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Foro de Teresina - Podcast (*Generated Transcript*), #256: Vai que é tua, Lira! - Part 2

#256: Vai que é tua, Lira! - Part 2

que chega em gente mais graúda, porque seria o esquema de financiamento,

inclusive de campanhas, que é uma das maneiras que o Artur Lira tem de se manter

na posição de poder que ele tem como presidente da Câmara e que o fez chegar

à presidência da Câmara. A gente ainda não sabe onde vai parar essa investigação,

mas ela está indo por um caminho que é perigoso para o Artur Lira,

está pegando os meandros do esquema dele.

Agora, o Artur Lira, como eu disse, negocia por cima, e o melhor exemplo disso

veio essa semana no julgamento dele no Supremo Tribunal Federal.

O que aconteceu ali, eu confesso que eu nunca tinha visto.

O julgamento se deu não no plenário, mas numa turma,

então um número menor de ministros.

Aconteceu de tudo. Primeiro que esse julgamento ficou parado por anos,

porque o Toffoli tinha pedido vistas no processo e deixou o julgamento parado.

No meio do caminho, eles aprovaram uma lei na Câmara,

e o Artur Lira, o cenário onde ele manda e opera,

que mudou a lei, fazendo com que as delações premiadas

perdessem importância nas denúncias, elas teriam que ser substanciadas

por outras provas para valerem.

Com base nessa desculpa, dois ministros, inclusive o Alexandre de Moraes,

mudaram seu voto de condenação para absolvição.

E, num ato sensacional, pirueta carpada com três giros caindo de bunda,

um ministro votou no lugar de um ministro que já se aposentou e que tinha votado.

Isso eu nunca tinha visto. O cara tinha votado pela condenação.

Aí ele se aposentou. Aí entra um novo ministro.

Anulam o voto do ministro que já tinha votado,

e o novo ministro vota pela absolvição do Artur Lira.

Então, assim, piruetas mil mostrando a capacidade do Artur Lira

de fazer articulações de alta cúpula.

Sem falar na mudança da PGR, que a PGR anterior

tinha mandado investigar ele, e o novo PGR, o que substituiu,

falou não à arquiva.

Sim. E não é só no Supremo.

O Tribunal de Contas da União tem um parecer sobre esse caso da Megalic,

lá dos kits de robótica, dizendo que está tudo bem.

Que não tem superfatoramento, que não tem direcionamento na licitação.

Enfim, no que depender da alta cúpula, o Artur Lira está bem.

Agora, na opinião pública, ele nunca esteve tão mal.

A gente está numa fase que a gente não sabe mais se vale a pressão das ruas

que começou em 2013, ou se vale a velha política

que é decidida tudo em Brasília.

Pelo recuo que o ministro da Casa Civil teve que dar essa semana

se desculpando com Brasília, o Rui Costa, que tinha falado

que Brasília é uma ilha da fantasia, o que é verdade?

Ele falou, não, veja bem, fui infeliz nas minhas palavras,

mostra que, de fato, não são as ruas, mas é Brasília quem está mandando.

Muito bem, eu quero fazer dois rápidos comentários

sobre o que vocês disseram, duas coisas que me ocorreram.

Primeiro, como o STF é permeável a essas pressões de grupos poderosos

ou de pessoas poderosas, é esse episódio dessa semana,

é mais um que mostra como o STF é poroso, como ele é inconfiável

em relação àquilo que ele deveria ser.

Eu acho que isso não é uma coisa trivial no Brasil,

embora tenha sido o Supremo e a figura do Alexandre de Moraes

tenham sido fundamentais para que a aventura autoritária do Bolsonaro

não chegasse a bom termo ou fosse interrompida,

a gente não pode deixar de fazer essas observações sobre o Supremo.

A minha segunda observação é sobre o papel da Polícia Federal

no governo Lula. Tanto a investigação contra o Bolsonaro

como agora contra o Lira, elas são investigações relevantes

e substantivas, ninguém está pondo isso em dúvida,

mas a Polícia Federal está sendo um instrumento...

Elas são anteriores, elas começaram muito antes,

as duas investigações começaram muito antes.

Eu sei que as investigações já tinham começado,

elas aparecem, elas passam a existir para a opinião pública

em momentos cruciais para o governo.

O Bolsonaro sofreu um revés bravo ali naquele momento,

ele estava tirando as manguinhas de fora, a gente até estava comentando isso,

ele tinha ido à feira do Agro em Ribeirão,

tinha feito a volta, enfim, estava se recolocando

e tentando fazer algum barulho.

A operação da PF foi um tiro na testa dele.

Estou falando disso, o papel, estou tentando evitar a palavra protagonismo,

mas é o protagonismo da Polícia Federal nesse início de governo Lula.

Eu tenho dúvida, vou te explicar por quê.

A gente já está falando de Polícia Federal aqui.

Sim, mas a investigação contra o Bolsonaro

é comandada praticamente pelo Alexandre Moraes,

é a Partido Supremo.

São tudo desdobramentos dos inquéritos do Alexandre Moraes,

não tem nada a ver com o Lula.

E essa investigação da Polícia Federal sobre o Arthur Lira

começa com uma reportagem da Folha em 2022,

lá no começo, em março, há um ano atrás.

Sim, mas eles só deflagram a operação contra o Luciano Cavalcanti.

Sim, estou falando, a PF é um personagem,

na crônica desses primeiros meses de governo Lula,

a PF virou um personagem mais do que central.

É só para a gente refletir sobre as encrencas que isso pode trazer.

No governo Bolsonaro também, lembra a quantidade de mudanças

de superintendentes nos estados e o superintendente do Rio e tal.

É que eu não sei até que ponto tem o dedo do governo,

eu não sei, realmente eu não sei, não tenho informação,

mas a gente não assistiu toda essa intervenção que houve no Bolsonaro

no começo do governo Lula, de briga de poder

para trocar superintendente, intervir diretamente.

Isso não.

Eu não sei até que ponto isso vem de um autonomismo da própria polícia, entendeu?

Sim, é, para pensar a respeito disso.

Muito bem, encerramos assim o segundo bloco do programa,

a gente vai para um rápido intervalo e no terceiro bloco

vamos falar do governo Lula. Já voltamos.

Você já ouviu falar do Praia dos Ossos?

Não há Praia dos Ossos que fica em Búzios,

ou a Praia dos Ossos, que é o podcast da Rádio Novelo

sobre a vida e a morte da Ângela Diniz.

Ela foi morta na véspera do Réveillon, de 76 para 77.

O caso ficou famoso com o nome do assassino,

caso Doca Strit.

Mas é dela que a gente fala no podcast.

De como ela virou a Pantera de Minas e caiu na boca

e nas festas da High Society Carioca

e do julgamento que ela sofreu antes e depois

de ser assassinada com quatro tiros.

Eu sou a Branca Viana, e se você ainda não ouviu,

estou te convidando a ouvir o Praia dos Ossos,

um original da Rádio Novelo.

Está em todos os aplicativos de podcast.

Muito bem, Thais Bilenk, vamos começar com você.

Eu mencionei na abertura algumas iniciativas do governo,

alguns programas que foram deflagrados,

o Desenrola para abater dívidas,

o barateamento dos carros populares

e também ônibus e caminhões,

o Farmácia Popular também, que eu não havia citado,

remédios mais baratos para quem recebe Bolsa Família,

enfim, uma série de iniciativas do governo

para atender demandas da população mais pobre

e de alguns grupos sociais, por exemplo, dos caminhoneiros.

O que você apurou a respeito disso?

Curioso, né?

De toda a agenda positiva do governo Lula,

a mais positiva ou a mais promissora talvez seja a inflação.

Essa semana, o IPCA, que é a inflação oficial de maio,

veio abaixo das expectativas

e o que mais puxou a inflação para baixo

foi o preço dos alimentos, que desacelerou bastante.

Conversei sobre isso com o André Perfeito,

o economista André Perfeito,

que explicou que a desaceleração do preço dos alimentos

é prima e irmã da expansão do agronegócio no PIB do Brasil,

que vem crescendo com pujança,

porque aumenta a produção, aumenta a oferta,

portanto, logo cai o preço.

A desaceleração da inflação puxada por um fator como esse

é um indicativo importante para o Banco Central

estudar quando vai começar a baixar os juros.

