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BBC News 2021 (Brasil), 'Minha mãe põe minha vida em risco': as famílias destroçadas pelo QAnon

'Minha mãe põe minha vida em risco': as famílias destroçadas pelo QAnon

Quando Louise, de 24 anos, conversou comigo, estava sentada numa cadeira de escrivaninha

ao lado da cama dela, num porão

Ela descreveu, falando baixinho, as únicas cinco conversas que teve com a mãe, Margareth,

nos últimos oito meses

Na mais recente, Margareth disse que tropas chinesas estavam estacionadas na fronteira

do Canadá com os Estados Unidos, esperando um sinal do recém-empossado presidente americano

Joe Biden para tomar o país e instaurar o socialismo

Louise mora sozinha com a mãe, que durante a entrevista estava no andar de cima da casa,

na cozinha

Antes, os quartos das duas eram vizinhos e elas costumavam cozinhar juntas ou até surpreender

uma à outra com uma nova receita de bolo

Agora, Louise vive no porão, limita sua circulação na casa aos momentos em que se esgueira para

a cozinha para buscar comida, e só toma banho durante as madrugadas, quando Margareth já

dormiu

Eu sou Mariana Sanches, correspondente da BBC News Brasil aqui em Washington, e neste

vídeo eu conto pra vocês como Margareth e Louise chegaram a um rompimento quase completo

Essa é uma história que tem se repetido em milhares de lares tanto nos Estados Unidos

quanto no Canadá

Todas essas famílias têm um elemento em comum: algum de seus membros foi convencido

pela teoria da conspiração QAnon

E essa conversão tornou o convívio entre eles literalmente impossível

Como vocês sabem, o QAnon é uma conspiração que espalha a tese extremista e sem fundamento

de que Donald Trump estaria travando uma guerra secreta contra pedófilos adoradores de Satanás

do alto escalão do governo americano, do mundo empresarial e da imprensa

Nessa explicação falsa de mundo, quase tudo se conecta: a covid-19, o 5G, a China, o socialismo,

as vacinas, o que torna muito fácil que, em algum ponto de uma busca na internet por

algum desses temas, você esbarre na interpretação QAnon dos fatos

Foi o que aconteceu há um ano com Margareth

Ao mesmo tempo em que a covid-19 se espalhava pelo mundo, a mãe de Louise começou a duvidar

da gravidade da doença: se rebelou contra o uso de máscaras e o lockdown e passou a

procurar por fontes na internet que reforçassem suas crenças

Ela mergulhava por cinco, dez horas diárias em fóruns com conteúdo QAnon

E passou a inundar a caixa de email de amigos, conhecidos e mesmo contatos profissionais

com suas mensagens com esse tipo de teor

As crises familiares envolvendo pais, irmãos ou companheiros adeptos fervorosos do QAnon

são o ápice de um processo que vem se desenrolando em menor grau em outros países, como o Brasil,

em que as trocas de conteúdos falsos e divergências políticas afastam parentes e amigos

E embora não existam pesquisas sobre o rompimento das famílias nos EUA, alguns indicadores

servem como métrica

Na rede Reddit, um grupo batizado de "Baixas do QAnon" foi criado em julho de 2019 para

familiares compartilharem as experiências com esse tipo de situação

Até junho de 2020, a página tinha apenas 3,5 mil membros.

Agora, já são mais de 134 mil deles, além de centenas de milhares de relatos de ruptura

e dor

Dannagal Young é especialista em opinião pública da Universidade de Delaware e está

escrevendo um livro sobre o assunto.

Ela me disse que, apesar de teorias conspiratórias serem tão antigas quanto a própria humanidade,

esse ambiente de ansiedade e isolamento social que vivemos nos últimos meses com a pandemia

é ideal para disseminação delas

Só que as ações de Margareth não ficaram apenas no mundo virtual, onde Louise poderia

apenas ignorá-las

Margareth foi a manifestações de rua de grupos antivacina, acabou expulsa de comércios

em seu bairro depois de se recusar a usar máscara e desrespeitou medidas restritivas

para conter a pandemia

Segundo Young, esse é exatamente o roteiro pelo qual passam famílias nessa situação:

Um dos mais evidentes impactos reais foi a invasão do Capitólio por apoiadores do então

presidente Trump no último dia 6 de janeiro, que resultou em cinco mortes e impediu por

algumas horas a certificação da vitória eleitoral de Biden pelo Congresso americano

Um dos manifestantes, que ficou famoso por entrar no Capitólio usando esses trajes,

ostentava uma placa em que dizia "Q me mandou aqui", em referência ao codinome do usuário

de internet que iniciou a teoria da conspiração QAnon, se dizendo um infiltrado da máquina

estatal que atuaria contra Trump

Várias das pessoas que entrevistei naquele dia repetiram que Biden era um pedófilo que

seria preso sem sequer assumir.

