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Gloss Brazilian Portuguese Level 2, Ilhotas brasileiras no Atlântico: 2ª parte de 3

Ilhotas brasileiras no Atlântico: 2ª parte de 3

Narrador: A vida parecia chegar ao fim para o navegador italiano Alex Bellini. Ele havia partido de Genova em julho de 2005. A meta: atravessar o Atlântico em um barco a remo.

Bellini: Depois de 180 dias no mar, em minha travessia do Atlântico, fiquei sem comida, a comida apodreceu. Naquele momento senti a morte chegar.

Narrador: A única chance de Bellini seria encontrar o arquipélago brasileiro de São Pedro e São Paulo. A recomendação era de sua equipe na Europa que o acompanhava pelo rádio.

Bellini: Eu não conseguia achar o arquipélago que é tão pequeno que nem existia nas minhas cartas náuticas. Era como ir ao encontro do nada, do desconhecido.

Danielle Viana: O fato é que ele passava perto das imediações do arquipélago e ele não conseguia visualizar. Eh... talvez porque o ponto mais alto da ilha eh... excluindo o farol, é essa ilha aqui, é a ilha de São Pedro. São 18 metros.

Narrador: Para complicar, a área total do arquipélago somada às dez ilhotas é de apenas de 17 mil metros quadrados. Mas a ilha Belmonte, a única habitada, é menor que um campo de futebol. E o pior: o lugar é longe de tudo. Em linha reta, está a 988 quilômetros de Natal, e a 1.820 quilômetros da África. É quase um grão no oceano. Descoberto 5 séculos atrás após um acidente.

Marco Antonio Carvallho: A descoberta aqui dessa região, ela tá relacionada com o naufrágio que ocorreu aqui nos idos de 1511. A nau São Pedro navegando por essas áreas, ela abalroou uma das pedras...

Danielle Viana: E a nau que socorreu São Pedro se chamava São Paulo. Essa é a explicação histórica.

Narrador: A maré de azar de Alex Bellini não duraria para sempre. Ele já havia até sido preso em Gibraltar, confundido com um refugiado. O olhar preciso dos pescadores que dão apoio à estação científica na ilha Belmonte, identificou o barco alaranjado na imensidão azul do mar.

Bellini: Fui recebido como um náufrago pelo fato de ter ficado cinco dias sem comer.

Narrador: Para o espanto de Bellini, os brasileiros negaram comida. Pelo menos no começo.

Bellini: A primeira coisa que perguntei foi por água e comida. A regra é não dar comida. Após um longo jejum a comida pode matar. Começaram a me dar um pouco de leite e um biscoito de arroz. Muito devagar. Só a noite tive uma refeição de verdade.

Narrador: Bellini se surpreendeu com o cenário. Não havia visto nada parecido em sua vida de aventuras.


Ilhotas brasileiras no Atlântico: 2ª parte de 3

**Narrador**: A vida parecia chegar ao fim para o navegador italiano Alex Bellini. Ele havia partido de Genova em julho de 2005. A meta: atravessar o Atlântico em um barco a remo.

**Bellini**: Depois de 180 dias no mar, em minha travessia do Atlântico, fiquei sem comida, a comida apodreceu. Naquele momento senti a morte chegar.

**Narrador**: A única chance de Bellini seria encontrar o arquipélago brasileiro de São Pedro e São Paulo. A recomendação era de sua equipe na Europa que o acompanhava pelo rádio.

**Bellini**: Eu não conseguia achar o arquipélago que é tão pequeno que nem existia nas minhas cartas náuticas. Era como ir ao encontro do nada, do desconhecido.

**Danielle Viana**: O fato é que ele passava perto das imediações do arquipélago e ele não conseguia visualizar. Eh... talvez porque o ponto mais alto da ilha eh... excluindo o farol, é essa ilha aqui, é a ilha de São Pedro. São 18 metros.

**Narrador**: Para complicar, a área total do arquipélago somada às dez ilhotas é de apenas de 17 mil metros quadrados. Mas a ilha Belmonte, a única habitada, é menor que um campo de futebol. E o pior: o lugar é longe de tudo. Em linha reta, está a 988 quilômetros de Natal, e a 1.820 quilômetros da África. É quase um grão no oceano. Descoberto 5 séculos atrás após um acidente.

**Marco Antonio Carvallho**: A descoberta aqui dessa região, ela tá relacionada com o naufrágio que ocorreu aqui nos idos de 1511. A nau São Pedro navegando por essas áreas, ela abalroou uma das pedras...

**Danielle Viana**: E a nau que socorreu São Pedro se chamava São Paulo. Essa é a explicação histórica.

**Narrador**: A maré de azar de Alex Bellini não duraria para sempre. Ele já havia até sido preso em Gibraltar, confundido com um refugiado. O olhar preciso dos pescadores que dão apoio à estação científica na ilha Belmonte, identificou o barco alaranjado na imensidão azul do mar.

**Bellini**: Fui recebido como um náufrago pelo fato de ter ficado cinco dias sem comer.

**Narrador**: Para o espanto de Bellini, os brasileiros negaram comida. Pelo menos no começo.

**Bellini**: A primeira coisa que perguntei foi por água e comida. A regra é não dar comida. Após um longo jejum a comida pode matar. Começaram a me dar um pouco de leite e um biscoito de arroz. Muito devagar. Só a noite tive uma refeição de verdade.

**Narrador**: Bellini se surpreendeu com o cenário. Não havia visto nada parecido em sua vida de aventuras.