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Alimentação saudável (Healthy eating), Podcast #090 – Dr. Souto Fala Sobre Frutas, Leguminosas, Leite E Bacon Na Low-Carb E Cetogênica (1)

Podcast #090 – Dr. Souto Fala Sobre Frutas, Leguminosas, Leite E Bacon Na Low-Carb E Cetogênica (1)

Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho.

Somos Guilherme e Roney, e aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.

Antes de irmos ao episódio em si, queremos agradecer aos apoiadores que tornam este projeto

possível.

Apoiador #1 — Loja Online Tudo Low-Carb

Este podcast é um oferecimento da loja online Tudo Low-Carb.

A Tudo Low-Carb é uma loja que vende somente produtos que se encaixam numa dieta low-carb

e cetogênica.

Lá você vai comprar de tudo, desde farinhas low-carb até adoçantes como xilitol, eritritol,

e estévia.

Além de temperos e produtos naturais, feitos com comida de verdade.

Nós conhecemos pessoalmente Eliana, fundadora da loja.

E ela nos garantiu que monitora constantemente os valores para que a Tudo Low-Carb tenha

os melhores preços dos adoçantes xilitol, eritritol e da farinha de amêndoas.

Então, se esse é seu caso, se você quer comprar ingredientes para receitas low-carb,

recomendamos acessar a Tudo Low-Carb — porque lá é garantido que você vai encontrar.

Apoiador #2 — Medidor de cetonas Uaiketo

Esse podcast também é um oferecimento do Uaiketo — e o que é o Uaiketo?

O Uaiketo é um aparelhinho que serve para medir o seu nível de cetose através do hálito.

A gente achou muito interessante esse aparelho porque você pode saber o seu nível de cetose

sem ter que furar o seu dedo ou fazer um exame de sangue para isso.

É um aparelho realmente revolucionário no mercado — e o mais legal é que o Uaiketo

é uma tecnologia 100% brasileira.

O Iago, criador deste aparelho, entrou em contato com a gente, e a gente achou super

legal divulgar essa iniciativa — é por isso que hoje o Uaiketo é um dos patrocinadores

aqui do podcast.

A gente recomenda que você conheça esse aparelho, se a sua intenção é saber o seu

nível de corpos cetônicos.

É só acessar uaiketo.com.br.

Apoiador #3 — Nossos alunos do Guia Dieta Cetogênica

Este podcast só existe graças aos alunos do nosso programa VIP Guia Dieta Cetogênica.

O Guia Dieta Cetogênica é um curso em vídeo com todas as informações, passo a passo,

para você seguir uma dieta cetogênica de sucesso.

E como bônus para você que escuta os nossos podcasts, a gente colocou dentro do programa,

na área de membros especiais, todos os nossos livros e manuais digitais já publicados até

hoje.

Então, são centenas de receitas.

Tem também o nosso livro de apoio, com 120 dúvidas sobre alimentação saudável respondidas,

com prefácio do Dr.

José Neto, um livro super elogiado por profissionais como Dr.

Rodrigo Bomeny, Danilo Balu e por vários e vários convidados que já passaram pelo

nosso podcast.

E ainda tem tabelas, infográficos, textos explicativos, resumos em pdf, um grupo secreto

no Facebook e muito, muito mais.

Então, convido você a conhecer o nosso programa Guia Dieta Cetogênica.

Guilherme: Olá, Tanquinho, olá, Tanquinha, sejam bem vindos e bem vindas a

mais um episódio

do nosso podcast.

Hoje, recebemos novamente o nosso querido Dr.

Souto.

Nós já o entrevistamos no episódio 26, e foi o convidado mais pedido para retornar

aqui no podcast.

Tudo bem, Dr.

Souto, como é que você está?

Dr.

Souto: Tudo bem, obrigado pelo convite.

Roney: Muito obrigado pela presença, Souto.

Hoje vamos abordar com você algumas das perguntas que a gente mais recebe dos nossos fãs, leitores

e seguidores.

Feijão E Leguminosas Na Low-Carb

E, vamos começar com a seguinte, é possível encaixar, consumir leguminosas no contexto

de uma dieta low-carb?

Dr.

Souto: Então, essa é uma pergunta que ela é feita, eu acho que muito em função da

dieta paleolítica.

A ideia que vem ali dos anos 2000, onde isso bombou, especialmente com o livro da Paleo

Diet, the Paleo Solution, que falava que os nossos antepassados não plantavam grãos.

