinho do Vasco.

''O respeito voltou.''

Eu fiz isso muito com a Fani,

com a Suzy Rego,

com o Felipe Dylon e com aquele menino, Paulo Vilhena.