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Acessibilidade (Accessibility), Inclusão e Acessibilidade - Surdez e Deficiência Auditiva

Inclusão e Acessibilidade - Surdez e Deficiência Auditiva

Olá, estamos de volta com a Websérie

Inclusão e Acessibilidade: esta causa também a sua! Uma produção do Núcleo de

Educação a Distância da Unicentro o Nead com o Pia, o Programa de Inclusão e

Acessibilidade da Universidade e a Proen a Pró-Reitoria de Ensino.

O tema deste episódio é surdez e deficiência auditiva.

Eu sou Márcio Fernandes apresentador desta Websérie e tenho desta vez três

convidados; a professora Irene Stoke do

Departamento de Letras aqui do Campus Santa Cruz da Universidade, o professor

Eliel Machado de Morais também docente da nossa casa do Departamento de Letras

do Santa Cruz aqui na cidade de Guarapuava e a intérprete Gianni schicchi.

Muito obrigado pela presença e pela disposição em compartilhar o conhecimento de vocês

conosco. Neste primeiro bloco, nessa primeira parte converso com o professor

Elial. Elial conceito de surdez e conceito de deficiência auditiva há

similaridades ou há basicamente distinções? Tem diferença sim, surdo

e deficiente auditivo. O surdo é aquela pessoa que se aceita, o sujeito que se

aceita enquanto surdo tem uma cultura surda, participa da comunidade surda e se

utiliza da língua de sinais que é o principal,

e um deficiente auditivo ele não se aceita enquanto surdo, ele não tem uma

identidade surda, ele não participa da comunidade surda, muitas vezes ele se

utiliza de implante de aparelho auditivo é também da oralidade, né?

Tem alguns surdos mais idosos que se utilizam a oralidade não usam, não se

utilizam da língua de sinais. Então basicamente é essa diferença entre

surdes e deficiente auditivo. Este não se aceitar esta expressão que

você utilizou Elial, que tipo de desalinho, que tipo de complicador pode

causar na vida cotidiana, na vida coletiva?

Esse, essa questão né de a deficiente auditivo de não aceitar

ele tem algumas barreiras muitas vezes é influência da própria família de não

aceitar a participação da comunidade surda, nem acredita que a oralidade é

melhor, também alguns médicos, a questão terapêutica vai colocar ele num

mundo mais falante digamos assim né? E o surdo ele na verdade ele se aceita ele

tem uma identidade própria e o principal é que ele se utiliza da língua de

sinais de todo um visual, né? O deficiente auditivo ele tem muitas,

muitas barreiras nele mesmo, na família também de aceitação.

Você tocou num ponto importante a questão né presença familiar, do papel

da família ali né, do pai, da mãe, dos irmãos, enfim, dos entes mais próximos.

Eu te pergunto o seguinte, ainda há pais que não valorizam o contato do seu filho

surdo com os seus pares surdos?

Então, na verdade né os pais, as famílias,

muitos deles não aceitam a comunidade surda, por que? Porque nasceu a criança

surda eles a família não tem informação com relação a isso né, não sabe o que

fazer, tem vergonha muitas vezes, "ai parece um macaquinho se utilizando das

mãos" e acabam escondendo a criança em casa né, e a criança fica sem comunicação.

Muitas vezes quando a família tem informação, sabe da escola, nós temos aqui

a escola São José uma escola municipal para crianças onde tem a língua de

sinais é diferente, né? Porque ficar somente em casa com a família ou ter

vergonha do filho porque tem provocações da sociedade das pessoas

isso dificulta, "olha ele é um macaquinho". então ainda tem alguns preconceitos

que acaba deixando as famílias mais é com essa limitação deixando mais em casa.

Agora quando vai até a escola, tem a comunicação vai quebrando essas

barreiras. Então a família na verdade precisa quebrar essas barreiras e

aceitar o filho enquanto surdo e buscar informações na sociedade.

Você mencionou um estereótipo que outros estereótipos ainda rondam os surdos?

