Inclusão e Acessibilidade - Deficiência Física
Olá, eu sou Márcio Fernandes e esse é mais um episódio da série
Inclusão e Acessibilidade: essa causa também é sua, uma produção
da Pró-Reitoria de Ensino da Unicentro, do Núcleo de Educação a Distância da
instituição e do PIA, o Programa de Inclusão e Acessibilidade.
O tema dessa vez é deficiência física e comigo a professora Verônica Volski.
Tudo bem, Verônica? Tudo bem, Marcio. Conte para a nossa audiência, profissionalmente,
quem é Verônica Volski? Bom, eu sou professora de Educação Física,
sou formada pela Unicentro, mestre em Educação também pela Unicentro e atuo no
Departamento de Educação Física aqui do campus Cedeteg em Guarapuava com a
disciplina chamada Atividade Física para Pessoa com Deficiência e também atuo em
alguns projetos de extensão, já atuei alguns projetos de extensão voltados à
pessoa com deficiência física, como por exemplo, o projeto de Basquetebol em
Cadeira de Rodas. Quantos praticantes temos nessa
modalidade em Guarapuava? É possível mensurar? Basquete em cadeira de rodas
nós temos mais ou menos uns 15 atletas atualmente. Regulares, né? Regulares, isso. Ok. Então vamos
lá. Pra gente iniciar bem a nossa conversa, melhor ainda, né? O que é a
deficiência física? Bom, a deficiência física é um problema,
é uma limitação que ela pode ser óssea, muscular, neurológica, que vai afetar a
estrutura ou a função do nosso corpo humano interferindo então na
movimentação desse corpo e na locomoção também, né. Muito bem. De uma maneira assim bem clara
que qualquer um de nós possa entender, é possível classificar as deficiências físicas
físicas? Sim! Existem aquelas deficiências físicas
que são congênitas. Ou seja: Aquelas que ocorrem no período gestacional e nós
temos as causas adquiridas, né? A deficiência física adquirida. Da mesma forma as
deficiências físicas elas podem ser agudas por um curto período de tempo,
elas podem ser progressivas. Ou seja... Que é o meu caso. É como se isso, mas no caso da
deficiência física a pessoa vai limitando os movimentos com o passar do
tempo, né? E também temos as permanentes que o
indivíduo fica com deficiência física por por todo o período da vida, por
exemplo, né? Dos principais nós temos a lesão
medular, nós temos o caso da paralisia cerebral,
que é considerada também uma deficiência física, né? As amputações e também as
pessoas que nascem com uma tem uma má formação congênita. É possível
também assim mensurar quais são as principais razões que que provocam
aquisição de uma deficiência? Ou seja, como você bem explicou, essas que não são
congênitas? Isso, no caso das adquiridas. Isso, adquiridas.
Esse é o termo. Isso mesmo. As principais causas da deficiência física elas estão associadas
aos principalmente aos acidentes. Se a gente for estimar dentro do
grupo dos deficientes físicos uma das principais causas envolvem os acidentes
automobilísticos né. Como os acidentes de carro, acidentes de moto em que o
indivíduo adquira deficiência física por conta desse acidente né. Também os
acidentes por armas de fogo, por arma branca.
Os acidentes de trabalho. Acidentes como, por exemplo, quedas.
e também tumores etc. São as principais causas no caso das adquiridas né.
A nossa região aqui centro do paraná não é exatamente uma zona
muito industrial com grandes indústrias, grandes fábricas né.
nós temos uma economia muito forte no comércio e na agricultura. Temos muitos
casos por exemplo no comércio ou isso tá mais assim através do nosso imaginário por
exemplo da construção civil, essas funções, ocupações que tem um certo
risco? Dos indivíduos com deficiência que eu tenho conhecimento, que a gente
trabalha por exemplo no projeto, as causas adquiridas elas são por armas de
fogo na grande maioria e no caso dos acidentes de trabalho, os casos
dos policiais né. Com acidente envolvendo armas de fogo também. No exercício da
profissão. Da profissão do dia a dia né. Você mencionou agora pouco a questão
da lesão medular. Conta pra gente o que é uma lesão medular? O que caracteriza? Se
de repente é possível indicar, por exemplo, familiar que tem alguma pessoa no seu
tecido social, no seu grupo familiar mesmo ou de amigos. Enfim, como é que a gente
é fácil entender melhor isso, né? Isso, Marcio, a lesão medular ela é obviamente, por
nome já diz, é uma lesão. É uma condição que acarreta uma lesão na vértebra ou
nos nervos da nossa coluna. Na coluna vertebral né.
essa lesão ela pode ser completa ou incompleta. E essa lesão, sendo ela
completa ou incompleta, ela pode levar alguns graus de paralisia.
