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TSF - As Praças - Podcast - Português Europeu, As Praças - Edição de 24 de dezembro 2012 - Praça do Toural, Guimarães - 01

As Praças - Edição de 24 de dezembro 2012 - Praça do Toural, Guimarães - 01

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Praça do Toural, Guimarães

Jornalista:

Estava do lado oposto da praça, junto ao varandim de Ana Jotta, enternecido com um subtil regresso ao passado para que o novo Toural parece convidar-nos, ele que se abre com delicadeza aos desafios da contemporaneidade, quando vi que elas se tinham acabado de encontrar junto ao chafariz, Maria Manuel Oliveira, diretora do Centro de Estudos da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, que concebeu e liderou o projeto de reabilitação urbana do Toural, e Isabel Machado, presidente da Associação Cultural Convívio, de cuja direção Maria Manuel faz parte.

Não pergunto se prefeririam o aconchego da Pastelaria Clarinha, ou do Café Milenário, está frio mas não chove na manhã de sábado, peço à arquiteta Maria Manuel Oliveira que fale um pouco do desafio que foi para ela redesenhar um Toural que tantas funções teve ao longo do tempo, na cidade cujo centro histórico acabara de ser classificada como património mundial. Peço-lhe que regresse ao primeiro sobressalto que esse desafio e este lugar lhe provocaram.

Arquiteta:

O primeiro sobressalto no confronto com o Toural é porque o Toural me foi toda a vida, me tem sido toda a vida um sítio do meu quotidiano e portanto não é de todo fácil pensar como é que se lida com algo que nos é intrinsecamente familiar, porque implica repensar muito toda uma relação que nunca sequer foi questionada; depois também é evidente que é um lugar carregadíssimo de história, de uma história não só temporal, mas de uma história também, simbólica, urbana e fortíssima, porque de alguma forma o Toural é o coração da cidade de Guimarães, o coração, é o Guimarães profundo, talvez, penso eu.

O centro histórico com certeza entre muros, um simbolismo enorme e cada vez mais uma presença mais importante, mas é verdade que adquiriu também um pouco nos últimos anos, Guimarães, o Toural sempre foi um sítio onde a burguesia de alguma forma se afirmou, é uma praça de conformação medieva onde a partir da sua existência como um terreiro às portas da cidade, muito do comércio da chegada à cidade, etc., sempre ali aconteceu e de alguma forma sempre continuou; por outro lado, o Toural é também o sítio onde a modernidade sempre se afirmou em Guimarães e daí ter vindo a ser ao longo dos anos, sempre, particularmente nos dois últimos séculos, objeto de grandes transformações, em determinado momento a única maneira de sobreviver a um tema destes era perceber que éramos… estávamos apenas a dar mais um passo numa historia que já era longa e que não vai acabar aqui connosco e portanto, essa perceção, essa consciência de que a intervenção seria, enfim, duraria apenas o tempo que a cidade quisesse que ela durasse, enquanto servisse a cidade, eu acho que foi o que tornou possível desbloquear o pensamento sobre…sobre o Toural, sobre o que ele poderia vir a ser.

As Praças - Edição de 24 de dezembro 2012 - Praça do Toural, Guimarães - 01 The Squares - December 24, 2012 Edition - Praça do Toural, Guimarães - 01 Las Plazas - Edición del 24 de diciembre de 2012 - Plaza Toural, Guimarães - 01 Les places - Édition du 24 décembre 2012 - Place Toural, Guimarães - 01 Le piazze - Edizione del 24 dicembre 2012 - Praça do Toural, Guimarães - 01 The Squares - Edycja z 24 grudnia 2012 - Praça do Toural, Guimarães - 01 广场 - 2012 年 12 月 24 日版 - Praça do Toural,吉马良斯 - 01 廣場 - 2012 年 12 月 24 日版 - Praça do Toural,吉馬良斯 - 01

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Praça do Toural, Guimarães

Jornalista: Journalist:

Estava do lado oposto da praça, junto ao varandim de Ana Jotta, enternecido com um subtil regresso ao passado para que o novo Toural parece convidar-nos, ele que se abre com delicadeza aos desafios da contemporaneidade, quando vi que elas se tinham acabado de encontrar junto ao chafariz, Maria Manuel Oliveira, diretora do Centro de Estudos da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, que concebeu e liderou o projeto de reabilitação urbana do Toural, e Isabel Machado, presidente da Associação Cultural Convívio, de cuja direção Maria Manuel faz parte. I was on the opposite side of the square, next to Ana Jotta's balcony, touched by a subtle return to the past to which the new Toural seems to invite us, he who opens himself up with delicacy to the challenges of contemporaneity, when I saw that they had just finished meet next to the fountain, Maria Manuel Oliveira, director of the Study Center of the School of Architecture of the University of Minho, who conceived and led the urban rehabilitation project of Toural, and Isabel Machado, president of Associação Cultural Convívio, whose direction Maria Manuel it's part. Estaba en el lado opuesto de la plaza, junto al balcón de Ana Jotta, tocado por un sutil regreso al pasado al que parece invitarnos el nuevo Toural, ese que se abre con delicadeza a los desafíos de la contemporaneidad, cuando vi que Junto a la fuente acababan de encontrarse Maria Manuel Oliveira, directora del Centro de Estudios de la Escuela de Arquitectura de la Universidad de Minho, que concibió y dirigió el proyecto de rehabilitación urbana de Toural, e Isabel Machado, presidenta de la Associação Cultural Convívio, bajo cuya dirección María Manuel es parte.

Não pergunto se prefeririam o aconchego da Pastelaria Clarinha, ou do Café Milenário, está frio mas não chove na manhã de sábado, peço à arquiteta Maria Manuel Oliveira que fale um pouco do desafio que foi para ela redesenhar um Toural que tantas funções teve ao longo do tempo, na cidade cujo centro histórico acabara de ser classificada como património mundial. Peço-lhe que regresse ao primeiro sobressalto que esse desafio e este lugar lhe provocaram.

Arquiteta:

O primeiro sobressalto no confronto com o Toural é porque o Toural me foi toda a vida, me tem sido toda a vida um sítio do meu quotidiano e portanto não é de todo fácil pensar como é que se lida com algo que nos é intrinsecamente familiar, porque implica repensar muito toda uma relação que nunca sequer foi questionada; depois também é evidente que é um lugar carregadíssimo de história, de uma história não só temporal, mas de uma história também, simbólica, urbana e fortíssima, porque de alguma forma o Toural é o coração da cidade de Guimarães, o coração, é o Guimarães profundo, talvez, penso eu.

O centro histórico com certeza entre muros, um simbolismo enorme e cada vez mais uma presença mais importante, mas é verdade que adquiriu também um pouco nos últimos anos, Guimarães, o Toural sempre foi um sítio onde a burguesia de alguma forma se afirmou, é uma praça de conformação medieva onde a partir da sua existência como um terreiro às portas da cidade, muito do comércio da chegada à cidade, etc., sempre ali aconteceu e de alguma forma sempre continuou; por outro lado, o Toural é também o sítio onde a modernidade sempre se afirmou em Guimarães e daí ter vindo a ser ao longo dos anos, sempre, particularmente nos dois últimos séculos, objeto de grandes transformações, em determinado momento a única maneira de sobreviver a um tema destes era perceber que éramos… estávamos apenas a dar mais um passo numa historia que já era longa e que não vai acabar aqui connosco e portanto, essa perceção, essa consciência de que a intervenção seria, enfim, duraria apenas o tempo que a cidade quisesse que ela durasse, enquanto servisse a cidade, eu acho que foi o que tornou possível desbloquear o pensamento sobre…sobre o Toural, sobre o que ele poderia vir a ser. 歷史中心當然在城牆之間,具有巨大的象徵意義和越來越重要的存在,但近年來它也獲得了一點,吉馬良斯,圖拉爾一直是資產階級以某種方式主張自己的地方,它是一個中世紀廣場,從它作為城門口的 terreiro 存在以來,大部分到達城市的商業等等,總是在那裡發生,而且總是在繼續;另一方面,圖拉爾也是吉馬良斯始終堅持現代性的地方,多年來,特別是在過去的兩個世紀裡,從那裡開始,它一直是巨大變革的對象,在特定時刻,唯一的生存之道。對於這樣的主題,我們意識到我們……我們只是在一個已經很長的故事中又邁出了一步,而且不會在我們這裡結束,因此,這種感知,這種意識,即乾預將簡而言之,只要城市希望它持續下去,只要它為城市服務,我認為這就是使人們能夠解開關於......關於 Toural 的想法,關於它可能成為什麼的原因。