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Acessibilidade (Accessibility), Inclusão e Acessibilidade - Transtorno Mental

Inclusão e Acessibilidade - Transtorno Mental

Olá, eu sou Márcio Fernandes e estou de volta com a nossa websérie Inclusão e

Acessibilidade: essa causa também a sua! Essa é uma produção de dez episódios do

Núcleo de Educação a Distância da Unicentro o Nead com o apoio da

Proen a nossa Pró-reitoria de Ensino e do Pia

o Programa de Inclusão e Acessibilidade da Unicentro. Episódio de hoje é

transtorno mental. Comigo um convidado muito especial que vocês vão gosta.

Altamente qualificado para falar sobre esse tema transtorno mental, professor

Eduardo Bernardes Nogueira da Faculdade Guairacá aqui de Guarapuava. Tudo bem Eduardo?

Tudo bom Márcio! Que bom, obrigado pela presença, obrigado pela disponibilidade.

Eu que agradeço. Profissionalmente conte a nossa audiência quem é Eduardo Nogueira?

Bom, eu fiz graduação em psicologia na Unesp em Assis São Paulo,

depois vim para o Paraná para Curitiba fiz pós-graduação em saúde mental,

psicopatologia e psicanálise e depois trabalhei com saúde mental na saúde

pública. Depois vim para Guarapuava para lecionar

na Guairacá nos cursos de saúde psicologia principalmente. Então minha

formação foi toda na área da psicanálise e da saúde mental né e atualmente tô

continuo na Guairacá facço parte do Bergassi 19 que é um espaço de psicanálise e

trabalho como supervisor em Prudentópolis também na área de saúde

mental. Muito bem eu disse que ele era bem qualificado, vocês acabaram de ver e

ouvir. Eduardo o que é o conceito de transtorno mental também chamado de

sofrimento psíquico? Bom, o transtorno mental ele é um grupo amplo que é

caracterizado com uma síndrome que tem como principal característica

alguma perturbação significativa na área cognitiva, emocional ou comportamental.

Essa é uma definição do DSM né.

O que mais importa é que essa perturbação provoca sofrimento e é por

isso que a gente diz que um transtorno mental ele é um sofrimento psíquico

tentando ampliar um pouco aí o conceito como uma coisa que não seja só mental

como se fosse uma questão da mente, mas que tem um sofrimento envolvido aí nisso

que a gente chama de transtorno. De transtorno. Aham. Nas nossas conversas fora do ar você havia

mencionado esse documento DSM e ponderou de novo agora. Explica para

a gente o que que é o DSM?

Tá! O DSM é um manual em português

traduzido como manual estatístico e diagnóstico de transtornos mentais que é

elaborado pela associação americana de psiquiatria e que é vamos dizer assim

aceito pela comunidade científica em nível mundial. Até a gente conversava,

você disse "bom é um manual né" é um manual né, e como um manual ele tem as

suas vantagens e tem suas desvantagens. Porque ele acaba transformando, ele

acabou transformando o transtorno mental e algo generalizado né e não é

exatamente assim, mas a gente sabe que tem pessoas, o sofrimento psíquico é um

sofrimento que todos nós temos aí o que vai caracterizar um transtorno mental é um

prejuízo significativo nas áreas da vida como a relacionamentos, trabalho,

etc... caracterizado ou

que se desenvolve a partir desse sofrimento mental ou psíquico né?

Essa websérie ela é muito focada na relação professor aluno, tanto o

professor que está dentro do ensino superior caso da Unicentro, caso da Guairacá de outras

intituições da nossa região, mas também almeja ser um suporte uma ferramenta

para os nossos alunos das licenciaturas que em algum momento entrarão ou estão

entrando em sala de aula no ensino médio e no ensino fundamental.

Quando alguém se depara com essa situação

ela deve procurar um documento um guia como o de DSM ou antes procurar um

profissional da área para entender melhor buscar aconselhamento? Por que

pergunto por que muitos de nós no seu dia a dia quando a gente se depara com uma

outra situação não necessariamente desse campo, o que a gente tende a fazer é procurar alguma

literatura nas redes sociais na internet né?

O que que a gente faz nessa hora? Boa, boa pergunta Márcio!

Não, não faça isso! Procurar um especialista? Isso, gostaria de fazer uma

diferenciação aqui algo que a gente vai ainda conversar hoje, mas tem uma

diferenciação que eu acho bem importante que é a função do educador. A função do

educador não é tratar. Eu comentei com você a questão do manual e como um manual

faz diferença como ele é manuseado né? E alguém inexperiente que vá utilizar o

DSM ou qualquer outro manual para diagnosticar vai meter os pés pelas mãos.

