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Porta Dos Fundos 2018, FREELA DE MENDIGO

Eu acho que é esse daí.

Oi! Desculpa. Tudo bem? Você é mendigo, né?

Cara de mendigo. Perfeito pra função.

Então, eu sou Alice, esse é o Paulo, meu marido,

e a gente queria te pedir um favor.

Como é que eu peço? Não sei como pedir.

-Fala logo. -Então, a gente queria saber

se você podia trocar a fralda da menina pra gente.

-Eu? -Isso, você.

Porque a gente tem um pouco de nojo, né?

Vocês estão pedindo pra um mendigo, que vocês nunca viram na vida,

trocar a fralda do filho de vocês, é isso?

É que a gente acha que você tem mais experiência com essas coisas.

Experiência com o quê, meu amigo?

Essa coisa de cocô, sujeira.

Faz mais parte do seu dia a dia, a gente acha, né?

Acontece que eu tô muito bêbado e eu nunca segurei uma criança.

Ah, mas tudo bem.

A gente só tá com ela há duas semanas

e ninguém avisou que ela cagava tanto.

Ela tem diarreia de 12 a 15 vezes por dia.

-Horrível. -Em todos os formatos, cores

e cheiros possíveis. Então, tá tranquilo.

Só uma pessoa com experiência em sujeira pode ajudar a gente,

você tá entendendo? Tem que fazer isso, amigo. Ajuda a gente.

Amigo, pra você ter uma ideia, tem milho no cocô dela.

Vocês estão dando milho pra criança de duas semanas?

Não, é a merda que produz o próprio milho, entendeu?

Coisa de metabolismo alto. Deu no Globo Repórter.

Foi semana passada que eu vi isso aí.

Isso. Por favor, ajuda a gente. Olha a carinha dela, ó.

Gente, eu tô imundo aqui. Vocês não estão vendo, não?

Ela também. Ela não se troca desde anteontem.

Pô, amigo, quebra essa pra gente, quebra.

Tá acostumado em deitar em coisa muito pior e não fala nada.

-Deixa eu ver esse garotão, então. -Garotona. É Bianca.

-Bianca? -Isso.

-Oi, Bia! Vem cá, meu amor. -Ai meu Deus, que nojo!

Tá cheia de cocô mesmo.

Aí, vai?

Não se preocupa, não, tá, amor? Tem gente que até gosta desse cheiro.

Vai! Próximo.

-Bom dia. -O quê que é isso aí?

Caramba, pauzão, hein. Mas tá cheio de chato.

Todo ferido aqui embaixo. Vamos limpar.

Joga um álcoolzinho pra deixar eles meio bêbados,

eles descolam da pele, aí tu arranca. Mata que nem piolho, hein.

É o quê? Vomitou? Se vomitou toda?

Não, é porra mesmo, né? É o quê? Bocaque que fez?

Não tem problema, não. Olha só, tem homem...

Só disfarçar um pouquinho o cheiro aqui,

e volta pra noitada pra conseguir mais coisa pra tu lá. Vai!

Boa sorte, viu, maridão!

-Pô, tu dá banho, cara? -Eu dou banho em qualquer coisa.

Pô, que bom. Tem uns lugares aqui que eu não alcanço, não. Me ajuda?

-Claro que eu ajudo. -Porra.

Eu até acho bacana... Gente, acabou! Acabou!

Amanhã tem de novo.


Eu acho que é esse daí.

Oi! Desculpa. Tudo bem? Você é mendigo, né?

Cara de mendigo. Perfeito pra função.

Então, eu sou Alice, esse é o Paulo, meu marido,

e a gente queria te pedir um favor.

Como é que eu peço? Não sei como pedir.

-Fala logo. -Então, a gente queria saber

se você podia trocar a fralda da menina pra gente.

-Eu? -Isso, você.

Porque a gente tem um pouco de nojo, né?

Vocês estão pedindo pra um mendigo, que vocês nunca viram na vida,

trocar a fralda do filho de vocês, é isso?

É que a gente acha que você tem mais experiência com essas coisas.

Experiência com o quê, meu amigo?

Essa coisa de cocô, sujeira.

Faz mais parte do seu dia a dia, a gente acha, né?

Acontece que eu tô muito bêbado e eu nunca segurei uma criança.

Ah, mas tudo bem.

A gente só tá com ela há duas semanas

e ninguém avisou que ela cagava tanto.

Ela tem diarreia de 12 a 15 vezes por dia.

-Horrível. -Em todos os formatos, cores

e cheiros possíveis. Então, tá tranquilo.

Só uma pessoa com experiência em sujeira pode ajudar a gente,

você tá entendendo? Tem que fazer isso, amigo. Ajuda a gente.

Amigo, pra você ter uma ideia, tem milho no cocô dela.

Vocês estão dando milho pra criança de duas semanas?

Não, é a merda que produz o próprio milho, entendeu?

Coisa de metabolismo alto. Deu no Globo Repórter.

Foi semana passada que eu vi isso aí.

Isso. Por favor, ajuda a gente. Olha a carinha dela, ó.

Gente, eu tô imundo aqui. Vocês não estão vendo, não?

Ela também. Ela não se troca desde anteontem.

Pô, amigo, quebra essa pra gente, quebra.

Tá acostumado em deitar em coisa muito pior e não fala nada.

-Deixa eu ver esse garotão, então. -Garotona. É Bianca.

-Bianca? -Isso.

-Oi, Bia! Vem cá, meu amor. -Ai meu Deus, que nojo!

Tá cheia de cocô mesmo.

Aí, vai?

Não se preocupa, não, tá, amor? Tem gente que até gosta desse cheiro.

Vai! Próximo.

-Bom dia. -O quê que é isso aí?

Caramba, pauzão, hein. Mas tá cheio de chato.

Todo ferido aqui embaixo. Vamos limpar.

Joga um álcoolzinho pra deixar eles meio bêbados,

eles descolam da pele, aí tu arranca. Mata que nem piolho, hein.

É o quê? Vomitou? Se vomitou toda?

Não, é porra mesmo, né? É o quê? Bocaque que fez?

Não tem problema, não. Olha só, tem homem...

Só disfarçar um pouquinho o cheiro aqui,

e volta pra noitada pra conseguir mais coisa pra tu lá. Vai!

Boa sorte, viu, maridão!

-Pô, tu dá banho, cara? -Eu dou banho em qualquer coisa.

Pô, que bom. Tem uns lugares aqui que eu não alcanço, não. Me ajuda?

-Claro que eu ajudo. -Porra.

Eu até acho bacana... Gente, acabou! Acabou!

Amanhã tem de novo.