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BBC News 2021 (Brasil), Como mortes por covid-19 no Reino Unido desabaram de 1,2 mil a menos de 20

Como mortes por covid-19 no Reino Unido desabaram de 1,2 mil a menos de 20

Na segunda quinzena de janeiro deste ano, o Reino Unido chegou a registrar mais de

1.200 mortes por dia. Mais de dois meses depois, esse número agora está bem abaixo

de cem. Já chegou a ser menor que 20 em alguns dias do fim de março.

Eu sou Laís Alegretti, repórter da BBC News Brasil aqui em Londres, e neste vídeo vou falar da

receita do atual sucesso do Reino Unido em frear a covid-19: está baseada em lockdown e vacinação.

E vou explicar por que, mesmo com a queda acentuada nos casos e mortes, o país ainda mantém duras restrições.

O esforço para diminuir o impacto do coronavírus começou um mês antes do pico de mortes.

Alguns dias antes do Natal, o governo já observava que, em apenas duas semanas,

o número de novos contágios havia duplicado, de 12 mil para 25 mil por dia. Naquele momento,

a população já havia passado por dois lockdowns e tinha expectativa de

passar as festas de fim de ano com família e amigos, ainda que com algumas restrições.

Mas o plano não deu certo.

Isso porque, assim que as medidas de isolamento foram flexibilizadas,

Lá no começo de dezembro, o número de novos casos disparou. O governo teve de quebrar a

promessa e restringiu viagens e a interação entre as pessoas que não moravam juntas durante o fim de ano.

A descoberta da variante inglesa do coronavírus,

considerada até 70% mais contagiosa, aconteceu justamente nessa época.

O Reino Unido também começou em dezembro a sua campanha de vacinação, mas, é claro,

o número de doses aplicadas ainda não era suficiente para frear o avanço do vírus.

Esse cenário fez com que o primeiro-ministro,

Boris Johnson, anunciasse em rede nacional o terceiro lockdown.

O que aconteceu? O comércio não essencial e as escolas foram fechados,

vestibulares e outras provas do sistema de educação daqui foram suspensos e o governo

também impôs restrições para viagens — tanto dentro do país como para fora.

O auxílio salarial para mais de 10 milhões de trabalhadores,

com benefícios que chegam a 2.500 libras, ou quase 20 mil reais, foi estendido até setembro.

E mesmo a oposição ao governo Boris Johnson apoiou as medidas.

No dia 8 de dezembro, a britânica Margaret Keenan, de 91 anos, foi a primeira pessoa

não só do Reino Unido, mas de todo o Ocidente, a ser vacinada fora do período de testes clínicos.

Vocês devem se lembrar daquela imagem.

O esforço até chegar a essa dose, no entanto, começou muito antes.

Em janeiro de 2020, antes mesmo do primeiro caso de covid-19 no Reino Unido, cientistas

da Universidade de Oxford se mobilizaram para pedir mais recursos para pesquisas em vacinas.

Em março daquele ano, já depois da declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde, a OMS,

o governo anunciou investimentos de 750 milhões de dólares, isso equivale a

mais de 4 bilhões de reais, para encontrar um imunizante eficaz contra a doença.

Um mês depois, foi assinada a parceria entre a Universidade de Oxford e a empresa farmacêutica

AstraZeneca para o desenvolvimento da vacina que acabou sendo aprovada no final de 2020.

O produto, quando comparado com os demais,

tem a vantagem de ser mais fácil de armazenar e mais barato para produzir.

Em agosto, quatro meses depois, o governo britânico já tinha

fechado contrato para a compra de 340 milhões de doses de diferentes vacinas,

o suficiente para aplicar 5 doses por habitante.

Isso tudo antes mesmo de qualquer vacina ser

aprovada pela agência que regula o setor da saúde no Reino Unido.

Assim, o Reino Unido saiu na frente de outros países europeus na corrida por vacinas e,

consequentemente, nas projeções para a reabertura da economia.

O país já imunizou duas vezes mais pessoas que a Alemanha e três vezes mais que a França.

O plano é que todas as pessoas com mais de 50 anos recebam ao menos uma dose da vacina

até 15 de abril. A meta maior é oferecer a primeira dose para todos os adultos até 31 de julho.

Mas existe a possibilidade de atrasos, já que a União Europeia pode reverter o atraso

de sua vacinação barrando a exportação de doses produzidas dentro do bloco econômico.