Pode não ser mês que vem, não deve ser, nem no seguinte,

mas o COPOM pode começar a dar sinalizações

nas atas das próximas reuniões

e isso, como diz bem o André Perfeito,

já é muito importante para mudar o humor do empresariado,

dos investidores, encorajá-los a investir,

o que gera emprego e faz a roda girar.

O que aconteceu nessa semana,

além do lançamento desses programas,

que você perfeitamente mencionou,

porque foi um esforço concentrado do governo

de tirar do papel promessas de campanha

e que estavam enterradas mesmo,

e que o Lula vinha cobrando a dade publicamente,

até para tirar o desenrolar do...

Desenrolar esse negócio aí, a dadinha.

Dar um jeito no subsídio dos carros populares,

enfim, o Lula estava pressionando.

E o que ele fez mais essa semana?

Ele foi para Luiz Eduardo Magalhões,

o Polo Agro da Bahia,

participar da terceira maior feira do agronegócio no Brasil

e a maior do Nordeste,

e fez um discurso contra a polarização

entre pequenos produtores e ruralistas

e passou uma faturinha ali.

Lula que ligou para o Xi Jinping,

que o Alckmin ligou para o vice da China

para liberar dezenas de toneladas de carne

que estavam presas num contêiner no oceano,

porque a data das carnes

era diferente da que tinha sido combinada com a China

e que o Brasil tem que receber pelo que produz

e não importa se o cara votou no Lula ou não votou no Lula,

mas que ele fez tudo o que ele pode fazer

para facilitar os negócios dos ruralistas brasileiros.

E ainda anunciou bilhões e bilhões de reais

em linhas de crédito e plano safra

e fez todo o papel dele lá nessa feira.

O André Perfeito coloca isso em termos muito claros.

Ele fala que o mercado tem uma leitura muito ingênua do Lula,

porque o Lula opera o agro

tanto quanto opera o Banco Central

e vai conseguir no fim agradar todo mundo

na opinião do André Perfeito.

Como assim? Ele fala mal do agro na televisão,

que os ruralistas e tal,

aquelas declarações que a gente já comentou aqui,

mas ao mesmo tempo ele dá todas as condições

para o agro operar como tem que operar.

É o clássico do Lula, né?

Ele bate a cena para um lado e faz o outro.

Com o Banco Central, a mesma coisa.

Bateu no Roberto Campos Neto até não poder mais

para criar um seguro do tipo

dizer que estou tentando, estou fazendo a minha parte,

mas ele que não deixa.

Enquanto isso, ele faz o que precisa

para pavimentar uma baixa estruturada segura da Selic,

que foi, por exemplo, reuneirar a gasolina

ou retomar o ICMS da energia elétrica.

E o Roberto Campos Neto, essa semana também,

deu demonstrações de que entendeu tudinho, tudinho

do recado do Lula, porque ele tocou

num assunto que é caríssimo ao presidente da República

ao dizer que a inflação é perversa

para transferência de renda

e que afeta muito mais quem não consegue

se proteger do aumento de preços,

isso é, corrói o poder de compra das pessoas mais pobres.

E essa palavra do Roberto Campos Neto,

qualquer coisa que ele diga em relação

à perspectiva da Selic e sobre a inflação

é preciosíssima para mudar o humor e o apetite

de novo dos investidores e dos empresários

e dos operadores da economia,

porque eles se antecipam

quando o Roberto Campos Neto dá sinais otimistas,

digamos assim, eles se antecipam

e já começam a atuar e a agir

como quem lida com a perspectiva

de uma economia mais aquecida.

E é isso que o Lula precisa,

exatamente isso que o Lula precisa

para ter sucesso no mandato dele.

Os sinais que vêm sendo colhidos recentemente

são de que a economia de 2023

talvez seja um pouco menos pior

do que se esperava para esse ano

e a de 2024 talvez seja um pouco melhor

que a de 2023.

E é isso que interessa, 2024 ainda por cima

é eleição municipal,

é disso que o Lula precisa,

então enquanto ele fala e morde, assopre,

a roda está girando.

Muito bem, eu aqui atento

ouvindo as explicações da Thaís,

mas não conseguindo deixar de pensar

martelando aqui na minha cabeça

o nome desse economista, André Perfeito.

Eu queria ter esse nome,

eu, olá,

bem-vindos ao Fórum de Terezinha,

eu, Fernando Perfeito,

tenho o prazer de conversar

com o meu amigo José Roberto de Toledo

e Thaís Milenka,

Fernando Perfeito.

José Roberto de Toledo, vamos voltar

a falar de coisas sérias.

José Roberto Imperfeito.

José Imperfeito de Toledo.

José Imperfeito, vamos lá,

Zé Imperfeito, é um bom apelido

esse daí, acho que dá para ganhar a eleição.

Eu quero que a gente também

não deixe de lado a pauta ambiental,

não sei se você vai continuar falando da questão.

Falarei, falarei,

não, falarei da questão ambiental

que a Thaís já tratou

da pauta econômica

com perfeição.

A Thaís Imperfeita já tratou

de toda perfeição nesse negócio.

A Thaís Imperfeita, exatamente.

Bom, primeiro, o governo

conseguiu uma mágica essa semana

e não foi por acaso, eles trabalharam

bastante para isso.

Em vez de as buscas serem Lula Maduro,

Lula Zanin,

as buscas passaram a ser Lula Carro Popular.

Eles conseguiram mudar

a agenda, mudar a pauta

sobre o que a gente está conversando.

A semana passada foi uma das piores semanas

para o governo, essa semana

as notícias variam entre o neutro

e o positivo.

Até a briga com o Arthur Lira é boa para o governo,

porque o Arthur Lira é o vilão,

é o chantageiro, é o cara que

virou inimigo da república e o Lula.

Se você pesquisasse Lula

no Google Trends no ano passado,

ia ser Lula Mensalão,

Lula...

Só coisa negativa. Hoje já está

mais equilibrada.

Então esse é um aspecto. Eles trabalharam muito

para isso, cobraram muitos ministérios.

A semana que vem deve ter o anúncio

do Plano Nacional de Alfabetização.

Eles estão tentando manter essa agenda

positiva para controlar

o fluxo de notícias e evitar

o massacre que foi

graças às bobagens que o Lula falou

na semana passada. O que eu acho

fundamental do que foi anunciado,

tem muita coisa improvisada, tem muita coisa

que vai ter pouco impacto,

mesmo esse negócio do carro popular

tem propaganda do

Jeep Renegade dizendo

o plano do governo beneficia o Jeep Renegade.

Não é sério, né gente? Vamos dar

a real aqui. Agora, tem algumas

coisas que podem ser relevantes.

Esse plano que foi

anunciado para controlar

o desmatamento, o plano de ação

de prevenção e controle do desmatamento da Amazônia Legal,

ele é um plano consistente

porque ele prevê

aumentar as ações de fiscalização

usando tecnologia,

ou seja, você pega o PROD,

que é aquele projeto de monitoramento do desmatamento

da Amazônia via satélite,

identifica as áreas

onde houve mais desmatamento e

concentra a ação ali, então vai aumentar

o número de ações de fiscalização.

Eles vão embargar

metade da área desmatada

ilegalmente, que foi identificada por esse

sistema de satélites do PROD,

que estão em áreas de conservação

porque é justamente aí

que o desmatamento cresce mais

nos últimos anos e assim

vai, são vários pontos

que são relevantes. Um dos mais

importantes, na minha opinião,

é suspender ou cancelar

todos os registros

irregulares do Cadastro Ambiental Rural.

O Cadastro Ambiental Rural

é uma ferramenta muito importante,

só que ela é autodeclaratória.

Você entra no sistema

e dá os pontos geográficos

e diz essa área é minha.

E depois, supostamente, haveria

algum tipo de fiscalização para

comprovar se aquela área é sua ou não.

Na prática, o que aconteceu é que na

Amazônia tem área indígena

que tem três andares de cá,

porque todo mundo diz que a área indígena é dele.

Então, a floresta lá de Jamanxim

é um desses casos, entendeu?