Outra das afirmações dos seguidores do QAnon

Na madrugada de sete de janeiro, horas depois de o Capitólio ter sido invadido, Margareth

foi ao Twitter anunciar: "Trump venceu.

Nem dormi esta noite, feliz demais pra isso"

Uma tia de Louise também falou comigo e confirmou a história da sobrinha

Ela contou que Margareth conseguiu convencer o avô de Louise, de 85 anos, de suas ideias

Ele agora se recusa a tomar a vacina contra covid-19

Louise e a tia tinham esperança que a posse de Biden pudesse afastar Margareth do QAnon

Outras pessoas na mesma condição com quem conversei também achavam que a derrota eleitoral

de Trump e a transição de governo resolveria os conflitos familiares

Apesar de alguns dos principais expoentes do QAnon terem mostrado dúvidas sobre as

teses, a adesão só aumentou à teoria só aumentou

Em muitas famílias, o problema na verdade piorou

Para Margareth, Trump voltará à Casa Branca em 4 de março – uma nova data de reviravolta

espalhada na internet por aqueles que acreditaram sucessivamente que Trump venceria a eleição

no dia 3 de novembro, que o Colégio Eleitoral não confirmaria a vitória de Biden no dia

15 de dezembro, que o Congresso não ratificaria os votos no dia 6 de janeiro e que Biden não

assumiria a presidência no dia 20 daquele mês

Como se sabe, nenhuma delas jamais se provou verdadeira

A falsa data de posse levou a Guarda Nacional a manter um contingente na capital federal

até o dia 14 de março, à espera da chegada de um grupo grande de trumpistas e seguidores

de conspirações que possam tentar reeditar cenas como as do dia 6 de janeiro

Desde a invasão ao Capitólio, os arredores do prédio do Congresso americano estão bloqueados

O FBI tem emitido sucessivos alertas de risco do que qualificam como "terrorismo doméstico"

vindo de seguidores de QAnon

Mas como sair dessa situação?

Para Young, o primeiro passo é reconhecer que esse tipo de situação é tanto um problema

social, quanto um desafio doméstico/familiar

No plano social, ela afirma que plataformas na internet terão que silenciar perfis que

divulguem esses conteúdos

Desde o dia 6 de janeiro, empresas como Twitter e Facebook derrubaram milhares de contas do

tipo e silenciaram até mesmo o perfil de Donald Trump

Em resposta, Margareth e tantos outros migraram para outros aplicativos, como o Telegram,

o que mostra como pode ser difícil reduzir a disseminação de teorias da conspiração

Além disso, Young afirma que lideranças políticas terão que se expressar mais claramente

sobre o fato de não apoiar esse tipo de visão de mundo, mesmo que isso signifique afastar

de sua base uma grande quantidade de eleitores

Durante a campanha presidencial no ano passado, Trump preferiu dizer que não sabia direito

o que era QAnon a se afastar do grupo

O comportamento dele não é exceção

Em um relatório recente intitulado "A Conspiração QAnon: destruindo famílias, dividindo comunidades,

enfraquecendo a democracia", pesquisadores da Universidade de Rutgers e do Laboratório

de Pesquisa em Extremismo e Polarização afirmam que "quando os políticos são confrontados

com seu envolvimento com o movimento, eles muitas vezes recusam a afiliação aberta,

mas continuam a espalhar as hashtags e memes" relacionados ao QAnon

Os pesquisadores citam como exemplo disso um post do deputado Eduardo Bolsonaro, filho

do presidente brasileiro, de setembro de 2020.

Na mensagem, Eduardo escreveu “uma tempestade chegando”, expressão típica do QAnon

O Congresso americano enfrentou questão parecida nas últimas semanas

Duas recém-eleitas parlamentares republicanas já se associaram a ideias conspiratórias

do QAnon

Uma delas, Marjorie Taylor Greene, acabou punida pela Câmara dos Representantes por

endossar posts com conteúdo extremista, como a sugestão de assassinato de lideranças

democratas, antes de ser eleita

Retirada de seu posto na Comissão de Educação da Câmara, Greene fez uma espécie de mea-culpa

E tropecei em algo ... chamado QAnon.