Na verdade nas lojas, na escola, na rua independente do local,

muitas vezes a pessoa olha ou encontra um surdo e tira sarro ainda, "olha, olha o jeito

que ele que ele utiliza as mãos", já encontrei pessoas fazendo assim me

provocando,né? Então isso é uma questão

preconceituosa, muitas vezes nas escolas acontece isso

também, no futebol vai escolher, os amigos vão escolher para o futebol não escolhem o

surdo porque "ah ele é surdo deixe de lado". Então nós ainda temos, ainda existe

esse preconceito com relação ao surdo de nos deixar assim de lado para algumas

atividades. Na rua as pessoas ainda tiram um sarro e

eu não tenho vergonha eu me mostro, eu sou surdo e utilizo a língua de sinais,

mas ainda tem provocações das pessoas na sociedade, não tem é... eu entendo que falta

informação, falta ter a compreensão do que é esse sujeito surdo né...

essa comparação de macaco de "ó ele está fazendo mímica" e não é, é uma língua.

Tem poucas pessoas aí que sabem com relação à língua de sinais e não tem,

muitas vezes, não têm interação com a comunidade surda, nessas informações

falta. Por falar em informação, uma palavra que você

utilizou, esses, essas tecnologias mais recentes, dispositivos mais recentes como

Whatsapp por exemplo tem facilitado de fato a comunicação com surdos?

Então, durante muito tempo existia muita dificuldade com relação à comunicação né...

A gente através da escrita, através de uma webcam né... hoje não, hoje nós temos a

tecnologia. O Whatsapp é o mais prático, é o mais fácil, a gente se utiliza da língua

de sinais o tempo todo né... e as vezes nos restaurantes e alguns

locais as pessoas olham "nossa olha ele" e a gente se utilizando da língua de sinais

conversando ali pelo Whatsapp e as pessoas acham estranho né,

mas a gente se sente muito bem, é a nossa comunicação, é gostoso a gente se

comunicar através da nossa língua né, muitas vezes com intérpretes,

algumas famílias sabem, tem domínio da língua de sinais também né.. então nós

temos que agradecer a questão de tecnologia também.

Que bom, uma última pergunta antes do final do nosso primeiro bloco Eliel, onde

aprender Libras em Guarapuava ou com quem aprender Libras

em Guarapuava? Isso uma mensagem para a comunidade toda. Uma ótima pergunta!

Então, curso de Libras nós temos o Cas onde eu e a Geane trabalhamos né?

O Cas nós temos cursos de Libras, nós temos o site, nós temos Facebook do

Cas onde as pessoas podem se informar com relação ao curso de Libras,

nós temos a professora Irene que sempre oferece aqui dentro da Universidade

o curso de Libras e nós temos uma outra escola particular, a escola Aprendere

que é uma escola particular e que também fornece cursos de Libras. Mais

informações a gente tem né, a gente sempre está colocando no face, nas redes sociais

aí para que as pessoas possam estar participando dos cursos de Libras e os

três locais que nós temos.

Vamos fazer um intervalinho, professora continua conosco, Eliel continua conosco

Geane também. Nós já votamos e aqui na tela passando têm esses endereços que o

professor Eliel mencionou. Fiquem conosco, nós já retornamos com a nossa websérie

Inclusão e Acessibilidade: esta causa também a sua.

Voltamos, esse é o nosso episódio surdez deficiência auditiva da websérie

Inclusão e Acessibilidade: esta causa também é sua. Nessa segunda parte eu

converso com a professora Irene Stoque do Departamento de Letras aqui no Campus

Santa Cruz. Lembrando apenas que antes do intervalo o professor Eliel Machado

de Morais esteve conosco, interprete Giani continua. Irene, no dia a dia

que cuidados nós devemos ter na convivência com os surdos?

Depende do local onde a gente está né, se for em um ambiente familiar, estar

sempre falando de frente e nunca virar de lado né, nunca estar de lado porque

alguns surdos se utilizam da... da leitura labial.