Eles não tinham agricultura.

Então não tinha trigo, centeio, aveia, cevada, mas também não tinha o consumo de leguminosas

— que seriam o feijão, lentilha, o grão de bico, e o amendoim, por exemplo.

Acontece que as leguminosas têm uma variação grande nos seus macronutrientes.

Se nós formos ver, o amendoim é relativamente pobre em carboidratos e bastante rico em gorduras.

Enquanto que, se a gente for olhar o feijão, por exemplo, ele é cerca de 70% amido.

Se a gente for olhar uma lentilha, em torno de 50% amido.

Então, salvo se a pessoa tem alguma intolerância especificamente às leguminosas — e existe

uma teoria não comprovada, mas é uma teoria de que as leguminosas aumentariam a permeabilidade

intestinal e poderiam ser um problema para as pessoas que têm doenças autoimunes.

Tirando esse aspecto, eu acho que para quem não tem essa limitação…

O consumo de amendoim, por exemplo, pode tranquilamente ser feito dentro da low-carb.

E existem graus de low-carb: então nós temos desde os indivíduos que precisam fazer uma

dieta cetogênica, para ter um melhor controle do seu diabetes, ou para controlar melhor

o seu peso, e nós temos indivíduos que são metabolicamente saudáveis, que já estão

no peso, para os quais uma low-carb moderada basta.

O que seria uma low-carb moderada?

A pessoa vai tirar grãos, farináceos, trigo, aveia, centeio, cevada, e açúcar.

Mas pode consumir ainda frutas, pode consumir ainda tubérculos, como batata, mandioca,

batata doce.

E nesses casos, se a pessoa quiser comer um pouco de feijão ou lentilha, eu não vejo

nenhum problema.

Seria ainda uma low-carb, mas uma low-carb moderada e não uma cetogênica.

E O Caldo De Feijão?

Guilherme: Com certeza, Dr.

Souto.

E uma pergunta que a gente recebe quando explica essa questão dos carboidratos, do feijão,

as pessoas muitas vezes replicam com, “e se eu beber só o caldinho, sem comer o grão,

ainda pode ou não pode?”.

Como que funciona?

Dr.

Souto: Eu acho que a pessoa tem que ter ideia, do motivo pelo qual ela tá fazendo a low-carb.

Então, digamos que seja um paciente diabético e de difícil controle.

Às vezes aquele amido que tá dissolvido no caldo do feijão pode ter algum impacto

na glicemia.

Porque afinal, o caldo do feijão originalmente era água — como é que ele engrossou?

Se ele engrossou, é porque algum amido ali tem.

Mas vai ter menos amido do que no grão do feijão.

Então um pouquinho de caldo provavelmente não vai ser um problema.

Se você é uma pessoa que tem dificuldade de controle da glicose no contexto do diabetes,

eu sugiro fazer o que eu sugiro que todo diabético faça, que é medir na ponta do dedo, no glicosímetro,

o impacto.

Quer dizer, você mede antes de consumir, consome o alimento, mede 60 ou 90 minutos

depois para ver se teve uma elevação significativa da glicemia ou não.

O que eu sugiro para esses ouvintes, é que eles comam as carninhas que estão dentro

da feijoada: então a linguicinha, a costelinha de porco, que vão ter o sabor do feijão

— mas certamente com menos carboidrato.

Low-Carb É Como Um Remédio

Roney: Certo, com certeza, Souto.

Então, basicamente, se a pessoa não tem intolerância aos antinutrientes do feijão,

não tem nenhum tipo de reação quando ingere as leguminosas — a gente fala feijão, mas

inclui feijão, lentilha…

E também não tá numa low-carb tão restrita, não tem esse problema do controle da glicemia

sanguínea, então a gente pode dizer que provavelmente é ok ela consumir feijão.

Mas se, por exemplo, ela entrar no famoso platô de perda de peso, talvez o feijão

seja aí uma primeira coisa para se mexer, né.

Dr.

Souto: Acho que sim, eu diria que para quem está buscando a abordagem low-carb visando

perda de peso, eu sugeriria que a pessoa tirasse o feijão e a lentilha, e talvez considerasse

reintroduzi-los depois, numa fase de manutenção, se quiser, se desejar.

Eu me refiro mais àquelas pessoas que fazem uma low-carb moderada buscando saúde, mas

que não têm nenhum problema de peso e nem um problema metabólico.