Vai ser incompleto! Vai ser incompleto, vai ser impreciso, vai ser apenas um rótulo que às

vezes a pessoa encontra e aí esse é um problema gravíssimo que a gente tem enfrentado

né? Até como você disse com acesso que as pessoas têm com a internet,

às vezes a gente tem uma super um super diagnóstico de alguns de alguns

transtornos quando não é verdade né? Essa diferenciação acho que é bem, bem

importante porque às vezes o próprio educador se sente cobrado

de dar uma resposta ou de conseguir diagnosticar né um transtorno

ou outro quando a função dele não é essa. Eu acho que o que é importante sacar é que

há um sofrimento aí envolvido mas que não é a função dele com professor

diagnosticar, mas olhar pra isso e aí conseguir arrumar parceiros, aumentar aí a

rede de relações para dar um encaminhamento um tratamento adequado.

Adequado né? Mas ele não! Sozinho não? Não, é como se um médico fosse dizer de como um professor

deve manejar didática em sala, não faz sentido. Não procede né?

Um outro ponto que nós podemos abordar diz respeito à síndromes; síndromes

psicóticas, síndromes ansiosas e síndromes maníacas e depressivas. É possível

caracterizá-las conceitua-las nos seus aspectos mais fundamentais?

Sim! Veja, os transtornos mentais como como disse anteriormente é um grupo

muito grande de, de tipos e etc. Vai desde transtornos alimentares até

os transtornos psicóticos, toque, etc. Para facilitar alguns autores trabalham com essa ideia

das grandes síndromes que são as que têm maior prevalência na população né vamos dizer assim. Que são essas

né a síndrome psicótica que seria aí

caracterizado por alucinação, delírios alguns fenômenos de estranhamento com o

corpo ou o estranhamento com a própria noção de eu. As vezes um.. uma

característica das síndromes psicóticas

as vezes um um resguardo maior nas relações sociais,

uma dificuldade de estabelecer vínculos afetivos pode aparecer e tal. As síndromes

ansiosas que se a gente for parar pra pensar é uma regra praticamente na nossa sociedade

atual, que são os transtornos mentais que tem por centro a vivência na

ansiedade, seja um medo muito intenso por exemplo como a síndrome do pânico,

seja estados ansiosos como a transtorno do estresse pós-traumático, ansiedade

generalizada, ou seja, um sentimento de

estar em perigo ou uma preocupação excessiva com o

futuro mais ou menos isso caracterizaria as síndromes ansiosas.

E as síndromes que a gente pode dizer depressivas ou maniacas que são aquelas talvez ligadas ao transtorno bipolar

e tal né. A síndrome depressiva que envolve

aspectos de tristeza intensa, apatia, falta de interesse que também é um

fenômeno muito presente nos nossos dias né? Você mencionou agora no final da sua fala

essa questão de falta de interesse. No ambiente universitário em que nós vivemos, com

alguma frequência a gente se depara com docentes mencionando isso, uma legada

falta de interesse do alunado que passa por uma transformação enorme do ensino

médio para o ensino superior que é muito jovem, nós temos alunos que entram

com 16, 17 anos. Assim, claro que é uma pergunta genérica

e uma resposta ampla também. Isso é normal,

digamos assim, essa falta de interesse aparente falta de interesse, isso é da idade,

ou ainda é parte de um processo de adaptação do ensino médio para o ensino

superior ou de fato é o que precisamos ter cuidado logo no início da vida

universitária?

Tá... bom, ele é um ponto bem complexo porque ele é multiaxial mesmo assim né ele tem

uma série de fatores que contribuem seria muito difícil dizer.

Eu acho que o importante é fazer essa diferenciação entre por exemplo alguém

que não está com interesse nenhum pela vida que aí é não só no meio universitário. Pela vida né...

que pode ser uma experiência de sofrimento mais

intensa que é diferente daquele que está desanimado com a a vida acadêmica, o curso, etc.

