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BBC Brasil 2018 (Áudio/Vídeo+CC), Quem é quem no governo de Bolsonaro?

Quem é quem no governo de Bolsonaro?

[Dec 14, 2018].

O governo Bolsonaro terá 22 ministérios.

São 7 a menos que os atuais mas também são 7 a mais do que ele prometeu na campanha.

Eu sou o André Shalders, repórter da BBC News Brasil em São Paulo, e neste vídeo vou te contar quem é quem na equipe que vai governar o Brasil a partir do dia 1º de janeiro.

Eu vou em ordem alfabética, mas vou deixar para o fim os 4 mais importantes, aqueles que vão governar com o Bolsonaro dentro do Palácio do Planalto.

Nem todo mundo que é ministro de fato tem o nome Ministério no órgão que ocupa: é o caso do primeiro da nossa lista, o chefe da Advocacia Geral da União.

É a AGU que aconselha e representa legalmente o governo.

O Ministro-Chefe da AGU será André Luiz de Almeida Mendonça, um servidor de carreira do executivo formado pela Faculdade de Direito de Bauru e que hoje trabalha na Controladoria Geral da União, a CGU.

Lá ele foi bem importante na negociação dos acordos de leniência das empreiteiras da Lava Jato, ou seja, tem experiência no combate à corrupção.

Bolsonaro terá duas ministras mulheres: uma delas é agrônomo e deputado do DEM do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina, que vai chefiar o Ministério da Agricultura.

Na Câmara, ela foi presidente da frente parlamentar da agropecuária.

Ganhou dos críticos o apelido de musa do veneno, por defender menos restrições para o uso de agrotóxicos.

Ela representa um setor importante da economia brasileira e que tem também a maior bancada temática da Câmara.

É justamente a bancada ruralista que deu aquele empurrãozinho para ela conseguir a vaga de ministra.

Para o Banco Central, Bolsonaro e seu guru econômico Paulo Guedes escolheram o economista Roberto Campos Neto.

Como o nome diz, ele é neto do economista liberal Roberto Campos, que foi muito influente no Brasil e que já faleceu.

O nome do cargo é Presidente do Banco Central, mas essa pessoa também tem status de ministro.

Hoje, Roberto Campos Neto trabalha no Banco Santander.

Osmar Terra comandará o Ministério da Cidadania, que é uma fusão das pastas de Esporte, de Cultura e de Desenvolvimento Social.

Essas áreas não desaparecerão com cortes de ministérios, elas serão aglutinadas em um novo guarda chuva.

Este ano, Osmar Terra foi reeleito para o seu quinto mandato pelo MDB do Rio Grande do Sul e fez parte do governo de Michel Temer.

É médico de formação e tem como prioridade o cuidado com a primeira infância.

É também contra a legalização das drogas.

Políticas com o Bolsa Família, por exemplo, estarão sob sua responsabilidade.

Para Ciência e Tecnologia, Bolsonaro escolheu o astronauta Marcos Pontes, filiado ao PSL.

Ele foi tenente coronel da Força Aérea e é o único brasileiro que já viajou ao espaço.

Ele chegou até lá em 2006, a bordo da nave russa Soyuz.

Pontes é engenheiro formado pelo ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica.

Ele é o primeiro militar, no caso dele, da reserva, que a gente menciona aqui.

Contando com ele, serão 7 militares no primeiro escalão.

A Controladoria-Geral da União é uma espécie de fiscal do dinheiro do governo.

A pasta vai continuar sob o comando do ministro atual Wagner Rosário.

Ele é servidor concursado da CGU, mas teve formação superior militar na Aman - Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio.

Depois, fez mestrado na Espanha, sobre o tema do combate à corrupção.

Ele é capitão da reserva do Exército.

Na campanha, Bolsonaro disse várias vezes que não abrirá mão de colocar um general de quatro estrelas no Ministério da Defesa.