Geralmente ela está associado a algum grau de paralisia. Como por exemplo, a
paraplegia que é a paralisia da cintura pra baixo. Pra baixo! Paraplegia. E aí,
no caso do pescoço pra baixo, nós temos então é um exemplo da tetraplegia.
No caso dos acidente do trabalho né. Dessas duas assim qual é a mais mais
comum? Não sei se é possível dizer isso. É difícil estimar né.
Mas assim a lesão ela vai o grau de paralisia, se vai ser tetraplegia,
paraplegia, enfim, vai depender do local onde ocorreu a lesão. Ou seja, no
qual nervo, na qual vértebra da coluna é que ocorre a lesão.
Certo. Antes da gente fazer um pequeno intervalo para o segundo bloco, na nossa série né essa
produção toda que tem dez episódios, esse é um deles contigo, ela é pensada. Ou
melhor foi pensado inicialmente para professores, para professores da
universidade, de que maneira eles podem adquirir né. Pudessem adquirir um
conhecimento para de repente ao passarem por uma situação assim no dia a dia
né tivessem mais a habilidade, treinamento, enfim, capacitação pra saber lidar com o
caso. Dentro da unicentro nós temos muitas
licenciaturas, ou seja, aquele menino, menina que está se formando para ser
docente modo geral em que vai atuar lá na ponta, na rede básica, na rede de
ensino fundamental ou médio.
Que conselho a gente poderia dar, por exemplo pra um aluno da história, de artes
que não é exatamente o foco dele isso né aonde ele poderia procurar algum tipo de
subsídio, de auxílio pra entender melhor, uma literatura especializada
de repente buscar a frequentar a disciplina como essa que você ministra,
ser voluntário em um projeto de extensão, enfim, de que maneira assim né aquele
que nunca passou pela situação, mas que em algum momento poderá? Com certeza. Eu
acho que o fato de você conhecer né, você instigar o conhecimento, porque por
mais que um acadêmico ele não saiba se lá no ambiente escolar ele vai ter
contato ou não com uma pessoa com deficiência física ou faz quer
deficiências forem né, é o primeiro passo é a questão do conhecimento mesmo. É você
buscar a literatura, buscar em livros né ou buscar, hoje em dia nós temos a
informação via na internet e tantos outros meios de comunicação, então o
primeiro eu acredito que é conhecer. Quando
você começa a conhecer você começa a respeitar e valorizar essas pessoas
entender de que forma posso contribuir, eu na história posso contribuir,
eu na na minha disciplina de educação física posso contribuir para a parte
motora desse indivíduo, enfim, todas as outras licenciaturas como você mesmo
citou né. Então acredito que é você buscar o conhecimento não é só aquele que está lá
nos livros, ou tá lá nas matérias, ou que está lá no né.
O conhecimento de você tá próximo a esses indivíduos né. Por exemplo com
dentro como você mesmo citou né, os projetos de extensão né conhecer às vezes quer é ter um
contato com essas pessoas vai acompanhar um treino de basquetebol né e conhecer e
conversar com eles que é isso acredito que é uma das coisas
primordiais né. Então uma espécie de moral da história do
nosso primeiro bloco neste finalzinho é conhecer mais para se envolver mais? Sim.
Com certeza. Ok, já voltamos.
Tudo bem, Verônica. Voltamos. Antes do intervalo nós terminamos falando sobre o conhecer
mais, sobre a dimensão, a relevância disso. Como ser voluntário em guarapuava, por
exemplo? Muito legal tua pergunta, Márcio, nós temos
aqui em guarapuava uma associação que chama-se Associação dos Deficientes
Físicos de Guarapuava ADFG. ADFG? Isso! Ela fica localizada ali
próximo à Praça da Fé e ali eles desenvolvem vários trabalhos voltados à
pessoa com deficiência física. Então tem oficinas,
enfim, ser voluntário você abrir um leque para outras atividades né que eles
realizam ali na associação. Acontece durante todo a da semana atividades ali
pra eles e nos finais de semana geralmente o primeiro sábado de todo
todo mês eles fazem um encontro com todos os
associados né, os que buscam a associação. Então eles se encontram e conversam e
daí tem algumas atividades que eles desenvolvem. Eu já fiz algumas atividades
também com os acadêmicos lá, com palestras, dinâmicas, torneios né.