Então, indivíduos magros, que fazem atividade física, que não têm diabetes, não têm

resistência à insulina.

Bem, essas pessoas podem fazer a retirada do açúcar e dos farináceos, que é o que

realmente mais causa problemas, mas não vejo que essas pessoas precisem, necessariamente,

parar de comer frutas, ou parar de comer batata, batata doce ou feijão.

Então, tem que individualizar a situação.

Low-carb é como um remédio: você vai ajustar a dose para a intensidade necessária, ou

seja, para o quão doente a pessoa está.

A Verdade Sobre O Leite Na Dieta Low-Carb

Guilherme: Excelente, perfeitas colocações.

Outro alimento que gera dúvidas e até polêmica entre os nossos leitores e seguidores é o

leite.

Isso acontece porque muita gente se acostuma facilmente a trocar o leite, deixa de lado

— troca por creme de leite, por exemplo — enquanto outros não ficam sem.

E, recentemente, a gente soube que o senhor anda fazendo café com espuma de leite, isso

também deu o que falar.

Qual é a verdade do leite no contexto da dieta low-carb?

Dr.

Souto: Isso prova que qualquer coisa pode dar o que falar, né.

Bom, vamos lá, pessoal.

O leite tem cerca de 10 gramas de carboidrato em 200 ml, então um copo de leite vai ter

cerca de 10 gramas de carboidrato.

Quando eu faço espuminha do leite, eu tô colocando, talvez, uns 20 ml de leite, e eu

vou usar aquele mini mixer para colocar a espuminha.

Então, vamos fazer a regrinha de três: se em 200ml de leite tem 10g de carboidratos,

em 20 ml tem 1g.

Um grama de carboidrato é menos carboidrato do que tem na gema do ovo.

Vocês sabiam que a gema do ovo tem carboidrato?

Para quem não sabe, tem glicogênio ali, e o glicogênio é o carboidrato, tem cerca

de justamente 1,2 gramas de carboidrato, mais ou menos.

Então, ninguém tá propondo uma dieta de zero carboidrato, seria realmente difícil

você fazer uma dieta de zero carboidrato: se você comer fígado, tem glicogênio ali,

tem carboidrato também.

Quando você come uma alface, tem um pouquinho de carboidrato.

Então, 20 ml de leite e nada em termos de carboidrato, é a mesma coisa, e diria mais,

o carboidrato do leite é lactose, lactose é 50% galactose e 50% glicose.

Só a glicose vai impactar significativamente a sua glicose no sangue, a sua glicemia, de

modo que galactose, metade dela, que é a glicose, vai ter um impacto.

Então, não dá para superestimar a quantidade de glicose.

Lógico, se a pessoa for beber um litro de leite por dia, aí nós estamos falando de

cerca de 50% gramas de carboidrato, aí é muito né.

Guilherme: Bastante: ainda mais na forma de leite, que por estar na forma líquida não

traz tanta saciedade quanto se a pessoa comesse isso nos vegetais, por exemplo, nos legumes

de baixo amido.

Dr.

Souto: É, então, tem gente que não digere bem a lactose, aí são outros problemas.

A pessoa poderia até, se fizer muita questão, tomar um leite sem lactose.

Mas existem alternativas, o pessoal pode usar um leite de coco, leite de amêndoas, um leite

de castanhas, se quiser muito ter aquela… vamos dizer, um líquido branco para que o

shake não fique aguado.

Agora, para quem digere razoavelmente a lactose, não é 20 ml de leite que vai fazer diferença

na low-carb de ninguém.

E vou dizer mais para vocês, eu tenho às vezes paciente de consultório que o indivíduo

tem uma ligação muito sentimental com aquele café com leite que ele toma de manhã.

E eu negocio isso, eu digo assim: olha, desde que você não coma pão, não passe geleia,

não fique comendo arroz, batata, farinha, biscoito…

Desde que você evite esses carboidratos piores, eu tô aceitando que você tome esse seu café

com leite.

Vai ter o que, 150 ml de leite ali.

Então, se você fizer as contas, 150 ml de leite vai dar cerca de 7 gramas de carboidrato,

dos quais metade é galactose.

Então, é bom botar em perspectiva, é bom fazer as contas.

