Inclusão e Acessibilidade - Interferências na Aprendizagem
Olá, muito obrigado pela sua audiência a partir de
agora nesta websérie Inclusão e Acessibilidade: esta causa também é sua.
Eu sou Márcio Fernandes e estarei com vocês nesta websérie, uma produção do
Núcleo de Educação a Distância da Unicentro o Nead com o apoio fundamental
da Proen a Pró Reitoria de Ensino da instituição e do Pia o Programa de
Inclusão e Acessibilidade. Neste episódio gravado aqui no campus de
Irati da instituição nós trataremos com uma convidada muito especial sobre
interferências na aprendizagem. Nossa convidada a quem já agradeço é a
professora Miriam Bedin Godoy.
Professora nós temos seis eixos para tratarmos inclusive fiz até uma colinha, doença,
deficiência, distúrbio, dificuldade, síndrome e transtorno. Mas antes de
falarmos disso eu lhe pediria quem é profissionalmente a professora Míriam
Bedin Godoy Bom, eu sou professora Mirian, trabalho
com educação já há 30 anos e tive a grata satisfação de percorrer desde a
educação infantil até o ensino superior. Sou formada em pedagogia, mestre em
educação, especialista em todas as áreas das deficiências e atualmente faço
doutorado em educação especial. Perfeito, muito obrigado.
Então vamos lá, vamos agrupar em dois níveis, doença, deficiência e distúrbio.
Bom, antes da gente falar em doença a gente precisa compreender o que é saúde.
Segundo o ministério, segundo a organização da saúde né mundial, o que é saúde?
É um completo bem estar físico, social e mental.
Então algo que vá prejudicar a questão física, social ou mental
você vai ter então uma doença, uma patologia. Perfeito! Dificuldade, síndrome
e transtorno, elas se assimilam aos primeiros a aquelas três doenças
deficiência e distúrbio são equivalentes? Imagino que as linhas sejam tênues
também de uma para outra.
Márcio, assim ó. Dificuldade, distúrbio e transtorno há
alguns educadores que até utilizam como sinônimo, mas cada uma tem a sua
especificidade, por exemplo transtorno o que é o
transtorno? Vamos pegar o transtorno por déficit de atenção e hiperatividade
que é o famoso déficit de atenção com hiperatividade ou não.
Então você tem algumas características também, alguns sinais e sintomas
observados na criança desde pequena, então por exemplo lá se você observar
seis comportamentos dessa criança em termos desatenção, em termos de
comportamento motor excessivo no caso a hiperatividade ou impulsividade, você
consegue então caracterizar essa criança tendo ou não, apresenta ou
não o transtorno por déficit de atenção. Então o que é um o transtorno?
Ele é um conjunto de sinais e sintomas que caracteriza um transtorno
específico. Não tem como nós da educação especial,
embora sejamos da educação, é desvincular por exemplo da área médica
os temos utilizados em educação especial estão muito embricados com a área
médica. Médica! Então o DSM, o DSM atual
ele caracteriza então que que são os transtornos.
Então são vários tipos de transtornos que nós temos né, um mais comum atualmente
na educação é o transtorno por déficit de atenção e hiperatividade que também vai
chegar desde a Educação Infantil até o Ensino Superior também. Síndrome é uma
palavra forte, todas elas são, mas síndrome uma palavra forte que já nos causa assim
um certo impacto. Como é que poderíamos caracterizar, como é que o
professor que está aqui dentro da Universidade que não têm essa formação
que você tem, como é que ele pode se situar nesse
universo? Assim, é fácil de ser identificado porque quando a pessoa
chegar à universidade ela já passou por vários diagnósticos, já passou por vários
especialistas para identificar aquela síndrome. Então por exemplo nós na questão
da educação nós temos várias vou falar as mais comuns. Perfeito! A Síndrome de
Down que é muito fácil de ser identificada
porque a Síndrome de Down está muito relacionada também a uma deficiência intelectual.
Atualmente vocês sabem que pessoas com Síndrome de Down também estão no
Ensino Superior. A Síndrome de Williams também
apresenta características específicas. Então tanto os transtornos como as síndromes
né, os distúrbios, são sinais e sintomas de
determinada que você consegue é observar, por exemplo, na Síndrome de Williams o que é que
você vai observar nessa pessoa? Os dentes estão sempre protusos para
fora... Perfeito... a boca mais proeminente, o sujeito
tem cabelos enrolados, então é comum essa característica em todos os que
apresentam a Síndrome de Wilians assim como a Síndrome de Down, porque são
questões genéticas facilmente de serem identificadas de acordo com aquilo que
se enquadra à síndrome, tá? Então o que que é uma síndrome?