Você entra lá e tem cá espalhado para tudo

quanto é canto e daí com o cá

você consegue

até financiamentos,

você consegue ter instrumentos

para viabilizar a destruição

da floresta. Ao

suspender ou cancelar os registros,

você vai minar

um dos tripés para a devastação.

Então, no papel,

o plano é bom, na minha opinião.

Saber se ele vai se concretizar.

Nessa semana já teve a notícia de que

caiu a área desmatada na Amazônia

e, em compensação, explodiu no Cerrado.

Mas, enfim, eu acho que

esse foi um bom plano,

anunciado, que pode, às vezes, se tornar uma

boa notícia e extremamente necessária

porque essa questão da Amazônia

é mais fundamental do que qualquer

intervenção do Brasil na

Guerra da Ucrânia. É isso que

o Brasil é relevante no mundo.

E é um contraponto a tudo

que vocês falaram, que o Lula falou

que o Lula ia para tentar seduzir o agro.

É um tiro lá e outro cá.

Esse jogo de equilibrismo

que o Lula vai

ter que fazer para sustentar

o motor agropecuário da economia

e controlar o desmatamento.

Acho que é um bom exemplo.

Sem trocadilho, né, Fernando?

Perfeito! Sem trocadilho.

Estou tão lerdo aqui que nem percebi o trocadilho.

Que eu mesmo.

É porque era assim.

Muito bem. Sem trocadilho.

A gente vai encerrando o terceiro bloco

do programa por aqui. Vamos direto

então para o momento Kinder Ovo.

Muito bem,

Mari Faria. Eu estou

numa seca danada aqui.

Quero ver se a gente interrompe essa série

vitoriosa da

Thaís Bilenk. Não vamos interromper

não, gente. Vamos manter o cabelo.

A Thaís perfeita.

Solta aí, Mari.

Porque Flavio Dino fez um passeio na CCJ.

Ele engoliu uns 10 deputados lá.

Muita gente foi despreparada.

Feliciano.

Comissão mais séria da casa e quis lacrar o ministro.

Aí o ministro, ele é juiz de direito,

ele conhece a linguagem, governador de Estado,

comunista de carteirinha,

extremamente preparado e guerrilheiro.

Aí eu acho que ele estava com um ponto no ouvido,

que ele estava cheio de assessores.

Ele moeu, cara.

Ficou com vergonha. E assim, na maciota,

batendo de vacilão, ele está

E assim, na maciota, batendo devagarinho.

Thaís perfeita.

Thaís perfeita.

Esse negócio, eu quero uma investigação.

Vou acionar a Polícia Federal.

Quero uma operação da Polícia Federal nesse Kinder Ovo.

Isso é da Thaís?

Eu já desisti, né?

Eu estou indo tomar café na hora do Kinder Ovo.

É.

Eu notei um tom de felicidade

do Marco Feliciano

nesse comentário.

Parece que está adorando.

Parece que está querendo mudar de lado.

É.

Como é que a Thaís vai acertar o Feliciano?

Meu Deus do céu.

Bom, encerramos o Kinder Ovo.

Hoje temos o momento Cabeção.

O momento Cabeção, como vocês sabem,

a gente dá umas dicas,

fala de livros, séries

e que tais.

Começamos pela vencedora do Kinder Ovo.

A rainha do Kinder, Thaís Vilen.

Vou indicar a nossa

colega, inclusive que

vem aqui na bancada, que publicou

a Ana Clara Costa. Publicou uma reportagem

na Piauí desse mês, que é

pra ler comendo pipoca.

A teia do golpe. A trama

montada por políticos, militares e policiais

pra golpear a democracia no Brasil.

É saborosa, porque ela conta

bastidores, detalhes, aquela

sucessão de eventos que todo mundo

acompanhou paralisado

e agora em retrospectiva com detalhes

interessantes,

novidades, enfim, conseguiu

relatar um período

muito recente da nossa história

que ainda vai ter que ser recontado

inúmeras vezes. Estamos aí

às voltas com 2013 e ainda imagina

o que aconteceu ano passado, é material

abundante. Então

eu recomendo essa leitura,

que inclusive é uma matéria tão grande, né,

Ana Clara, eu sei que você ralou,

que vale quase que um livro. Muito bom.

José Roberto de Toledo,

vamos com você. Bom,

eu vou recomendar

dois livros, acho que são os mesmos

que o Fernando vai recomendar,

mas enfim, a gente pode fazer um dueto.

A gente combinou, a gente falou antes.

A gente combinou de não recomendar e

daí eu não recomendei e os dois vão recomendar.

É assim que a gente, né, foi o que aconteceu.

Digamos assim que temos

uma unanimidade

no programa, que é recomendar

o livro 13, A Política de Rua

de Lula a Dilma,

da Ângela Alonso,

professora titular, curso de Sociologia

da Universidade de São Paulo,

que faz uma

análise dos 10 anos

de junho de 2013,

mas uma análise muito original.

Primeiro que ela faz uma crítica

de todas as interpretações

que houve desde a época

até as mais recentes, mas o bacana

é que ela faz análise de como chegamos

a junho de 2013

e não o que aconteceu

depois de junho de 2013. Também tem

um pouco sobre isso, mas o mais interessante

é essa análise anterior,

as condições, porque ela revela

a meu ver, dá um melhor

retrato do que foi junho de 2013,

que é uma colcha de retalhos

para usar a imagem mais gasta

da língua portuguesa, né.

Ela até me contou que ela queria

para a capa do livro uma foto que saiu no New York Times,

que é em altíssima resolução,

em que cada um

dos milhares de manifestantes

tinham um cartaz na mão e cada cartaz

era diferente do outro. E aquilo é a

versão do que foi junho de 2013

que abrigava da extrema direita

à extrema esquerda, só não tinha o governo,

que foi

massacrado no final das contas.

Mas enfim, queria recomendar,

é uma ótima leitura, ela escreve muito bem

também. O outro livro é para dar

um refresco no momento cabeção,

porque é um livro muito gostoso

de ler, chama-se O Homem do Sapato

Branco, do nosso amigo Maurício

Stayser, que

conta a história de um apresentador

de televisão que talvez para os

jovens ouvintes não

soe familiar,

mas que é simplesmente o inventor

do munducão na televisão brasileira.

Ele, nos anos 60

ainda, quando a televisão

funcionava à base de carvão,

ele criou esse modelo

que foi desembocar no

Siqueira Júnior, no Datena,

de exploração

do que há de pior. Para vocês terem uma ideia,

era tão popular esse

programa na época, que os

policiais prendiam alguém,

algemavam, e antes de levar

para delegacias, levavam para o estúdio

Jacinto Figueira Júnior, que era o Homem do

Sapato Branco, entendeu? E o cara botava

no ar. E tinha humilhação,

era um horror. Ele foi

deputado, foi cassado, é um personagem muito

rico, muito interessante,

mas explica

de onde veio esse munducão

que a gente assiste até hoje na televisão.

Até rimou. Só acrescentando

primeiro, para falar da nota

não é só triste, da nota

revoltante dessa semana,

essa cena dos policiais carregando

aquele rapaz amarrado

pelas mãos e pelos pés,

mostra que a gente, desde aquela época

do Jacinto, as coisas não melhoraram nada,

ou seja, tem uma violência no Brasil,

tipo um padrão

de comportamento da polícia, que é inaceitável.

A menção a esse livro

do Jacinto me faz... Acho que é

necessário que a gente registre o horror

desse negócio e isso.

Em relação ao Jacinto, ele é realmente um precursor,

ele é o primeiro, ele foi

para a política, como o Zé falou,

então também é um comportamento padrão de todos

esses apresentadores. Tem uma espetacularização

da violência,

uma perspectiva totalmente favorável

às forças policiais, né?

E é muito interessante mesmo.

O Sticer é um jornalista que

leva a televisão a sério. Não que ela seja

séria sempre, muitas vezes ela não é,

mas justamente por isso que ela tem que ser vista, porque a televisão

é meio formadora no Brasil. Ela tem uma centralidade

na sociedade brasileira,

que às vezes as pessoas não

levam em conta. Muito bem,

rapidamente, teria outras

indicações aqui, mas eu não quero deixar passar,

ainda sobre 2013,

saiu pela editora Zahar

o livro A Razão dos Centavos

Crise Urbana, Vida Democrática

e as Revoltas de 2013.