Não sei como que é a sua experiência talvez você pudesse dizer também, mas a minha assim a experiência diz que olha as

pessoas que entram às vezes com mais idade num curso superior

elas tendem a ter menos essa experiência do desânimo, porque entram às vezes

já sabendo olha eu quero mesmo fazer esse curso, me interessa vai se enquadrar na

minha vida. Os jovens as vezes nem eu tenho estudantes que entram com um 17, 16

anos que que sabemos aos 16 anos né? Eu me lembro sabia muito pouca coisa né

pra conseguir escolher uma carreira o que eu quero do futuro e a gente exige as

vezes dos nos jovens isso né olha você tem que ser determinado e saber

aonde você quer chegar! Não, não dá para cobrar isso dos jovens, mas considerar

isso né da juventude, desse momento de transformações e eu

acho que é essencial para a gente conseguir ressignificar essa experiência

universitária né de o que o que eu quero construir para o meu futuro, enfim, essas

perguntas estão sempre em pauta né e precisam... Estar em pauta! Estar em pauta e

serem escutadas. Muito bom Eduardo! Só um dado de diferença antes de chamar o intervalo, você mencionou essa questão

da idade de entrada dos alunos há estatística que diz que no ensino presencial

brasileiro a média de entrada é 18 anos na educação a distância que é esse

universo onde nós estamos gravando a nossa websérie é 28 anos de entrada.

Há uma diferença de 10 anos são duas gerações aí praticamente.

É uma diferença significativa. Muito bem vamos fazer um pequeno

intervalo e nós já voltamos com a nossa conversa.

Estamos de volta com a nossa websérie Inclusão e Acessibilidade: essa causa

também a sua. Antes do intervalo nós estávamos conversando com o professor

Eduardo Bernardes Nogueira da Faculdade Guairacá aqui de Guarapuava sobre o transtorno

mental. Ele continua conosco por mais um bloco para

que a gente possa avançar nesta questão. Eduardo nessa segunda parte o foco está

na relação de aprendizagem né, o ambiente escolar. É possível

diferenciar os principais transtornos de aprendizagem com outros tipos que

inclusive você mencionou antes do intervalo?

Sim, é possível diferenciar e eu acho que o encaminhamento aí para o educador, para o professor

também é outro né? Não que seja simples diferenciar o que que é por exemplo

da ordem do afeto e do que que é da ordem de uma dificuldade específica, mas há uma

descrição de transtornos que a gente chama específicos da aprendizagem

que são inclusive temas que vão ser abordados aqui né na websérie ou seja,

dislexia, da disgrafia, enfim, um às vezes aparece por conta de

diversas diversos motivos e vivências alguns transtornos que são localizados.

Então olha tenho um bom relacionamento com as pessoas, não tá triste, não tem

nenhum fenômeno de sofrimento muito exacerbado, mas que tem alguma

dificuldade no processo de adquirir conhecimento ou desenvolver alguma

habilidade que é esperado né, vamos dizer assim no processo de

educação ou no processo escolar né especificamente. Nesses casos um

trabalho psicopedagógico ou pedagógico tende a dar bons resultados. Qual que é

talvez uma diferenciação que a gente possa fazer? É quando isso aparece junto

com outras características, outros sintomas, outras vivencias de sofrimento que fogem

um pouco do âmbito da escola, da relação com o professor ou com os colegas. Uma

ansiedade é esperado vir com alguma dificuldade de aprendizagem? É, agora se

essa ansiedade está generalizada na vida daquele sujeito, aparece em casa,

aparece nas relações com amigos fora da escola,

então isso não é apenas um transtorno de aprendizagem né? Então essas

diferenças eu acho que é um bom caminho inclusive para o educador saber olha como

eu faço isso né não trato uma depressão na escola, mas também não vou tratar uma

dificuldade de aprendizagem numa no âmbito de saúde porque se tá se é do

do processo de ensino-aprendizagem um lugar mais adequado talvez seja com as

pessoas da área da educação... Da educação. No meio universitário não é muito comum

nós vermos os pais dos alunos ainda que a gente tenha, como nós mencionamos antes, muitos

adolescentes aqui né...meninos que entram com 16, 17 anos 18 quando muito na educação

superior. É possível deixar alguma recomendação para, para os pais ou então

para as instituições superiores na relação com os pais ou não é o momento

mais de buscar envolve-los já que os alunos estão entrando na fase adulta?

Esse é um dilema que a gente tem! É um dilema e é uma boa pergunta né... o quanto que trazer a família

para perto poderia fazer não diferença né dado que a princípio são adultos?

Mas eu acho que, eu acho que a princípio sim.