E Se Eu Comer Só Um Pouquinho…


Podcast #090 – Dr. Souto Fala Sobre Frutas, Leguminosas, Leite E Bacon Na Low-Carb E Cetogênica (1) Podcast #090 - Dr. Souto Talks About Fruits, Legumes, Milk And Bacon In Low-Carb And Ketogenic (1) Podcast #090 - El Dr. Souto habla sobre frutas, legumbres, leche y tocino en la dieta cetogénica y baja en carbohidratos (1) Подкаст #090 - Доктор Суто розповідає про фрукти, бобові, молоко та бекон у низьковуглеводній та кетогенній дієті (1) 播客 #090 – Dr. Souto 谈论水果、豆类、牛奶和培根的低碳水化合物和生酮 (1)

Bem-vindo a mais um podcast do Senhor Tanquinho.

Somos Guilherme e Roney, e aqui a nossa missão é deixar você no controle do seu corpo.

Antes de irmos ao episódio em si, queremos agradecer aos apoiadores que tornam este projeto

possível.

Apoiador #1 — Loja Online Tudo Low-Carb

Este podcast é um oferecimento da loja online Tudo Low-Carb.

A Tudo Low-Carb é uma loja que vende somente produtos que se encaixam numa dieta low-carb

e cetogênica.

Lá você vai comprar de tudo, desde farinhas low-carb até adoçantes como xilitol, eritritol,

e estévia.

Além de temperos e produtos naturais, feitos com comida de verdade.

Nós conhecemos pessoalmente Eliana, fundadora da loja.

E ela nos garantiu que monitora constantemente os valores para que a Tudo Low-Carb tenha

os melhores preços dos adoçantes xilitol, eritritol e da farinha de amêndoas.

Então, se esse é seu caso, se você quer comprar ingredientes para receitas low-carb,

recomendamos acessar a Tudo Low-Carb — porque lá é garantido que você vai encontrar.

Apoiador #2 — Medidor de cetonas Uaiketo

Esse podcast também é um oferecimento do Uaiketo — e o que é o Uaiketo?

O Uaiketo é um aparelhinho que serve para medir o seu nível de cetose através do hálito.

A gente achou muito interessante esse aparelho porque você pode saber o seu nível de cetose

sem ter que furar o seu dedo ou fazer um exame de sangue para isso.

É um aparelho realmente revolucionário no mercado — e o mais legal é que o Uaiketo

é uma tecnologia 100% brasileira.

O Iago, criador deste aparelho, entrou em contato com a gente, e a gente achou super

legal divulgar essa iniciativa — é por isso que hoje o Uaiketo é um dos patrocinadores

aqui do podcast.

A gente recomenda que você conheça esse aparelho, se a sua intenção é saber o seu

nível de corpos cetônicos.

É só acessar uaiketo.com.br.

Apoiador #3 — Nossos alunos do Guia Dieta Cetogênica

Este podcast só existe graças aos alunos do nosso programa VIP Guia Dieta Cetogênica.

O Guia Dieta Cetogênica é um curso em vídeo com todas as informações, passo a passo,

para você seguir uma dieta cetogênica de sucesso.

E como bônus para você que escuta os nossos podcasts, a gente colocou dentro do programa,

na área de membros especiais, todos os nossos livros e manuais digitais já publicados até

hoje.

Então, são centenas de receitas.

Tem também o nosso livro de apoio, com 120 dúvidas sobre alimentação saudável respondidas,

com prefácio do Dr.

José Neto, um livro super elogiado por profissionais como Dr.

Rodrigo Bomeny, Danilo Balu e por vários e vários convidados que já passaram pelo

nosso podcast.

E ainda tem tabelas, infográficos, textos explicativos, resumos em pdf, um grupo secreto

no Facebook e muito, muito mais.

Então, convido você a conhecer o nosso programa Guia Dieta Cetogênica.

Guilherme: Olá, Tanquinho, olá, Tanquinha, sejam bem vindos e bem vindas a

mais um episódio

do nosso podcast.

Hoje, recebemos novamente o nosso querido Dr.

Souto.

Nós já o entrevistamos no episódio 26, e foi o convidado mais pedido para retornar

aqui no podcast.

Tudo bem, Dr.

Souto, como é que você está?

Dr.

Souto: Tudo bem, obrigado pelo convite.

Roney: Muito obrigado pela presença, Souto.

Hoje vamos abordar com você algumas das perguntas que a gente mais recebe dos nossos fãs, leitores

e seguidores.

Feijão E Leguminosas Na Low-Carb

E, vamos começar com a seguinte, é possível encaixar, consumir leguminosas no contexto

de uma dieta low-carb?

Dr.