No aspecto familiar, a recomendação dos especialistas é de tentar limitar as interações

em família a assuntos não controversos e prazerosos e mostrar afeto, apesar das discordâncias

Mas Louise se mostra cética sobre o retorno a algum tipo de normalidade entre mãe e filha

Trabalhando como freelancer, ela tenta conseguir um emprego fixo na área de tecnologia da

informação e está guardando o auxílio emergencial dado pelo governo para ter condições

financeiras de deixar a casa da mãe

Ciente do plano da filha, Margareth se revoltou

Disse que o dinheiro dado pelo governo é parte de um plano para criar uma dívida dos

cidadãos e, mais tarde, lhes cobrar e tomar suas casas

A BBC não entrou em contato com Margareth porque isso poderia colocar Louise em risco

Os nomes dos envolvidos nesta reportagem foram alterados para proteger sua identidade

É isso, pessoal, até a próxima

Tchau

'Minha mãe põe minha vida em risco': as famílias destroçadas pelo QAnon „Meine Mutter riskiert mein Leben“: Die von QAnon zerrissenen Familien 'My mother puts my life at risk': families torn apart by QAnon 'Mi madre pone en riesgo mi vida': las familias destrozadas por QAnon "Ma mère met ma vie en danger": les familles déchirées par QAnon 「母は私の命を危険にさらしている」:QAnonによって引き裂かれた家族 '엄마 때문에 목숨이 위태로워요': QAnon으로 인해 분열된 가족들 'Mijn moeder zet mijn leven op het spel': de gezinnen die uit elkaar worden gerukt door QAnon «Моя мать рискует моей жизнью»: семьи, разлученные QAnon “我的母亲让我的生命处于危险之中”:被 QAnon 撕裂的家庭

Quando Louise, de 24 anos, conversou comigo, estava sentada numa cadeira de escrivaninha Als Louise, 24, mit mir sprach, saß sie auf einem Schreibtischstuhl When 24-year-old Louise spoke to me, she was sitting in a desk chair

ao lado da cama dela, num porão beside her bed, in a basement

Ela descreveu, falando baixinho, as únicas cinco conversas que teve com a mãe, Margareth, She described, speaking softly, the only five conversations she had with her mother, Margareth,

nos últimos oito meses 過去 8 か月間

Na mais recente, Margareth disse que tropas chinesas estavam estacionadas na fronteira

do Canadá com os Estados Unidos, esperando um sinal do recém-empossado presidente americano of Canada with the United States, waiting for a signal from the newly sworn-in American president

Joe Biden para tomar o país e instaurar o socialismo

Louise mora sozinha com a mãe, que durante a entrevista estava no andar de cima da casa, Louise lives alone with her mother, who was on the top floor of the house during the interview,

na cozinha

Antes, os quartos das duas eram vizinhos e elas costumavam cozinhar juntas ou até surpreender Before, the rooms of the two were neighbors and they used to cook together or even surprise

uma à outra com uma nova receita de bolo

Agora, Louise vive no porão, limita sua circulação na casa aos momentos em que se esgueira para Now, Louise lives in the basement, limiting her circulation in the house to the moments when she sneaks into

a cozinha para buscar comida, e só toma banho durante as madrugadas, quando Margareth já

dormiu

Eu sou Mariana Sanches, correspondente da BBC News Brasil aqui em Washington, e neste

vídeo eu conto pra vocês como Margareth e Louise chegaram a um rompimento quase completo