Vai depender muito né do caso porque a pode ser que esse estudante fique melhor

longe da família do que perto né? A gente tem que considerar essa

possibilidade mesmo, enfim, têm famílias que têm uma uma postura muito opressora e tal tal...

ou o próprio, o próprio sujeito consegue se virar melhor quando não está

nesse contexto, mas eu acho que muitos casos sim! Em

muitos casos tem algo que a família pode ajudar e que não consegue ver ou

não consegue aceitar e nesse processo eu acho que a universidade pode, pode estar

presente, a gente costuma fazer isso né ou esperar isso na... no ciclo básico e tal

e na universidade em que acho que não precisa manhã e eu acho que não é

exatamente assim né? A gente trabalha com um adolescentes

e vão precisar. Eu acho que em muitos casos seria muito importante. Adequado né?

Muito bem, fica a recomendação para as instituições, para os docentes, para né as

equipes, enfim, que cuidam de aspectos pedagógicos da vida do aluno.

Alguma recomendação final sobre essa questão do transtorno mental, a

conversa se delimitou tecnicamente muito bem diversos pontos né

uma mensagem final tanto para professores quanto para os alunos ou um

outro? Sim, aquilo que eu trouxe no começo eu gostaria de resgatar.

A função do educador mesmo né? A função do educador não é tratar e me parece que as

vezes se espera principalmente no ciclo básico, eu acho que nem tanto no

ensino superior, mas no ciclo básico é esperado que o professor dê conta de

toda a realidade do aluno e não vai dar né? Não é justo a gente pedir isso! O próprio

professor tem que acho que entender isso; a função dele não não é essa, né?

Isso não quer dizer que ele não tenha nada a ver com essa história, óbvio.

Talvez a função dele seja conseguir perceber essas vivências de sofrimento e

conseguir uma primeira articulação, uma primeira ampliação da rede para que

se caso precisar de um tratamento especializado ou uma conversa com a

família, para que isso possa se...se iniciar, né?

Mas não é função dele diagnosticar, não é função dele dá conta desse sofrimento, mas

sim saber como que esse sofrimento pode ser tratado se necessário e como esse

sujeito que vivencia esse sofrimento pode continuar o seu processo de

aprendizado sem precisar desistir, sem aumentar a angústia e eu

acho que isso aí tem as artimanhas as soluções e estratégias do próprio professor.

Se esse sofrimento que esse estudante passa é algo que possa ser manejado né,

por exemplo uma ansiedade frente há provas, tem gente que passa muito mal né,

uma cidade enorme nas avaliações e tal. O professor tem algumas estratégias para

não, não necessariamente modificar o que o aluno tem que aprender ou não tenha

que aprender, mas como ele vai fazer as avaliações e tal, tal e tal, isso é algo possível né?

Agora, se o estudante apresenta por exemplo uma depressão grave em que ele não

consegue mais circular, não consegue mais estar no espaço acadêmico e tal, não é

algo que o professor vai resolver sozinho. Ele talvez seja a pessoa que consiga

perceber isso e dar o primeiro passo, mas ele não é responsável por fazer este

estudante não ser mais depressivo, seria exigir demais. Sinto que

tem, minha mulher me disse uma frase esses dias que eu achei interessante ela disse

a transferência que o educador tem é com a educação

as vezes tem alguns estudantes que a gente tem mais empatia outros que têm

menos, mas a gente tem que lembrar disso que é com um processo de descoberta do

mundo e tal, tal, tal que a gente tem transferência né, diz ela por uma dívida

que a gente teve porque alguém um dia fez isso com a gente. Então eu acho que se

trata disso assim de pensar como é que essas pessoas por mais que estejam

sofrendo ou não podem continuar o seu processo de busca e desenvolvimento, etc.

A partir do momento que algo se tornou muito grave tem que pedir ajuda.

Procurar ajuda? Essa é uma moral da história no fim!

Moral da história é procurar ajuda! vamos conversar né?

Eu acho que a área da saúde e da educação têm muito o que conversar!

Que bom! Eduardo muito obrigado pela presença e pela disponibilidade, por

partilhar o seu amplo conhecimento tivemos uma pequena demonstração disso

na conversa, muito obrigado novamente pela disposição. Eu que agradeço! Muito

obrigado! Ficamos por aqui, essa é nossa websérie Inclusão e Acessibilidade: esta

causa também é sua, uma produção da Unicentro com diversos parceiros dentre eles o

professor Eduardo Bernardes Nogueira nosso convidado especial de hoje a quem

agradeço novamente. Um abraço, nos vemos e até breve!