Eles têm um espaço lá pra diversão deles, por lazer. Então a gente sempre faz um torneio
pra eles lá. Então é uma, é uma dica. É um caminho. Com certeza. Pra quem nos vê que
está em Irati, que está em Prudentópolis, Laranjeiras ou então em todos os outros
pólos espalhados pelo paraná, em que a Unicentro atua na educação a distância,
fica essa recomendação né, Verônica. De repente procurar na sua cidade,
na sua região ali o que tem que ficar atento pra quem está no âmbito escolar,
atento aos cartazes, as rádios universitárias, enfim né,
pra ser voluntário de alguma maneira. Muito bem! Voltemos às questões mais
técnicas. Paralisia cerebral é um tema que que a gente conhece muito pouco. Com
certeza. A paralisia cerebral muitas vezes as pessoas acreditam que ela é uma
doença né. É uma coisa que às vezes senso comum trás...
Exato. Mas a paralisia ela não é uma doença. É um dano nas estruturas do
cérebro. Que também pode ser congênita também pode ser também adquirido né. E
geralmente esse dano ele se dá em áreas do cérebro que são responsáveis pelo
nosso controle motor, os nossos movimentos. Então algumas áreas do
cérebro dependendo de onde foi a paralisia afeta os nossos
movimentos e esses danos eles eles podem gerar por exemplo paralisias leves como
pessoas que têm problemas com relação a fala né danos da paralisia leve....
Não permanentes né e há também as pessoas que tem paralisia cerebral
severa que aqueles indivíduos que têm aquela capacidade total de movimentação,
falarem e tudo mais. Amputações que você poderia nos esclarecer? Nos orientar?
Enfim, nos prevenir de alguma forma com que o seu conhecimento? Isso. A amputação ela
também é um tipo de deficiência física né e ela é um dano num membro do corpo né
um ou mais membros do corpo e ela pode ser geralmente ela é vinculada às
questões a nossas articulações. Então muitas as amputações elas ocorrem em nível
de joelho, cotovelo. Elas também podem ser congênitas ou adquiridas no caso das
congênitas nós temos as pessoas que têm uma má formação durante o período
gestacional e acabam nascendo sem um membro do corpo, ou mais do que um
membro. Por exemplo braços, pernas né e também temos as amputações
adquiridas e um exemplo é bem comum nas habitações adquiridas são aqueles
pacientes diabéticos chega num nível de diabetes que é necessário a amputação na perna
O senso comum nos diz que a pessoa que passa por esse processo extremamente né de
sofrimento, de dor física na questão do acidente ou por uma questão de doença né como
você mencionou, em geral a gente entende que há uma questão psicológica envolvida
de depressão de sintomas dessa natureza assim o
professor que está em sala de aula e que de repente se vê nessa situação de um
aluno enfim ele precisa dar uma atenção para esse aspecto mais emocional também logo
no começo. Com certeza. Toda a deficiência física adquirida seja ela por via
amputação, por uma lesão medular, por um acidente de trânsito como causas
comuns, por exemplo né, necessitam de uma atenção. Então o professor também que
demandar um olhar pra ele porque não é só o físico que é afetado. O psicológico é
extremamente afetado e nós temos muitos casos de pessoas que adquirem
deficiência física e acabam entrando no nível de depressão a ponto de querer
tirar a própria vida. Então é necessário sim, com certeza, um olhar mais
apurado para essa questão psicológica do indivíduo com deficiência. Não só o
professor como os próprios colegas de sala né. Sim, sim, com certeza.
Ok, ok. O esporte e atividade física, no seu trabalho, você mencionou a
questão da associação aqui e dos praticantes de basquetebol né.
São duas ferramentas importantíssimas de fatos pra tentar
combater nessas coisas ruins essas sentimentos ruins as sensações ruins? Com
certeza né. Tó falando da minha área, com certeza eu vou dizer que o esporte é muito bom.
O esporte ele traz muitos benefícios. A atividade física pra pessoa com
deficiência não ela é de extrema importância. Então pra pessoa com deficiência física o
que nós notamos é que ela traz um ganho na condição física da pessoa. Seja um
ganho de força, um ganho de velocidade de resistência como também condições
psicológicas como nós citamos a pessoa a partir do momento que ela entra numa
atividade física que ela participa do esporte
ela tem uma maior valor e auto-valorização, ela melhora a sua questão da
sua auto-imagem, ela tem mais motivação para viver né ela
reduz o stress o nervosismo ansiedade e a questão assim que eu acredito primordial
que o esporte e atividade física traz uma pessoa com deficiência
é o ganho social. O esporte ele pode ser um dos grandes veículos de inclusão social
da pessoa com deficiência é nosso caso deficiência física. É você
pertencer a um grupo, você ter pessoas que têm vários tipos de deficiência
nesse mesmo grupo, você cooperar você se socializar é isso traz um
benefício muito grande pra pessoa com deficiência física. Eu acredito que o
esporte, a atividade física o papel primordial dele é que ele nos mostra que o indivíduo é
capaz de superar os seus limites, ele é capaz de ter uma autonomia na sua
vida diária é melhorar a sua saúde, a sua condição física através da atividade
física e mostrar aquele papel que o esporte adaptado nos mostra por exemplo
nos jogos paralímpicos em que nós vemos imagens de superarão. Eu ia te perguntar
isso né, são de fato excelentes exemplos ou às vezes assim a pessoa é mesmo o
atleta com deficiência congênita ou adquirida e ele vê né o sujeito está lá na
paralimpíada assim como algo muito fantasioso ou apenas para poucos? Posso te
contar uma coisa? Claro. Nós temos um atleta paralímpico. Isto. Em Guarapuava.