Agora quem vai ficar com a pasta é Fernando Azevedo e Silva, general da reserva.

Antes de aceitar o convite do Bolsonaro, ele era assessor do atual presidente do STF, Dias Toffoli.

Tem um longo currículo nas forças armadas e foi chefe, por exemplo, da autoridade pública olímpica dos jogos do Rio de 2016.

De uma outra fusão, surgiu o Ministério do Desenvolvimento Regional, que une as pastas de Cidades e Integração Nacional.

No comando, um servidor de carreira do executivo, Gustavo Canuto.

Ele é o atual número dois da hierarquia do Ministério da Integração e é engenheiro, formado em Engenharia da Computação pela Unicamp.

Uma curiosidade: o salário de um ministro de Estado do Brasil é de R$ 30 mil e 900, mas não é comum que a renda deles ultrapassa esse valor por causa de cargos anteriores e outras atividades do governo, como os conselhos de estatais.

Quem não lembra do Bolsonaro falando na campanha que ia consultar o Posto Ipiranga?

Que era uma referência àquela propaganda que dizia "ah, pergunta lá no posto".

Pois é, Paulo Guedes não vai ser apenas o ministro da fazenda como os outros.

O Ministério da Economia que ele vai comandar é uma junção da Fazenda com o Planejamento, com a pasta de Indústria, Comércio e Serviços.

É por isso que chamam de super-Ministério.

Guedes é economista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, mas fez doutorado na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.

Ele é um dos fundadores do Banco Pactual e sócio majoritário do Grupo BR Investimentos, ou seja, entende bastante de mercado financeiro.

É adepto do liberalismo econômico e defende que o Estado intervenha menos na economia, por exemplo, com amplas privatizações de empresas públicas, tipo Eletrobrás, Cedae e Petrobras.

A grande pergunta na área econômica é qual será de fato a autonomia do Paulo Guedes e como duas personalidades bastante fortes vão se equilibrar em temas como reforma da previdência e privatizações, por exemplo.

O governo Bolsonaro também vai ter dois ministros que foram indicados pelo guru da direita, Olavo de Carvalho.

Vamos lembrar que Bolsonaro tinha sobre sua mesa três livros quando fez o discurso da vitória nas eleições: um era uma biografia do Winston Churchill, que foi primeiro ministro do Reino Unido durante a 2ª Guerra Mundial.

A segunda era uma bíblia e depois tinha um livro do Olavo de Carvalho.

Inclusive, meu colega João Fellet fez um perfil muito bom dele.

"Eu fui até a casa de Olavo de Carvalho em Virgínia, nos Estados Unidos.

Entrevistei ele e a gente vai colocar o link dessa reportagem aqui embaixo".

Quem são as indicações do Olavo de Carvalho?

Uma delas é o ministro da Educação, filósofo e teólogo Ricardo Veléz Rodrigues.

Ele nasceu na Colômbia e é brasileiro naturalizado.

Formado em Filosofia e Teologia em Bogotá, fez mestrado e doutorado em Filosofia no Rio, na década de 1980.

É um crítico da teologia da libertação, que é aquela ala de esquerda da Igreja Católica, e um defensor de valores conservadores no campo dos costumes.

O segundo indicado por Olavo de Carvalho foi para o Ministério das Relações Exteriores.

É Ernesto Araújo, um diplomata de carreira do Itamaraty.

Ele defende que o Brasil se aproxime dos Estados Unidos e de Israel.

No Itamaraty, ele trabalhava justamente no departamento responsável pelas relações com os Estados Unidos.

Fez graduação em Letras na Universidade de Brasília.

Outra área muito importante que estará com os militares é a área de infraestrutura.

Para comandar essa pasta, a equipe de Bolsonaro escolheu o capitão da reserva do exército e hoje consultor da câmara Tarcísio Gomes de Freitas.