Inclusão e Acessibilidade - Transtorno Mental Inclusion and Accessibility - Mental Disorder

Olá, eu sou Márcio Fernandes e estou de volta com a nossa websérie Inclusão e

Acessibilidade: essa causa também a sua! Essa é uma produção de dez episódios do

Núcleo de Educação a Distância da Unicentro o Nead com o apoio da

Proen a nossa Pró-reitoria de Ensino e do Pia

o Programa de Inclusão e Acessibilidade da Unicentro. Episódio de hoje é

transtorno mental. Comigo um convidado muito especial que vocês vão gosta.

Altamente qualificado para falar sobre esse tema transtorno mental, professor

Eduardo Bernardes Nogueira da Faculdade Guairacá aqui de Guarapuava. Tudo bem Eduardo?

Tudo bom Márcio! Que bom, obrigado pela presença, obrigado pela disponibilidade.

Eu que agradeço. Profissionalmente conte a nossa audiência quem é Eduardo Nogueira?

Bom, eu fiz graduação em psicologia na Unesp em Assis São Paulo,

depois vim para o Paraná para Curitiba fiz pós-graduação em saúde mental,

psicopatologia e psicanálise e depois trabalhei com saúde mental na saúde

pública. Depois vim para Guarapuava para lecionar

na Guairacá nos cursos de saúde psicologia principalmente. Então minha

formação foi toda na área da psicanálise e da saúde mental né e atualmente tô

continuo na Guairacá facço parte do Bergassi 19 que é um espaço de psicanálise e

trabalho como supervisor em Prudentópolis também na área de saúde

mental. Muito bem eu disse que ele era bem qualificado, vocês acabaram de ver e

ouvir. Eduardo o que é o conceito de transtorno mental também chamado de

sofrimento psíquico? Bom, o transtorno mental ele é um grupo amplo que é

caracterizado com uma síndrome que tem como principal característica

alguma perturbação significativa na área cognitiva, emocional ou comportamental.

Essa é uma definição do DSM né.

O que mais importa é que essa perturbação provoca sofrimento e é por

isso que a gente diz que um transtorno mental ele é um sofrimento psíquico

tentando ampliar um pouco aí o conceito como uma coisa que não seja só mental

como se fosse uma questão da mente, mas que tem um sofrimento envolvido aí nisso

que a gente chama de transtorno. De transtorno. Aham. Nas nossas conversas fora do ar você havia

mencionado esse documento DSM e ponderou de novo agora. Explica para

a gente o que que é o DSM?

Tá! O DSM é um manual em português

traduzido como manual estatístico e diagnóstico de transtornos mentais que é

elaborado pela associação americana de psiquiatria e que é vamos dizer assim

aceito pela comunidade científica em nível mundial. Até a gente conversava,

você disse "bom é um manual né" é um manual né, e como um manual ele tem as

suas vantagens e tem suas desvantagens. Porque ele acaba transformando, ele

acabou transformando o transtorno mental e algo generalizado né e não é

exatamente assim, mas a gente sabe que tem pessoas, o sofrimento psíquico é um

sofrimento que todos nós temos aí o que vai caracterizar um transtorno mental é um

prejuízo significativo nas áreas da vida como a relacionamentos, trabalho,

etc... caracterizado ou

que se desenvolve a partir desse sofrimento mental ou psíquico né?

Essa websérie ela é muito focada na relação professor aluno, tanto o

professor que está dentro do ensino superior caso da Unicentro, caso da Guairacá de outras

intituições da nossa região, mas também almeja ser um suporte uma ferramenta

para os nossos alunos das licenciaturas que em algum momento entrarão ou estão

entrando em sala de aula no ensino médio e no ensino fundamental.

Quando alguém se depara com essa situação

ela deve procurar um documento um guia como o de DSM ou antes procurar um

profissional da área para entender melhor buscar aconselhamento? Por que

pergunto por que muitos de nós no seu dia a dia quando a gente se depara com uma

outra situação não necessariamente desse campo, o que a gente tende a fazer é procurar alguma

literatura nas redes sociais na internet né?

O que que a gente faz nessa hora? Boa, boa pergunta Márcio!

Não, não faça isso! Procurar um especialista? Isso, gostaria de fazer uma

diferenciação aqui algo que a gente vai ainda conversar hoje, mas tem uma

diferenciação que eu acho bem importante que é a função do educador. A função do

educador não é tratar. Eu comentei com você a questão do manual e como um manual

faz diferença como ele é manuseado né? E alguém inexperiente que vá utilizar o

DSM ou qualquer outro manual para diagnosticar vai meter os pés pelas mãos.