A maioria dos surdos não, se utiliza de libras né, mas alguns têm leitura labial,

por isso a importância do curso de Libras como o Eliel colocou no bloco

anterior né. Nas escolas, na Unicentro, em qualquer

outro local com relação ao professor, aos

profissionais da educação,

deve-se falar devagar né... observar se o aluno está entendendo. Então ali na

verdade o papel importantíssimo é do intérprete em sala de aula e o

professor ter slides, materiais visuais, uma metodologia própria que

o surdo possa ter esse visual em suas aulas.

Há algumas outras coisas como por exemplo; vai chamar o surdo, tocar de

leve, não né assustar o surdo na hora de chamar, cumprimentá-lo sempre, ter um

pouquinho de interação: professor e o aluno surdo. Alguns cuidados ...

Comunicação facial é fundamental então com os surdos?

Então, a expressão facial é extremamente importante.

A expressão faz parte da gramática da Língua de Sinais, né? Não sei se vocês

viram... teve tirando sarro da expressão? O professor Eliel colocou algumas coisas,

algumas pessoas dentro da sociedade que fazem, tiram sarro. Então, se não

tiver essa expressão não tem uma comunicação clara na Língua de Sinais,

então nós precisamos da expressão para ter um entendimento. Então ela faz parte

da gramática da Língua de Sinais extremamente importante.

Muito bem, vamos dar um pouquinho... alterar um pouquinho o rumo da conversa.

A legislação brasileira tem sido bastante inclusiva para os surdos? Ela tem

sido para os deficientes auditivos se for o caso,

ela tem sido modelo inclusive para outros países ou ainda não, estamos bem

distantes de outras realidades ou pelo menos da nossa própria realidade que

deveria ser melhor?

Então, nós temos a lei né, a lei que é extremamente importante para nós...

a Lei 10.436 de 2002 e nós temos também o decreto 5626 de 2005, então

esses dois documentos foram uma vitória para a comunidade surda aqui do Brasil e

outros países não têm, infelizmente não tem, mas nós temos.

A comunidade surda aqui brasileira fez um movimento muito grande e sempre temos

uma conversa importante com os novos governantes para que a gente tenha

essas articulações entre nós e o governo para que a gente possa ter o

apoio de deputados, vereadores. Mas o que

acontece? Infelizmente a sociedade ainda não está pronta para respeitar

estas Leis, as pessoas não estão prontas, as escolas também, colocando a

importância da inclusão, só colocam intérprete e está pronto. Não! O surdo ele

precisa o que? Ele precisa primeiro aprender a Língua de Sinais para depois

ter um intérprete em sala de aula, então tem essas questões mais

específicas. Muitos locais não temos acessibilidade porque deixam de lado a

questão legal né a legislação que nós já temos, mas nós temos várias conquistas

que tivemos e esperamos ter mais conquistas agora.

Essa é a minha pergunta, você mencionou várias conquistas, mas que

espera outras, de-nos um exemplo ou dois exemplos de conquistas que você ainda

gostaria de verem respeitadas, direitos assegurados.

Então, na verdade o nosso sonho aqui, nós dois professores, é chegar em qualquer

lugar, em qualquer local e ter alguém que saiba Língua de Sinais nem qualquer

local, na rodoviária, em um aeroporto, em uma loja, em uma farmácia em qualquer

local. Algumas universidades não têm intérpretes, não tem libras não tem, não tem...

as provas também não tem, não tem a Língua de Sinais nas provas.

Então nós temos ainda muitas barreiras,

mas aqui na unicentro nós só temos que agradecer né, abriu as portas porque a

primeira Universidade que teve a disciplina de Libras (Língua brasileira

de sinais) né, temos vários professores que hoje

são professores mas foram alunos, por exemplo aqui o Eliel ele foi meu ex-aluno

lá no ensino fundamental e ele veio pra Universidade ele fez

Pedagogia eu fui professora dele novamente

e hoje ele é professor. Então isso é um orgulho para nós dentro da Unicentro.