Mais um livro sobre junho de 2013,

escrito pelo Roberto Andrés,

que é colaborador da Piauí também. O Andrés

é um urbanista,

é um ensaísta e é um estudioso

da questão urbana, da tragédia

urbana brasileira. É ligado

à questão do meio ambiente.

Foi um dos fundadores

da revista Pisiagrama, que é uma

revista importante sobre urbanismo

de uma perspectiva progressista

de esquerda. E ele reconstitui

a partir dessa experiência dele,

o que aconteceu em 2013, também cava

a pré-história desse movimento,

mostra as reivindicações em relação

à questão do transporte gratuito

no Brasil, o que evoluiu, o que não evoluiu.

É isso? Isso é sá.

Se você não tiver mais nada,

mas realmente você não pode ter nada melhor

pra fazer, né? Você sobrou ali no domingo.

Para tudo o que você estiver fazendo.

Esse trio aqui,

Parada Dura, estará

no domingo, às 17 horas,

na Praça Charles Miller,

não pra jogar uma partida de futebol,

mas ali na Feira do Livro, vai ter

um foro ao vivo

que a gente vai falar bobagem

pra quem estiver passando.

5 horas da tarde, domingo, estaremos lá na feira,

que é um lugar muito simpático.

É de grátis. Um dos assuntos

que a gente vai tratar é justamente

2013. Vamos aprofundar

um pouco, desenrolar um pouco

mais esse fio. A gente espera vocês

por lá. Vamos fechar o feriado

juntos ali, quem estiver em São Paulo

vai ser um prazer. Muito bem.

Bom, dado o recado, vamos

para o Correio Elegante. É isso?

Eu começo, vou ler aqui

a cartinha da

Isa Maris Raulino,

de Palhoça, Santa Catarina.

Sou ouvinte assídua há anos.

Vocês fazem parte do meu ritual preferido.

Às sextas-feiras, quando abro

a minha cervejinha no final do dia,

e coloco o foro de Terezinha pra tocar.

Escrevo pra deixar registrado que, conforme prometido

pelo presidente Lula, o namorado

veio em 2023.

E agora já é parte do ritual.

E o nosso poder viver juntos, inclusive, tem o mesmo

peso de uma traição. Por isso,

queria enviar um beijo para o meu querido Giovanni,

parceiro de vida e de foro.

Um grande abraço pra vocês. Obrigado

por trazerem leveza e coerência

para assuntos tão complexos da

política brasileira.

Muito obrigado, Isa Maris.

Eu não sei, as pessoas adoram

esse negócio. Tem alguma coisa

que acontece aqui que os casais,

a gente virou uma espécie de... Como é que chama

aqueles negócios em

São Paulo? Essa Junina, que tá na época agora

Correio do Amor. Correio da Gretchen.

Vem pra casa, um detalhe.

É o nome dessa sessão.

Eu sei que vocês não vão

tirar isso da edição.

Então fica esse

mito. Fernando Perfeito

também com Gretchen Suas.

Isso daí! Como é que chama

aquele negócio?

Você tem uma de Thaís agora, vamos falar a real.

É, de Thaís.

Bom, então deixa eu dar uma de Thaís também.

Muito bom. Vou ler o recadinho que

chegou do Joaquim Lozada.

Sou argentino, vou falar

portanhola então.

Sou argentino

e no dia 4 de junho completaram

três anos que conheci meu amor

brasileiro. Ela me fez ouvir o programa

e logo se tornou nosso ritual das

sextas-feiras à tarde. E foi ótimo,

não só pra exercitar meu português,

mas pra ter informações jornalísticas

de alta qualidade sustentadas

com dados, algo que ainda não encontrei

em meu país.

Gostaria muito de pedir

um cumprimento para a Anitta, minha amada,

com quem estamos esperando o primeiro filho

ou filha. E com quem espero

passar o resto da minha vida.

Continuem com esse trabalho espetacular

de uma Cataluña repleta de

rava-porcos. Muitas graças

e hasta luego.

Eu introduzi termos aqui só pra gastar

bastante, vocês estão vendo.

Beijos!

Então, descobrimos

agora que a Grande Matão incorporou a

Cataluña. A Mari me passou

duas mensagens. O primeiro é um

comentário feito no YouTube pelo

Manuel Rodrigues Pereira 7345

que vocês vão

entender que é uma

alusão à perfeição

deste programa.

Taís, humilhando no Kinder Ovo

em 2023 é a prova

que o novo sempre vem.

Boa, mana!

A segunda

mensagem é uma

recomendação do Ministério da Saúde

é o seguinte

é um e-mail que foi enviado pela

Isabel Bizarrias

deve ser prima do André Perfeito

Sou advogada. Na última

sexta-feira, como sempre

estressantes prazos da profissão

senti que

uma crise de ansiedade

iria me abater. Como

eu tinha entregas no fatídico prazo

engolir as emoções e seguir trabalhando

no sábado, acordei com a

mesma sensação. Então,

resolvi andar pela rua, tomar um sol

enquanto ouvia o foro

a ideia pareceu boa, afinal

poderia ser mais relaxante

e eficaz pra evitar

uma crise de ansiedade do que

ouvir as mazelas do país. Bom

fui parar no pronto-socorro

obviamente

não culpo o excelente

jornalismo pela crise que

já se anunciava fazia tempo

mas culpo a caxtocracia

isso me parece mais adequado

de qualquer forma

fico meu aviso aqui pros ouvintes

que sofrem com ansiedade

esse podcast incrível é contendicado para os momentos de crise

consuma com moderação. Um abraço

para toda a equipe do foro e para

o meu irmão Guilherme de 15 anos

que cresceu da noite pro dia

e já não é mais um bebê. Gui

você já lê a Piauí. O que custou

Gui ouça o foro

enquanto você ainda não

tem crise de ansiedade e quem sabe

você desenvolve uma né. É

tem que ouvir na João

Gilberto

quando sai por crise de ansiedade

não o foro. Ou seja

o foro faz mal à saúde não digam

que não avisamos. E assim a gente vai

terminando o programa de hoje se você

gostou não deixe de seguir

dar 5 stars, fazer o comentário

no Spotify. Você também pode

seguir a gente no Apple Podcast, na

Amazon Music, favoritar na

Deezer e se inscrever no Google

Podcast, no Cashbox ou

no Youtube. Foros Terezinha

é uma produção da Rádio Novelo para a Revista Piauí

com a coordenação geral da Evelyn

Argenta que hoje também foi

nosso apoio de produção.

A direção é da Mari Faria

a produção da Maria Júlia Vieira

e do Marcos Amoroso.

A edição é da Evelyn Argenta e do

Tiago Picado. A finalização e mixagem

são do Luiz Rodrigues e do João Jabassi

do Pipoca Sound. Jabassi que é

também o intérprete da nossa melodia tema

composta por Vânia Salles e Beto Boreno.

A nossa coordenação digital é

feita pela Bia Ribeiro. A checagem

do programa é do João Felipe Carvalho

e a ilustração no site do Fernando

Carvalho. O foro foi gravado nas nossas

casas. Eu me despeço dos meus

amigos José Roberto Perfeito

José Roberto Imperfeito

até domingo. Estaremos

perfeitamente no domingo

provocando crises de ansiedade ao vivo

isso aí

em quem se aventurara nos escutar

lá na frente do estádio do Pacaembu

e Thaís Bilenka

mais que perfeita. Até domingo

Thaís. Até domingo

ai ai, tem nem o que falar

espero que isso não aconteça domingo ao vivo

ela tá gritante, ganhando kinder ovo

aliás no domingo vai ter um monte

de bobagem como sempre, mas vai ter uma

novidade, vai ter uma brincadeira nova

vai ter uma inovação

só saberá quem for

exatamente

vai dar tudo errado e a gente não vai repetir

de novo, então vai ser uma oportunidade

única. Exato, de ver o mexanelbi

vou fazer xixi nesse momento, vou me retirar

do palco, vocês fazem sozinho

que não vai dar certo

tá bom? Então é isso gente, boa

semana a todos, até semana que vem

até domingo pra quem estiver

em São Paulo e quiser ir lá


#256: Vai que é tua, Lira! - Part 2 #256: Mach schon, Lira! - Teil 2 #256: Go for it, Lira! - Part 2 #256: ¡A por ello, Lira! - Parte 2 #第256回:頑張れ、リラ!- パート2 #256: Ga ervoor, Lira! - Deel 2 #256: Idź na całość, Lira! - Część 2 #256: 加油,里拉!- 第二部分

que chega em gente mais graúda, porque seria o esquema de financiamento,

inclusive de campanhas, que é uma das maneiras que o Artur Lira tem de se manter

na posição de poder que ele tem como presidente da Câmara e que o fez chegar

à presidência da Câmara. A gente ainda não sabe onde vai parar essa investigação,

mas ela está indo por um caminho que é perigoso para o Artur Lira,

está pegando os meandros do esquema dele.