Vai ser incompleto! Vai ser incompleto, vai ser impreciso, vai ser apenas um rótulo que às

vezes a pessoa encontra e aí esse é um problema gravíssimo que a gente tem enfrentado

né? Até como você disse com acesso que as pessoas têm com a internet,

às vezes a gente tem uma super um super diagnóstico de alguns de alguns

transtornos quando não é verdade né? Essa diferenciação acho que é bem, bem

importante porque às vezes o próprio educador se sente cobrado

de dar uma resposta ou de conseguir diagnosticar né um transtorno

ou outro quando a função dele não é essa. Eu acho que o que é importante sacar é que

há um sofrimento aí envolvido mas que não é a função dele com professor

diagnosticar, mas olhar pra isso e aí conseguir arrumar parceiros, aumentar aí a

rede de relações para dar um encaminhamento um tratamento adequado.

Adequado né? Mas ele não! Sozinho não? Não, é como se um médico fosse dizer de como um professor

deve manejar didática em sala, não faz sentido. Não procede né?

Um outro ponto que nós podemos abordar diz respeito à síndromes; síndromes

psicóticas, síndromes ansiosas e síndromes maníacas e depressivas. É possível

caracterizá-las conceitua-las nos seus aspectos mais fundamentais?

Sim! Veja, os transtornos mentais como como disse anteriormente é um grupo

muito grande de, de tipos e etc. Vai desde transtornos alimentares até

os transtornos psicóticos, toque, etc. Para facilitar alguns autores trabalham com essa ideia

das grandes síndromes que são as que têm maior prevalência na população né vamos dizer assim. Que são essas

né a síndrome psicótica que seria aí

caracterizado por alucinação, delírios alguns fenômenos de estranhamento com o

corpo ou o estranhamento com a própria noção de eu. As vezes um.. uma

característica das síndromes psicóticas

as vezes um um resguardo maior nas relações sociais,

uma dificuldade de estabelecer vínculos afetivos pode aparecer e tal. As síndromes

ansiosas que se a gente for parar pra pensar é uma regra praticamente na nossa sociedade

atual, que são os transtornos mentais que tem por centro a vivência na

ansiedade, seja um medo muito intenso por exemplo como a síndrome do pânico,

seja estados ansiosos como a transtorno do estresse pós-traumático, ansiedade

generalizada, ou seja, um sentimento de

estar em perigo ou uma preocupação excessiva com o

futuro mais ou menos isso caracterizaria as síndromes ansiosas.

E as síndromes que a gente pode dizer depressivas ou maniacas que são aquelas talvez ligadas ao transtorno bipolar

e tal né. A síndrome depressiva que envolve

aspectos de tristeza intensa, apatia, falta de interesse que também é um

fenômeno muito presente nos nossos dias né? Você mencionou agora no final da sua fala

essa questão de falta de interesse. No ambiente universitário em que nós vivemos, com

alguma frequência a gente se depara com docentes mencionando isso, uma legada

falta de interesse do alunado que passa por uma transformação enorme do ensino

médio para o ensino superior que é muito jovem, nós temos alunos que entram

com 16, 17 anos. Assim, claro que é uma pergunta genérica

e uma resposta ampla também. Isso é normal,

digamos assim, essa falta de interesse aparente falta de interesse, isso é da idade,

ou ainda é parte de um processo de adaptação do ensino médio para o ensino

superior ou de fato é o que precisamos ter cuidado logo no início da vida

universitária?

Tá... bom, ele é um ponto bem complexo porque ele é multiaxial mesmo assim né ele tem

uma série de fatores que contribuem seria muito difícil dizer.

Eu acho que o importante é fazer essa diferenciação entre por exemplo alguém

que não está com interesse nenhum pela vida que aí é não só no meio universitário. Pela vida né...

que pode ser uma experiência de sofrimento mais

intensa que é diferente daquele que está desanimado com a a vida acadêmica, o curso, etc.

