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Músicas brasileiras, MPB - Geni e o Zepelim

MPB - Geni e o Zepelim

Escolhi uma canção de Chico Buarque, chamada Geni e o Zepelim, mas na voz da atriz Letícia Sabatella.

Quando vi esse vídeo pela primeira vez fiquei espantada. Eu não sabia que a Letícia Sabatella sabia cantar desse jeito. Que espetáculo, que interpretação fantástica. A letra da música é gigante e muito erudita, com palavras pouco conhecidas e pouco utilizadas como por exemplo: lancinante, iniquidade.

Meu conselho: não se prenda aos detalhes, ao vocabulário específico. Tente entender a história como um todo. Letra:

De tudo que é nego torto Do mangue e do cais do porto Ela já foi namorada O seu corpo é dos errantes Dos cegos, dos retirantes É de quem não tem mais nada Dá-se assim desde menina Na garagem, na cantina Atrás do tanque, no mato É a rainha dos detentos Das loucas, dos lazarentos Dos moleques do internato Mas também dá-se amiúde Aos velhinhos sem saúde E às viúvas sem porvir Ela é um poço de bondade E é por isso que a cidade Vive sempre a repetir Joga pedra na Geni Joga bosta na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni Um dia surgiu, brilhante Entre as nuvens, flutuante Um enorme zepelim Pairou sobre os edifícios Abriu dois mil orifícios Com dois mil canhões assim A cidade apavorada Se quedou paralisada Pronta pra virar geléia Mas do zepelim gigante Desceu o seu comandante Dizendo – Mudei de idéia – Quando vi nesta cidade – Tanto horror e iniqüidade – Resolvi tudo explodir – Mas posso evitar o drama – Se aquela formosa dama – Esta noite me servir Essa dama era Geni Mas não pode ser Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni Mas de fato, logo ela Tão coitada e tão singela Cativara o forasteiro O guerreiro tão vistoso Tão temido e poderoso Era dela, prisioneiro Acontece que a donzela – e isso era segredo dela Também tinha seus caprichos E a deitar com homem tão nobre Tão cheirando a brilho e a cobre Preferia amar com os bichos Ao ouvir tal heresia A cidade em romaria Foi beijar a sua mão O prefeito de joelhos O bispo de olhos vermelhos E o banqueiro com um milhão Vai com ele, vai Geni Vai com ele, vai Geni Você pode nos salvar Você vai nos redimir Você dá pra qualquer um Bendita Geni Foram tantos os pedidos Tão sinceros, tão sentidos Que ela dominou seu asco Nessa noite lancinante Entregou-se a tal amante Como quem dá-se ao carrasco Ele fez tanta sujeira Lambuzou-se a noite inteira Até ficar saciado E nem bem amanhecia Partiu numa nuvem fria Com seu zepelim prateado Num suspiro aliviado Ela se virou de lado E tentou até sorrir Mas logo raiou o dia E a cidade em cantoria Não deixou ela dormir Joga pedra na Geni Joga bosta na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni


MPB - Geni e o Zepelim MPB - Geni and the Zeppelin MPB - Geni y el Zeppelin MPB - Geni et le Zeppelin MPB - Geni and the Zeppelin

Escolhi uma canção de Chico Buarque, chamada Geni e o Zepelim, mas na voz da atriz Letícia Sabatella.

Quando vi esse vídeo pela primeira vez fiquei espantada. When I saw this video for the first time I was amazed. Eu não sabia que a Letícia Sabatella sabia cantar desse jeito. Que espetáculo, que interpretação fantástica. A letra da música é gigante e muito erudita, com palavras pouco conhecidas e pouco utilizadas como por exemplo: lancinante, iniquidade. The lyrics of the song are gigantic and very erudite, with little-known and little-used words such as: nagging, iniquity.

