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Buenas Ideias, A INDEPENDÊNCIA NA BAHIA! | EDUARDO BUENO

A INDEPENDÊNCIA NA BAHIA! | EDUARDO BUENO

É aquela velha piada, né: baiano tá sempre atrasado.

"Oh meu rei, a independência levou um ano pra chegar na Bahia!".

A verdade é que pô, tudo tinha começado na Bahia, né; o Brasil foi descoberto na

Bahia.

Então é normal que as movimentações que iriam resultar na independência do Brasil

também tivessem começado lá.

Só que na verdade era um saco de gatos, cara.

De um lado tinha o PT, de outro lado tinha o ACM Neto...

Não, não, não.

Mas já era um saco de gatos que nem hoje.

Na Bahia, tinha um monte de portugueses restaurados que queriam que o Brasil se mantivesse totalmente

ligado à Portugal, que nada mudasse... que nada mudasse não, que o reino unido, Brasil

e Portugal acabasse, e o Brasil voltasse a ser uma mera colônia de Portugal.

Havia também os que queriam República já, tanto é que havia tido a Conjuração Baiana,

do Cipriano Barata, você também já viu alguma coisa aqui no NVCNE...

E tinha aqueles que queriam uma solução conciliatória.

O Brasil se mantinha com o reino unido à Portugal, mas com mais liberdade ainda.

É claro que esse caldeirão fez com que estourasse uma série de revoltas.

Aí depois do 7 de setembro de 1822, que foi uma composição mais ou menos tranquila,

né, até porque a independência do Brasil é o único lugar do mundo onde um cara faz

uma revolução contra o próprio pai... o Dom Pedro I se separou do próprio pai.. é

uma revolução Freudiana, que foi a independência do Brasil... e foi uma acomodação de camadas

mais ou menos tranquila, não teve quase que nenhum derramamento de sangue, não teve revoltas...

no Rio de Janeiro, São Paulo, no sudeste do Brasil...

MÃAAS teve, é claro, na Bahia.

Eu tava inclusive caminhando aqui por Ipanema, eu sou um garoto de Ipanema, dia desses, daí

vi ali "Joana Angélica", "Maria Quitéria", "Visconde de Pirajá"... fui imediatamente

transportado pra Bahia, né.

Porque esses são os personagens chaves dessa movimentação bastante intensa, sangrenta,

com guerra, com sítio a Salvador, com confrontos diretos, com mortes... no processo que de

7 de setembro de 1822 até de 2 de julho de 1823 levou o Brasil a finalmente ficar de

fato independente de Portugal.

A Maria Quitéria era uma figura sensacional, né: ela resolveu lutar na guerra contra Portugal,

passou a se vestir de homem, e combateu bravamente...

Todo mundo achava que ela era homem!

Ela se vestia e se comportava como tal.

Depois da guerra é que se descobriu de fato que era uma mulher.

A Joana Angélica é uma das primeiras mártires desse processo de independência... porque

quando o general português que tomou o poder em Salvador e quis manter a Bahia unida a

Portugal, e talvez até separada do resto do Brasil...

Quando ele tomou vários lugares de Salvador, alguns revolucionários brasileiros se refugiaram

num convento do qual a Joana Angélica era a abadesa... ela ficou na porta do convento,

não quis deixar os caras entrar e foi MORTA, ali, os caras deram um PÓÓ, um tiro na abadesa,

meu chapa...

Pô, não é mole.

Mas a grande figura dessa história toda não é o Visconde de Pirajá, que antes era conhecido

como o Coronel Santinho, que era um coronel nordestino que botou dinheiro do próprio

bolso, realmente pra insuflar o movimento brasileiro contra Portugal, e que depois virou

o típico, típico coronel nordestino... se envolveu num monte de guerra civil lá no

interior da Bahia, sempre a seu favor...

Não, o grande personagem dessa história inteira é o corneteiro... sempre tem que

ter um corneteiro, né...

O corneteiro Lopes.

Houve uma batalha chamada batalha do Pirajá, no recôncavo baiano, quando os portugueses

tavam em grande vantagem contra os brasileiros.

O major brasileiro percebendo que iam ser cercados, disse pro corneteiro Lopes: "dê

o toque de retirar", e o corneteiro não só não deu o toque de retirar como deu o toque

de avançar!

E mais do que isso, em seguida deu o toque de avançar e degolar!

Hahah degola, degola!

E os portugueses ficaram "aarh os caras devem ter recebidos reforços!"

e eles recuaram e aí o Brasil vence a batalha do Pirajá...

Mas ainda não venceu a guerra porque a guerra só começa a ser vencida com a chegada do

Thomas Cochrane e só no dia 2 de julho de 1823 que o Brasil fica realmente liberto de

Portugal, independente de Portugal, graças a fibra, o vigor, a pressa e a velocidade

do povo baiano.

É isso aí e o pior é que não vai cair no Enem.

Tchau, tchau.

“O que você acaba de ver está repleto de generalizações e simplificações, mas

o quadro geral era esse aí mesmo!

Agora, se você quer saber como as coisas de fato foram...

Então você vai ter que ler!".