Não sei como que é a sua experiência talvez você pudesse dizer também, mas a minha assim a experiência diz que olha as

pessoas que entram às vezes com mais idade num curso superior

elas tendem a ter menos essa experiência do desânimo, porque entram às vezes

já sabendo olha eu quero mesmo fazer esse curso, me interessa vai se enquadrar na

minha vida. Os jovens as vezes nem eu tenho estudantes que entram com um 17, 16

anos que que sabemos aos 16 anos né? Eu me lembro sabia muito pouca coisa né

pra conseguir escolher uma carreira o que eu quero do futuro e a gente exige as

vezes dos nos jovens isso né olha você tem que ser determinado e saber

aonde você quer chegar! Não, não dá para cobrar isso dos jovens, mas considerar

isso né da juventude, desse momento de transformações e eu

acho que é essencial para a gente conseguir ressignificar essa experiência

universitária né de o que o que eu quero construir para o meu futuro, enfim, essas

perguntas estão sempre em pauta né e precisam... Estar em pauta! Estar em pauta e

serem escutadas. Muito bom Eduardo! Só um dado de diferença antes de chamar o intervalo, você mencionou essa questão

da idade de entrada dos alunos há estatística que diz que no ensino presencial

brasileiro a média de entrada é 18 anos na educação a distância que é esse

universo onde nós estamos gravando a nossa websérie é 28 anos de entrada.

Há uma diferença de 10 anos são duas gerações aí praticamente.

É uma diferença significativa. Muito bem vamos fazer um pequeno

intervalo e nós já voltamos com a nossa conversa.

Estamos de volta com a nossa websérie Inclusão e Acessibilidade: essa causa

também a sua. Antes do intervalo nós estávamos conversando com o professor

Eduardo Bernardes Nogueira da Faculdade Guairacá aqui de Guarapuava sobre o transtorno

mental. Ele continua conosco por mais um bloco para

que a gente possa avançar nesta questão. Eduardo nessa segunda parte o foco está

na relação de aprendizagem né, o ambiente escolar. É possível

diferenciar os principais transtornos de aprendizagem com outros tipos que

inclusive você mencionou antes do intervalo?

Sim, é possível diferenciar e eu acho que o encaminhamento aí para o educador, para o professor

também é outro né? Não que seja simples diferenciar o que que é por exemplo

da ordem do afeto e do que que é da ordem de uma dificuldade específica, mas há uma

descrição de transtornos que a gente chama específicos da aprendizagem

que são inclusive temas que vão ser abordados aqui né na websérie ou seja,

dislexia, da disgrafia, enfim, um às vezes aparece por conta de

diversas diversos motivos e vivências alguns transtornos que são localizados.

Então olha tenho um bom relacionamento com as pessoas, não tá triste, não tem

nenhum fenômeno de sofrimento muito exacerbado, mas que tem alguma

dificuldade no processo de adquirir conhecimento ou desenvolver alguma

habilidade que é esperado né, vamos dizer assim no processo de

educação ou no processo escolar né especificamente. Nesses casos um

trabalho psicopedagógico ou pedagógico tende a dar bons resultados. Qual que é

talvez uma diferenciação que a gente possa fazer? É quando isso aparece junto

com outras características, outros sintomas, outras vivencias de sofrimento que fogem

um pouco do âmbito da escola, da relação com o professor ou com os colegas. Uma

ansiedade é esperado vir com alguma dificuldade de aprendizagem? É, agora se

essa ansiedade está generalizada na vida daquele sujeito, aparece em casa,

aparece nas relações com amigos fora da escola,

então isso não é apenas um transtorno de aprendizagem né? Então essas

diferenças eu acho que é um bom caminho inclusive para o educador saber olha como

eu faço isso né não trato uma depressão na escola, mas também não vou tratar uma

dificuldade de aprendizagem numa no âmbito de saúde porque se tá se é do

do processo de ensino-aprendizagem um lugar mais adequado talvez seja com as

pessoas da área da educação... Da educação. No meio universitário não é muito comum

nós vermos os pais dos alunos ainda que a gente tenha, como nós mencionamos antes, muitos

adolescentes aqui né...meninos que entram com 16, 17 anos 18 quando muito na educação

superior. É possível deixar alguma recomendação para, para os pais ou então

para as instituições superiores na relação com os pais ou não é o momento

mais de buscar envolve-los já que os alunos estão entrando na fase adulta?

Esse é um dilema que a gente tem! É um dilema e é uma boa pergunta né... o quanto que trazer a família

para perto poderia fazer não diferença né dado que a princípio são adultos?

Mas eu acho que, eu acho que a princípio sim.