Agora, o Artur Lira, como eu disse, negocia por cima, e o melhor exemplo disso

veio essa semana no julgamento dele no Supremo Tribunal Federal.

O que aconteceu ali, eu confesso que eu nunca tinha visto.

O julgamento se deu não no plenário, mas numa turma,

então um número menor de ministros.

Aconteceu de tudo. Primeiro que esse julgamento ficou parado por anos,

porque o Toffoli tinha pedido vistas no processo e deixou o julgamento parado.

No meio do caminho, eles aprovaram uma lei na Câmara,

e o Artur Lira, o cenário onde ele manda e opera,

que mudou a lei, fazendo com que as delações premiadas

perdessem importância nas denúncias, elas teriam que ser substanciadas

por outras provas para valerem.

Com base nessa desculpa, dois ministros, inclusive o Alexandre de Moraes,

mudaram seu voto de condenação para absolvição.

E, num ato sensacional, pirueta carpada com três giros caindo de bunda,

um ministro votou no lugar de um ministro que já se aposentou e que tinha votado.

Isso eu nunca tinha visto. O cara tinha votado pela condenação.

Aí ele se aposentou. Aí entra um novo ministro.

Anulam o voto do ministro que já tinha votado,

e o novo ministro vota pela absolvição do Artur Lira.

Então, assim, piruetas mil mostrando a capacidade do Artur Lira

de fazer articulações de alta cúpula.

Sem falar na mudança da PGR, que a PGR anterior

tinha mandado investigar ele, e o novo PGR, o que substituiu,

falou não à arquiva.

Sim. E não é só no Supremo.

O Tribunal de Contas da União tem um parecer sobre esse caso da Megalic,

lá dos kits de robótica, dizendo que está tudo bem.

Que não tem superfatoramento, que não tem direcionamento na licitação.

Enfim, no que depender da alta cúpula, o Artur Lira está bem.

Agora, na opinião pública, ele nunca esteve tão mal.

A gente está numa fase que a gente não sabe mais se vale a pressão das ruas

que começou em 2013, ou se vale a velha política

que é decidida tudo em Brasília.

Pelo recuo que o ministro da Casa Civil teve que dar essa semana

se desculpando com Brasília, o Rui Costa, que tinha falado

que Brasília é uma ilha da fantasia, o que é verdade?

Ele falou, não, veja bem, fui infeliz nas minhas palavras,

mostra que, de fato, não são as ruas, mas é Brasília quem está mandando.

Muito bem, eu quero fazer dois rápidos comentários

sobre o que vocês disseram, duas coisas que me ocorreram.

Primeiro, como o STF é permeável a essas pressões de grupos poderosos

ou de pessoas poderosas, é esse episódio dessa semana,

é mais um que mostra como o STF é poroso, como ele é inconfiável

em relação àquilo que ele deveria ser.

Eu acho que isso não é uma coisa trivial no Brasil,

embora tenha sido o Supremo e a figura do Alexandre de Moraes

tenham sido fundamentais para que a aventura autoritária do Bolsonaro

não chegasse a bom termo ou fosse interrompida,

a gente não pode deixar de fazer essas observações sobre o Supremo.

A minha segunda observação é sobre o papel da Polícia Federal

no governo Lula. Tanto a investigação contra o Bolsonaro

como agora contra o Lira, elas são investigações relevantes

e substantivas, ninguém está pondo isso em dúvida,

mas a Polícia Federal está sendo um instrumento...

Elas são anteriores, elas começaram muito antes,

as duas investigações começaram muito antes.

Eu sei que as investigações já tinham começado,

elas aparecem, elas passam a existir para a opinião pública

em momentos cruciais para o governo.

O Bolsonaro sofreu um revés bravo ali naquele momento,

ele estava tirando as manguinhas de fora, a gente até estava comentando isso,

ele tinha ido à feira do Agro em Ribeirão,

tinha feito a volta, enfim, estava se recolocando

e tentando fazer algum barulho.

A operação da PF foi um tiro na testa dele.

Estou falando disso, o papel, estou tentando evitar a palavra protagonismo,

mas é o protagonismo da Polícia Federal nesse início de governo Lula.

Eu tenho dúvida, vou te explicar por quê.

A gente já está falando de Polícia Federal aqui.

Sim, mas a investigação contra o Bolsonaro

é comandada praticamente pelo Alexandre Moraes,

é a Partido Supremo.

São tudo desdobramentos dos inquéritos do Alexandre Moraes,

não tem nada a ver com o Lula.

E essa investigação da Polícia Federal sobre o Arthur Lira

começa com uma reportagem da Folha em 2022,

lá no começo, em março, há um ano atrás.

Sim, mas eles só deflagram a operação contra o Luciano Cavalcanti.

Sim, estou falando, a PF é um personagem,

na crônica desses primeiros meses de governo Lula,

a PF virou um personagem mais do que central.

É só para a gente refletir sobre as encrencas que isso pode trazer.

No governo Bolsonaro também, lembra a quantidade de mudanças

de superintendentes nos estados e o superintendente do Rio e tal.

É que eu não sei até que ponto tem o dedo do governo,

eu não sei, realmente eu não sei, não tenho informação,

mas a gente não assistiu toda essa intervenção que houve no Bolsonaro

no começo do governo Lula, de briga de poder

para trocar superintendente, intervir diretamente.

Isso não.

Eu não sei até que ponto isso vem de um autonomismo da própria polícia, entendeu?

Sim, é, para pensar a respeito disso.

Muito bem, encerramos assim o segundo bloco do programa,

a gente vai para um rápido intervalo e no terceiro bloco

vamos falar do governo Lula. Já voltamos.

Você já ouviu falar do Praia dos Ossos?

Não há Praia dos Ossos que fica em Búzios,

ou a Praia dos Ossos, que é o podcast da Rádio Novelo

sobre a vida e a morte da Ângela Diniz.

Ela foi morta na véspera do Réveillon, de 76 para 77.

O caso ficou famoso com o nome do assassino,

caso Doca Strit.

Mas é dela que a gente fala no podcast.

De como ela virou a Pantera de Minas e caiu na boca

e nas festas da High Society Carioca

e do julgamento que ela sofreu antes e depois

de ser assassinada com quatro tiros.

Eu sou a Branca Viana, e se você ainda não ouviu,

estou te convidando a ouvir o Praia dos Ossos,

um original da Rádio Novelo.

Está em todos os aplicativos de podcast.

Muito bem, Thais Bilenk, vamos começar com você.

Eu mencionei na abertura algumas iniciativas do governo,

alguns programas que foram deflagrados,

o Desenrola para abater dívidas,

o barateamento dos carros populares

e também ônibus e caminhões,

o Farmácia Popular também, que eu não havia citado,

remédios mais baratos para quem recebe Bolsa Família,

enfim, uma série de iniciativas do governo

para atender demandas da população mais pobre

e de alguns grupos sociais, por exemplo, dos caminhoneiros.

O que você apurou a respeito disso?

Curioso, né?

De toda a agenda positiva do governo Lula,

a mais positiva ou a mais promissora talvez seja a inflação.

Essa semana, o IPCA, que é a inflação oficial de maio,

veio abaixo das expectativas

e o que mais puxou a inflação para baixo

foi o preço dos alimentos, que desacelerou bastante.

Conversei sobre isso com o André Perfeito,

o economista André Perfeito,

que explicou que a desaceleração do preço dos alimentos

é prima e irmã da expansão do agronegócio no PIB do Brasil,

que vem crescendo com pujança,

porque aumenta a produção, aumenta a oferta,

portanto, logo cai o preço.

