Como será o pouso do Perseverance em MARTE?
O lançamento do novo rover da NASA está bem próximo.
Ele vai decolar a bordo do foguete Atlas V no dia 30 de Julho, se tudo der certo e o tempo colaborar.
E depois de meses de viagem, em 18 de Fevereiro de 2021, ele vai finalmente chegar no planeta vermelho.
Então, que tal dar uma olhada em como vai ser entrada na atmosfera marciana e o seu pouso na superfície? Vamos falar sobre isso!
O rover não chega em Marte em sua forma final durante sua aproximação.
Ele vem encapsulado em uma série de outros sistemas de proteção e desaceleração que permitem um pouso seguro.
O veículo todo pode ser dividido em: O Estágio de Cruzeiro, O Backshell, O Estágio de Descida, O Rover e o Escudo de Calor.
Ao longo dos meses de viagem, os times aqui da Terra vão realizar uma série de medições e determinarão as possíveis manobras de correção de trajetória que são necessárias.
A fase final de aproximação é chamada pelo acrônimo de EDL, ou "Entry, Descent and Landing".
No começa (início) dela o veículo inicializa os sistemas necessários e começa a aquecer o propelente que vai ser utilizado.
Nesse caso a hidrazina, que fica guardada nos 4 tanques do estágio de descida.
10 minutos antes da entrada na atmosfera, o Estágio de Cruzeiro se separa do restante do veículo e a rotação de 2 RPM mantida durante a viagem é anulada por propulsores do Reaction Control System.
5 minutos antes da entrada, o veículo joga fora 2 pesos de 70 kg, mudando o centro de gravidade para permitir a correta razão entre a sustentação e arrasto necessária.
Quando o veículo começa a entrada na atmosfera marciana, 8 propulsores dedicados cuidam da orientação da nave para manter o ângulo de ataque correto.
Durante o processo de desaceleração de 21 mil km/h para cerca 1600 km/h, o escudo de calor do veículo chega a cerca de 2.100 graus Celsius, protegendo os delicados instrumentos do rover.
Essa fase dura cerca de 2 minutos e meio.
O veículo joga fora mais 6 pesos de 25 kg para mudar o ângulo de ataque para zero.
E diferentemente do Curiosity, que ativava o paraquedas ao atingir uma certa velocidade, o Perseverance vai usar uma nova técnica, chamada de Range Trigger.
O comando de abertura é dado baseado na posição do veículo em relação ao local de pouso.
E isso quer dizer que o paraquedas pode abrir mais cedo se o veículo for ultrapassar o local de pouso, ou mais tarde se ele não for alcançá-lo.
Mas a abertura acontece mais ou menos quando o veículo atinge a velocidade de 1600 km/h.
Depois da abertura, o escudo de calor é (então) ejetado.
E a mais ou menos 4,2 km da superfície, um sistema chamado de “Terrain-Relative Navigation” começa a escanear a área.
Ele compara as imagens com um mapa orbital guardado em sua memória e faz cálculos baseados na velocidade e altitude e decide o melhor local de pouso.
A cerca de 3 km de altitude, válvulas pirotécnicas liberam o fluxo de combustível nas linhas dos 8 propulsores do estágio de descida.
A descida de paraquedas desacelera o veículo até uma velocidade de cerca de 360 km/h.
E a 2200 metros de altitude, uma das partes mais críticas da descida começa.
O backshell se separa do estágio de descida e depois de alguns momentos de queda livre, os motores são ligados.
O estágio de descida trabalha para remover toda a velocidade horizontal remanescente e reduz a velocidade vertical para cerca de 70 km/h.
A uma altitude de 50 metros, o estágio de descida começa a desacelerar, até chegar a uma velocidade vertical de cerca de 2 km/h.
A 18.6 metros de altura, o rover começa a ser descido lentamente com a ajuda de 3 cabos de nylon.
Quando o toque no solo é detectado, o estágio de descida corta os cabos, aumenta a potência dos motores para 100% e entra em um ângulo de 45º em relação à superfície, gastando todo seu combustível enquanto voa para longe, caindo na superfície depois de algum tempinho.
E se tudo der certo como esperado, depois de alguns minutos para a confirmação do touchdown bem sucedido viajar de Marte até a Terra, veremos dezenas de pessoas no controle da missão celebrando essa vitória da mesma maneira que fizeram em 2012.
Como vocês puderam ver esse é o procedimento de pouso bastante complexo e bastante parecido com o do Curiosity, Mas muita coisa foi aperfeiçoada e, se der certo, vai poder ser usada novamente em missões futuras.
Eu espero poder voltar aqui em fevereiro do ano que vem para dar as boas notícias.
Em uma live talvez, quem sabe?
Enquanto isso, você pode assistir meus outros vídeos sobre os experimentos que serão conduzidos no Perseverance nessa playlist aqui!
Tem bastante coisa pra falar sobre esse assunto e eu provavelmente vou voltar com mais vídeos sobre esse rover maravilhoso nos próximos meses.
É isso e até a próxima!