Meu conselho: não se prenda aos detalhes, ao vocabulário específico. Tente entender a história como um todo. Letra:

De tudo que é nego torto Do mangue e do cais do porto Ela já foi namorada O seu corpo é dos errantes Dos cegos, dos retirantes É de quem não tem mais nada Dá-se assim desde menina Na garagem, na cantina Atrás do tanque, no mato É a rainha dos detentos Das loucas, dos lazarentos Dos moleques do internato Mas também  dá-se amiúde Aos velhinhos sem saúde E às viúvas sem porvir Ela é um poço de bondade E é por isso que a cidade Vive sempre a repetir Joga pedra na Geni Joga bosta na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni Of all that is crooked nigger From the mangrove and from the harbor pier She was once a girlfriend Her body belongs to the wanderers To the blind, to the retreatants It is to those who have nothing else It happens like this since a girl In the garage, in the canteen Behind the tank, in the bush She is the queen of the inmates Of the mad, of the lazarentos Of the boys of the boarding school But it is also often given To the old people without health And to the widows without future It is a well of goodness And that is why the city Lives always to repeat Throws stone na Geni Play shit on Geni She's made to be spanked She's good at spitting She gives it to anyone Damn Geni Um dia surgiu, brilhante Entre as nuvens, flutuante Um enorme zepelim Pairou sobre os edifícios Abriu dois mil orifícios Com dois mil canhões assim A cidade apavorada Se quedou paralisada Pronta pra virar geléia Mas do zepelim gigante Desceu o seu comandante Dizendo – Mudei de idéia – Quando vi nesta cidade – Tanto horror e iniqüidade – Resolvi tudo explodir – Mas posso evitar o drama – Se aquela formosa dama – Esta noite me servir Essa dama era Geni Mas não pode ser Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni Mas de fato, logo ela Tão coitada e tão singela Cativara o forasteiro O guerreiro tão vistoso Tão temido e poderoso Era dela, prisioneiro Acontece que a donzela – e isso era segredo dela Também tinha seus caprichos E a deitar com homem tão nobre Tão cheirando a brilho e a cobre Preferia amar com os bichos Ao ouvir tal heresia A cidade em romaria Foi beijar a sua mão O prefeito de joelhos O bispo de olhos vermelhos E o banqueiro com um milhão Vai com ele, vai Geni Vai com ele, vai Geni Você pode nos salvar Você vai nos redimir Você dá pra qualquer um Bendita Geni But in fact, soon she So poor and so simple Captivated the stranger The warrior so showy So feared and powerful It was hers, prisoner It turns out that the maiden - and that was her secret Also had her whims And to lie with such a noble man So smelling of shine and copper I would rather love with animals When hearing such heresy The city on a pilgrimage Was kissing your hand The mayor on his knees The red-eyed bishop And the banker with a million Go with him, go Geni Go with him, go Geni You can save us You will redeem us You give it to anyone Blessed Geni Foram tantos os pedidos Tão sinceros, tão sentidos Que ela dominou seu asco Nessa noite lancinante Entregou-se a tal amante Como quem dá-se ao carrasco Ele fez tanta sujeira Lambuzou-se a noite inteira Até ficar saciado E nem bem amanhecia Partiu numa nuvem fria Com seu zepelim prateado Num suspiro aliviado Ela se virou de lado E tentou até sorrir Mas logo raiou o dia E a cidade em cantoria Não deixou ela dormir Joga pedra na Geni Joga bosta na Geni Ela é feita pra apanhar Ela é boa de cuspir Ela dá pra qualquer um Maldita Geni There were so many requests So sincere, so heartfelt That she dominated her disgust On that excruciating night She gave herself to such a lover Like someone who gives herself to the executioner He made so much dirt Licked himself up all night Until he was sated And not even dawn He left in a cloud cold With her silver zeppelin In a relieved sigh She turned on her side And tried until she smiled But then the day dawned And the city in singing Didn't let her sleep Throw stone at Geni Throws shit at Geni She's made to catch She is good at spitting She give it to anyone Damn Geni