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BBC News 2021 (Brasil), Por que a covid-19 piora no Chile, apesar da vacinação em massa

Por que a covid-19 piora no Chile, apesar da vacinação em massa

As vacinas não fazem mágica,

e o que está acontecendo agora no Chile é um exemplo claro disso

O país líder de vacinação na América Latina decidiu quarentenar mais de

70% da população de quase 19 milhões de pessoas por

causa do aumento recente no número de casos de covid-19

Neste momento, a quantidade de pacientes em UTIs no país é a maior desde o início da

pandemia

Eu sou Nathalia Passarinho, da BBC News Brasil, e neste video vou falar sobre esse aparente

paradoxo vivido

pelo Chile. Se a vacinação está avançando rapidamente, por que os casos aumentaram?

O Chile está reprisando a quarentena de 2020. O motivo é a segunda onda do

coronavírus, que parece ter se instalado no país

Os casos dispararam, e a situação lembra o pior momento que o país viveu, em julho

de 2020,

com mais de 6 mil novos contágios por dia. Nas últimas semanas de março, houve um

aumento de 14% nos casos e há uma tendência de alta generalizada por todas as regiões

As mais afetadas são Aysén, Valparaíso, Maule e a região metropolitana,

que inclui a capital Santiago. E isso está acontecendo ao mesmo

tempo que o país lidera a campanha de vacinação na América Latina, com uma grande velocidade

Mas ainda que pareça paradoxal, não há nenhuma contradição entre o repique de casos

e a velocidade de vacinação

Vamos aos números:

Até agora, só 33% da população recebeu uma dose da vacina, e só 17% tomou a segunda

Lembrando que isso ainda é muito mais do que no Brasil, onde 6% das pessoas receberam

dose e menos de 2%, as duas. Mesmo assim, 70 e 85% dos

chilenos ainda corre risco de contágio. Para se ter uma ideia, a imunidade de rebanho,

que é quando uma quantidade suficiente de pessoas está imune, o que acaba impedindo

circulação do vírus, só é atingida quando 70 ou 80% da população já se vacinou, segundo especialistas

Portanto, o que o Chile está passando não é uma surpresa

É o que muitos especialistas e a própria OMS já haviam alertado

Que um país não pode apostar somente na vacina para combater a pandemia

Medidas de confinamento são importantes também

O diretor-executivo da OMS, Mikael Ryan, já disse que as vacinas não podem vencer o vírus

sozinhas

Ela precisa estar aliada a um conjunto de outras medidas

É por isso que eles pedem para que os cuidados e

restrições não sejam relaxados durante a aplicação da vacina

E foi exatamente isso que aconteceu no Chile,

especialmente nesta temporada de verão no Hemisfério Sul

O próprio Ministério da Saúde do Chile disse em um comunicado à BBC que o aumento

de casos

estava relacionado com o relaxamento das medidas de isolamento neste período

É que durante os meses de verão, de dezembro a março,

o governo reduziu restrições e até concedeu permissões especials para pessoas viajarem

Com isso, entre 4 e 5 milhões de pessoas transitaram entre diferentes regiões do país

Muitos desses lugares são os que estão vivendo hoje o pior momento da pandemia,

com alto contágio e hospitais lotados

Mas o relaxamento de medidas não veio só das autoridades, mas também da população

Especialistas consultados pela BBC afirmam que as razões para o atual aumento de casos

são variadas

Vão desde as políticas implementadas para conter o vírus no início da pandemia até

o cansaço em relação a essas mesmas medidas um ano depois. Eles também afirmam que a campanha de vacinação

no Chile gerou uma falsa sensação de proteção entre as pessoas, o que contribuiu para o

relaxamento generalizado. Também é preciso dizer que,

diferente de muitos países da América Latina, o Chile negociou com várias farmacêuticas

desde os primeiros meses da pandemia, e por isso teve acesso prioritário a várias marcas

de vacina

Isso, unido a um sistema de vacinação eficiente, fez com que o país tomasse a dianteira em

nível regional, e se destacasse globalmente. O problema é que muitos interpretaram esse

êxito em adquirir vacinas como a solução para a pandemia, e acabaram deixando o resto das medidas de lado

Soma-se a isso o surgimento de novas variantes do coronavírus, que vêm representando um

perigo grande para o controle da doença. Na América do Sul, teve um repique

de casos no fim de março que está provavelmente ligado a essas variantes

Especialmente a P1, a variante do Brasil, que segundo estudos

chega a ser duas vezes mais transmissível. O Ministério da Saúde do Chile, que rastreia

casos de pessoas que chegam do Brasil, detectou a variante P1 em várias regiões do país

Com tudo isso, os chilenos chegam ao fim do verão próximos da marca de

1 milhão de casos e das cerca de 23 mil mortes por covid-19

E é por isso que é importante não baixar a guarda

Eu fico aqui. Não deixe de assinar nosso canal no YouTube,

e é só clicar no sininho que fica embaixo do vídeo

para receber as notificações

Obrigada pela audiência!