A desaceleração da inflação puxada por um fator como esse

é um indicativo importante para o Banco Central

estudar quando vai começar a baixar os juros.

Pode não ser mês que vem, não deve ser, nem no seguinte,

mas o COPOM pode começar a dar sinalizações

nas atas das próximas reuniões

e isso, como diz bem o André Perfeito,

já é muito importante para mudar o humor do empresariado,

dos investidores, encorajá-los a investir,

o que gera emprego e faz a roda girar.

O que aconteceu nessa semana,

além do lançamento desses programas,

que você perfeitamente mencionou,

porque foi um esforço concentrado do governo

de tirar do papel promessas de campanha

e que estavam enterradas mesmo,

e que o Lula vinha cobrando a dade publicamente,

até para tirar o desenrolar do...

Desenrolar esse negócio aí, a dadinha.

Dar um jeito no subsídio dos carros populares,

enfim, o Lula estava pressionando.

E o que ele fez mais essa semana?

Ele foi para Luiz Eduardo Magalhões,

o Polo Agro da Bahia,

participar da terceira maior feira do agronegócio no Brasil

e a maior do Nordeste,

e fez um discurso contra a polarização

entre pequenos produtores e ruralistas

e passou uma faturinha ali.

Lula que ligou para o Xi Jinping,

que o Alckmin ligou para o vice da China

para liberar dezenas de toneladas de carne

que estavam presas num contêiner no oceano,

porque a data das carnes

era diferente da que tinha sido combinada com a China

e que o Brasil tem que receber pelo que produz

e não importa se o cara votou no Lula ou não votou no Lula,

mas que ele fez tudo o que ele pode fazer

para facilitar os negócios dos ruralistas brasileiros.

E ainda anunciou bilhões e bilhões de reais

em linhas de crédito e plano safra

e fez todo o papel dele lá nessa feira.

O André Perfeito coloca isso em termos muito claros.

Ele fala que o mercado tem uma leitura muito ingênua do Lula,

porque o Lula opera o agro

tanto quanto opera o Banco Central

e vai conseguir no fim agradar todo mundo

na opinião do André Perfeito.

Como assim? Ele fala mal do agro na televisão,

que os ruralistas e tal,

aquelas declarações que a gente já comentou aqui,

mas ao mesmo tempo ele dá todas as condições

para o agro operar como tem que operar.

É o clássico do Lula, né?

Ele bate a cena para um lado e faz o outro.

Com o Banco Central, a mesma coisa.

Bateu no Roberto Campos Neto até não poder mais

para criar um seguro do tipo

dizer que estou tentando, estou fazendo a minha parte,

mas ele que não deixa.

Enquanto isso, ele faz o que precisa

para pavimentar uma baixa estruturada segura da Selic,

que foi, por exemplo, reuneirar a gasolina

ou retomar o ICMS da energia elétrica.

E o Roberto Campos Neto, essa semana também,

deu demonstrações de que entendeu tudinho, tudinho

do recado do Lula, porque ele tocou

num assunto que é caríssimo ao presidente da República

ao dizer que a inflação é perversa

para transferência de renda

e que afeta muito mais quem não consegue

se proteger do aumento de preços,

isso é, corrói o poder de compra das pessoas mais pobres.

E essa palavra do Roberto Campos Neto,

qualquer coisa que ele diga em relação

à perspectiva da Selic e sobre a inflação

é preciosíssima para mudar o humor e o apetite

de novo dos investidores e dos empresários

e dos operadores da economia,

porque eles se antecipam

quando o Roberto Campos Neto dá sinais otimistas,

digamos assim, eles se antecipam

e já começam a atuar e a agir

como quem lida com a perspectiva

de uma economia mais aquecida.

E é isso que o Lula precisa,

exatamente isso que o Lula precisa

para ter sucesso no mandato dele.

Os sinais que vêm sendo colhidos recentemente

são de que a economia de 2023

talvez seja um pouco menos pior

do que se esperava para esse ano

e a de 2024 talvez seja um pouco melhor

que a de 2023.

E é isso que interessa, 2024 ainda por cima

é eleição municipal,

é disso que o Lula precisa,

então enquanto ele fala e morde, assopre,

a roda está girando.

Muito bem, eu aqui atento

ouvindo as explicações da Thaís,

mas não conseguindo deixar de pensar

martelando aqui na minha cabeça

o nome desse economista, André Perfeito.

Eu queria ter esse nome,

eu, olá,

bem-vindos ao Fórum de Terezinha,

eu, Fernando Perfeito,

tenho o prazer de conversar

com o meu amigo José Roberto de Toledo

e Thaís Milenka,

Fernando Perfeito.

José Roberto de Toledo, vamos voltar

a falar de coisas sérias.

José Roberto Imperfeito.

José Imperfeito de Toledo.

José Imperfeito, vamos lá,

Zé Imperfeito, é um bom apelido

esse daí, acho que dá para ganhar a eleição.

Eu quero que a gente também

não deixe de lado a pauta ambiental,

não sei se você vai continuar falando da questão.

Falarei, falarei,

não, falarei da questão ambiental

que a Thaís já tratou

da pauta econômica

com perfeição.

A Thaís Imperfeita já tratou

de toda perfeição nesse negócio.

A Thaís Imperfeita, exatamente.

Bom, primeiro, o governo

conseguiu uma mágica essa semana

e não foi por acaso, eles trabalharam

bastante para isso.

Em vez de as buscas serem Lula Maduro,

Lula Zanin,

as buscas passaram a ser Lula Carro Popular.

Eles conseguiram mudar

a agenda, mudar a pauta

sobre o que a gente está conversando.

A semana passada foi uma das piores semanas

para o governo, essa semana

as notícias variam entre o neutro

e o positivo.

Até a briga com o Arthur Lira é boa para o governo,

porque o Arthur Lira é o vilão,

é o chantageiro, é o cara que

virou inimigo da república e o Lula.

Se você pesquisasse Lula

no Google Trends no ano passado,

ia ser Lula Mensalão,

Lula...

Só coisa negativa. Hoje já está

mais equilibrada.

Então esse é um aspecto. Eles trabalharam muito

para isso, cobraram muitos ministérios.

A semana que vem deve ter o anúncio

do Plano Nacional de Alfabetização.

Eles estão tentando manter essa agenda

positiva para controlar

o fluxo de notícias e evitar

o massacre que foi

graças às bobagens que o Lula falou

na semana passada. O que eu acho

fundamental do que foi anunciado,

tem muita coisa improvisada, tem muita coisa

que vai ter pouco impacto,

mesmo esse negócio do carro popular

tem propaganda do

Jeep Renegade dizendo

o plano do governo beneficia o Jeep Renegade.

Não é sério, né gente? Vamos dar

a real aqui. Agora, tem algumas

coisas que podem ser relevantes.

Esse plano que foi

anunciado para controlar

o desmatamento, o plano de ação

de prevenção e controle do desmatamento da Amazônia Legal,

ele é um plano consistente

porque ele prevê

aumentar as ações de fiscalização

usando tecnologia,

ou seja, você pega o PROD,

que é aquele projeto de monitoramento do desmatamento

da Amazônia via satélite,

identifica as áreas

onde houve mais desmatamento e

concentra a ação ali, então vai aumentar

o número de ações de fiscalização.

Eles vão embargar

metade da área desmatada

ilegalmente, que foi identificada por esse

sistema de satélites do PROD,

que estão em áreas de conservação

porque é justamente aí

que o desmatamento cresce mais

nos últimos anos e assim

vai, são vários pontos

que são relevantes. Um dos mais

importantes, na minha opinião,

é suspender ou cancelar

todos os registros

irregulares do Cadastro Ambiental Rural.

O Cadastro Ambiental Rural

é uma ferramenta muito importante,

só que ela é autodeclaratória.

Você entra no sistema

e dá os pontos geográficos

e diz essa área é minha.

E depois, supostamente, haveria

algum tipo de fiscalização para

comprovar se aquela área é sua ou não.

Na prática, o que aconteceu é que na

Amazônia tem área indígena

que tem três andares de cá,

porque todo mundo diz que a área indígena é dele.

Então, a floresta lá de Jamanxim

é um desses casos, entendeu?