Ele tem formação em engenharia civil pelo Instituto Militar de Engenharia - IME - e já foi diretor do Departamento de Infraestrutura Nacional de Transportes - Denit - no governo de Dilma Rousseff, do PT.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai ficar com Sérgio Moro, que dispensa apresentações.

É o nome de maior prestígio do futuro governo.

Vai tentar reviver o projeto de 10 Medidas pela Corrupção que foi enterrado pelo congresso em 2016.

Minha colega Mariana Schreiber, correspondente em Brasília, fez um vídeo interessante analisando quais são esses super poderes que Moro vai ter enquanto ministro.

No Ministério, Moro será responsável pela segurança pública e também terá o controle do COAF, que hoje está no Ministério da Fazenda.

O COAF é o órgão do governo que vigia todas as movimentações financeiras de grande valor feitos no país.

Ele ajudou muito na Lava Jato e no Mensalão e recentemente descobri movimentações suspeitas na conta de um motorista de Flávio Bolsonaro, que é filho do presidente eleito.

A gente tem um link aqui nos comentários também explicando exatamente o que é essa história.

Moro também teve a sua cota de indicações do governo.

Levará para a Esplanada vários ex-colegas da Lava Jato.

Por exemplo, Maurício Valeixo, que vai chefiar a Polícia Federal, e a delegada Erika Marena, que vai comandar o Departamento de Recuperação de Ativos - DRCI.

Aliás quem batizou a Lava Jato foi a Erika Marena.

E não vamos nos esquecer que Moro terá de cuidar de temas difíceis, como segurança pública e imigração.

O último ministro que Bolsonaro anunciou já neste domingo foi o do Meio Ambiente.

A pasta vai ficar com o advogado Ricardo de Aquino Sales.

Ele é filiado ao partido Novo, do ex- candidato presidencial João Amoedo.

Este ano, Sales tentou uma vaga de deputado federal por São Paulo, mas não foi eleito.

Ele foi secretário de Meio Ambiente do ex-governador tucano de São Paulo Geraldo Alckmin.

Sales é réu em uma ação civil pública ambiental de improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público de São Paulo, sem uma decisão ainda.

Para o Ministério de Minas e Energia, outro militar: Bolsonaro escolheu o almirante da marinha Bento Costa de Lima.

Ele se graduou na Escola Naval no Rio de Janeiro e fez MBA na Fundação Getúlio Vargas.

Na marinha, já comandou o programa de submarinos, o Prosub, e o programa nuclear.

Eu disse que eram duas mulheres no primeiro escalão do Bolsonaro: uma é Tereza Cristina e a outra é advogada e pastora evangélica Damares Alves, que vai chefiar a pasta de Mulher, Família e Direitos Humanos.

Antes de aceitar o convite, ela era assessora do senador evangélico Magno Malta, do Espírito Santo.

Damares vai também comandar a Funai, que cuida da questão indígena.

Ela relatou em entrevistas que foi vítima de um estupro aos seis anos de idade, que a impediu de ter filhos.

Foi uma experiência traumática que moldou o ativismo de Damares.

Ela nem sempre fecha com todas as pautas conservadoras: é, por exemplo, contra a legalização do aborto, mas também contra a redução da maioridade penal.

O médico Luiz Henrique Mandetta, deputado federal pelo DEM do Mato Grosso do Sul, será o ministro da Saúde.

Ele foi secretário de Saúde da prefeitura de Campo Grande.

É investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2.

Nada disso foi concluída até o momento.

Quando ele foi escolhido, Bolsonaro disse que era uma escolha do setor de Saúde.

Bolsonaro e Mandetta eram também vizinhos de gabinete na Câmara dos Deputados.

Era com Mandetta que Bolsonaro tirava dúvidas sobre a área de Saúde antes de dar uma entrevista ou de fazer uma live no Facebook, por exemplo.

O PSL, partido de Bolsonaro, terá três ministros no futuro governo: um deles é o deputado federal Marcelo Álvaro, que este ano se elegeu pelo PSL de Minas para o seu segundo mandato.