Até a próxima


Por que a covid-19 piora no Chile, apesar da vacinação em massa Why covid-19 worsens in Chile, despite mass vaccination

As vacinas não fazem mágica,

e o que está acontecendo agora no Chile é um exemplo claro disso

O país líder de vacinação na América Latina decidiu quarentenar mais de

70% da população de quase 19 milhões de pessoas por

causa do aumento recente no número de casos de covid-19

Neste momento, a quantidade de pacientes em UTIs no país é a maior desde o início da

pandemia

Eu sou Nathalia Passarinho, da BBC News Brasil, e neste video vou falar sobre esse aparente

paradoxo vivido

pelo Chile. Se a vacinação está avançando rapidamente, por que os casos aumentaram?

O Chile está reprisando a quarentena de 2020. O motivo é a segunda onda do

coronavírus, que parece ter se instalado no país

Os casos dispararam, e a situação lembra o pior momento que o país viveu, em julho

de 2020,

com mais de 6 mil novos contágios por dia. Nas últimas semanas de março, houve um

aumento de 14% nos casos e há uma tendência de alta generalizada por todas as regiões

As mais afetadas são Aysén, Valparaíso, Maule e a região metropolitana,

que inclui a capital Santiago. E isso está acontecendo ao mesmo

tempo que o país lidera a campanha de vacinação na América Latina, com uma grande velocidade

Mas ainda que pareça paradoxal, não há nenhuma contradição entre o repique de casos

e a velocidade de vacinação

Vamos aos números:

Até agora, só 33% da população recebeu uma dose da vacina, e só 17% tomou a segunda

Lembrando que isso ainda é muito mais do que no Brasil, onde 6% das pessoas receberam

dose e menos de 2%, as duas. Mesmo assim, 70 e 85% dos

chilenos ainda corre risco de contágio. Para se ter uma ideia, a imunidade de rebanho,

que é quando uma quantidade suficiente de pessoas está imune, o que acaba impedindo

circulação do vírus, só é atingida quando 70 ou 80% da população já se vacinou, segundo especialistas

Portanto, o que o Chile está passando não é uma surpresa

É o que muitos especialistas e a própria OMS já haviam alertado

Que um país não pode apostar somente na vacina para combater a pandemia

Medidas de confinamento são importantes também

O diretor-executivo da OMS, Mikael Ryan, já disse que as vacinas não podem vencer o vírus

sozinhas

Ela precisa estar aliada a um conjunto de outras medidas

É por isso que eles pedem para que os cuidados e

restrições não sejam relaxados durante a aplicação da vacina

E foi exatamente isso que aconteceu no Chile,

especialmente nesta temporada de verão no Hemisfério Sul

O próprio Ministério da Saúde do Chile disse em um comunicado à BBC que o aumento

de casos

estava relacionado com o relaxamento das medidas de isolamento neste período

É que durante os meses de verão, de dezembro a março,

o governo reduziu restrições e até concedeu permissões especials para pessoas viajarem

Com isso, entre 4 e 5 milhões de pessoas transitaram entre diferentes regiões do país

Muitos desses lugares são os que estão vivendo hoje o pior momento da pandemia,

com alto contágio e hospitais lotados

Mas o relaxamento de medidas não veio só das autoridades, mas também da população

Especialistas consultados pela BBC afirmam que as razões para o atual aumento de casos

são variadas

Vão desde as políticas implementadas para conter o vírus no início da pandemia até

o cansaço em relação a essas mesmas medidas um ano depois. Eles também afirmam que a campanha de vacinação

no Chile gerou uma falsa sensação de proteção entre as pessoas, o que contribuiu para o

relaxamento generalizado. Também é preciso dizer que,

diferente de muitos países da América Latina, o Chile negociou com várias farmacêuticas

desde os primeiros meses da pandemia, e por isso teve acesso prioritário a várias marcas

de vacina

Isso, unido a um sistema de vacinação eficiente, fez com que o país tomasse a dianteira em

nível regional, e se destacasse globalmente. O problema é que muitos interpretaram esse

êxito em adquirir vacinas como a solução para a pandemia, e acabaram deixando o resto das medidas de lado

Soma-se a isso o surgimento de novas variantes do coronavírus, que vêm representando um

perigo grande para o controle da doença. Na América do Sul, teve um repique

de casos no fim de março que está provavelmente ligado a essas variantes

Especialmente a P1, a variante do Brasil, que segundo estudos

chega a ser duas vezes mais transmissível. O Ministério da Saúde do Chile, que rastreia

casos de pessoas que chegam do Brasil, detectou a variante P1 em várias regiões do país

Com tudo isso, os chilenos chegam ao fim do verão próximos da marca de

1 milhão de casos e das cerca de 23 mil mortes por covid-19

E é por isso que é importante não baixar a guarda

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Até a próxima