Você entra lá e tem cá espalhado para tudo

quanto é canto e daí com o cá

você consegue

até financiamentos,

você consegue ter instrumentos

para viabilizar a destruição

da floresta. Ao

suspender ou cancelar os registros,

você vai minar

um dos tripés para a devastação.

Então, no papel,

o plano é bom, na minha opinião.

Saber se ele vai se concretizar.

Nessa semana já teve a notícia de que

caiu a área desmatada na Amazônia

e, em compensação, explodiu no Cerrado.

Mas, enfim, eu acho que

esse foi um bom plano,

anunciado, que pode, às vezes, se tornar uma

boa notícia e extremamente necessária

porque essa questão da Amazônia

é mais fundamental do que qualquer

intervenção do Brasil na

Guerra da Ucrânia. É isso que

o Brasil é relevante no mundo.

E é um contraponto a tudo

que vocês falaram, que o Lula falou

que o Lula ia para tentar seduzir o agro.

É um tiro lá e outro cá.

Esse jogo de equilibrismo

que o Lula vai

ter que fazer para sustentar

o motor agropecuário da economia

e controlar o desmatamento.

Acho que é um bom exemplo.

Sem trocadilho, né, Fernando?

Perfeito! Sem trocadilho.

Estou tão lerdo aqui que nem percebi o trocadilho.

Que eu mesmo.

É porque era assim.

Muito bem. Sem trocadilho.

A gente vai encerrando o terceiro bloco

do programa por aqui. Vamos direto

então para o momento Kinder Ovo.

Muito bem,

Mari Faria. Eu estou

numa seca danada aqui.

Quero ver se a gente interrompe essa série

vitoriosa da

Thaís Bilenk. Não vamos interromper

não, gente. Vamos manter o cabelo.

A Thaís perfeita.

Solta aí, Mari.

Porque Flavio Dino fez um passeio na CCJ.

Ele engoliu uns 10 deputados lá.

Muita gente foi despreparada.

Feliciano.

Comissão mais séria da casa e quis lacrar o ministro.

Aí o ministro, ele é juiz de direito,

ele conhece a linguagem, governador de Estado,

comunista de carteirinha,

extremamente preparado e guerrilheiro.

Aí eu acho que ele estava com um ponto no ouvido,

que ele estava cheio de assessores.

Ele moeu, cara.

Ficou com vergonha. E assim, na maciota,

batendo de vacilão, ele está

E assim, na maciota, batendo devagarinho.

Thaís perfeita.

Thaís perfeita.

Esse negócio, eu quero uma investigação.

Vou acionar a Polícia Federal.

Quero uma operação da Polícia Federal nesse Kinder Ovo.

Isso é da Thaís?

Eu já desisti, né?

Eu estou indo tomar café na hora do Kinder Ovo.

É.

Eu notei um tom de felicidade

do Marco Feliciano

nesse comentário.

Parece que está adorando.

Parece que está querendo mudar de lado.

É.

Como é que a Thaís vai acertar o Feliciano?

Meu Deus do céu.

Bom, encerramos o Kinder Ovo.

Hoje temos o momento Cabeção.

O momento Cabeção, como vocês sabem,

a gente dá umas dicas,

fala de livros, séries

e que tais.

Começamos pela vencedora do Kinder Ovo.

A rainha do Kinder, Thaís Vilen.

Vou indicar a nossa

colega, inclusive que

vem aqui na bancada, que publicou

a Ana Clara Costa. Publicou uma reportagem

na Piauí desse mês, que é

pra ler comendo pipoca.

A teia do golpe. A trama

montada por políticos, militares e policiais

pra golpear a democracia no Brasil.

É saborosa, porque ela conta

bastidores, detalhes, aquela

sucessão de eventos que todo mundo

acompanhou paralisado

e agora em retrospectiva com detalhes

interessantes,

novidades, enfim, conseguiu

relatar um período

muito recente da nossa história

que ainda vai ter que ser recontado

inúmeras vezes. Estamos aí

às voltas com 2013 e ainda imagina

o que aconteceu ano passado, é material

abundante. Então

eu recomendo essa leitura,

que inclusive é uma matéria tão grande, né,

Ana Clara, eu sei que você ralou,

que vale quase que um livro. Muito bom.

José Roberto de Toledo,

vamos com você. Bom,

eu vou recomendar

dois livros, acho que são os mesmos

que o Fernando vai recomendar,

mas enfim, a gente pode fazer um dueto.

A gente combinou, a gente falou antes.

A gente combinou de não recomendar e

daí eu não recomendei e os dois vão recomendar.

É assim que a gente, né, foi o que aconteceu.

Digamos assim que temos

uma unanimidade

no programa, que é recomendar

o livro 13, A Política de Rua

de Lula a Dilma,

da Ângela Alonso,

professora titular, curso de Sociologia

da Universidade de São Paulo,

que faz uma

análise dos 10 anos

de junho de 2013,

mas uma análise muito original.

Primeiro que ela faz uma crítica

de todas as interpretações

que houve desde a época

até as mais recentes, mas o bacana

é que ela faz análise de como chegamos

a junho de 2013

e não o que aconteceu

depois de junho de 2013. Também tem

um pouco sobre isso, mas o mais interessante

é essa análise anterior,

as condições, porque ela revela

a meu ver, dá um melhor

retrato do que foi junho de 2013,

que é uma colcha de retalhos

para usar a imagem mais gasta

da língua portuguesa, né.

Ela até me contou que ela queria

para a capa do livro uma foto que saiu no New York Times,

que é em altíssima resolução,

em que cada um

dos milhares de manifestantes

tinham um cartaz na mão e cada cartaz

era diferente do outro. E aquilo é a

versão do que foi junho de 2013

que abrigava da extrema direita

à extrema esquerda, só não tinha o governo,

que foi

massacrado no final das contas.

Mas enfim, queria recomendar,

é uma ótima leitura, ela escreve muito bem

também. O outro livro é para dar

um refresco no momento cabeção,

porque é um livro muito gostoso

de ler, chama-se O Homem do Sapato

Branco, do nosso amigo Maurício

Stayser, que

conta a história de um apresentador

de televisão que talvez para os

jovens ouvintes não

soe familiar,

mas que é simplesmente o inventor

do munducão na televisão brasileira.

Ele, nos anos 60

ainda, quando a televisão

funcionava à base de carvão,

ele criou esse modelo

que foi desembocar no

Siqueira Júnior, no Datena,

de exploração

do que há de pior. Para vocês terem uma ideia,

era tão popular esse

programa na época, que os

policiais prendiam alguém,

algemavam, e antes de levar

para delegacias, levavam para o estúdio

Jacinto Figueira Júnior, que era o Homem do

Sapato Branco, entendeu? E o cara botava

no ar. E tinha humilhação,

era um horror. Ele foi

deputado, foi cassado, é um personagem muito

rico, muito interessante,

mas explica

de onde veio esse munducão

que a gente assiste até hoje na televisão.

Até rimou. Só acrescentando

primeiro, para falar da nota

não é só triste, da nota

revoltante dessa semana,

essa cena dos policiais carregando

aquele rapaz amarrado

pelas mãos e pelos pés,

mostra que a gente, desde aquela época

do Jacinto, as coisas não melhoraram nada,

ou seja, tem uma violência no Brasil,

tipo um padrão

de comportamento da polícia, que é inaceitável.

A menção a esse livro

do Jacinto me faz... Acho que é

necessário que a gente registre o horror

desse negócio e isso.

Em relação ao Jacinto, ele é realmente um precursor,

ele é o primeiro, ele foi

para a política, como o Zé falou,

então também é um comportamento padrão de todos

esses apresentadores. Tem uma espetacularização

da violência,

uma perspectiva totalmente favorável

às forças policiais, né?

E é muito interessante mesmo.

O Sticer é um jornalista que

leva a televisão a sério. Não que ela seja

séria sempre, muitas vezes ela não é,

mas justamente por isso que ela tem que ser vista, porque a televisão

é meio formadora no Brasil. Ela tem uma centralidade

na sociedade brasileira,

que às vezes as pessoas não

levam em conta. Muito bem,

rapidamente, teria outras

indicações aqui, mas eu não quero deixar passar,

ainda sobre 2013,

saiu pela editora Zahar

o livro A Razão dos Centavos

Crise Urbana, Vida Democrática

e as Revoltas de 2013.

