Bom dia. Documento e habilitação do veículo, "peor" favor.
Ma... Ma... Ma io sou Mário.
-Io non preciso de habilitacione. -Olha só, cidadão,
eu não entendo coreano. Vou pedir só mais uma vez.
Documento e habilitação do veículo, "peor" favor.
Ma... Ma.. Ma... Io non tenho.
Ai meu deus, eu falei que ia dar ruim.
Então quer dizer que o cidadão não tem?
Desce do carro agora. Vamos embora.
Os dois "cidadão", vamos embora.
-Ma... Ma.. Ma qual o problema? -Qual o problema?
Ô, Barbosa!
O cidadão aqui quer saber qual o "probrema".
-Não sei, cheguei agora. -O "probrema" é que o cidadão aqui
está sem habilitação. Faz o seguinte, Barbosa?
-Dá uma geral no carro dele. -Pode deixar comigo.
A outra geral, Barbosa.
-A outra geral. -Ah, tá.
Ma... Ma... Ma o que ele está fazendo?
Ele foi pegar um bronze na praia, cidadão.
Bronze?
Ele está fazendo uma revista no teu carro.
Meu pano!
Meu outro pano!
Meu galão!
-Mamma mia! -Peixoto!
-Opa! -Vai adorar isso aqui, Peixoto!
-Colchinha da dona Marli, Barbosa? -Não!
Melhor ainda!
O cara está levando três cascos de tartaruga silvestre.
-Três cascos... Bom saber. -Aqui.
Então quer dizer que o cidadão, além de estar sem habilitação,
o cidadão está fazendo tráfico ilegal à caça ao animal silvestre
-chamado tartaruga, afirmativo? -No, no, no.
Non faço caça nenhuma.
Não faz? Então me explica que cascos são esses, cidadão.
-Já estava no carro! -Já estava no carro...
Olha isso, Barbosa! Já estava no carro.
Vagabundo nunca sabe de nada.
E a princesa aí?
-Está envolvida com o vagabundo? -Peixoto!
-Oi? -Mais uma coisinha aqui, hein?
-Colchinha da dona Marli? -Negativo!
Uma sacola de cogumelos. Vê isso aqui, olha!
Vê aí.
O cidadão está envolvido com alucinógenos?
Está envolvido com tráfico de entorpecentes?
No! No! No!
"No, no" é o cacete. Me explica que droga é essa aqui.
-É... -Isso aqui é Cogumelo do Sol?
-No! -Porque Cogumelo do Sol, eu sei.
Porque eu compro pra minha avó.
-Agora, eu quero saber. -É pra...
É pra ficar mais forte
-e crescer na vida. -Isso é droga, hein?
-Sì. -Bate forte...
-No! -É droga sim.
-No! -Está preso.
-Está preso. Está preso. -Não, não. Espera aí, espera aí.
Não, não não. Espera! Espera!
Não, podemos... Não podemos
conversar sobre outro modo? Outro modo?
-Outro modo? Outro? -Sì. Sì.
Sì.
-Um... um... -Que outro modo é esse aí?
Eu tenho uma coisa que possa, de repente,
ajudar a ti, a mi e sua família.
-Sì. -E a minha família?
-Também. -Também, também, também.
Tu tá querendo falar que é o cafezinho?
Não, não. Eu tenho uma coisa aqui no meu bolso
-que pode... -Devagar.
pode agradar o senhor.
Eu tenho um trocado aqui. Um trocado.
O que que é isso aí?
Uma moeda de ouro!
-Ouro? -Sì!
-É de coração? -De coração.
-Isso aí vale mais que dinheiro? -Molto mais.
Ô, seu gringo arrombado,
-tu tá de sacanagem comigo? -Não estou!
Está de sacanagem comigo? Com o Barbosa?
-Não, espera! Espera! -E leva essa princesinha aí também.
-Não, não, não. Não me encosta. -A senhora vai ter...
Não me encosta. Eu sou uma princesa.
-A senhora me acompanha, por favor. -É princesa, então a senhora
vai conhecer a masmorra de Bangu 1.
-Leva ela também. -Não, não, não vou.
-Vou te levar. -Leva ele e essa princesa aqui.
Me acompanha, senhora.
Me... Senhora, me acompanha!
Não se grita com uma princesa, tá? Não me encosta.
-Mamma mia! Mamma mia! -Ô, Barbosa,
deixa eles juntos com aquele maluco de cabelo azul arrepiado
que passou aqui correndo pelado só de tênis.
Saudade dos cracudos, isso sim.
Tu é retardado?
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