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BBC News 2021 (Brasil), A história do novo líder do Estado Islâmico

A história do novo líder do Estado Islâmico

A 35 quilômetros da segunda maior cidade do Iraque, Mosul, fica Al-Mehalabiya

É onde nasceu o novo líder do Estado Islâmico

Acompanhando a Brigada Falcon, a unidade de contra-terrorismo do Iraque,

começamos a investigar o homem que o Estado Islâmico chama de “Hajji Abdullah”.

‘Major Ahmed' tem a tarefa de rastrear o novo califa

Esse é um trabalho que envolve grande risco pessoal

Para sua segurança, ele pediu para não ser identificado

Famosos por plantar espiões dentro do Estado Islâmico, os falcons têm um papel fundamental

na luta contra os extremistas

Hajjy Abdullah nasceu nesta pequena cidade em 1976

Esta é sua certidão de nascimento oficial

Abdullah era membro de uma grande família

Tinha 16 irmãos

As pessoas aqui ainda lembram deles

Eram educados e respeitados

Mas, apesar da vida em família, acredita-se que Abdullah tenha sido radicalizado por grupos locais

A verdade é que a maior parte da liderança e da segurança militar do Estado Islâmico

vem dessa região, especialmente da vizinha Tala'far

Em 2003, quando as forças lideradas pelos EUA invadiram o Iraque, Hajji Abdullah já

estava envolvido com grupos jihadistas menores

Mas, como tantos outros, ele os deixaria para se juntar a uma organização muito maior

A al-Qaeda

À medida que o Iraque mergulhava na violência, a educação religiosa de Abdullah e sua longa

história de trabalho com grupos extremistas fizeram com que ele rapidamente se tornasse

um membro importante

Esta imagem granulada era a única que o governo tinha dele

Isso até sua prisão em 2008

Ele foi mantido por americanos na prisão de Bucca

Abdullah foi interrogado pelas forças americanas por meses

Eles dizem que ele deu informações sobre dezenas de membros do Estado Islâmico,

algo que não conseguimos verificar

No início de 2010, Abdullah foi solto

Após sair da prisão, ele rapidamente se juntou a Abu Bakr Al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico

Em maio de 2012, Abdullah recebeu uma nova identidade

Esta seria a última fotografia que o governo tiraria dele,

já com a aparência um pouco diferente

Naquela época, o grosso das forças americanas tinha se retirado do Iraque, dando ao Estado

Islâmico tempo para se refazer

Com o país sob um governo impopular, o grupo começou a aumentar

Este homem testemunhou a expansão. Ele era um dos chefes da segurança no Estado Islâmico

Agora está preso pela inteligência iraquiana e virou um valioso informante

Como o Estado Islâmico não sabe que ele foi detido, mantivemos sua identidade em segredo

O informante diz que se encontrou com Hajji Abdullah várias vezes

Com a expansão das ambições do Estado Islâmico, Hajji Abdullah assumiu o papel de ministro

da Justiça, supervisionando execuções e punições horríveis

Quando o Estado Islâmico entrou na cidade de Sinjar em 2014, vimos a crueldade e a influência

crescente de Abdullah

Sob sua supervisão, eles mataram milhares de membros do grupo minoritário Yazidi

Mas o EI ficou dividido quanto ao que fazer com as mulheres Yazidi

Segundo uma interpretação própria da lei islâmica Sharia, alguns queriam escravizá-las

Salem Al-Jubouri testemunhou a disputa no Estado Islâmico

Ele acompanhava o então líder do grupo, Abu Bakr Al-Baghdadi

Grupos de direitos humanos dizem que 7 mil mulheres e meninas foram capturadas e escravizadas

pelo Estado Islâmico

A ONU afirma que seus crimes resultaram em genocídio

Enquanto o grupo ameaçava fazer sua brutalidade chegar a grandes cidades, como Erbil e Bagdá,

a comunidade internacional começou a agir

À medida que o bombardeio continuava, muitos líderes importantes do Estado Islâmico foram

sendo mortos – o que fez Hajji Abdullah subir ainda mais na pirâmide de líderes

Houve muitas tentativas de assassinar Abdullah, mas só uma delas quase conseguiu

Em 2017, a perda da segunda maior cidade do Iraque representou o início do fim para o

Estado Islâmico

A ameaça contínua de ataques aéreos estava lentamente fazendo o grupo recuar

Em outubro de 2017, Al-Baghdadi e Haji Abdullah entraram na cidade síria de Albu Kamal,

onde quase foram mortos por um ataque aéreo

Com seus líderes sob constante ameaça, o Estado Islâmico recuou para a pequena cidade

síria de Baghuz

Foi aqui que o califado do grupo finalmente terminou, em 2019

Milhares de combatentes e suas famílias se renderam

Alguns meses depois, Al-Baghdadi apareceu num vídeo em sua residência secreta em Idlib,

no norte da Síria

Acredita-se que Haji Abdullah seja uma das três pessoas que apareceram no vídeo

Seus rostos foram desfocados pelo Estado Islâmico

Naquela época, ele já vinha sendo preparado para se tornar um possível líder

Então, em 26 de outubro de 2019, o que parecia inevitável aconteceu

Abu Bakr Al-Baghdadi foi morto num ataque americano,

dando a Hajji Abdullah a chance de se tornar líder

É assim que Abdullah apareceu em sua última foto, antes de desaparecer em 2012

A inteligência iraquiana diz que ele está escondido no norte da Síria,

possivelmente nas áreas controladas pelas forças curdas

Ao lado de um grupo de líderes iraquianos, ele está trabalhando para reconstruir a organização,

tirando proveito do sentimento de injustiça entre as populações sunitas no Iraque e

na Síria

É um processo que pode levar muitos anos


A história do novo líder do Estado Islâmico The story of the Islamic State's new leader

A 35 quilômetros da segunda maior cidade do Iraque, Mosul, fica Al-Mehalabiya

É onde nasceu o novo líder do Estado Islâmico

Acompanhando a Brigada Falcon, a unidade de contra-terrorismo do Iraque,

começamos a investigar o homem que o Estado Islâmico chama de “Hajji Abdullah”.