Então tivemos algumas vitórias, mas ainda temos ainda muito muito para lutar com

relação à Língua de Sinais. Por falar em lutar para terminamos essa nossa

conversa. eu vejo que o Eliel e a Giani estão com

uma camiseta "Libras: sinal de grandes amizades" que campanha é esta?

Então, esta campanha é do grupo, da equipe Cas né... que é o Centro de Apoio

aos Surdos e aos profissionais da área da surdez do Paraná.

Nós trabalhamos lá e esse grupo organizou esta camiseta e nós vendemos para as

pessoas, as pessoas adquiriram essa camiseta para a difusão da Língua de

Sinais né para a sociedade conhecer. Nós fomos até o Faxinal do Céu, tivemos

palestras e tal, então para que as pessoas conheçam o trabalho do Cas

e na verdade a Língua de Sinais né... organizamos bancas, várias... várias

atividades dentro do Cas e aí as pessoas

ficam curiosas, perguntam o que é isso e é a nossa luta né pra que tenham mais

conhecimento da Língua de Sinais, para que participem da comunidade surda e

essa é a nossa camiseta do Cas, essa união entre surdos e ouvintes. Muito bem!

Eliel, muito obrigado pela sua participação, pela sua disposição, pelo conhecimento

obrigado por compartilhar um pouco do seu tempo conosco.

Irene também agradeço, agradeço o conhecimento compartilhado que é sempre

fundamental e esse é muito o espírito da nossa Websérie. Agradeço a Geane também por

participar! Uma mensagem final de cada um, por favor!

Então, a mensagem final que eu gostaria de deixar é que as pessoas acreditem que

o surdo é capaz, que tem capacidade. Muitas vezes as pessoas olham para nós,

para os surdos e nos deixam de lado, então acreditem que nós temos capacidade,

nós temos a Libras para nossa comunicação. É linda nossa comunicação se

utilizar das mãos para conversar, né? Qualquer pessoa pode aprender Língua de

Sinais. Também a abertura de mais vagas de trabalho para os nossos surdos né...

chamar as famílias para aprender a Língua de Sinais.

Então são essas coisas importantes; a união entre surdos e ouvintes.

Essa luta é para mais acessibilidade, para mais abertura em todos os locais, né?

As pessoas podem estar procurando o Pia e lá no Pia nós temos muitas coisas boas

para falar sobre acessibilidade né, também os alunos surdos, também os

intérpretes né de Libras, nós temos essas informações.

Então tomara que no futuro tenhamos provas em Línguas de Sinais aqui

na Unicentro também né, esta é a nossa torcida, tá?

Muito bem, uma mensagem final? A minha mensagem final é em agradecimento

né, agradecimento a esse programa por nos chamar, dar essa oportunidade de estar

partilhando nossas informações. Agradecer aos intérpretes também, ao professor Márcio.

Me senti até emocionado por conta desta série. Então as pessoas poder conhecer

melhor os surdos o DA o deficiente auditivo, e perceber a nossa capacidade

e a nossa Língua de Sinais a valorização dessa comunicação através das mãos né...

os surdos e ouvintes unidos partilhando, compartilhando informações,

conhecimentos, se não tiver essa união as coisas não vão para frente então o nosso

sonho é de ter uma união e uma comunicação maior em todo o Brasil, não

só aqui dentro da Universidade, mas em todo Brasil. Muito obrigado pela

entrevista e pela intérprete também. Muito bem meninas, muito obrigado pela participação.

Fiquemos com as palavras do Eliel com a emoção do Eliel e com a frase da

professora Irene " a nossa comunicação é linda" é muito bonita!

Pessoal, muito obrigado pela audiência acompanhem aqui no endereço que está passando

na tela os demais episódios da série Inclusão e Acessibilidade: esta causa

também é sua! Muito obrigado pela sua audiência, voltamos logo em seguida.