Vai depender muito né do caso porque a pode ser que esse estudante fique melhor

longe da família do que perto né? A gente tem que considerar essa

possibilidade mesmo, enfim, têm famílias que têm uma uma postura muito opressora e tal tal...

ou o próprio, o próprio sujeito consegue se virar melhor quando não está

nesse contexto, mas eu acho que muitos casos sim! Em

muitos casos tem algo que a família pode ajudar e que não consegue ver ou

não consegue aceitar e nesse processo eu acho que a universidade pode, pode estar

presente, a gente costuma fazer isso né ou esperar isso na... no ciclo básico e tal

e na universidade em que acho que não precisa manhã e eu acho que não é

exatamente assim né? A gente trabalha com um adolescentes

e vão precisar. Eu acho que em muitos casos seria muito importante. Adequado né?

Muito bem, fica a recomendação para as instituições, para os docentes, para né as

equipes, enfim, que cuidam de aspectos pedagógicos da vida do aluno.

Alguma recomendação final sobre essa questão do transtorno mental, a

conversa se delimitou tecnicamente muito bem diversos pontos né

uma mensagem final tanto para professores quanto para os alunos ou um

outro? Sim, aquilo que eu trouxe no começo eu gostaria de resgatar.

A função do educador mesmo né? A função do educador não é tratar e me parece que as

vezes se espera principalmente no ciclo básico, eu acho que nem tanto no

ensino superior, mas no ciclo básico é esperado que o professor dê conta de

toda a realidade do aluno e não vai dar né? Não é justo a gente pedir isso! O próprio

professor tem que acho que entender isso; a função dele não não é essa, né?

Isso não quer dizer que ele não tenha nada a ver com essa história, óbvio.

Talvez a função dele seja conseguir perceber essas vivências de sofrimento e

conseguir uma primeira articulação, uma primeira ampliação da rede para que

se caso precisar de um tratamento especializado ou uma conversa com a

família, para que isso possa se...se iniciar, né?

Mas não é função dele diagnosticar, não é função dele dá conta desse sofrimento, mas

sim saber como que esse sofrimento pode ser tratado se necessário e como esse

sujeito que vivencia esse sofrimento pode continuar o seu processo de

aprendizado sem precisar desistir, sem aumentar a angústia e eu

acho que isso aí tem as artimanhas as soluções e estratégias do próprio professor.

Se esse sofrimento que esse estudante passa é algo que possa ser manejado né,

por exemplo uma ansiedade frente há provas, tem gente que passa muito mal né,

uma cidade enorme nas avaliações e tal. O professor tem algumas estratégias para

não, não necessariamente modificar o que o aluno tem que aprender ou não tenha

que aprender, mas como ele vai fazer as avaliações e tal, tal e tal, isso é algo possível né?

Agora, se o estudante apresenta por exemplo uma depressão grave em que ele não

consegue mais circular, não consegue mais estar no espaço acadêmico e tal, não é

algo que o professor vai resolver sozinho. Ele talvez seja a pessoa que consiga

perceber isso e dar o primeiro passo, mas ele não é responsável por fazer este

estudante não ser mais depressivo, seria exigir demais. Sinto que

tem, minha mulher me disse uma frase esses dias que eu achei interessante ela disse

a transferência que o educador tem é com a educação

as vezes tem alguns estudantes que a gente tem mais empatia outros que têm

menos, mas a gente tem que lembrar disso que é com um processo de descoberta do

mundo e tal, tal, tal que a gente tem transferência né, diz ela por uma dívida

que a gente teve porque alguém um dia fez isso com a gente. Então eu acho que se

trata disso assim de pensar como é que essas pessoas por mais que estejam

sofrendo ou não podem continuar o seu processo de busca e desenvolvimento, etc.

A partir do momento que algo se tornou muito grave tem que pedir ajuda.

Procurar ajuda? Essa é uma moral da história no fim!

Moral da história é procurar ajuda! vamos conversar né?

Eu acho que a área da saúde e da educação têm muito o que conversar!

Que bom! Eduardo muito obrigado pela presença e pela disponibilidade, por

partilhar o seu amplo conhecimento tivemos uma pequena demonstração disso

na conversa, muito obrigado novamente pela disposição. Eu que agradeço! Muito

obrigado! Ficamos por aqui, essa é nossa websérie Inclusão e Acessibilidade: esta

causa também é sua, uma produção da Unicentro com diversos parceiros dentre eles o

professor Eduardo Bernardes Nogueira nosso convidado especial de hoje a quem

agradeço novamente. Um abraço, nos vemos e até breve!