-Esse daí que é o "playba"? -Pelo sapatênis...
-Vamos lá. -Bora.
Graças a Deus.
Eu não sei o que está acontecendo.
Eu estava na noite da virada do ano novo,
de repente, me trouxeram pra cá. Deve estar havendo um engano.
O senhor está aqui sob acusação de terrorismo.
Não, não. Eu não sei nem acender fósforo.
Eu não faço feijão, que eu tenho medo da panela.
-Pelo amor de Deus. Sou Uber. -Me explica isso aqui.
Isso aqui... sou eu.
Sou eu. Eu tenho testemunha.
Eu tenho "álibi", que fala. Eu estava na praia,
-isso é virada do ano novo de 2019. -Certo.
-E de camisa cinza? -É.
Trazendo tudo de ruim pra 2020.
Toda energia pesadíssima. Por quê?
Porque o Jorge não gosta de usar branco.
Não, não, não. É que a camiseta branca
estava me dando tetinha. Pelo amor...
Eu não sou terrorista, porque eu...
Você é terrorista por foder com a positividade do planeta!
Vespa assassina! Furacão, pandemia!
Tudo isso por quê? Por causa dessa porra
dessa camiseta cinza da Riachuelo escrota!
Com essa bermuda cheia de bolso!
Você acha coincidência?
-Eu acho. -Ah, você acha?
Ele disse que acha.
Onde é que você estava na virada pra 2021?
Eu estava em casa. Fiquei jogando Fortnite chorando.
Chorou, chorou, que esqueceu do quê?
De jogar um punhado de arroz pela casa, né, Jorge?
Poucos meses depois, o que acontece, Jorge?
O dólar sobre e a Rafa Kalimann estreia o programa dela.
Acha coincidência ainda?
Realmente, o programa da Rafa Kalimann surgiu do nada.
Não, não, mas espera aí.
Como é que vocês sabem de tudo isso? Vocês estão me investigando?
Ai, Jorge...
Faz tempo que a gente está na tua cola, garotão.
Em 2012, sua mãe te ofereceu um prato de sopa de lentilha.
Você lembra o que você respondeu pra ela?
Eu falei que eu queria um sanduíche de peito de peru
-com queijo ricota da canastra. -E, pouco tempo depois,
-a Hebe Camargo morreu, Jorge. -Não, não, não.
Sim.
-Não bota a Hebe na minha mão, não. -Isso aí é a ficha caindo.
Não. A Hebe, não! A Hebe, não!
O crash do mercado financeiro em 2008 te lembra alguma coisa?
-Eu não botei romã na carteira. -E hoje,
em plena véspera de virada, você no meio da rua,
comendo frango, Jorge.
Porra! Frango, Jorge!
Bicho que cisca pra trás, caralho!
Meu Deus do Céu, quanta gente ainda vai ter que sofrer
pelo teu egoísmo, Jorge?
-Me desculpa. -Já não basta a crise na Venezuela?
-O Gugu! -Não. O Gugu, não.
-É, o Gugu. -Não fui eu, não é possível.
Não fale isso.
-O Gugu, não... -Da próxima vez,
vê se pensa duas vezes antes de falar
que não vai tomar banho de folha de melissa,
que nem você fez em 2018, Jorge.
-Tira esse merda da minha frente! -Não, o Gugu, não!
Por favor, não! Tanto Otaviano Costa pra levar,
-vai levar meu Gugu. -Bora.
-Não faz isso comigo, por favor. -Vamos.
-Podia levar tanta gente! -Vai, vai, vai.
Leva a Luiza Ambiel, mas não leva o Gugu!
Então, é isso pessoal. Começando mais uma Operação Réveillon.
Deflagração em cinco estados diferentes do país.
-Que foi, Nunes? -Senhor,
eu estou precisando tomar um ar. Eu estou passando mal.
Tomar ar... Tomar ar de cu é rola, Nunes!
Levanta a cabeça! Eu não passei pano aqui nessa sala
com manjericão, rosa branca e mel pra você ficar trazendo
energia negativa do ano passado aqui, não, hein!
Come a romã, porra!
Eu não quero ter o sangue de Silvio Santos
na minha mão, não, hein!
Come, porra!
Não vomita, não...
Fala: "Passe, Obá.
É milícia!"