Essa é uma história que tem se repetido em milhares de lares tanto nos Estados Unidos

quanto no Canadá

Todas essas famílias têm um elemento em comum: algum de seus membros foi convencido

pela teoria da conspiração QAnon

E essa conversão tornou o convívio entre eles literalmente impossível

Como vocês sabem, o QAnon é uma conspiração que espalha a tese extremista e sem fundamento

de que Donald Trump estaria travando uma guerra secreta contra pedófilos adoradores de Satanás that Donald Trump is waging a secret war against Satan-worshipping pedophiles

do alto escalão do governo americano, do mundo empresarial e da imprensa

Nessa explicação falsa de mundo, quase tudo se conecta: a covid-19, o 5G, a China, o socialismo,

as vacinas, o que torna muito fácil que, em algum ponto de uma busca na internet por

algum desses temas, você esbarre na interpretação QAnon dos fatos

Foi o que aconteceu há um ano com Margareth

Ao mesmo tempo em que a covid-19 se espalhava pelo mundo, a mãe de Louise começou a duvidar

da gravidade da doença: se rebelou contra o uso de máscaras e o lockdown e passou a

procurar por fontes na internet que reforçassem suas crenças

Ela mergulhava por cinco, dez horas diárias em fóruns com conteúdo QAnon She immersed herself for five, ten hours a day in forums with QAnon content.

E passou a inundar a caixa de email de amigos, conhecidos e mesmo contatos profissionais

com suas mensagens com esse tipo de teor

As crises familiares envolvendo pais, irmãos ou companheiros adeptos fervorosos do QAnon Family crises involving parents, siblings, or fellow QAnon aficionados

são o ápice de um processo que vem se desenrolando em menor grau em outros países, como o Brasil, are the culmination of a process that has been unfolding to a lesser extent in other countries, such as Brazil,

em que as trocas de conteúdos falsos e divergências políticas afastam parentes e amigos

E embora não existam pesquisas sobre o rompimento das famílias nos EUA, alguns indicadores And while there is no research on family breakdowns in the US, some indicators

servem como métrica

Na rede Reddit, um grupo batizado de "Baixas do QAnon" foi criado em julho de 2019 para On the Reddit network, a group called "QAnon Casualties" was created in July 2019 to

familiares compartilharem as experiências com esse tipo de situação

Até junho de 2020, a página tinha apenas 3,5 mil membros.

Agora, já são mais de 134 mil deles, além de centenas de milhares de relatos de ruptura

e dor

Dannagal Young é especialista em opinião pública da Universidade de Delaware e está

escrevendo um livro sobre o assunto.

Ela me disse que, apesar de teorias conspiratórias serem tão antigas quanto a própria humanidade,

esse ambiente de ansiedade e isolamento social que vivemos nos últimos meses com a pandemia

é ideal para disseminação delas

Só que as ações de Margareth não ficaram apenas no mundo virtual, onde Louise poderia

apenas ignorá-las

Margareth foi a manifestações de rua de grupos antivacina, acabou expulsa de comércios

em seu bairro depois de se recusar a usar máscara e desrespeitou medidas restritivas

para conter a pandemia

Segundo Young, esse é exatamente o roteiro pelo qual passam famílias nessa situação:

Um dos mais evidentes impactos reais foi a invasão do Capitólio por apoiadores do então

presidente Trump no último dia 6 de janeiro, que resultou em cinco mortes e impediu por

algumas horas a certificação da vitória eleitoral de Biden pelo Congresso americano

Um dos manifestantes, que ficou famoso por entrar no Capitólio usando esses trajes,

ostentava uma placa em que dizia "Q me mandou aqui", em referência ao codinome do usuário

de internet que iniciou a teoria da conspiração QAnon, se dizendo um infiltrado da máquina

estatal que atuaria contra Trump

Várias das pessoas que entrevistei naquele dia repetiram que Biden era um pedófilo que

seria preso sem sequer assumir. would be arrested without even assuming.

Outra das afirmações dos seguidores do QAnon

Na madrugada de sete de janeiro, horas depois de o Capitólio ter sido invadido, Margareth

foi ao Twitter anunciar: "Trump venceu. took to Twitter to announce: "Trump won.

Nem dormi esta noite, feliz demais pra isso" I didn't even sleep last night, too happy for that"

Uma tia de Louise também falou comigo e confirmou a história da sobrinha

Ela contou que Margareth conseguiu convencer o avô de Louise, de 85 anos, de suas ideias

Ele agora se recusa a tomar a vacina contra covid-19

Louise e a tia tinham esperança que a posse de Biden pudesse afastar Margareth do QAnon Louise and her aunt were hopeful that Biden's inauguration could alienate Margareth from QAnon