Souto: Então, essa é uma pergunta que ela é feita, eu acho que muito em função da

dieta paleolítica.

A ideia que vem ali dos anos 2000, onde isso bombou, especialmente com o livro da Paleo

Diet, the Paleo Solution, que falava que os nossos antepassados não plantavam grãos.

Eles não tinham agricultura.

Então não tinha trigo, centeio, aveia, cevada, mas também não tinha o consumo de leguminosas

— que seriam o feijão, lentilha, o grão de bico, e o amendoim, por exemplo.

Acontece que as leguminosas têm uma variação grande nos seus macronutrientes.

Se nós formos ver, o amendoim é relativamente pobre em carboidratos e bastante rico em gorduras.

Enquanto que, se a gente for olhar o feijão, por exemplo, ele é cerca de 70% amido.

Se a gente for olhar uma lentilha, em torno de 50% amido.

Então, salvo se a pessoa tem alguma intolerância especificamente às leguminosas — e existe

uma teoria não comprovada, mas é uma teoria de que as leguminosas aumentariam a permeabilidade

intestinal e poderiam ser um problema para as pessoas que têm doenças autoimunes.

Tirando esse aspecto, eu acho que para quem não tem essa limitação…

O consumo de amendoim, por exemplo, pode tranquilamente ser feito dentro da low-carb.

E existem graus de low-carb: então nós temos desde os indivíduos que precisam fazer uma

dieta cetogênica, para ter um melhor controle do seu diabetes, ou para controlar melhor

o seu peso, e nós temos indivíduos que são metabolicamente saudáveis, que já estão

no peso, para os quais uma low-carb moderada basta.

O que seria uma low-carb moderada?

A pessoa vai tirar grãos, farináceos, trigo, aveia, centeio, cevada, e açúcar.

Mas pode consumir ainda frutas, pode consumir ainda tubérculos, como batata, mandioca,

batata doce.

E nesses casos, se a pessoa quiser comer um pouco de feijão ou lentilha, eu não vejo

nenhum problema.

Seria ainda uma low-carb, mas uma low-carb moderada e não uma cetogênica.

E O Caldo De Feijão?

Guilherme: Com certeza, Dr.

Souto.

E uma pergunta que a gente recebe quando explica essa questão dos carboidratos, do feijão,

as pessoas muitas vezes replicam com, “e se eu beber só o caldinho, sem comer o grão,

ainda pode ou não pode?”.

Como que funciona?

Dr.

Souto: Eu acho que a pessoa tem que ter ideia, do motivo pelo qual ela tá fazendo a low-carb.

Então, digamos que seja um paciente diabético e de difícil controle.

Às vezes aquele amido que tá dissolvido no caldo do feijão pode ter algum impacto

na glicemia.

Porque afinal, o caldo do feijão originalmente era água — como é que ele engrossou?

Se ele engrossou, é porque algum amido ali tem.

Mas vai ter menos amido do que no grão do feijão.

Então um pouquinho de caldo provavelmente não vai ser um problema.

Se você é uma pessoa que tem dificuldade de controle da glicose no contexto do diabetes,

eu sugiro fazer o que eu sugiro que todo diabético faça, que é medir na ponta do dedo, no glicosímetro,

o impacto.

Quer dizer, você mede antes de consumir, consome o alimento, mede 60 ou 90 minutos

depois para ver se teve uma elevação significativa da glicemia ou não.

O que eu sugiro para esses ouvintes, é que eles comam as carninhas que estão dentro

da feijoada: então a linguicinha, a costelinha de porco, que vão ter o sabor do feijão

— mas certamente com menos carboidrato.

Low-Carb É Como Um Remédio

Roney: Certo, com certeza, Souto.

Então, basicamente, se a pessoa não tem intolerância aos antinutrientes do feijão,

não tem nenhum tipo de reação quando ingere as leguminosas — a gente fala feijão, mas

inclui feijão, lentilha…

E também não tá numa low-carb tão restrita, não tem esse problema do controle da glicemia

sanguínea, então a gente pode dizer que provavelmente é ok ela consumir feijão.

Mas se, por exemplo, ela entrar no famoso platô de perda de peso, talvez o feijão

seja aí uma primeira coisa para se mexer, né.

Dr.

Souto: Acho que sim, eu diria que para quem está buscando a abordagem low-carb visando

perda de peso, eu sugeriria que a pessoa tirasse o feijão e a lentilha, e talvez considerasse

reintroduzi-los depois, numa fase de manutenção, se quiser, se desejar.