Ele vai comandar o Ministério do Turismo e faz parte da bancada evangélica do Congresso.

Tem 44 anos de idade e já foi vereador em Belo Horizonte.

Ele também começou o curso de Engenharia Civil, mas não terminou.

E aqui a gente conclui os ministros da Esplanada.

Eles vão trabalhar naqueles 17 prédios quadradinhos, iguais, que a gente vê nas fotografias de Brasília.

Paulo Guedes e Moro vão ter muito poder sim, mas bora ver quem é que vai trabalhar literalmente do lado do Bolsonaro, no Palácio do Planalto?

No quarto andar do palácio, um andar acima do escritório de Bolsonaro, fica o gabinete da Casa Civil.

Quem vai mandar ali é Onyx Lorenzoni, um deputado federal do Democratas do Rio Grande do Sul, que está junto com o Bolsonaro desde muito antes da campanha começar.

Ele vai cuidar da articulação com o Congresso.

O chefe da Casa Civil manda no Diário Oficial, ou seja, nos cargos do futuro governo, e também é lá que o governo termina de ajeitar os projetos que ele vai mandar para o Congresso.

Onyx já admitiu ter recebido R$ 100 mil não declarados do frigorífico JBS, como doação de campanha.

Essa prática se chama caixa 2 e é ilegal no Brasil.

A doação foi em 2014, quando ele se elegeu deputado pela quarta vez.

Agora, surgiu a denúncia de uma segunda doação de caixa 2, também de R$ 100 mil, na campanha de 2012.

O Supremo Tribunal Federal autorizou uma investigação, a pedido da Procuradoria Geral da República.

A denúncia se baseia na delação premiada de executivos da JBS.

Mais um caso que está agora nas mãos da Justiça.

Do lado de Onyx, também no quarto andar, fica o escritório do general da reserva Augusto Heleno.

Ele vai comandar o Gabinete de Segurança Institucional - GSI.

De todos os militares do Planalto, Augusto Heleno é aquele que é mais próximo do Bolsonaro: ele foi instrutor dele na Academia Militar das Agulhas Negras, a Aman, na década de 70.

O GSI faz a segurança do Presidente e também controla a Agência Brasileira de Inteligência - Abin.

Outro militar do Palácio: o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, que vai comandar a Secretaria de Governo.

Ele já chefiou a missão de paz da ONU no Haiti, a Minustah, e a Secretaria de Segurança Pública do Ministério da Justiça no governo do Michel Temer.

Ele é considerado um linha dura e, assim como Onyx, vai cuidar da relação do governo com o Congresso.

O último ministro palaciano é o ex-presidente do PSL e advogado Gustavo Bebiano.

Ele fez a defesa de Bolsonaro quando o presidente foi processado pela deputada Maria do Rosario, do PT do Rio Grande do Sul.

Na Secretaria Geral, Bebiano vai cuidar do programa de privatizações do governo, o PPI.

Além disso, ele vai fazer a ponte do governo com a sociedade civil e com os movimentos sociais.

A gente não pode esquecer, é claro, do vice-presidente: o general da reserva Hamilton Mourão.

O Mourão já disse que ele não quer ser um vice meramente decorativo, mas ainda não está claro qual vai ser o papel dele no governo.

Ele disse também que ele é como um irmão siamês do Bolsonaro.

É que ele, assim como o presidente, é o único que tem, em tese, quatro anos garantidos no governo.

Ok. Esse é o meu primeiro...Bom, esse foi o meu primeiro vídeo pra vocês aqui no...

Bom, esse foi o meu primeiro vídeo para vocês aqui no canal da BBC News Brasil e eu espero que vocês tenham gostado.

Se você gostou, não esquece de se inscrever no nosso canal, de apertar esse sininho embaixo para poder receber as nossas notificações, de e de compartilhar com seus amigos.

Obrigado e até a próxima!