Mas mesmo com a queda substancial no número de mortes e o avanço na vacinação,

o Reino Unido ainda não saiu do lockdown.

A maioria dos estabelecimentos considerados não essenciais continua fechada e só vai

reabrir a partir de 12 de abril, e se houver condições para isso.

É que o governo estabeleceu um calendário de reabertura gradual,

que prevê a retomada da maior parte das atividades até junho, pouco a pouco.

Mas isso só sai do papel se não acontecer nenhum imprevisto,

como atrasos na vacinação ou aumento de mortes ou de novos casos.

Desde o dia 29 de março, seis pessoas, ou duas famílias,

podem voltar a se reunir. Mas apenas em áreas abertas, como quintais e parques.

E viagens continuam proibidas.

Mas os dias 28 e 29, os primeiros do relaxamento das restrições para encontros ao ar livre,

mostraram que o verão que se aproxima pode ser um desafio para o governo.

Com a Inglaterra atingindo as maiores

temperaturas do ano até agora, centenas de pessoas se reuniram em parques de cidades como Londres,

Leeds e Manchester. Muitas delas claramente desrespeitando a chamada "regra de seis" e a

distância de ao menos dois metros recomendada.

Cenas de Nottingham, onde jovens aglomeraram, beberam e até brigaram, correram o mundo.

O governo não descarta que o país pode ter uma terceira onda de coronavírus no final do ano,

quando o outono começar. Ainda mais depois das notícias vindas

dos vizinhos de Europa – países como Itália e França tiveram de

restabelecer medidas restritivas após os casos voltarem a aumentar.

Portanto, nada de baixar a guarda agora!

Se você gostou desse vídeo não esquece de se inscrever no nosso canal.

Assim você fica sabendo toda a vez que tiver vídeo novo por aqui.

Até a próxima!

Como mortes por covid-19 no Reino Unido desabaram de 1,2 mil a menos de 20 Wie die Zahl der Todesfälle durch Covid-19 im Vereinigten Königreich von 1.200 auf weniger als 20 zurückging How covid-19 deaths in the UK plummeted from 1,200 to less than 20 英国におけるコビト19による死亡者数が1,200人から20人未満に激減した理由 Як кількість смертей від COVID-19 у Великій Британії впала з 1200 до менш ніж 20

Na segunda quinzena de janeiro deste ano,  o Reino Unido chegou a registrar mais de

1.200 mortes por dia. Mais de dois meses  depois, esse número agora está bem abaixo

de cem. Já chegou a ser menor que  20 em alguns dias do fim de março.

Eu sou Laís Alegretti, repórter da BBC News  Brasil aqui em Londres, e neste vídeo vou falar da

receita do atual sucesso do Reino Unido em frear  a covid-19: está baseada em lockdown e vacinação.

E vou explicar por que, mesmo com a queda acentuada nos casos e  mortes, o país ainda mantém duras restrições.

O esforço para diminuir o impacto do coronavírus  começou um mês antes do pico de mortes.

Alguns dias antes do Natal, o governo já  observava que, em apenas duas semanas,

o número de novos contágios havia duplicado,  de 12 mil para 25 mil por dia. 

Naquele momento,

a população já havia passado por  dois lockdowns e tinha expectativa de

passar as festas de fim de ano com família  e amigos, ainda que com algumas restrições.

Mas o plano não deu certo.

Isso porque, assim que as medidas  de isolamento foram flexibilizadas,

Lá no começo de dezembro, o número de novos  casos disparou. O governo teve de quebrar a

promessa e restringiu viagens e a interação entre as pessoas que não moravam juntas durante o fim de ano.

A descoberta da variante inglesa do coronavírus,

considerada até 70% mais contagiosa,  aconteceu justamente nessa época.

O Reino Unido também começou em dezembro a sua  campanha de vacinação, mas, é claro,

o número de doses aplicadas ainda não era  suficiente para frear o avanço do vírus.

Esse cenário fez com que o primeiro-ministro,

Boris Johnson, anunciasse em rede  nacional o terceiro lockdown.

O que aconteceu? O comércio não essencial e  as escolas foram fechados,

vestibulares e outras provas do sistema  de educação daqui foram suspensos e o governo

também impôs restrições para viagens —  tanto dentro do país como para fora.