Eu me refiro mais àquelas pessoas que fazem uma low-carb moderada buscando saúde, mas

que não têm nenhum problema de peso e nem um problema metabólico.

Então, indivíduos magros, que fazem atividade física, que não têm diabetes, não têm

resistência à insulina.

Bem, essas pessoas podem fazer a retirada do açúcar e dos farináceos, que é o que

realmente mais causa problemas, mas não vejo que essas pessoas precisem, necessariamente,

parar de comer frutas, ou parar de comer batata, batata doce ou feijão.

Então, tem que individualizar a situação.

Low-carb é como um remédio: você vai ajustar a dose para a intensidade necessária, ou

seja, para o quão doente a pessoa está.

A Verdade Sobre O Leite Na Dieta Low-Carb

Guilherme: Excelente, perfeitas colocações.

Outro alimento que gera dúvidas e até polêmica entre os nossos leitores e seguidores é o

leite.

Isso acontece porque muita gente se acostuma facilmente a trocar o leite, deixa de lado

— troca por creme de leite, por exemplo — enquanto outros não ficam sem.

E, recentemente, a gente soube que o senhor anda fazendo café com espuma de leite, isso

também deu o que falar.

Qual é a verdade do leite no contexto da dieta low-carb?

Dr.

Souto: Isso prova que qualquer coisa pode dar o que falar, né.

Bom, vamos lá, pessoal.

O leite tem cerca de 10 gramas de carboidrato em 200 ml, então um copo de leite vai ter

cerca de 10 gramas de carboidrato.

Quando eu faço espuminha do leite, eu tô colocando, talvez, uns 20 ml de leite, e eu

vou usar aquele mini mixer para colocar a espuminha.

Então, vamos fazer a regrinha de três: se em 200ml de leite tem 10g de carboidratos,

em 20 ml tem 1g.

Um grama de carboidrato é menos carboidrato do que tem na gema do ovo.

Vocês sabiam que a gema do ovo tem carboidrato?

Para quem não sabe, tem glicogênio ali, e o glicogênio é o carboidrato, tem cerca

de justamente 1,2 gramas de carboidrato, mais ou menos.

Então, ninguém tá propondo uma dieta de zero carboidrato, seria realmente difícil

você fazer uma dieta de zero carboidrato: se você comer fígado, tem glicogênio ali,

tem carboidrato também.

Quando você come uma alface, tem um pouquinho de carboidrato.

Então, 20 ml de leite e nada em termos de carboidrato, é a mesma coisa, e diria mais,

o carboidrato do leite é lactose, lactose é 50% galactose e 50% glicose.

Só a glicose vai impactar significativamente a sua glicose no sangue, a sua glicemia, de

modo que galactose, metade dela, que é a glicose, vai ter um impacto.

Então, não dá para superestimar a quantidade de glicose.

Lógico, se a pessoa for beber um litro de leite por dia, aí nós estamos falando de

cerca de 50% gramas de carboidrato, aí é muito né.

Guilherme: Bastante: ainda mais na forma de leite, que por estar na forma líquida não

traz tanta saciedade quanto se a pessoa comesse isso nos vegetais, por exemplo, nos legumes

de baixo amido.

Dr.

Souto: É, então, tem gente que não digere bem a lactose, aí são outros problemas.

A pessoa poderia até, se fizer muita questão, tomar um leite sem lactose.

Mas existem alternativas, o pessoal pode usar um leite de coco, leite de amêndoas, um leite

de castanhas, se quiser muito ter aquela… vamos dizer, um líquido branco para que o

shake não fique aguado.

Agora, para quem digere razoavelmente a lactose, não é 20 ml de leite que vai fazer diferença

na low-carb de ninguém.

E vou dizer mais para vocês, eu tenho às vezes paciente de consultório que o indivíduo

tem uma ligação muito sentimental com aquele café com leite que ele toma de manhã.

E eu negocio isso, eu digo assim: olha, desde que você não coma pão, não passe geleia,

não fique comendo arroz, batata, farinha, biscoito…

Desde que você evite esses carboidratos piores, eu tô aceitando que você tome esse seu café

com leite.

Vai ter o que, 150 ml de leite ali.

Então, se você fizer as contas, 150 ml de leite vai dar cerca de 7 gramas de carboidrato,

dos quais metade é galactose.

Então, é bom botar em perspectiva, é bom fazer as contas.

E Se Eu Comer Só Um Pouquinho…