Inclusão e Acessibilidade - Surdez e Deficiência Auditiva Eingliederung und Zugänglichkeit - Gehörlosigkeit und Hörbehinderungen Inclusion and Accessibility - Deafness and Hearing Impairment Inclusión y accesibilidad - Sordera y discapacidad auditiva

Olá, estamos de volta com a Websérie

Inclusão e Acessibilidade: esta causa também a sua! Uma produção do Núcleo de

Educação a Distância da Unicentro o Nead com o Pia, o Programa de Inclusão e

Acessibilidade da Universidade e a Proen a Pró-Reitoria de Ensino.

O tema deste episódio é surdez e deficiência auditiva.

Eu sou Márcio Fernandes apresentador desta Websérie e tenho desta vez três

convidados; a professora Irene Stoke do

Departamento de Letras aqui do Campus Santa Cruz da Universidade, o professor

Eliel Machado de Morais também docente da nossa casa do Departamento de Letras

do Santa Cruz aqui na cidade de Guarapuava e a intérprete Gianni schicchi.

Muito obrigado pela presença e pela disposição em compartilhar o conhecimento de vocês

conosco. Neste primeiro bloco, nessa primeira parte converso com o professor

Elial. Elial conceito de surdez e conceito de deficiência auditiva há

similaridades ou há basicamente distinções? Tem diferença sim, surdo

e deficiente auditivo. O surdo é aquela pessoa que se aceita, o sujeito que se

aceita enquanto surdo tem uma cultura surda, participa da comunidade surda e se

utiliza da língua de sinais que é o principal,

e um deficiente auditivo ele não se aceita enquanto surdo, ele não tem uma

identidade surda, ele não participa da comunidade surda, muitas vezes ele se

utiliza de implante de aparelho auditivo é também da oralidade, né?

Tem alguns surdos mais idosos que se utilizam a oralidade não usam, não se

utilizam da língua de sinais. Então basicamente é essa diferença entre

surdes e deficiente auditivo. Este não se aceitar esta expressão que

você utilizou Elial, que tipo de desalinho, que tipo de complicador pode

causar na vida cotidiana, na vida coletiva?

Esse, essa questão né de a deficiente auditivo de não aceitar

ele tem algumas barreiras muitas vezes é influência da própria família de não

aceitar a participação da comunidade surda, nem acredita que a oralidade é

melhor, também alguns médicos, a questão terapêutica vai colocar ele num

mundo mais falante digamos assim né? E o surdo ele na verdade ele se aceita ele

tem uma identidade própria e o principal é que ele se utiliza da língua de

sinais de todo um visual, né? O deficiente auditivo ele tem muitas,

muitas barreiras nele mesmo, na família também de aceitação.

Você tocou num ponto importante a questão né presença familiar, do papel

da família ali né, do pai, da mãe, dos irmãos, enfim, dos entes mais próximos.

Eu te pergunto o seguinte, ainda há pais que não valorizam o contato do seu filho

surdo com os seus pares surdos?

Então, na verdade né os pais, as famílias,

muitos deles não aceitam a comunidade surda, por que? Porque nasceu a criança

surda eles a família não tem informação com relação a isso né, não sabe o que

fazer, tem vergonha muitas vezes, "ai parece um macaquinho se utilizando das

mãos" e acabam escondendo a criança em casa né, e a criança fica sem comunicação.

Muitas vezes quando a família tem informação, sabe da escola, nós temos aqui

a escola São José uma escola municipal para crianças onde tem a língua de

sinais é diferente, né? Porque ficar somente em casa com a família ou ter

vergonha do filho porque tem provocações da sociedade das pessoas

isso dificulta, "olha ele é um macaquinho". então ainda tem alguns preconceitos

que acaba deixando as famílias mais é com essa limitação deixando mais em casa.

Agora quando vai até a escola, tem a comunicação vai quebrando essas

barreiras. Então a família na verdade precisa quebrar essas barreiras e

aceitar o filho enquanto surdo e buscar informações na sociedade.