Quem é quem no governo de Bolsonaro? Wer ist wer in Bolsonaros Regierung? Who is who in Bolsonaro's government? ¿Quién es quién en el gobierno de Bolsonaro? Qui est qui dans le gouvernement de Bolsonaro ? Chi è chi nel governo di Bolsonaro? Хто є хто в уряді Болсонару?

[Dec 14, 2018].

O governo Bolsonaro terá 22 ministérios.

São 7 a menos que os atuais mas também são 7 a mais do que ele prometeu na campanha.

Eu sou o André Shalders, repórter da BBC News Brasil em São Paulo, e neste vídeo vou te contar quem é quem na equipe que vai governar o Brasil a partir do dia 1º de janeiro.

Eu vou em ordem alfabética, mas vou deixar para o fim os 4 mais importantes, aqueles que vão governar com o Bolsonaro dentro do Palácio do Planalto.

Nem todo mundo que é ministro de fato tem o nome Ministério no órgão que ocupa: é o caso do primeiro da nossa lista, o chefe da Advocacia Geral da União.

É a AGU que aconselha e representa legalmente o governo.

O Ministro-Chefe da AGU será André Luiz de Almeida Mendonça, um servidor de carreira do executivo formado pela Faculdade de Direito de Bauru e que hoje trabalha na Controladoria Geral da União, a CGU.

Lá ele foi bem importante na negociação dos acordos de leniência das empreiteiras da Lava Jato, ou seja, tem experiência no combate à corrupção.

Bolsonaro terá duas ministras mulheres: uma delas é agrônomo e deputado do DEM do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina, que vai chefiar o Ministério da Agricultura.

Na Câmara, ela foi presidente da frente parlamentar da agropecuária.

Ganhou dos críticos o apelido de musa do veneno, por defender menos restrições para o uso de agrotóxicos.

Ela representa um setor importante da economia brasileira e que tem também a maior bancada temática da Câmara.

É justamente a bancada ruralista que deu aquele empurrãozinho para ela conseguir a vaga de ministra.

Para o Banco Central, Bolsonaro e seu guru econômico Paulo Guedes escolheram o economista Roberto Campos Neto.

Como o nome diz, ele é neto do economista liberal Roberto Campos, que foi muito influente no Brasil e que já faleceu.

O nome do cargo é Presidente do Banco Central, mas essa pessoa também tem status de ministro.

Hoje, Roberto Campos Neto trabalha no Banco Santander.

Osmar Terra comandará o Ministério da Cidadania, que é uma fusão das pastas de Esporte, de Cultura e de Desenvolvimento Social.

Essas áreas não desaparecerão com cortes de ministérios, elas serão aglutinadas em um novo guarda chuva.

Este ano, Osmar Terra foi reeleito para o seu quinto mandato pelo MDB do Rio Grande do Sul e fez parte do governo de Michel Temer.

É médico de formação e tem como prioridade o cuidado com a primeira infância.

É também contra a legalização das drogas.

Políticas com o Bolsa Família, por exemplo, estarão sob sua responsabilidade.

Para Ciência e Tecnologia, Bolsonaro escolheu o astronauta Marcos Pontes, filiado ao PSL.

Ele foi tenente coronel da Força Aérea e é o único brasileiro que já viajou ao espaço.

Ele chegou até lá em 2006, a bordo da nave russa Soyuz.

Pontes é engenheiro formado pelo ITA - Instituto Tecnológico da Aeronáutica.

Ele é o primeiro militar, no caso dele, da reserva, que a gente menciona aqui.

Contando com ele, serão 7 militares no primeiro escalão.

A Controladoria-Geral da União é uma espécie de fiscal do dinheiro do governo.

A pasta vai continuar sob o comando do ministro atual Wagner Rosário.

Ele é servidor concursado da CGU, mas teve formação superior militar na Aman - Academia Militar das Agulhas Negras, no Rio.

Depois, fez mestrado na Espanha, sobre o tema do combate à corrupção.