Ela é também um conjunto de sinais e sintomas que caracteriza. Ok!
É adequado falarmos em nível ou níveis de gravidade dessas interferências?
É adequado sim, por que? Por exemplo você tem outrora 50 anos
você poderia dizer assim a pessoa que nascia com Síndrome de Down ela ia viver
pouco, não ia falar e não ia andar, era o diagnóstico que se tinha, né?
Mas apesar de ter esses diagnósticos nós temos hoje muitos adultos e até
idosos com Síndrome de Down que conseguiram se adaptar, se desenvolver.
Então assim, na questão da aprendizagem especificamente então isso também vai
depender, por exemplo, da estimulação essencial que é a chamada estimulação
precoce, vai depender do meio que essa criança
está envolvida, vai depender das intervenções que ela
tem, se é uma intervenção já no início do desenvolvimento dela é diferente de
uma criança que vai ter uma intervenção com cinco anos, isso em todas as
características, em todas as patologias, síndromes, transtornos e distúrbios
você vai verificar isso né que a estimulação essencial, que a intervenção
precoce é de suma importância no desenvolvimento de qualquer patologia, de
qualquer síndrome, enfim. Para reforçar, então a palavra chave aqui antes da gente ir
para o intervalo é estimulação? A palavra chave sempre sempre será intervenção precoce,
estimulação, independente se é uma síndrome, se é um transtorno, se é uma dificuldade, se é um
distúrbio ou até mesmo uma doença. Ok. Quanto antes for identificada
para poder encaminhar aos profissionais adequados, mais sucesso nós vamos ter no
futuro, na aprendizagem, no desenvolvimento dessas pessoas.
Muito bom, nós já voltamos a continuamos a nossa conversa.
Logo depois do intervalo continuaremos tratando sobre interferências na
aprendizagem, num instante!
Voltamos com o nosso episódio sobre interferências na aprendizagem.
Aqui comigo a professora Miriam Bedin Godoy do Departamento de Educação do Campus
aqui de Irati onde gravamos essa conversa. Mirian, vamos tratar um pouquinho
agora, por favor, sobre três condições: distúrbio, dificuldade e deficiência a
partir de dois aspectos se possível, identificação e diagnóstico. Tá!
O que que é um distúrbio? Por exemplo, no processo de alfabetização da criança é comum a
criança apresentar uma dificuldade de leitura e escrita. Então a dificuldade
ela pode ser uma dificuldade passageira do processo natural de aprendizado dessa
criança na aprendizagem da leitura e da escrita, tá? Então o que ocorre muitas
vezes que além dessa dificuldade passageira ela tem um distúrbio.
O que significa distúrbio? Em nível de sistema nervoso central, uma área específica
ela tem um comprometimento um comprometimento de repente, por exemplo,
na questão da linguagem, qual é a área em nível de sistema nervoso central que vai
interferir? A área de Wernicke e a área de Brocar,
sobretudo, né? Mas hoje a gente sabe que com a plasticidade, a neurociência
aquela área específica cerebral que está com um distúrbio, que apresenta um dano
ela pode ser estimulada e outras áreas adjacentes ajudar naquele processo de
aprendizado no caso da leitura e da escrita. Mas o distúrbio mesmo então
nós temos o distúrbio de leitura escrita, o distúrbio de aritmética,
então temos vários distúrbios que comprometem a aprendizagem, o distúrbio de
ortografia que a gente chama disortografia, disgrafia, são as famosas
diz da aprendizagem, tá? Então o que ocorre, vão chegar na
universidade com esses distúrbios, por exemplo, a criança, a pessoa, depois o
adulto não consegue diferenciar é alguns fonemas, algumas
letras, não é que ele é desatento é que realmente organicamente naquela área
cerebral ele apresenta essa dificuldade, esse distúrbio. Perfeito! Fora do ar nós
estamos conversando você estava me orientando e apareceu uma palavra que eu
particularmente não conhecia comorbidades, eu te peço para traduzir
isso para a nossa audiência. Tá, o que é a comorbidade? São as
consequências que essa síndrome, esse transtorno, esse distúrbio traz
para a pessoa. Quer ver um distúrbio, uma síndrome que é muito pouca conhecida
ainda em educação? A síndrome do respirador oral. O que que é? A pessoa
apresenta uma condição orgânica, uma condição física, uma obstrução das vias
aéreas superiores, então uma famosa adenóide amídala,
isso compromete a respiração dela, ela passa a ter uma respiração de suplência
pela boca e isso vai trazer todo uma comorbidade vai trazer toda uma
dificuldade pra esse organismo na questão da respiração, na questão da fala,