Você mencionou um estereótipo que outros estereótipos ainda rondam os surdos?

Na verdade nas lojas, na escola, na rua independente do local,

muitas vezes a pessoa olha ou encontra um surdo e tira sarro ainda, "olha, olha o jeito

que ele que ele utiliza as mãos", já encontrei pessoas fazendo assim me

provocando,né? Então isso é uma questão

preconceituosa, muitas vezes nas escolas acontece isso

também, no futebol vai escolher, os amigos vão escolher para o futebol não escolhem o

surdo porque "ah ele é surdo deixe de lado". Então nós ainda temos, ainda existe

esse preconceito com relação ao surdo de nos deixar assim de lado para algumas

atividades. Na rua as pessoas ainda tiram um sarro e

eu não tenho vergonha eu me mostro, eu sou surdo e utilizo a língua de sinais,

mas ainda tem provocações das pessoas na sociedade, não tem é... eu entendo que falta

informação, falta ter a compreensão do que é esse sujeito surdo né...

essa comparação de macaco de "ó ele está fazendo mímica" e não é, é uma língua.

Tem poucas pessoas aí que sabem com relação à língua de sinais e não tem,

muitas vezes, não têm interação com a comunidade surda, nessas informações

falta. Por falar em informação, uma palavra que você

utilizou, esses, essas tecnologias mais recentes, dispositivos mais recentes como

Whatsapp por exemplo tem facilitado de fato a comunicação com surdos?

Então, durante muito tempo existia muita dificuldade com relação à comunicação né...

A gente através da escrita, através de uma webcam né... hoje não, hoje nós temos a

tecnologia. O Whatsapp é o mais prático, é o mais fácil, a gente se utiliza da língua

de sinais o tempo todo né... e as vezes nos restaurantes e alguns

locais as pessoas olham "nossa olha ele" e a gente se utilizando da língua de sinais

conversando ali pelo Whatsapp e as pessoas acham estranho né,

mas a gente se sente muito bem, é a nossa comunicação, é gostoso a gente se

comunicar através da nossa língua né, muitas vezes com intérpretes,

algumas famílias sabem, tem domínio da língua de sinais também né.. então nós

temos que agradecer a questão de tecnologia também.

Que bom, uma última pergunta antes do final do nosso primeiro bloco Eliel, onde

aprender Libras em Guarapuava ou com quem aprender Libras

em Guarapuava? Isso uma mensagem para a comunidade toda. Uma ótima pergunta!

Então, curso de Libras nós temos o Cas onde eu e a Geane trabalhamos né?

O Cas nós temos cursos de Libras, nós temos o site, nós temos Facebook do

Cas onde as pessoas podem se informar com relação ao curso de Libras,

nós temos a professora Irene que sempre oferece aqui dentro da Universidade

o curso de Libras e nós temos uma outra escola particular, a escola Aprendere

que é uma escola particular e que também fornece cursos de Libras. Mais

informações a gente tem né, a gente sempre está colocando no face, nas redes sociais

aí para que as pessoas possam estar participando dos cursos de Libras e os

três locais que nós temos.

Vamos fazer um intervalinho, professora continua conosco, Eliel continua conosco

Geane também. Nós já votamos e aqui na tela passando têm esses endereços que o

professor Eliel mencionou. Fiquem conosco, nós já retornamos com a nossa websérie

Inclusão e Acessibilidade: esta causa também a sua.

Voltamos, esse é o nosso episódio surdez deficiência auditiva da websérie

Inclusão e Acessibilidade: esta causa também é sua. Nessa segunda parte eu

converso com a professora Irene Stoque do Departamento de Letras aqui no Campus

Santa Cruz. Lembrando apenas que antes do intervalo o professor Eliel Machado

de Morais esteve conosco, interprete Giani continua. Irene, no dia a dia

que cuidados nós devemos ter na convivência com os surdos?

Depende do local onde a gente está né, se for em um ambiente familiar, estar

sempre falando de frente e nunca virar de lado né, nunca estar de lado porque

alguns surdos se utilizam da... da leitura labial.