Outras pessoas na mesma condição com quem conversei também achavam que a derrota eleitoral

de Trump e a transição de governo resolveria os conflitos familiares

Apesar de alguns dos principais expoentes do QAnon terem mostrado dúvidas sobre as Although some of the main exponents of QAnon have expressed doubts about the

teses, a adesão só aumentou à teoria só aumentou

Em muitas famílias, o problema na verdade piorou

Para Margareth, Trump voltará à Casa Branca em 4 de março – uma nova data de reviravolta

espalhada na internet por aqueles que acreditaram sucessivamente que Trump venceria a eleição

no dia 3 de novembro, que o Colégio Eleitoral não confirmaria a vitória de Biden no dia

15 de dezembro, que o Congresso não ratificaria os votos no dia 6 de janeiro e que Biden não

assumiria a presidência no dia 20 daquele mês

Como se sabe, nenhuma delas jamais se provou verdadeira

A falsa data de posse levou a Guarda Nacional a manter um contingente na capital federal

até o dia 14 de março, à espera da chegada de um grupo grande de trumpistas e seguidores

de conspirações que possam tentar reeditar cenas como as do dia 6 de janeiro

Desde a invasão ao Capitólio, os arredores do prédio do Congresso americano estão bloqueados

O FBI tem emitido sucessivos alertas de risco do que qualificam como "terrorismo doméstico"

vindo de seguidores de QAnon

Mas como sair dessa situação?

Para Young, o primeiro passo é reconhecer que esse tipo de situação é tanto um problema

social, quanto um desafio doméstico/familiar

No plano social, ela afirma que plataformas na internet terão que silenciar perfis que On the social level, she claims that internet platforms will have to silence profiles that

divulguem esses conteúdos

Desde o dia 6 de janeiro, empresas como Twitter e Facebook derrubaram milhares de contas do

tipo e silenciaram até mesmo o perfil de Donald Trump

Em resposta, Margareth e tantos outros migraram para outros aplicativos, como o Telegram,

o que mostra como pode ser difícil reduzir a disseminação de teorias da conspiração

Além disso, Young afirma que lideranças políticas terão que se expressar mais claramente

sobre o fato de não apoiar esse tipo de visão de mundo, mesmo que isso signifique afastar

de sua base uma grande quantidade de eleitores

Durante a campanha presidencial no ano passado, Trump preferiu dizer que não sabia direito

o que era QAnon a se afastar do grupo

O comportamento dele não é exceção

Em um relatório recente intitulado "A Conspiração QAnon: destruindo famílias, dividindo comunidades,

enfraquecendo a democracia", pesquisadores da Universidade de Rutgers e do Laboratório

de Pesquisa em Extremismo e Polarização afirmam que "quando os políticos são confrontados

com seu envolvimento com o movimento, eles muitas vezes recusam a afiliação aberta,

mas continuam a espalhar as hashtags e memes" relacionados ao QAnon

Os pesquisadores citam como exemplo disso um post do deputado Eduardo Bolsonaro, filho

do presidente brasileiro, de setembro de 2020.

Na mensagem, Eduardo escreveu “uma tempestade chegando”, expressão típica do QAnon

O Congresso americano enfrentou questão parecida nas últimas semanas

Duas recém-eleitas parlamentares republicanas já se associaram a ideias conspiratórias

do QAnon

Uma delas, Marjorie Taylor Greene, acabou punida pela Câmara dos Representantes por

endossar posts com conteúdo extremista, como a sugestão de assassinato de lideranças

democratas, antes de ser eleita

Retirada de seu posto na Comissão de Educação da Câmara, Greene fez uma espécie de mea-culpa

E tropecei em algo ... chamado QAnon.

No aspecto familiar, a recomendação dos especialistas é de tentar limitar as interações

em família a assuntos não controversos e prazerosos e mostrar afeto, apesar das discordâncias

Mas Louise se mostra cética sobre o retorno a algum tipo de normalidade entre mãe e filha

Trabalhando como freelancer, ela tenta conseguir um emprego fixo na área de tecnologia da

informação e está guardando o auxílio emergencial dado pelo governo para ter condições

financeiras de deixar a casa da mãe

Ciente do plano da filha, Margareth se revoltou Aware of her daughter's plan, Margareth rebelled

Disse que o dinheiro dado pelo governo é parte de um plano para criar uma dívida dos

cidadãos e, mais tarde, lhes cobrar e tomar suas casas

A BBC não entrou em contato com Margareth porque isso poderia colocar Louise em risco

Os nomes dos envolvidos nesta reportagem foram alterados para proteger sua identidade

É isso, pessoal, até a próxima

Tchau