da atenção, da aprendizagem, do sono, então as consequências que aquele transtorno,
aquela dificuldade, aquele distúrbio traz para a o conjunto da, da vida dessa
pessoa quer seja na questão social, quer seja na questão de aprendizagem, enfim,
do contexto que ela está inserida. Você mencionou agora essa questão do
contexto em que ela está inserida e eu já aproveitou o gancho e te pergunto; como
que o grupo social onde a pessoa está inserida né
e o grupo familiar podem contribuir nessas questões todas que nós ponderamos aqui,
que você ponderou aqui? Bom, a família ela tem um peso muito forte quando a pessoa
apresenta uma necessidade específica né, uma necessidade especial, por exemplo,
de repente ela não é cega, mas ela está tendo uma baixa visão, então
isso vai interferir no processo de escolarização, no processo de
aprendizagem, no processo de socialização dessa criança, as vezes ela vai andar vai
esbarrar, vai derrubar, vai ser aquele desajeitado, mas não porque ela é
desajeitada, é que a condição visual dela neste momento não permite. Então a
família ela entra aí para dar o suporte, para para encaminhar aos
profissionais adequados, por exemplo, se é um caso digamos de visão, ao oftalmo
se é um caso de audição ao otorrino, então a família é muito importante na questão da
saúde realmente dessa desse sujeito, ela é muito importante no trabalho com a
educação no suporte com uma educação e também acreditar no potencial do seu
filho, não olhar a deficiência com o D maiúsculo,
mas diminuir esse D e aumentar esse E para eficiente, ele também pode, ele
também consegue, desde que eu faça os manejos coerentes à necessidades e as
adaptações necessárias a realidade dele. Pego o gancho de novo na
sua fala. Nós estamos num ambiente universitário
não é, com uma gama muito grande de informações e visões de mundo de
procedências, enfim, em um ambiente pluridiversitário, pluriversitário talvez
seja o melhor termo. Como é que neste conjunto todo cada um de nós
aqui pode contribuir para fazer isso que você diz, tirar o D maiúsculo e minimizar
esse D? Aham.. O que que nós podemos faze Márcio?
Nós podemos fazer a primeira coisa é levar esse
conhecimento, é isso que nós estamos fazendo aqui hoje, nós estamos expandindo
esse conhecimento ao nosso público. Segundo ponto é a gente ter humildade
como o professor e entender que a gente não está preparado para receber todos os
alunos que a gente vai receber, que a diversidade é muito grande, então
eu tenho que ter humildade suficiente e entender que não basta só eu dominar o
conteúdo específico da minha matéria, mas eu preciso também conhecer um pouco
dessa realidade que ora se apresenta na instituição.
Então formar grupos de pesquisas, formação continuada,
o Pia assessora e dá o suporte muito importante também neste processo.
Então é basicamente isso; é buscar esse conhecimento, formar pesquisas em cima da
realidade que a gente tem, grupos de estudo focando naquilo que a gente tem
de real e concreto não o que vêm de fora porque em educação e sobretudo em
educação especial a gente busca muito de fora, mas a gente tem que começar a olhar
para o nosso centro aqui, olhar para o nosso, aquilo que é específico nosso.
Então é formar isso mesmo, grupos de pesquisa, formação continuada, e assim a
gente vai conseguir melhorar as nossas práticas pedagógicas também.
Muito bom Mirian! Te agradeço a presença e pego duas
palavras, formar ou informar e disseminar, esse é o caminho? Esse é o caminho com certeza!
Além desse caminho a gente aqui, a gente faz uma formação uma fala muito
abrangente, é estudar hoje e ter assim a a clareza que a pessoa aprende, uns vão
demorar mais, outros vão demorar menos. Infelizmente Márcio na educação é muito
formatado, então um semestre tenho que dar conta desse rol de conteúdos, num ano
letivo tem que dominar isto e o sujeito da educação especial
ele é um sujeito que demanda mais tempo, que demanda mais ritmo diferenciado e
assim pra ele obter o sucesso acadêmico e o sucesso profissional. Muito bom!
Muito obrigado pela sua presença, muito obrigado por compartilhar a sua expertise e espero
que a nossa audiência também goste bastante.
Eu conversei com a professora Miriam Bedin Godoy do Departamento de
Educação aqui do Campus de Irati dentro da nossa websérie
Inclusão e Acessibilidade: esta causa também a sua.
você pode acompanhar de novo este episódio e os outros pelo endereço que
está aqui na tela e nos ajudar a disseminar, ok? Muito obrigado pela audiência
muito obrigado por estar conosco, até a próxima. Tchau!