‘Major Ahmed' tem a tarefa de rastrear o novo califa

Esse é um trabalho que envolve grande risco pessoal

Para sua segurança, ele pediu para não ser identificado

Famosos por plantar espiões dentro do Estado Islâmico, os falcons têm um papel fundamental

na luta contra os extremistas

Hajjy Abdullah nasceu nesta pequena cidade em 1976

Esta é sua certidão de nascimento oficial

Abdullah era membro de uma grande família

Tinha 16 irmãos

As pessoas aqui ainda lembram deles

Eram educados e respeitados

Mas, apesar da vida em família, acredita-se que Abdullah tenha sido radicalizado por grupos locais

A verdade é que a maior parte da liderança e da segurança militar do Estado Islâmico

vem dessa região, especialmente da vizinha Tala'far

Em 2003, quando as forças lideradas pelos EUA invadiram o Iraque, Hajji Abdullah já

estava envolvido com grupos jihadistas menores

Mas, como tantos outros, ele os deixaria para se juntar a uma organização muito maior

A al-Qaeda

À medida que o Iraque mergulhava na violência, a educação religiosa de Abdullah e sua longa

história de trabalho com grupos extremistas fizeram com que ele rapidamente se tornasse

um membro importante

Esta imagem granulada era a única que o governo tinha dele

Isso até sua prisão em 2008

Ele foi mantido por americanos na prisão de Bucca

Abdullah foi interrogado pelas forças americanas por meses

Eles dizem que ele deu informações sobre dezenas de membros do Estado Islâmico,

algo que não conseguimos verificar

No início de 2010, Abdullah foi solto

Após sair da prisão, ele rapidamente se juntou a Abu Bakr Al-Baghdadi, líder do Estado Islâmico

Em maio de 2012, Abdullah recebeu uma nova identidade

Esta seria a última fotografia que o governo tiraria dele,

já com a aparência um pouco diferente

Naquela época, o grosso das forças americanas tinha se retirado do Iraque, dando ao Estado

Islâmico tempo para se refazer

Com o país sob um governo impopular, o grupo começou a aumentar

Este homem testemunhou a expansão. Ele era um dos chefes da segurança no Estado Islâmico

Agora está preso pela inteligência iraquiana e virou um valioso informante

Como o Estado Islâmico não sabe que ele foi detido, mantivemos sua identidade em segredo

O informante diz que se encontrou com Hajji Abdullah várias vezes

Com a expansão das ambições do Estado Islâmico, Hajji Abdullah assumiu o papel de ministro

da Justiça, supervisionando execuções e punições horríveis

Quando o Estado Islâmico entrou na cidade de Sinjar em 2014, vimos a crueldade e a influência

crescente de Abdullah

Sob sua supervisão, eles mataram milhares de membros do grupo minoritário Yazidi

Mas o EI ficou dividido quanto ao que fazer com as mulheres Yazidi

Segundo uma interpretação própria da lei islâmica Sharia, alguns queriam escravizá-las

Salem Al-Jubouri testemunhou a disputa no Estado Islâmico

Ele acompanhava o então líder do grupo, Abu Bakr Al-Baghdadi

Grupos de direitos humanos dizem que 7 mil mulheres e meninas foram capturadas e escravizadas

pelo Estado Islâmico

A ONU afirma que seus crimes resultaram em genocídio

Enquanto o grupo ameaçava fazer sua brutalidade chegar a grandes cidades, como Erbil e Bagdá,

a comunidade internacional começou a agir

À medida que o bombardeio continuava, muitos líderes importantes do Estado Islâmico foram

sendo mortos – o que fez Hajji Abdullah subir ainda mais na pirâmide de líderes

Houve muitas tentativas de assassinar Abdullah, mas só uma delas quase conseguiu

Em 2017, a perda da segunda maior cidade do Iraque representou o início do fim para o

Estado Islâmico

A ameaça contínua de ataques aéreos estava lentamente fazendo o grupo recuar

Em outubro de 2017, Al-Baghdadi e Haji Abdullah entraram na cidade síria de Albu Kamal,

onde quase foram mortos por um ataque aéreo

Com seus líderes sob constante ameaça, o Estado Islâmico recuou para a pequena cidade

síria de Baghuz

Foi aqui que o califado do grupo finalmente terminou, em 2019

Milhares de combatentes e suas famílias se renderam

Alguns meses depois, Al-Baghdadi apareceu num vídeo em sua residência secreta em Idlib,

no norte da Síria

Acredita-se que Haji Abdullah seja uma das três pessoas que apareceram no vídeo

Seus rostos foram desfocados pelo Estado Islâmico

Naquela época, ele já vinha sendo preparado para se tornar um possível líder

Então, em 26 de outubro de 2019, o que parecia inevitável aconteceu

Abu Bakr Al-Baghdadi foi morto num ataque americano,

dando a Hajji Abdullah a chance de se tornar líder

É assim que Abdullah apareceu em sua última foto, antes de desaparecer em 2012

A inteligência iraquiana diz que ele está escondido no norte da Síria,

possivelmente nas áreas controladas pelas forças curdas

Ao lado de um grupo de líderes iraquianos, ele está trabalhando para reconstruir a organização,

tirando proveito do sentimento de injustiça entre as populações sunitas no Iraque e

na Síria

É um processo que pode levar muitos anos