Ele é capitão da reserva do Exército.

Na campanha, Bolsonaro disse várias vezes que não abrirá mão de colocar um general de quatro estrelas no Ministério da Defesa.

Agora quem vai ficar com a pasta é Fernando Azevedo e Silva, general da reserva.

Antes de aceitar o convite do Bolsonaro, ele era assessor do atual presidente do STF, Dias Toffoli.

Tem um longo currículo nas forças armadas e foi chefe, por exemplo, da autoridade pública olímpica dos jogos do Rio de 2016.

De uma outra fusão, surgiu o Ministério do Desenvolvimento Regional, que une as pastas de Cidades e Integração Nacional.

No comando, um servidor de carreira do executivo, Gustavo Canuto.

Ele é o atual número dois da hierarquia do Ministério da Integração e é engenheiro, formado em Engenharia da Computação pela Unicamp.

Uma curiosidade: o salário de um ministro de Estado do Brasil é de R$ 30 mil e 900, mas não é comum que a renda deles ultrapassa esse valor por causa de cargos anteriores e outras atividades do governo, como os conselhos de estatais.

Quem não lembra do Bolsonaro falando na campanha que ia consultar o Posto Ipiranga?

Que era uma referência àquela propaganda que dizia "ah, pergunta lá no posto".

Pois é, Paulo Guedes não vai ser apenas o ministro da fazenda como os outros.

O Ministério da Economia que ele vai comandar é uma junção da Fazenda com o Planejamento, com a pasta de Indústria, Comércio e Serviços.

É por isso que chamam de super-Ministério.

Guedes é economista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais, mas fez doutorado na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.

Ele é um dos fundadores do Banco Pactual e sócio majoritário do Grupo BR Investimentos, ou seja, entende bastante de mercado financeiro.

É adepto do liberalismo econômico e defende que o Estado intervenha menos na economia, por exemplo, com amplas privatizações de empresas públicas, tipo Eletrobrás, Cedae e Petrobras.

A grande pergunta na área econômica é qual será de fato a autonomia do Paulo Guedes e como duas personalidades bastante fortes vão se equilibrar em temas como reforma da previdência e privatizações, por exemplo.

O governo Bolsonaro também vai ter dois ministros que foram indicados pelo guru da direita, Olavo de Carvalho.

Vamos lembrar que Bolsonaro tinha sobre sua mesa três livros quando fez o discurso da vitória nas eleições: um era uma biografia do Winston Churchill, que foi primeiro ministro do Reino Unido durante a 2ª Guerra Mundial.

A segunda era uma bíblia e depois tinha um livro do Olavo de Carvalho.

Inclusive, meu colega João Fellet fez um perfil muito bom dele.

"Eu fui até a casa de Olavo de Carvalho em Virgínia, nos Estados Unidos.

Entrevistei ele e a gente vai colocar o link dessa reportagem aqui embaixo".

Quem são as indicações do Olavo de Carvalho?

Uma delas é o ministro da Educação, filósofo e teólogo Ricardo Veléz Rodrigues.

Ele nasceu na Colômbia e é brasileiro naturalizado.

Formado em Filosofia e Teologia em Bogotá, fez mestrado e doutorado em Filosofia no Rio, na década de 1980.

É um crítico da teologia da libertação, que é aquela ala de esquerda da Igreja Católica, e um defensor de valores conservadores no campo dos costumes.

O segundo indicado por Olavo de Carvalho foi para o Ministério das Relações Exteriores.

É Ernesto Araújo, um diplomata de carreira do Itamaraty.

Ele defende que o Brasil se aproxime dos Estados Unidos e de Israel.

No Itamaraty, ele trabalhava justamente no departamento responsável pelas relações com os Estados Unidos.

Fez graduação em Letras na Universidade de Brasília.

Outra área muito importante que estará com os militares é a área de infraestrutura.

Para comandar essa pasta, a equipe de Bolsonaro escolheu o capitão da reserva do exército e hoje consultor da câmara Tarcísio Gomes de Freitas.