O auxílio salarial para mais  de 10 milhões de trabalhadores,

com benefícios que chegam a 2.500 libras, ou  quase 20 mil reais, foi estendido até setembro.

E mesmo a oposição ao governo  Boris Johnson apoiou as medidas.

No dia 8 de dezembro, a britânica Margaret  Keenan, de 91 anos, foi a primeira pessoa

não só do Reino Unido, mas de todo o Ocidente, a  ser vacinada fora do período de testes clínicos.

Vocês devem se lembrar daquela imagem.

O esforço até chegar a essa dose,  no entanto, começou muito antes.

Em janeiro de 2020, antes mesmo do primeiro  caso de covid-19 no Reino Unido, cientistas

da Universidade de Oxford se mobilizaram para  pedir mais recursos para pesquisas em vacinas.

Em março daquele ano, já depois da declaração  de pandemia pela Organização Mundial da Saúde,  a OMS,

o governo anunciou investimentos de 750  milhões de dólares, isso equivale a

mais de 4 bilhões de reais, para encontrar um  imunizante eficaz contra a doença.

Um mês depois, foi assinada a parceria entre a  Universidade de Oxford e a empresa farmacêutica

AstraZeneca para o desenvolvimento da vacina  que acabou sendo aprovada no final de 2020.

O produto, quando comparado com os demais,

tem a vantagem de ser mais fácil de  armazenar e mais barato para produzir.

Em agosto, quatro meses depois,  o governo britânico já tinha

fechado contrato para a compra de 340  milhões de doses de diferentes vacinas,

o suficiente para aplicar 5  doses por habitante.

Isso tudo antes mesmo de qualquer vacina ser

aprovada pela agência que regula  o setor da saúde no Reino Unido.

Assim, o Reino Unido saiu na frente de outros  países europeus na corrida por vacinas e,

consequentemente, nas projeções  para a reabertura da economia.

O país já imunizou duas vezes mais pessoas  que a Alemanha e três vezes mais que a França.

O plano é que todas as pessoas com mais de 50  anos recebam ao menos uma dose da vacina

até 15  de abril. A meta maior é oferecer a primeira  dose para todos os adultos até 31 de julho.

Mas existe a possibilidade de atrasos, já  que a União Europeia pode reverter o atraso

de sua vacinação barrando a exportação de  doses produzidas dentro do bloco econômico.

Mas mesmo com a queda substancial no  número de mortes e o avanço na vacinação,

o Reino Unido ainda não saiu do lockdown.

A maioria dos estabelecimentos considerados  não essenciais continua fechada e só vai

reabrir a partir de 12 de abril,  e se houver condições para isso.

É que o governo estabeleceu um  calendário de reabertura gradual,

que prevê a retomada da maior  parte das atividades até junho, pouco a pouco.

Mas isso só sai do papel se não  acontecer nenhum imprevisto,

como atrasos na vacinação ou  aumento de mortes ou de novos casos.

Desde o dia 29 de março, seis  pessoas, ou duas famílias,

podem voltar a se reunir. Mas apenas em  áreas abertas, como quintais e parques.

E viagens continuam proibidas.

Mas os dias 28 e 29, os primeiros do relaxamento  das restrições para encontros ao ar livre,

mostraram que o verão que se aproxima  pode ser um desafio para o governo.

Com a Inglaterra atingindo as maiores

temperaturas do ano até agora, centenas de pessoas  se reuniram em parques de cidades como Londres,

Leeds e Manchester. Muitas delas claramente  desrespeitando a chamada "regra de seis" e a

distância de ao menos dois metros recomendada.

Cenas de Nottingham, onde jovens aglomeraram,  beberam e até brigaram, correram o mundo. Die Szenen aus Nottingham, wo junge Leute zusammenkamen, tranken und sich sogar prügelten, gingen um die Welt.

O governo não descarta que o país pode ter uma  terceira onda de coronavírus no final do ano,

quando o outono começar. Ainda  mais depois das notícias vindas

dos vizinhos de Europa – países  como Itália e França tiveram de

restabelecer medidas restritivas  após os casos voltarem a aumentar. die Wiedereinführung restriktiver Maßnahmen, nachdem die Fälle wieder zugenommen hatten.

Portanto, nada de baixar a guarda agora! Bleiben Sie also auf der Hut!

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Até a próxima!