Mais um livro sobre junho de 2013,

escrito pelo Roberto Andrés,

que é colaborador da Piauí também. O Andrés

é um urbanista,

é um ensaísta e é um estudioso

da questão urbana, da tragédia

urbana brasileira. É ligado

à questão do meio ambiente.

Foi um dos fundadores

da revista Pisiagrama, que é uma

revista importante sobre urbanismo

de uma perspectiva progressista

de esquerda. E ele reconstitui

a partir dessa experiência dele,

o que aconteceu em 2013, também cava

a pré-história desse movimento,

mostra as reivindicações em relação

à questão do transporte gratuito

no Brasil, o que evoluiu, o que não evoluiu.

É isso? Isso é sá.

Se você não tiver mais nada,

mas realmente você não pode ter nada melhor

pra fazer, né? Você sobrou ali no domingo.

Para tudo o que você estiver fazendo.

Esse trio aqui,

Parada Dura, estará

no domingo, às 17 horas,

na Praça Charles Miller,

não pra jogar uma partida de futebol,

mas ali na Feira do Livro, vai ter

um foro ao vivo

que a gente vai falar bobagem

pra quem estiver passando.

5 horas da tarde, domingo, estaremos lá na feira,

que é um lugar muito simpático.

É de grátis. Um dos assuntos

que a gente vai tratar é justamente

2013. Vamos aprofundar

um pouco, desenrolar um pouco

mais esse fio. A gente espera vocês

por lá. Vamos fechar o feriado

juntos ali, quem estiver em São Paulo

vai ser um prazer. Muito bem.

Bom, dado o recado, vamos

para o Correio Elegante. É isso?

Eu começo, vou ler aqui

a cartinha da

Isa Maris Raulino,

de Palhoça, Santa Catarina.

Sou ouvinte assídua há anos.

Vocês fazem parte do meu ritual preferido.

Às sextas-feiras, quando abro

a minha cervejinha no final do dia,

e coloco o foro de Terezinha pra tocar.

Escrevo pra deixar registrado que, conforme prometido

pelo presidente Lula, o namorado

veio em 2023.

E agora já é parte do ritual.

E o nosso poder viver juntos, inclusive, tem o mesmo

peso de uma traição. Por isso,

queria enviar um beijo para o meu querido Giovanni,

parceiro de vida e de foro.

Um grande abraço pra vocês. Obrigado

por trazerem leveza e coerência

para assuntos tão complexos da

política brasileira.

Muito obrigado, Isa Maris.

Eu não sei, as pessoas adoram

esse negócio. Tem alguma coisa

que acontece aqui que os casais,

a gente virou uma espécie de... Como é que chama

aqueles negócios em

São Paulo? Essa Junina, que tá na época agora

Correio do Amor. Correio da Gretchen.

Vem pra casa, um detalhe.

É o nome dessa sessão.

Eu sei que vocês não vão

tirar isso da edição.

Então fica esse

mito. Fernando Perfeito

também com Gretchen Suas.

Isso daí! Como é que chama

aquele negócio?

Você tem uma de Thaís agora, vamos falar a real.

É, de Thaís.

Bom, então deixa eu dar uma de Thaís também.

Muito bom. Vou ler o recadinho que

chegou do Joaquim Lozada.

Sou argentino, vou falar

portanhola então.

Sou argentino

e no dia 4 de junho completaram

três anos que conheci meu amor

brasileiro. Ela me fez ouvir o programa

e logo se tornou nosso ritual das

sextas-feiras à tarde. E foi ótimo,

não só pra exercitar meu português,

mas pra ter informações jornalísticas

de alta qualidade sustentadas

com dados, algo que ainda não encontrei

em meu país.

Gostaria muito de pedir

um cumprimento para a Anitta, minha amada,

com quem estamos esperando o primeiro filho

ou filha. E com quem espero

passar o resto da minha vida.

Continuem com esse trabalho espetacular

de uma Cataluña repleta de

rava-porcos. Muitas graças

e hasta luego.

Eu introduzi termos aqui só pra gastar

bastante, vocês estão vendo.

Beijos!

Então, descobrimos

agora que a Grande Matão incorporou a

Cataluña. A Mari me passou

duas mensagens. O primeiro é um

comentário feito no YouTube pelo

Manuel Rodrigues Pereira 7345

que vocês vão

entender que é uma

alusão à perfeição

deste programa.

Taís, humilhando no Kinder Ovo

em 2023 é a prova

que o novo sempre vem.

Boa, mana!

A segunda

mensagem é uma

recomendação do Ministério da Saúde

é o seguinte

é um e-mail que foi enviado pela

Isabel Bizarrias

deve ser prima do André Perfeito

Sou advogada. Na última

sexta-feira, como sempre

estressantes prazos da profissão

senti que

uma crise de ansiedade

iria me abater. Como

eu tinha entregas no fatídico prazo

engolir as emoções e seguir trabalhando

no sábado, acordei com a

mesma sensação. Então,

resolvi andar pela rua, tomar um sol

enquanto ouvia o foro

a ideia pareceu boa, afinal

poderia ser mais relaxante

e eficaz pra evitar

uma crise de ansiedade do que

ouvir as mazelas do país. Bom

fui parar no pronto-socorro

obviamente

não culpo o excelente

jornalismo pela crise que

já se anunciava fazia tempo

mas culpo a caxtocracia

isso me parece mais adequado

de qualquer forma

fico meu aviso aqui pros ouvintes

que sofrem com ansiedade

esse podcast incrível é contendicado para os momentos de crise

consuma com moderação. Um abraço

para toda a equipe do foro e para

o meu irmão Guilherme de 15 anos

que cresceu da noite pro dia

e já não é mais um bebê. Gui

você já lê a Piauí. O que custou

Gui ouça o foro

enquanto você ainda não

tem crise de ansiedade e quem sabe

você desenvolve uma né. É

tem que ouvir na João

Gilberto

quando sai por crise de ansiedade

não o foro. Ou seja

o foro faz mal à saúde não digam

que não avisamos. E assim a gente vai

terminando o programa de hoje se você

gostou não deixe de seguir

dar 5 stars, fazer o comentário

no Spotify. Você também pode

seguir a gente no Apple Podcast, na

Amazon Music, favoritar na

Deezer e se inscrever no Google

Podcast, no Cashbox ou

no Youtube. Foros Terezinha

é uma produção da Rádio Novelo para a Revista Piauí

com a coordenação geral da Evelyn

Argenta que hoje também foi

nosso apoio de produção.

A direção é da Mari Faria

a produção da Maria Júlia Vieira

e do Marcos Amoroso.

A edição é da Evelyn Argenta e do

Tiago Picado. A finalização e mixagem

são do Luiz Rodrigues e do João Jabassi

do Pipoca Sound. Jabassi que é

também o intérprete da nossa melodia tema

composta por Vânia Salles e Beto Boreno.

A nossa coordenação digital é

feita pela Bia Ribeiro. A checagem

do programa é do João Felipe Carvalho

e a ilustração no site do Fernando

Carvalho. O foro foi gravado nas nossas

casas. Eu me despeço dos meus

amigos José Roberto Perfeito

José Roberto Imperfeito

até domingo. Estaremos

perfeitamente no domingo

provocando crises de ansiedade ao vivo

isso aí

em quem se aventurara nos escutar

lá na frente do estádio do Pacaembu

e Thaís Bilenka

mais que perfeita. Até domingo

Thaís. Até domingo

ai ai, tem nem o que falar

espero que isso não aconteça domingo ao vivo

ela tá gritante, ganhando kinder ovo

aliás no domingo vai ter um monte

de bobagem como sempre, mas vai ter uma

novidade, vai ter uma brincadeira nova

vai ter uma inovação

só saberá quem for

exatamente

vai dar tudo errado e a gente não vai repetir

de novo, então vai ser uma oportunidade

única. Exato, de ver o mexanelbi

vou fazer xixi nesse momento, vou me retirar

do palco, vocês fazem sozinho

que não vai dar certo

tá bom? Então é isso gente, boa

semana a todos, até semana que vem

até domingo pra quem estiver

em São Paulo e quiser ir lá