Ele tem formação em engenharia civil pelo Instituto Militar de Engenharia - IME - e já foi diretor do Departamento de Infraestrutura Nacional de Transportes - Denit - no governo de Dilma Rousseff, do PT.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública vai ficar com Sérgio Moro, que dispensa apresentações.

É o nome de maior prestígio do futuro governo.

Vai tentar reviver o projeto de 10 Medidas pela Corrupção que foi enterrado pelo congresso em 2016.

Minha colega Mariana Schreiber, correspondente em Brasília, fez um vídeo interessante analisando quais são esses super poderes que Moro vai ter enquanto ministro.

No Ministério, Moro será responsável pela segurança pública e também terá o controle do COAF, que hoje está no Ministério da Fazenda.

O COAF é o órgão do governo que vigia todas as movimentações financeiras de grande valor feitos no país.

Ele ajudou muito na Lava Jato e no Mensalão e recentemente descobri movimentações suspeitas na conta de um motorista de Flávio Bolsonaro, que é filho do presidente eleito.

A gente tem um link aqui nos comentários também explicando exatamente o que é essa história.

Moro também teve a sua cota de indicações do governo.

Levará para a Esplanada vários ex-colegas da Lava Jato.

Por exemplo, Maurício Valeixo, que vai chefiar a Polícia Federal, e a delegada Erika Marena, que vai comandar o Departamento de Recuperação de Ativos - DRCI.

Aliás quem batizou a Lava Jato foi a Erika Marena.

E não vamos nos esquecer que Moro terá de cuidar de temas difíceis, como segurança pública e imigração.

O último ministro que Bolsonaro anunciou já neste domingo foi o do Meio Ambiente.

A pasta vai ficar com o advogado Ricardo de Aquino Sales.

Ele é filiado ao partido Novo, do ex- candidato presidencial João Amoedo.

Este ano, Sales tentou uma vaga de deputado federal por São Paulo, mas não foi eleito.

Ele foi secretário de Meio Ambiente do ex-governador tucano de São Paulo Geraldo Alckmin.

Sales é réu em uma ação civil pública ambiental de improbidade administrativa, movida pelo Ministério Público de São Paulo, sem uma decisão ainda.

Para o Ministério de Minas e Energia, outro militar: Bolsonaro escolheu o almirante da marinha Bento Costa de Lima.

Ele se graduou na Escola Naval no Rio de Janeiro e fez MBA na Fundação Getúlio Vargas.

Na marinha, já comandou o programa de submarinos, o Prosub, e o programa nuclear.

Eu disse que eram duas mulheres no primeiro escalão do Bolsonaro: uma é Tereza Cristina e a outra é advogada e pastora evangélica Damares Alves, que vai chefiar a pasta de Mulher, Família e Direitos Humanos.

Antes de aceitar o convite, ela era assessora do senador evangélico Magno Malta, do Espírito Santo.

Damares vai também comandar a Funai, que cuida da questão indígena.

Ela relatou em entrevistas que foi vítima de um estupro aos seis anos de idade, que a impediu de ter filhos.

Foi uma experiência traumática que moldou o ativismo de Damares.

Ela nem sempre fecha com todas as pautas conservadoras: é, por exemplo, contra a legalização do aborto, mas também contra a redução da maioridade penal.

O médico Luiz Henrique Mandetta, deputado federal pelo DEM do Mato Grosso do Sul, será o ministro da Saúde.

Ele foi secretário de Saúde da prefeitura de Campo Grande.

É investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2.

Nada disso foi concluída até o momento.

Quando ele foi escolhido, Bolsonaro disse que era uma escolha do setor de Saúde.

Bolsonaro e Mandetta eram também vizinhos de gabinete na Câmara dos Deputados.

Era com Mandetta que Bolsonaro tirava dúvidas sobre a área de Saúde antes de dar uma entrevista ou de fazer uma live no Facebook, por exemplo.