A INDEPENDÊNCIA NA BAHIA! | EDUARDO BUENO INDEPENDENCE IN BAHIA! | EDUARDO BUENO INDEPENDENCIA EN BAHIA | EDUARDO BUENO 巴伊亞獨立! |愛德華多·布埃諾

É aquela velha piada, né: baiano tá sempre atrasado.

"Oh meu rei, a independência levou um ano pra chegar na Bahia!".

A verdade é que pô, tudo tinha começado na Bahia, né; o Brasil foi descoberto na

Bahia.

Então é normal que as movimentações que iriam resultar na independência do Brasil

também tivessem começado lá.

Só que na verdade era um saco de gatos, cara.

De um lado tinha o PT, de outro lado tinha o ACM Neto...

Não, não, não.

Mas já era um saco de gatos que nem hoje.

Na Bahia, tinha um monte de portugueses restaurados que queriam que o Brasil se mantivesse totalmente

ligado à Portugal, que nada mudasse... que nada mudasse não, que o reino unido, Brasil

e Portugal acabasse, e o Brasil voltasse a ser uma mera colônia de Portugal.

Havia também os que queriam República já, tanto é que havia tido a Conjuração Baiana,

do Cipriano Barata, você também já viu alguma coisa aqui no NVCNE...

E tinha aqueles que queriam uma solução conciliatória.

O Brasil se mantinha com o reino unido à Portugal, mas com mais liberdade ainda.

É claro que esse caldeirão fez com que estourasse uma série de revoltas.

Aí depois do 7 de setembro de 1822, que foi uma composição mais ou menos tranquila,

né, até porque a independência do Brasil é o único lugar do mundo onde um cara faz

uma revolução contra o próprio pai... o Dom Pedro I se separou do próprio pai.. é

uma revolução Freudiana, que foi a independência do Brasil... e foi uma acomodação de camadas

mais ou menos tranquila, não teve quase que nenhum derramamento de sangue, não teve revoltas...

no Rio de Janeiro, São Paulo, no sudeste do Brasil...

MÃAAS teve, é claro, na Bahia.

Eu tava inclusive caminhando aqui por Ipanema, eu sou um garoto de Ipanema, dia desses, daí

vi ali "Joana Angélica", "Maria Quitéria", "Visconde de Pirajá"... fui imediatamente

transportado pra Bahia, né.

Porque esses são os personagens chaves dessa movimentação bastante intensa, sangrenta,

com guerra, com sítio a Salvador, com confrontos diretos, com mortes... no processo que de

7 de setembro de 1822 até de 2 de julho de 1823 levou o Brasil a finalmente ficar de

fato independente de Portugal.

A Maria Quitéria era uma figura sensacional, né: ela resolveu lutar na guerra contra Portugal,

passou a se vestir de homem, e combateu bravamente...

Todo mundo achava que ela era homem!

Ela se vestia e se comportava como tal.

Depois da guerra é que se descobriu de fato que era uma mulher.

A Joana Angélica é uma das primeiras mártires desse processo de independência... porque

quando o general português que tomou o poder em Salvador e quis manter a Bahia unida a

Portugal, e talvez até separada do resto do Brasil...

Quando ele tomou vários lugares de Salvador, alguns revolucionários brasileiros se refugiaram

num convento do qual a Joana Angélica era a abadesa... ela ficou na porta do convento,

não quis deixar os caras entrar e foi MORTA, ali, os caras deram um PÓÓ, um tiro na abadesa,

meu chapa...

Pô, não é mole.

Mas a grande figura dessa história toda não é o Visconde de Pirajá, que antes era conhecido

como o Coronel Santinho, que era um coronel nordestino que botou dinheiro do próprio

bolso, realmente pra insuflar o movimento brasileiro contra Portugal, e que depois virou

o típico, típico coronel nordestino... se envolveu num monte de guerra civil lá no

interior da Bahia, sempre a seu favor...

Não, o grande personagem dessa história inteira é o corneteiro... sempre tem que

ter um corneteiro, né...

O corneteiro Lopes.

Houve uma batalha chamada batalha do Pirajá, no recôncavo baiano, quando os portugueses

tavam em grande vantagem contra os brasileiros.

O major brasileiro percebendo que iam ser cercados, disse pro corneteiro Lopes: "dê

o toque de retirar", e o corneteiro não só não deu o toque de retirar como deu o toque

de avançar!

E mais do que isso, em seguida deu o toque de avançar e degolar!

Hahah degola, degola!

E os portugueses ficaram "aarh os caras devem ter recebidos reforços!"

e eles recuaram e aí o Brasil vence a batalha do Pirajá...

Mas ainda não venceu a guerra porque a guerra só começa a ser vencida com a chegada do

Thomas Cochrane e só no dia 2 de julho de 1823 que o Brasil fica realmente liberto de

Portugal, independente de Portugal, graças a fibra, o vigor, a pressa e a velocidade

do povo baiano.

É isso aí e o pior é que não vai cair no Enem.

Tchau, tchau.

“O que você acaba de ver está repleto de generalizações e simplificações, mas

o quadro geral era esse aí mesmo!

Agora, se você quer saber como as coisas de fato foram...

Então você vai ter que ler!".