Ele é mesatenista né. Nós temos na verdade o Welder, o Ezequiel mesatenistas e
que participam. Nós não temos por exemplo um atleta guarapuavano que o represente
nosso município nível olímpico. Nós temos a nível paralímpico e nós temos que
também pensar nisso né. Olhar, ter esse olhar também de que o esporte pode ser
um veículo de superação, um veículo de você mostrar uma imagem de como que as
pessoas podem superar os seus limites no dia a dia ser um campeão no esporte e na
vida. Na região aqui. Não precisa nem só ver quem está lá na televisão o tempo inteiro mesmo fora do
Brasil. Você falou agora a pouco do esporte da atividade física de modo
geral, como forma de inclusão de superação e tudo mais, que outras
maneiras né quem está nessa situação o familiar ou amigo ou nosso caso aqui o
objetivo professor, o aluno, de que outros modos eles podem estimular a inclusão e a acessibilidade?
Como eu falei na primeira na primeira
parte, no primeiro bloco o conhecimento eu acredito que o papel
primordial pra você pensar na inclusão e acessibilidade da pessoa com
deficiência física, visual auditiva é você conhecer, você conviver com a
pessoa com deficiência você começa a compreender que essas pessoas elas têm
seus limites, suas limitações diárias, mas elas também têm muito muita coisa
nos transmitir né que você começa a respeitá las e valorizá-las muito mais
então acredito que o conhecimento é o digamos o papel primordial. Eu vejo hoje
em dia com a nossa sociedade ela tem mudado esse olhar para a pessoa com
deficiência. Seja a inclusão, seja na acessibilidade.
No caso da deficiência física nós conseguimos visualizar isso bastante
quando nós vemos muitas rampas sendo construídas né para o cadeirante nesse
caso, os elevadores adaptados. Seja instituições públicas sejam instituições
privadas, sejam até na nossa casa muitas vezes o pensar o projetar um ambiente para
receber uma pessoa com deficiência física né e no papel da inclusão
também acredito que nossa sociedade tem construído uma um olhar para eles também
com a inclusão no na educação, no mercado de trabalho
a abertura de portas para as pessoas com deficiência física nos setores da
sociedade, mas acredito que ainda há muita coisa para ser melhorada. A gente
por mais que tanta coisa tenha sido feita a gente sabe que não temos um
carrinho no caminho a percorrer. Ainda temos discriminação, ainda temos o
preconceito, ainda temos dificuldades de acesso aos meios de transporte, acessos à
educação, ao mercado de trabalho também da pessoa com deficiência física entre
outros. Então ainda temos um caminho. Inclusive acho
que é muito bom, então aproveito né relembro o slogan da nossa série: Essa
causa também a sua né e agradeço a sua participação, a sua
disposição, seu conhecimento. Acho que nos trouxe informações preciosas algumas mais
amplas, outras mais específicas. Nos falou de uma realidade regional né. Bastante
produtiva. Alguma recomendação extra? Já a gente teve uma espécie de moral da
história do primeiro bloco, uma recomendaçãozinha final pra
encerramos o programa? Mostrar que a causa é nossa é de todos nós é sua é minha
e que nós temos que fazer uma transição do nosso olhar à pessoa com deficiência
física, como é o nosso tema hoje né, ela é a deficiência física é aquela que mais nos
chama a atenção pelos nossos olhos. Porque o indivíduo ele está às vezes sem uma
perna, às vezes sem um braço, às vezes ele está numa cadeira de rodas né. Então essas pessoas
são muito alvo de preconceito, muito alvo de discriminação muitas vezes pelo olhar.
Então, se nós mudarmos nosso olhar, nós já estamos percorrendo uma causa maior né e
já estamos entendendo que a causa é nossa também. Nós temos que olhar preciso
indivíduos com olhares de respeito de valorização né, de igualdade. Perfeito, muito bom!
Verônica, mais uma vez muito obrigado pela presença. Obrigado pela audiência também. Acompanha pelo site nead.unicentro.br todos os dez episódios
da nossa série Inclusão e Acessibilidade: essa causa também é sua.
Muito obrigado e até a próxima.