O PSL, partido de Bolsonaro, terá três ministros no futuro governo: um deles é o deputado federal Marcelo Álvaro, que este ano se elegeu pelo PSL de Minas para o seu segundo mandato.

Ele vai comandar o Ministério do Turismo e faz parte da bancada evangélica do Congresso.

Tem 44 anos de idade e já foi vereador em Belo Horizonte.

Ele também começou o curso de Engenharia Civil, mas não terminou.

E aqui a gente conclui os ministros da Esplanada.

Eles vão trabalhar naqueles 17 prédios quadradinhos, iguais, que a gente vê nas fotografias de Brasília.

Paulo Guedes e Moro vão ter muito poder sim, mas bora ver quem é que vai trabalhar literalmente do lado do Bolsonaro, no Palácio do Planalto?

No quarto andar do palácio, um andar acima do escritório de Bolsonaro, fica o gabinete da Casa Civil.

Quem vai mandar ali é Onyx Lorenzoni, um deputado federal do Democratas do Rio Grande do Sul, que está junto com o Bolsonaro desde muito antes da campanha começar.

Ele vai cuidar da articulação com o Congresso.

O chefe da Casa Civil manda no Diário Oficial, ou seja, nos cargos do futuro governo, e também é lá que o governo termina de ajeitar os projetos que ele vai mandar para o Congresso.

Onyx já admitiu ter recebido R$ 100 mil não declarados do frigorífico JBS, como doação de campanha.

Essa prática se chama caixa 2 e é ilegal no Brasil.

A doação foi em 2014, quando ele se elegeu deputado pela quarta vez.

Agora, surgiu a denúncia de uma segunda doação de caixa 2, também de R$ 100 mil, na campanha de 2012.

O Supremo Tribunal Federal autorizou uma investigação, a pedido da Procuradoria Geral da República.

A denúncia se baseia na delação premiada de executivos da JBS.

Mais um caso que está agora nas mãos da Justiça.

Do lado de Onyx, também no quarto andar, fica o escritório do general da reserva Augusto Heleno.

Ele vai comandar o Gabinete de Segurança Institucional - GSI.

De todos os militares do Planalto, Augusto Heleno é aquele que é mais próximo do Bolsonaro: ele foi instrutor dele na Academia Militar das Agulhas Negras, a Aman, na década de 70.

O GSI faz a segurança do Presidente e também controla a Agência Brasileira de Inteligência - Abin.

Outro militar do Palácio: o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, que vai comandar a Secretaria de Governo.

Ele já chefiou a missão de paz da ONU no Haiti, a Minustah, e a Secretaria de Segurança Pública do Ministério da Justiça no governo do Michel Temer.

Ele é considerado um linha dura e, assim como Onyx, vai cuidar da relação do governo com o Congresso.

O último ministro palaciano é o ex-presidente do PSL e advogado Gustavo Bebiano.

Ele fez a defesa de Bolsonaro quando o presidente foi processado pela deputada Maria do Rosario, do PT do Rio Grande do Sul.

Na Secretaria Geral, Bebiano vai cuidar do programa de privatizações do governo, o PPI.

Além disso, ele vai fazer a ponte do governo com a sociedade civil e com os movimentos sociais.

A gente não pode esquecer, é claro, do vice-presidente: o general da reserva Hamilton Mourão.

O Mourão já disse que ele não quer ser um vice meramente decorativo, mas ainda não está claro qual vai ser o papel dele no governo.

Ele disse também que ele é como um irmão siamês do Bolsonaro.

É que ele, assim como o presidente, é o único que tem, em tese, quatro anos garantidos no governo.

Ok. Esse é o meu primeiro...Bom, esse foi o meu primeiro vídeo pra vocês aqui no...

Bom, esse foi o meu primeiro vídeo para vocês aqui no canal da BBC News Brasil e eu espero que vocês tenham gostado.

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