A maioria dos surdos não, se utiliza de libras né, mas alguns têm leitura labial,

por isso a importância do curso de Libras como o Eliel colocou no bloco

anterior né. Nas escolas, na Unicentro, em qualquer

outro local com relação ao professor, aos

profissionais da educação,

deve-se falar devagar né... observar se o aluno está entendendo. Então ali na

verdade o papel importantíssimo é do intérprete em sala de aula e o

professor ter slides, materiais visuais, uma metodologia própria que

o surdo possa ter esse visual em suas aulas.

Há algumas outras coisas como por exemplo; vai chamar o surdo, tocar de

leve, não né assustar o surdo na hora de chamar, cumprimentá-lo sempre, ter um

pouquinho de interação: professor e o aluno surdo. Alguns cuidados ...

Comunicação facial é fundamental então com os surdos?

Então, a expressão facial é extremamente importante.

A expressão faz parte da gramática da Língua de Sinais, né? Não sei se vocês

viram... teve tirando sarro da expressão? O professor Eliel colocou algumas coisas,

algumas pessoas dentro da sociedade que fazem, tiram sarro. Então, se não

tiver essa expressão não tem uma comunicação clara na Língua de Sinais,

então nós precisamos da expressão para ter um entendimento. Então ela faz parte

da gramática da Língua de Sinais extremamente importante.

Muito bem, vamos dar um pouquinho... alterar um pouquinho o rumo da conversa.

A legislação brasileira tem sido bastante inclusiva para os surdos? Ela tem

sido para os deficientes auditivos se for o caso,

ela tem sido modelo inclusive para outros países ou ainda não, estamos bem

distantes de outras realidades ou pelo menos da nossa própria realidade que

deveria ser melhor?

Então, nós temos a lei né, a lei que é extremamente importante para nós...

a Lei 10.436 de 2002 e nós temos também o decreto 5626 de 2005, então

esses dois documentos foram uma vitória para a comunidade surda aqui do Brasil e

outros países não têm, infelizmente não tem, mas nós temos.

A comunidade surda aqui brasileira fez um movimento muito grande e sempre temos

uma conversa importante com os novos governantes para que a gente tenha

essas articulações entre nós e o governo para que a gente possa ter o

apoio de deputados, vereadores. Mas o que

acontece? Infelizmente a sociedade ainda não está pronta para respeitar

estas Leis, as pessoas não estão prontas, as escolas também, colocando a

importância da inclusão, só colocam intérprete e está pronto. Não! O surdo ele

precisa o que? Ele precisa primeiro aprender a Língua de Sinais para depois

ter um intérprete em sala de aula, então tem essas questões mais

específicas. Muitos locais não temos acessibilidade porque deixam de lado a

questão legal né a legislação que nós já temos, mas nós temos várias conquistas

que tivemos e esperamos ter mais conquistas agora.

Essa é a minha pergunta, você mencionou várias conquistas, mas que

espera outras, de-nos um exemplo ou dois exemplos de conquistas que você ainda

gostaria de verem respeitadas, direitos assegurados.

Então, na verdade o nosso sonho aqui, nós dois professores, é chegar em qualquer

lugar, em qualquer local e ter alguém que saiba Língua de Sinais nem qualquer

local, na rodoviária, em um aeroporto, em uma loja, em uma farmácia em qualquer

local. Algumas universidades não têm intérpretes, não tem libras não tem, não tem...

as provas também não tem, não tem a Língua de Sinais nas provas.

Então nós temos ainda muitas barreiras,

mas aqui na unicentro nós só temos que agradecer né, abriu as portas porque a

primeira Universidade que teve a disciplina de Libras (Língua brasileira

de sinais) né, temos vários professores que hoje

são professores mas foram alunos, por exemplo aqui o Eliel ele foi meu ex-aluno

lá no ensino fundamental e ele veio pra Universidade ele fez

Pedagogia eu fui professora dele novamente

e hoje ele é professor. Então isso é um orgulho para nós dentro da Unicentro.

Então tivemos algumas vitórias, mas ainda temos ainda muito muito para lutar com

relação à Língua de Sinais. Por falar em lutar para terminamos essa nossa

conversa. eu vejo que o Eliel e a Giani estão com

uma camiseta "Libras: sinal de grandes amizades" que campanha é esta?

Então, esta campanha é do grupo, da equipe Cas né... que é o Centro de Apoio

aos Surdos e aos profissionais da área da surdez do Paraná.

Nós trabalhamos lá e esse grupo organizou esta camiseta e nós vendemos para as

pessoas, as pessoas adquiriram essa camiseta para a difusão da Língua de

Sinais né para a sociedade conhecer. Nós fomos até o Faxinal do Céu, tivemos

palestras e tal, então para que as pessoas conheçam o trabalho do Cas

e na verdade a Língua de Sinais né... organizamos bancas, várias... várias

atividades dentro do Cas e aí as pessoas

ficam curiosas, perguntam o que é isso e é a nossa luta né pra que tenham mais

conhecimento da Língua de Sinais, para que participem da comunidade surda e

essa é a nossa camiseta do Cas, essa união entre surdos e ouvintes. Muito bem!

Eliel, muito obrigado pela sua participação, pela sua disposição, pelo conhecimento

obrigado por compartilhar um pouco do seu tempo conosco.

Irene também agradeço, agradeço o conhecimento compartilhado que é sempre

fundamental e esse é muito o espírito da nossa Websérie. Agradeço a Geane também por

participar! Uma mensagem final de cada um, por favor!

Então, a mensagem final que eu gostaria de deixar é que as pessoas acreditem que

o surdo é capaz, que tem capacidade. Muitas vezes as pessoas olham para nós,

para os surdos e nos deixam de lado, então acreditem que nós temos capacidade,

nós temos a Libras para nossa comunicação. É linda nossa comunicação se

utilizar das mãos para conversar, né? Qualquer pessoa pode aprender Língua de

Sinais. Também a abertura de mais vagas de trabalho para os nossos surdos né...

chamar as famílias para aprender a Língua de Sinais.

Então são essas coisas importantes; a união entre surdos e ouvintes.

Essa luta é para mais acessibilidade, para mais abertura em todos os locais, né?

As pessoas podem estar procurando o Pia e lá no Pia nós temos muitas coisas boas

para falar sobre acessibilidade né, também os alunos surdos, também os

intérpretes né de Libras, nós temos essas informações.

Então tomara que no futuro tenhamos provas em Línguas de Sinais aqui

na Unicentro também né, esta é a nossa torcida, tá?

Muito bem, uma mensagem final? A minha mensagem final é em agradecimento

né, agradecimento a esse programa por nos chamar, dar essa oportunidade de estar

partilhando nossas informações. Agradecer aos intérpretes também, ao professor Márcio.

Me senti até emocionado por conta desta série. Então as pessoas poder conhecer

melhor os surdos o DA o deficiente auditivo, e perceber a nossa capacidade

e a nossa Língua de Sinais a valorização dessa comunicação através das mãos né...

os surdos e ouvintes unidos partilhando, compartilhando informações,

conhecimentos, se não tiver essa união as coisas não vão para frente então o nosso

sonho é de ter uma união e uma comunicação maior em todo o Brasil, não

só aqui dentro da Universidade, mas em todo Brasil. Muito obrigado pela

entrevista e pela intérprete também. Muito bem meninas, muito obrigado pela participação.

Fiquemos com as palavras do Eliel com a emoção do Eliel e com a frase da

professora Irene " a nossa comunicação é linda" é muito bonita!

Pessoal, muito obrigado pela audiência acompanhem aqui no endereço que está passando

na tela os demais episódios da série Inclusão e Acessibilidade: esta causa

também é sua! Muito obrigado pela sua audiência, voltamos logo em seguida.